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Em sua primeira entrevista como candidata à Presidência, a ministra Dilma Rousseff desafia os adversários a demonstrar maior experiência de governo do que ela


EUMANO SILVA, GUILHERME EVELIN E HELIO GUROVITZ
  Reprodução
Anderson Schneider
CANDIDATA 
Dilma, ao ser fotografada na semana passada. Aclamada como o nome do PT para as eleições presidenciais, ela se prepara para encarar a campanha
Dilma rousseff já fala como candidata à presidência. Falou pela primeira vez numa entrevista a ÉPOCA, concedida na última quinta-feira, dia de abertura do Congresso do PT que a aclamou como o nome do partido para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Escolhida candidata por Lula, Dilma se apresenta como a melhor alternativa para dar continuidade aos projetos do atual governo. E faz questão de rebater a acusação dos adversários de que seja apenas um títere do presidente: “Duvido. Duvido que os grandes experientes em gestão tenham o nível de experiência que eu tenho. Duvido”. Mas, questionada sobre a possibilidade da volta de Lula em 2014, Dilma aceita a hipótese. “Sem sombra de dúvida, ele pode. O presidente chegou a um ponto de liderança pessoal, política, nacional e internacional que o futuro dele é o que ele quiser”, diz a ministra-chefe da Casa Civil – posto de Dilma até 2 de abril, quando deverá deixar o cargo para disputar as eleições presidenciais.
Na entrevista de quase duas horas, realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, sede provisória da Presidência da República, Dilma expôs suas credenciais para comandar o Brasil, debateu planos de governo e falou claramente o que pensa sobre temas como o tamanho do Estado na economia, as privatizações, o aborto, a descriminalização das drogas, o câncer e a iminência de se tornar avó. Dilma chegou e saiu sorridente – como uma candidata pronta para desfazer a imagem da tecnocrata inflexível com que foi frequentemente caracterizada antes de sonhar com o Palácio do Planalto. Continua>>>

Leonel Brizola e O Globo



Cada dia mais atual o velho Briza

Frase do dia

“Aqueles que queriam acabar com a nossa raça estão acabando e nós nem dissemos que íamos acabar com a raça deles,” Lula.

Dilma entrevistada na Veja

Trechos da entrevista da Dilma a (in)veja:



- John Maynard Keynes, que a senhora admira, dizia alguma coisa equivalente a "se a realidade muda, eu mudo minhas convicções". Como sua visão de mundo mudou com o tempo e com a experiência de ajudar a governar um país?
O Brasil superou uma ditadura militar e está consolidando sua democracia. A realidade mudou, e nós com ela. Contudo, nunca mudei de lado. Sempre estive ao lado da justiça, da democracia e da igualdade social.
- Henry Adams, outro autor que a senhora lê com assiduidade, escreveu que "conhecer a natureza humana é o começo e o fim de toda educação política". A senhora acredita que conhece o bastante da natureza humana, em especial a dos políticos, mesmo sem ter disputado eleições antes?
Conheço bem o pensamento de Henry Adams para saber que nessa citação ele se refere à política no seu sentido amplo. Falando no sentido estritamente eleitoral da sua pergunta, acredito que minha experiência de mais de 40 anos de militância política e gestão pública permite construir um relacionamento equilibrado com as diferentes forças partidárias que participarão desse processo eleitoral.
- Os brasileiros trabalham cinco meses do ano para pagar impostos, cuja carga total beira 40% do PIB. Em uma situação dessas, faz sentido considerar a ampliação do papel do estado na vida das pessoas, como parece ser a sua proposta?
O que defendemos é a recomposição da capacidade do Estado para planejar, gerir e executar políticas e serviços públicos de interesse da população. Os setores produtivos deste país reconhecem a importância da atuação equilibrada e anticíclica do Estado brasileiro na indução do desenvolvimento econômico. Sem a participação do estado, em parceria com o setor privado, não seria possível construir 1 milhão de casas no Brasil.
- Não fosse a necessidade de criar slogans e conceitos de rápida assimilação popular nas campanhas, seria o caso de superar esse debate falso e improdutivo sobre "estado mínimo" e "estado máximo", correto? Afinal, ninguém de carne e osso com cérebro entre as orelhas vive nesses extremos fundamentalistas. Qual o real papel do Estado?
Nos sete anos de nosso governo, ficou demonstrado o papel que vemos para o Estado: induzir o desenvolvimento dos setores produtivos, priorizar os investimentos em infraestrutura em parceria com o setor privado, fortalecer e impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento científico-tecnológico, assegurando ganhos de produtividade em todos os setores econômicos. Modernizar os serviços públicos buscando responder de forma eficaz às demandas da população nas áreas da saúde, educação, segurança pública e demais direitos da cidadania. Chamo atenção para a comprovada eficácia dos programas que criamos. O Bolsa Família, o Luz para Todos, o Programa Minha Casa Minha Vida, as obras de saneamento e drenagem do PAC, entre outros, produziram forte impacto na melhoria de vida da população e resultaram também no fortalecimento do mercado interno. Finalmente, gostaria de destacar o papel do setor público diante da crise recente, o que permitiu que fôssemos os últimos a entrar e os primeiros a sair dela. Garantimos crédito, desoneração fiscal e liquidez para a economia.
- O presidente Lula soube manter aceso o debate ideológico no PT, mas rejeitou todos os avanços dos radicais sobre o governo. Como a senhora vai controlar o fogo dos bolsões sinceros mas radicais do seu partido - em especial a chama da censura à imprensa e do controle estatal da cultura?
Censura à imprensa e controle estatal da cultura estão completamente fora das ações do atual governo, como também de nossas propostas para o futuro.
- O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso definiu a senhora como uma lua política sem luz própria girando em torno e dependente do carisma ensolarado do presidente Lula. Como a senhora pretende firmar sua própria identidade?
Não considero apropriado discutir luminosidade com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
- A oposição certamente vai bater na tecla da personalidade durante a campanha, explorando situações em que sua versão de determinados fatos soaram como mentiras. Como Otto von Bismarck, o chanceler de ferro da Alemanha, a senhora vê lugar para a mentira na prática política?
Na democracia não vejo nenhum lugar para a mentira. Como já disse em audiência no Congresso Nacional, em situações de arbítrio e regimes de exceção, a omissão da verdade pode ser um recurso de defesa pessoal e de proteção a companheiros.
- Qual o perfil ideal de vice-presidente para compor sua chapa?
Um nome que expresse a força e a diversidade da nossa aliança.
- O presidenciável Ciro Gomes, aliado do seu governo, afirma que a aliança entre o PT e o PMDB é um "roçado de escândalos semeados". A senhora não só defende essa aliança como quer o PMDB indicando o vice em sua chapa. Não é um risco político dar tanto espaço a um partido comandado por Renan Calheiros, José Sarney e Jader Barbalho?
Não se deve governar um país sem alianças e coalizões. Mesmo quando isso é possível, não é desejável. O PMDB é um dos maiores partidos brasileiros, com longa tradição democrática. Queremos o PMDB em nossa aliança.
- O Brasil está cercado de alguns países em franca decomposição institucional, com os quais o presidente Lula manteve boas relações, cuidando, porém, de demarcar as diferenças de estágio civilizatório que os separam do Brasil. Como um eventual governo da senhora vai lidar com governantes como Hugo Chávez ou Evo Morales?
Lidaremos com responsabilidade e equilíbrio com todos os países, respeitando sua soberania e sem ingerência em seus assuntos internos. É esse, também, o tratamento que exigimos de todos os países, em reciprocidade. 

Vamos eleger a Muié


Ao seu término daqui a 10 meses, o governo Lula deixará uma obra excepcional, com mudanças extraordinárias e para ficar numa frase bem ao gosto e estilo do presidente, jamais empreendidas ou vistas nesse país.  Dentre estas, a mais importante é que hoje, a direita, a nossa elite conservadora não é mais a dona do voto da população brasileira mais carente, antes tão desassistida e manipulada em seus direitos de cidadania.

Esse é um dos pontos que quero destacar a vocês, leitores e parceiros do blog, do pronunciamento que fiz ontem à noite, no 4º Congresso Nacional do PT, num encontro com os integrantes da Construindo um Novo Brasil. Afirmei, também, que a própria superação da recente crise econômica internacional, só possível com uma ativa e intensa participação do Estado, criou uma nova realidade mundial.

Hoje o mundo todo clama, grita e exige a presença do Estado na economia e em todos os demais setores da vida nacional. É claro que existem Estados e Estados - aquele a que me refiro é o que constrói outro modelo de desenvolvimento econômico e não esse que apenas atua para salvar o mercado financeiro em momentos de crise.

A possibilidade de uma revolução

No Brasil temos diante de nós a gigantesca e inadiável tarefa de fazer uma revolução educacional, tecnológica e de inovação levando, por exemplo, pontos de cultura para todo o país. A juventude é o alvo, precisa e deve ser nossa principal preocupação no momento. Temos o dever de dar-lhe perspectivas de uma vida civilizada, decente, com educação formal, emprego, renda e distante do seu cotidiano de violência.

O governo Lula precisou enfrentar os desafios de ajustar o país, combater a crise e em empreender as mudanças na política econômica. Ao realizar essa transformação, teve presente a preocupação com a distribuição de renda. Agora temos todas as condições de prosseguir com esse projeto nacional de desenvolvimento, elegendo nossa candidata Dilma Rousseff presidenta da República.

Mineira, com uma extraordinária vivência, experiência e história de vida - da resistência e luta contra a ditadura à reconstrução de sua própria vida pessoal, familiar e política - Dilma ocupou cargos que a qualificam plenamente para ser a nova presidenta do país a partir de 1º de janeiro de 2011.

Vamos elegê-la! Estamos apenas começando. Estamos na antevéspera, no limiar de uma verdadeira revolução no país. Eleger Dilma é contribuir para isso. Nesses 30 anos, a razão de ser do PT sempre foi - e continua sendo - lutar pelo Brasil, pelo seu povo e pelo socialismo democrático.

Tem medo?

Oito anos depois de Regina Duarte tentar apavorar os brasileiros durante  a campanha eleitoral para presidente em 2002, que naquele momento já rejeitavam o FHC e o governo do PSDB, criando mitos sobre o que Lula poderia fazer com o país como acabar com a estabilidade e o controle de inflação, chegou a nossa vez de alertar as pessoas para o medo que temos do país voltar às mãos de quem o levou ao fundo do poço quando teve a oportunidade de governá-lo, e diferente de 2002, hoje temos medo porque temos uma experiência real com eles no poder para fazer nossas avaliações e não apenas especulações, como Regina fez: Continua>>>