Um esposo foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe que já não amava sua esposa e que pensava em separar-se. O sábio escutou, olhou-o-lho nos olhos e lhe disse apenas uma palavra: -\"Ame-a!\" - e logo se calou. -\"Mas já não sinto nada por ela...\" -\"Ame-a!\" - disse-lhe novamente o sábio. E diante do desconserto do senhor, depois de um breve silêncio, disse-lhe o seguinte: -\"Amar é uma decisão, não um sentimento. Amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo, e o fruto dessa ação é o AMOR. O amor é um exercício de jardinagem. Arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado, pois haverão pragas, secas ou excessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê afeto e ternura, admire e compreenda-o. Isso tudo... Ame Recebido por e-mail |
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Ame-a
Rosa Solitária
Havia na floresta, uma flor que nunca havia sido vista por nenhum humano. Só os animais daquela enigmática mata a conheciam. Alguns por ouvir falar, outros por admirá-la de longe.
Muito bela, de um vermelho vivo e formas exóticas, a flor exalava um perfume amargo e assim repelia qualquer inseto ou ave.
Daí deduzir que o que tinha de beleza era compensado na estranha mistura de encantar e repelir os que dela tentassem se aproximar.
Suas hastes longas e também exóticas tinham grandes espinhos, e por serem venenosos, nenhum animal chegava perto dela.
No entanto, de tão solitária, a rosa tinha pouco tempo de felicidade. Os dias passavam sem novidades, então ela começou a ficar completamente triste, e assim os dias iam seguindo.
Mas, por ironia, apesar da tristeza tamanha que a consumia, ficava cada dia mais bela ainda.
Longe, mas por ela podendo ser ouvido, um beija-flor que passava perguntou se ela não queria ninguém por perto porque, mesmo triste, ela continuava bela.
A rosa respondeu que a beleza e perfeição eram da sua natureza e logo trariam para ela o que mais queria.
- E o que você espera, posso saber ?
- Espero alguém à minha altura, perfeito e belo como eu, sem defeitos.
E, calado, o pássaro voltou a voar pelo céu.
Um dia, passando pelo mesmo jardim, viu a rosa murcha a se despedir da vida. Toda beleza sumira e seus olhos não mais acalentavam esperança.
Murchou até ficar seca e feia e por fim morreu.
Triste, o pássaro concluiu :
- Pobre rosa, não conheceu a amizade e sim a ilusão da perfeição que para ela foi uma jaula e não a libertação.
- Não existe perfeição e sim a arte de convivermos harmonizando virtudes e defeitos.
Muito bela, de um vermelho vivo e formas exóticas, a flor exalava um perfume amargo e assim repelia qualquer inseto ou ave.
Daí deduzir que o que tinha de beleza era compensado na estranha mistura de encantar e repelir os que dela tentassem se aproximar.
Suas hastes longas e também exóticas tinham grandes espinhos, e por serem venenosos, nenhum animal chegava perto dela.
No entanto, de tão solitária, a rosa tinha pouco tempo de felicidade. Os dias passavam sem novidades, então ela começou a ficar completamente triste, e assim os dias iam seguindo.
Mas, por ironia, apesar da tristeza tamanha que a consumia, ficava cada dia mais bela ainda.
Longe, mas por ela podendo ser ouvido, um beija-flor que passava perguntou se ela não queria ninguém por perto porque, mesmo triste, ela continuava bela.
A rosa respondeu que a beleza e perfeição eram da sua natureza e logo trariam para ela o que mais queria.
- E o que você espera, posso saber ?
- Espero alguém à minha altura, perfeito e belo como eu, sem defeitos.
E, calado, o pássaro voltou a voar pelo céu.
Um dia, passando pelo mesmo jardim, viu a rosa murcha a se despedir da vida. Toda beleza sumira e seus olhos não mais acalentavam esperança.
Murchou até ficar seca e feia e por fim morreu.
Triste, o pássaro concluiu :
- Pobre rosa, não conheceu a amizade e sim a ilusão da perfeição que para ela foi uma jaula e não a libertação.
- Não existe perfeição e sim a arte de convivermos harmonizando virtudes e defeitos.
Bérgson Frota
(Escritor)
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