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Plano Romero Jucá de vento em popa


REUTERS | Agência Câmara

Com mudança na Polícia Federal, avança o "Plano Jucá", por Tereza Cruvinel

Falta pouco para que se cumpra um dos objetivos do golpe de 2016: com a indicação do novo diretor da Policia Federal por caciques do PMDB, vai se fechando o “Plano Jucá”, de “estancar a sangria” dos políticos pela Lava Jato, que deveria começar pela derrubada de Dilma Rousseff e sua substituição por Michel Temer. O que atrasou o plano foram as denúncias contra Temer mas agora Janot já foi trocado na PGR, o STF já deu carta-branca ao Legislativo para barrar ações contra parlamentares e arma-se a domesticação da PF.
O relator da CPI da JBS, deputado Carlos Marum, aquele que cantou e dançou no plenário após a segunda absolvição de Temer, promete “investigar quem nos investigou”. Quer convocar Janot, os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando, quem sabe até Sergio Moro. O que ainda falta é a Câmara aprovar o projeto sobre abuso de autoridade (disciplinando delações premiadas, conduções coercitivas e prisões preventivas) e o STF revogar as prisões a partir da segunda instância.
Neste sentido, o golpe é vitorioso. Derrotado é o país, pelos efeitos desastrosos produzidos pelo governo de Temer.
Vale recordar o que dizia Jucá na conversa gravada em março do ano passado por Sergio Machado, pouco antes da autorização do impeachment pela Câmara. A gravação vazou em 23 de maio de 2016, com Dilma já afastada.  Machado havia procurado os peemedebistas pedindo ajuda para evitar a própria prisão mas em verdade juntava munição para negociar uma delação premiada.   Logo no início da conversa, examinando as ameaças da Lava Jato aos políticos, eles concluem:
“MACHADO - Tem que ter um impeachment.
JUCÁ - Tem que ter impeachment. Não tem saída.
MACHADO - E quem segurar, segura.”
         A conversa evolui, e tratam da situação de Machado.
         “JUCÁ - Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. [...] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel..
JUCÁ - Só o Renan que está contra essa porra. 'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ - Com o Supremo, com tudo.
MACHADO - Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ - É. Delimitava onde está, pronto.
MACHADO - O Renan é totalmente 'voador'. Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não.
JUCÁ - Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.
MACHADO - A situação é grave. Porque, Romero, eles querem pegar todos os políticos. É que aquele documento que foi dado...
JUCÁ - Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura, que não tem a ver com...
MACHADO - Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se caiu a ficha já.
JUCÁ - Caiu. Todos eles. Aloysio, Serra, Aécio...
MACHADO - Caiu a ficha. Tasso também caiu?
JUCÁ - Também. Todo mundo na bandeja para ser comido.
MACHADO - O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.
JUCÁ - Todos, porra. E vão pegando e vão...
MACHADO -  O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara?  Amigo, eu preciso da sua inteligência.
JUCÁ - Não, veja, eu estou a disposição, você sabe disso. Veja a hora que você quer falar.
MACHADO - Porque se a gente não tiver saída... Porque não tem muito tempo.
JUCÁ - Não, o tempo é emergencial.”       
E de fato, eles pisaram no acelerador. Sergio Machado gravou também conversas com José Sarney e Renan Calheiros.   Quando suas gravações vieram à luz, a primeira etapa do plano já havia sido cumprida, Dilma já fora afastada, e logo depois seria condenada pelo Senado a perder definitivamente o cargo. O “Plano Jucá” foi se cumprindo e agora a nomeação de Fernando Segóvia para o comando da PF assinala mais um avanço. Colocá-lo em prática exigiu a quebra da ordem democrática e a posse de um governo cleptocrático, que vem impondo retrocessos nos direitos e conquistas sociais e trabalhistas e entregando o patrimônio nacional.

Temer nega encontro com Machado





Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, afirmou em roubação premiada encontro com o vice-presidente Michel Temer, na Base Aérea de Brasília em 2012, no qual o ex-presidente pediu ajuda financeira para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo.

O hoje traíra e golpista que ocupa indevidamente o Palácio do Planalto, Michel Temer, negou categoricamente.

O delator replicou, enfaticamente reafirmou tudo que havia declarado a força-tarefa da lava jato.

Agora, decidiu ir além e revelar detalhes da reunião, tais como: horário, testemunho do motorista e localização do celular no dia e hora declarada.

A pergunta que fica é:

Caso Machado prove cabalmente o fato ter acontecido, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, os procuradores da Lava jato vão pedir a prisão do traíra, golpista e mentiroso presidente ilegítimo ou isso também não vem ao caso?



Honestidade de Dilma vai salvar a Democracia

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Ao discursar, na noite de ontem, em João Pessoa, a presidente Dilma Rousseff colocou o dedo na ferida dos políticos que lideraram, contra ela e contra a democracia brasileira, uma conspiração golpista. Segundo ela, o impeachment nada mais foi do que uma tentativa de se fazer com que a Lava Jato não atingisse os caciques do PMDB.
Depois da delação de Sergio Machado, revelada ontem, fica difícil questionar essa avaliação. Soube-se, por exemplo, que o principal beneficiário do golpe, o interino Michel Temer, aparece como responsável de um pedido de propina de R$ 1,5 milhão ao ex-presidente da Transpetro para a campanha de seu pupilo Gabriel Chalita.
Na companhia de Temer, despontam os demais sócios do impeachemnt. O derrotado Aécio Neves (PSDB-MG), que colocou o Brasil em guerra ao não aceitar o resultado das urnas, em 2014, aparece em sua décima delação, como beneficiário de um pagamento de R$ 1 milhão em dinheiro vivo e também como pagante de propinas a parlamentares para se eleger presidente da Câmara.

Operadores do PMDB devolverão mais de quinhentos milhões

A Petrobras ou a quadrilha de Curitiba?
Os dois novos delatores da Lava Jato, Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, e seu filho Expedito Machado, gestor de um fundo em Londres, devem devolver um valor bem maior do que o de Pedro Barusco, que restituiu cerca de US$ 100 milhões na Lava Jato; investigadores já sabem que o fundo de Expedito movimentou mais de R$ 700 milhões no período em que o pai liderava projetos de construção de navios; há um clima de apreensão no Senado com os rumores de que os recursos eram divididos com dirigentes do PMDB; Machado se tornou delator e passou a gravar interlocutores depois que soube que seu sigilo já havia sido quebrado por Sergio Moro

O traíra está nas mãos de Cunha e dos Marinhos

Globo e Juca




A gravação de Sérgio Machado com Romero Jucá, escancarando que o golpe contra a presidente Dilma Rousseff era parte principal para salvar a cúpula do Pmdb na Operação lava jato, deveria marcar o início do fim desse lamentável governo do Traíra. Isso se o Brasil fosse um país normal. Mas, o país que tem um mofo e um merda mandando no judiciário e um janota como PGR...Continua>>>



Sérgio Machado prova que "crime da Dilma" foi não obstruir a Justiça



Sérgio Machado (Pmdb-CE), ex-presidente da Transpetro, responsável pelas gravações com José Sarney, Romero Jucé e Renan Calheiros, prova de forma cabal qual o verdadeiro motivo dela ser alvo de do golpe. "Tá todo mundo se cagando presidente. O erro dela foi deixar essa coisa andar, afirmou, numa referência à Lava Jato; áudios captados por Machado já derrubaram Jucá, que afirmou que era preciso trocar o governo, colocando Michel Temer no poder, para “parar essa porra” e “estancar essa sangria”

Josias de Souza - feridos, caciques do Pmdb estão aterrorizados


Caíram todas as fichas do PMDB. A conversão de Sérgio Machado de operador do partido em colaborador da Lava Jato revelou a alguns cardeais que ainda se imaginavam acima das leis que a festa acabou.

Aos poucos, desaparece aquele Brasil que oferecia às eminências políticas a segurança de que nenhum ilícito justificaria a incivilidade de uma reprimenda pública. No seu lugar, surge um país que ensina a Sarney, Renan e Jucá que nem tudo termina num grande acordão.

Acometido de ‘morofobia’, Sérgio Machado foi de cacique em cacique para avisar que estava prestes a suar o dedo. “Esse cara, esse Janot que é mau caráter, ele disse, está tentando seduzir meus advogados, de eu falar”, disse para Sarney.

“O Janot tem certeza que eu sou o caixa de vocês”, declarou para Renan. “Então, o que ele quer fazer? […] Ele quer me desvincular de vocês, […] e me jogar para o Moro. E aí ele acha que o Moro vai me mandar prender. Aí quebra a resistência. E aí fodeu.”

“Eu estou muito preocupado”, afirmou Machado na conversa com Jucá. “O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.”

Ouviram-se juras de proteção a Machado. “Sem meter advogado no meio”, orientou Sarney. Um pacto para “estancar a sangria”, definiu Jucá. “Tem que ser conversa de Estado-Maior”, pediu o ex-presidente da Transpetro.

Homologado nesta quarta-feira (25) pelo ministro Teori Zavascki, do STF, o acordo de delação premiada que Sérgio Machado celebrou com o Ministério Público Federal é uma evidência de que malograram as tentativas de acordão. Afora os depoimentos já prestados pelo novo delator, a turma da Lava Jato manuseia gravações que somam quase sete horas de conversa.

Feridos pela traição, os caciques do PMDB estão atemorizados. O pânico tem razão de ser. Eles sabem o que fizeram nos verões passados. E acabam de descobrir que já não é tão fácil celebrar conchavos com pedaços do Judiciário, para triturar investigações.

A caciquia do PMDB ainda não conseguiu concretizar o desejo de aprovar alterações às leis que regulam os acordos de leniência e as delações premiadas. Enquanto ainda têm mandato, Renan e Jucá deveriam perseguir um objetivo mais modesto —um tributo a Sérgio Machado. Assim como há ruas batizadas de Voluntários da Pátria, a dupla poderia sugerir a inauguração de outras que se chamassem Traidores da Pátria.
Comentário: O jornalista faz questão de esquecer que o fim da impunidade começou quando o PT assumiu o poder em 2003. Todo arcabouço jurídico institucional foi criado por Lula e Dilma. Por que será que essa gente do pig gosta tanto de esconder esta verdade?

Um corrupto sai. Qual outro colega que o traíra vai nomear?


Romero Jucá anunciou que entra de licença a partir de hoje terça-feira (23).
em gravação, ele confessou que o impeachment nada mais foi do que GOLPE para colocar um novo governo, o de Michel Temer, e parar as investigações da Lava Jato; nas conversas com Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, ele disse que era preciso "parar essa porra" e "estancar a sangria"; em menos de duas semanas, Temer produz mais uma crise gigantesca e corre o risco de não resistir no cargo; ao chegar no Congresso para falar sobre a meta fiscal, ele foi vaiado e chamado de golpista; especulações apontam Eliseu Padilha no Planejamento e Moreira Franco na Casa Civil

Sérgio Machado também gravou outros golpistas


Sérgio Machado não gravou apenas Romero Jucá. O ex-presidente da Transpetro também registrou áudios de Renan Calheiros e José Sarney.

Nestes dois casos os registros foram feitos em conversas privadas que Sérgio Machado teve com cada um dos dois, separadamente.

Quem teve acesso aos áudios afirma que o que foi revelado hoje "não é nada" comparado ao que Renan e Sarney disseram.

As gravações foram feitas no âmbito da delação premiada que Sérgio Machado está negociando com a Procuradoria-Geral da República desde março. O acordo com a PGR foi selado na semana passada.

Na delação, Machado gravou apenas três políticos: o responsável pela sua indicação para a Transpetro (Renan), Sarney e Jucá. Mas comprometeu outros senadores do PMDB. São eles Jáder Barbalho e Edison Lobão e Aécio Neves.

Os irmãos marinhos não aparecem nos depoimentos dados por Machado, por que será?

A delação de Machado está na mesa do ministro Teori Zavascki, esperando homologação.



Respostas de Aécim



Sérgio Machado:
"Todo mundo na bandeja para ser comido. O primeiro a ser comido vai ser o Aécio. O Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB. O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele [Aécio] ser presidente da Câmara?”
Resposta do Aécio:...

Pergunta do dia


Sérgio Machado:

Quem não sabe o esquema do Aécio?

Resposta:

Rosa Weber, Gilmar Mendes, Dias Tofolli e os irmãos marinhos

Transcrição da conversa entre os golpistas Romero Jucá e Sérgio Machado



O recibo do Golpe
SÉRGIO MACHADO - Mas viu, Romero, então eu acho a situação gravíssima.

ROMERO JUCÁ - Eu ontem fui muito claro. [...] Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?

MACHADO - Agora, ele acordou a militância do PT.
JUCÁ - Sim.
MACHADO - Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar merda.
JUCÁ - Eu acho que...
MACHADO - Tem que ter um impeachment.
JUCÁ - Tem que ter impeachment. Não tem saída.
MACHADO - E quem segurar, segura.
JUCÁ - Foi boa a conversa mas vamos ter outras pela frente.
MACHADO - Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda instância], vai todo mundo delatar.
JUCÁ - Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer.
MACHADO - Odebrecht vai fazer.
JUCÁ - Seletiva, mas vai fazer.
MACHADO - Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que... O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.
[...]
JUCÁ - Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. [...] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
[...]
MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ - Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. 'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ - Com o Supremo, com tudo.
MACHADO - Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ - É. Delimitava onde está, pronto.
[...]
MACHADO - O Renan [Calheiros] é totalmente 'voador'. Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não.
JUCÁ - Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.

MACHADO - A situação é grave. Porque, Romero, eles querem pegar todos os políticos. É que aquele documento que foi dado...
JUCÁ - Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura, que não tem a ver com...
MACHADO - Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se caiu a ficha já.
JUCÁ - Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes, senador], [o hoje ministro José] Serra, Aécio [Neves, senador].
MACHADO - Caiu a ficha. Tasso [Jereissati] também caiu?
JUCÁ - Também. Todo mundo na bandeja para ser comido.
[...]
MACHADO - O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.
JUCÁ - Todos, porra. E vão pegando e vão...
MACHADO - [Sussurrando] O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara? [Mudando de assunto] Amigo, eu preciso da sua inteligência.
JUCÁ - Não, veja, eu estou a disposição, você sabe disso. Veja a hora que você quer falar.
MACHADO - Porque se a gente não tiver saída... Porque não tem muito tempo.
JUCÁ - Não, o tempo é emergencial.
MACHADO - É emergencial, então preciso ter uma conversa emergencial com vocês.
JUCÁ - Vá atrás. Eu acho que a gente não pode juntar todo mundo para conversar, viu? [...] Eu acho que você deve procurar o [ex-senador do PMDB José] Sarney, deve falar com o Renan, depois que você falar com os dois, colhe as coisas todas, e aí vamos falar nós dois do que você achou e o que eles ponderaram pra gente conversar.
MACHADO - Acha que não pode ter reunião a três?
JUCÁ - Não pode. Isso de ficar juntando para combinar coisa que não tem nada a ver. Os caras já enxergam outra coisa que não é... Depois a gente conversa os três sem você.
MACHADO - Eu acho o seguinte: se não houver uma solução a curto prazo, o nosso risco é grande.
*
MACHADO - É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma...
JUCÁ - Não, esquece. Nenhum político desse tradicional ganha eleição, não.
MACHADO - O Aécio, rapaz... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB...
JUCÁ - É, a gente viveu tudo.
*
JUCÁ - [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem 'ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca'. Entendeu? Então... Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.
MACHADO - Eu acho o seguinte, a saída [para Dilma] é ou licença ou renúncia. A licença é mais suave. O Michel forma um governo de união nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo. Esse país volta à calma, ninguém aguenta mais. Essa cagada desses procuradores de São Paulo ajudou muito. [referência possível ao pedido de prisão de Lula pelo Ministério Público de SP e à condução coercitiva ele para depor no caso da Lava jato]
JUCÁ - Os caras fizeram para poder inviabilizar ele de ir para um ministério. Agora vira obstrução da Justiça, não está deixando o cara, entendeu? Foi um ato violento...
MACHADO -...E burro [...] Tem que ter uma paz, um...
JUCÁ - Eu acho que tem que ter um pacto.

MACHADO - Um caminho é buscar alguém que tem ligação com o Teori [Zavascki, relator da Lava Jato], mas parece que não tem ninguém.
JUCÁ - Não tem. É um cara fechado, foi ela [Dilma] que botou, um cara... Burocrata da... Ex-ministro do STJ [Superior Tribunal de Justiça].

O palácio do planalto está fedendo, tem um traíra morto lá



O governo Temer, que já vinha se arrastando, está agora tecnicamente morto. Não há salvação possível depois que veio a público, pela Folha, uma conversa entre o ministro Romero Jucá e um investigado na Lava Jato. A conversa, numa linha, confirma o que já se sabia sobre o golpe: uma mulher honesta foi derrubada por homens corruptos.

A diferença, agora, é que isto foi claramente exposto por Jucá, um dos articuladores do impeachment e espécie de primeiro ministro de Temer.

O objetivo jamais foi combater a corrupção. Foi, sim, preservar corruptos como o próprio Jucá e tantos outros.

Não sobra ninguém da conversa. Temer, por exemplo, foi definido como “homem do Cunha”. (Abaixo, uma ilustração do grupo Jornalistas Livres que resume o escândalo.)

Em sua superior mediocridade, Temer passou uma vida inteira como como um figurante. Só foi notado pelos brasileiros quando apareceu com uma mulher que poderia ser sua neta. Agora, ele se consagra como o “homem do Cunha”.

Jucá cita também o Supremo como parte da trama. Afirma que esteve com vários ministros do STF para discutir o golpe. Não os cita. Mas você pode deduzir facilmente que juízes militantes como Gilmar Mendes e Dias Toffoli falaram com Jucá.

Gilmar jamais fez questão de esconder sua militância. Numa cena infame, apareceu às vésperas do impeachment numa fotografia ao lado de Serra, e sequer ficou vermelho. Para ele, ficou natural ser um político desvairado com toga.

Nunca mais você verá uma sessão do STF da mesma forma, isto é certo. Aqueles senhores (e senhoras) circunspectos e com capas ridículas parecerão um bando de golpistas.

Rosa Weber há dias intimou Dilma a dizer por que ela anda chamando o golpe de golpe. Dilma pode entregar a Rosa uma cópia da conversa de Jucá.

Aécio também é citado na conversa: “Todo mundo conhece o esquema do PSDB.” Menos a mídia, talvez, que jamais tratou decentemente do assunto.

Isso permite ainda hoje a velhos demagogos como FHC, Serra e Aécio posarem de homens acima de qualquer suspeita e falarem de corrupção como se fosse alguma coisa da qual estivessem imaculadamente distantes.

A mídia também está lá na conversa gravada. Os barões da imprensa, está registrado, tinham todo o interesse em tirar Dilma.

Nenhuma novidade, mais uma vez. Colocar um presidente amigo, como Temer, daria às grandes empresas jornalísticas livre acesso ao dinheiro público, por meio de publicidade oficial, empréstimos do BNDES e outras mamatas que fizeram a fortuna bilionária dos Marinhos, dos Civitas e dos Frias.

A Folha, que participou ativamente da trama que derrubou Dilma, parece ter dado um golpe de mestre com esta história.

Enquanto a Globo descaradamente passou a praticar um jornalismo chapa branca, a Folha tenta mostrar que não tem rabo preso com ninguém, como disse seu marketing durante muitos anos.

É uma espécie de retorno aos últimos tempos da ditadura, quando a Folha pregava as diretas já e a Globo continuava a defender os militares. Como a Globo vai-se sair dessa – se é que vai – é uma incógnita.

Quem, definitivamente, não tem como se livrar das consequências das inconfidências de Jucá é Temer, o Breve.

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Romero Jucá peidou na cara do STF



Fuxleros e amebas róseas do STF decifrarm?



Sérgio Machado: 
- É um acordo, botar o Michel [Temer], num grande acordo nacional, disse ele antes da votação que afastou a presidente Dilma Rousseff da Presidência da República.

Romero Jucá: 
- Com o Supremo (STF), com tudo.

Sérgio Machado:
- Com tudo, aí parava tudo (Operação lava jato)

Roméro Jucá:
- É. Delimitava onde está, pronto!

O sindicato de ladrões vencerá?