Para que os amigos conservadores não reclamem que é “esquerdismo” e má-vontade para com o “sensacional” presidente Maurício Macri, sobre quem sonham que Aécio Neves seja uma espécie yo soy usted, mañana, reproduzo a matéria interna do jornal “macríssimo” Clarín sobre o aumento das tarifas de energia na Argentina.
A interna, porque na capa do jornal a vergonha foi tanta que deram uma chamadinha minúscula, dez vezes menor do que se o governo peronista as tivesse aumentado dez menos. Aliás, se fosse no Brasil, a manchete nem ia caber na página.
“Para consumidores médios, variando de 300 a 1.000 kilowatts bimestrais, o aumento da fatura de eletricidade é de cerca de 700%. Isto é o que revela a nova tabela de tarifas, publicado hoje no Diário Oficial, que aumentam tanto os valores dos encargos fixos como os preços por kWh. Por exemplo, para aqueles que consomem entre 301-650 kw vai de 16,20 para 60,14 pesos, os encargos têm um aumento de 271% . Já o kWh consumido passa de 0,043 pesos para 0,459 pesos , alta de 967%.
Para um consumo de 600 kWh, a fatura total, incluindo impostos, vai de 55 pesos para 436 pesos, um aumento de 693%.”
E olha que a gente aqui sabe o que foi um aumento de 60% nas contas de energia, hein?
Mas isso não é tudo. Todos sabem que nos próximos dias vira outro tarifaço deste calibre para o gás.
E o gás ,é, simplesmente, metade da composição da matriz energética argentina, mais abundante que o petróleo e só os veículos movidos a este combustível – sem contar o uso doméstico e industrial – representam 15% da frota de automóveis, proporcionalmente cinco vezes mais que a brasileira.
Mas a mídia argentina, agora radiante frente á possibilidade de revogação da Ley de Medios, dá esta notícia assim, num cantinho, sem importância.
Quase um “podemos sacar si le parezca”: podemos tirar, se achar melhor.
no Tijolaço