Blatter pediu fair play aos manifestantes

ZURIQUE - Aturdido com a recepção da torcida brasileira na abertura da Copa da Confederações, Joseph Blatter anunciou medidas para a Copa do Mundo. "As vaias estão fora do padrão FIFA e não serão permitidas no ano que vem", ressaltou. Em seguida, anunciou um aumento de 20 centavos no preço dos ingressos. "Precisamos selecionar melhor o público de uma Copa do Mundo", justificou.

Blatter revelou que a FIFA está se organizando para exigir royalties das manifestações em 2014. "De acordo com a lei geral da Copa, somente a FIFA ou empresas indicadas por ela poderão fazer jornalismo no Brasil em 2014", esclareceu. Imediatamente, a Band News contratou Dona Palmirinha para ler receitas de bolo durante todo o ano que vem.

Atento aos anseios dos jovens do século 21, Arnaldo Jabor divulgou uma mensagem em que apoiava o aumento do preço dos ingressos, a caxirola e a escalação de Hulk. Ao meio dia, mudou de ideia. No final da tarde, mudou de ideia novamente.

Na periferia as balas não são de borrachas

Grupos de periferia se articulam em São Paulo para defender democracia e Dilma
Cerca de 60 pessoas representando diversos coletivos e movimentos sociais que atuam em bairros periféricos da zona sul de São Paulo se reuniram na noite de ontem (21) na sede da Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa), no Jardim Guarujá, para articular estratégias de combate a ideais classificados como fascistas.

Os participantes discutiram sobre a presença de grupos com símbolos associados ao nazismo e ao fascismo no ato da última quinta-feira, quando milhares de pessoas se reuniram na Avenida Paulista pedindo, entre outras pautas associadas ao conservadorismo, o fim dos partidos e dos governos. Para a frente periférica, isso, associado a palavras de ordem como “Fora Dilma”,  sinalizou a intenção desses grupos de usar formas não democráticas para atingir seus objetivos. No ato, bandeiras de legendas políticas e da Uneafro foram queimadas e militantes ficaram feridos.

A avaliação preliminar do grupo em formação é que é preciso haver apoio mútuo entre movimentos sociais e partidos de esquerda, ainda que haja diversas críticas a eles, especialmente ao PT e ao governo Dilma. “Não é hora de a Dilma sair. Nós vamos responder nas urnas”, afirmou Débora Silva Maria, coordenadora das Mães de Maio.

Para a frente periférica, é preciso reafirmar os preceitos da esquerda e formular uma pauta de reivindicações unificada e objetiva que contemple as demandas das regiões mais pobres da cidade, além de não permitir que grupos de direita usem a população como massa de manobra.

Diversos bairros na cidade e em municípios da região metropolitana também têm sido tomados por manifestações. Jovens já pararam avenidas importantes da zona sul, entre elas, a Belmira Marin, que liga o Grajaú à Cidade Dutra, e a Estrada de Itapecerica, no Capão Redondo.

Há mais de uma década, o movimento Hip Hop e os saraus têm reunido forças de esquerda em bairros afastados das regiões centrais da capital paulista. Agora, acredita Sérgio Vaz, poeta e coordenador da Cooperifa, é hora de colocar em prática todo o acúmulo desses movimentos.

“Não é uma luta qualquer. É luta de classes. A gente fala tanta coisa, escreve tanta coisa. Tanta gente cita o Che Guevara, agora o Mariguella. Chegou o dia”, avaliou. Vaz acredita que o fortalecimento do conservadorismo afeta diretamente a periferia. “Normalmente sobra para a gente. Mas as balas aqui não vão ser de borracha”, afirmou.

Canalhice feminina


Para todos os homens que dizem:
“Porque comprar a vaca, se você pode beber o leite de graça?”

Aqui está a resposta para vocês:

Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem por quê?...

Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma linguiça! HAHAHAHA !!!!

08 dicas pra não pagar mico em tempos de Manifestações

por Sidney Braga

  1. Não compartilhe o vídeo dos atores da Globo contra Belo Monte. Esse vídeo de 2011 está cheio de informações falsas. Inclusive alguns atores que gravaram o vídeo se arrependeram depois de descobrir que o que eles disseram não era bem assim.
  2. Não diga que foram gastos 30 bilhões em estádios. Na verdade, foram gastos 7 bilhões, que é coisa pra caramba. Desses 7 bilhões, grande parte é emprestado pelo governo federal, mas a maior fatia será paga pela iniciativa privada. Os outros 23 bilhões foram investimentos em infraestrutura, transporte e aeroportos. Inclusive, o investimento em transporte é uma das reivindicações dos protestos.
  3. Nunca peça pro governo gastar com saúde o mesmo que se gastou com estádio de futebol. Nos 7 anos de preparação para a Copa, foram gastos aproximadamente 7 bilhões com estádios. Neste mesmo período, foram gastos mais de 500 bilhões com saúde. Então se você fizer isso, na prática ta pedindo pra reduzir consideravelmente os gastos com saúde. Gastos com saúde nunca são demais. Então cuidado pra não pedir a coisa errada.
  4. Não peça um presidente pra garantir que algum político seja preso. Isso é papel do poder Judiciário. O manifesto deve ser endereçado a este poder.
  5. Não peça um presidente pra impedir a votação de uma lei ou PEC. Isso é prerrogativa do Congresso. O manifesto deve ser endereçado aos parlamentares.
  6. Não peça um presidente pra cassar o mandato de algum deputado ou senador. Isso é papel das casas legislativas. Está escrito no artigo 55 da Constituição Federal.
  7. Nunca peça pra fechar o Congresso e acabar com os partidos. O último presidente que fez isso foi um Marechal. Tal ato aconteceu em 1968 e foi nada menos do que o temido AI-5 da ditadura.
  8. Não compartilhe aquelas informações falsas sobre o auxílio reclusão. O auxílio reclusão é um benefício pago à família do detento que contribuiu com o INSS, logo ele está recebendo um valor pelo qual já pagou anteriormente. O detento deve ser punido, não sua família.

Pastor e ex-travesti: "sou 100% heterossexual"

Na semana passada, gritos e bate-boca marcaram uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília. O motivo: estava sendo discutido o projeto de decreto legislativo 234/11, conhecido como projeto de "cura gay" dos homossexuais. A proposta do deputado João Campos (PSDB-GO) quer derrubar o dispositivo do Conselho Federal de Psicologia que proíbe profissionais de atender pacientes gays que desejam mudar sua orientação sexual.
Para alguns especialistas, essa mudança é impossível. Não é o que pensa o pastor Joide Miranda, de 47 anos. O religioso mora em Cuiabá com a esposa Edna, com quem está há 17 anos, e seu filho Pedro, de 1 ano e 9 meses. Na capital matogrossense, ele fundou a ABexLGBTT (Associação Brasileira de Ex-LGBTTs), entidade que ajuda pessoas que "desejam deixar voluntariamente o estado da homossexualidade".
O estímulo para aqueles que o procuram é a sua própria história: aos 12 anos, Joide assumiu sua homossexualidade, aos 14, virou travesti, aos 21, foi viver uma relação homoafetiva com um italiano e, aos 26 anos, deixou tudo para trás após virar evangélico. Hoje, diz estar 100% restaurado na sua identidade heterossexual.
“A homossexualidade é uma conduta aprendida. Deus restaurou minha identidade e, quando ele faz isso, não há força maligna que faça voltar atrás”, diz ele. “A pessoa precisa substituir aqueles desejos, comportamentos, amizades e a forma de falar. Tem que encher a mente com as coisas de Deus. Precisa do esforço da pessoa”, ensina o pastor.
A entrevista ao iG ocorreu durante uma viagem ao Rio, onde foi convidado a pregar em uma igreja evangélica em Marechal Hermes, bairro da zona norte da cidade. No bate-papo, recheado de citações bíblicas, Joide Miranda contou sua história, descreveu o que um homossexual deve fazer para deixar de sentir desejo por pessoas do mesmo sexo, disse como iniciou o romance com sua esposa, criticou igrejas evangélicas GLS e fez alertas aos pais sobre os desenhos que as crianças assistem, citando o filme " Rio ". Leia a entrevista:

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1) PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO VETA EMENDA CONSTITUCIONAL. Sendo assim, não é para a Dilma que vocês têm que pedir a não aprovação da PEC 37 (ah, para quem não sabe, PEC significa Proposta de Emenda Constitucional), mas, sim, ao Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal).

2) PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO TEM O PODER DE DETERMINAR A PRISÃO DE NINGUÉM (ainda bem, né?!). Por esse motivo, caso vocês queiram ver os "mensaleiros" (sic) na cadeia, terão que pedir isso ao idolatrado Ministro Joaquim Barbosa, pois é o Poder Judiciário (no caso dos mensaleiros, o STF) que tem competência para fazê-lo.

3) NÃO É O PRESIDENTE DA REPÚBLICA QUE ELEGE O PRESIDENTE DO SENADO. É o próprio Senado que escolhe o seu presidente. Assim, a Dilma não pode chegar lá no Senado e gritar: "Fora, Renan Calheiros".

4) TRANSPORTE PÚBLICO MUNICIPAL É DA COMPETÊNCIA (ADIVINHEM!) DOS MUNICÍPIOS. Então, a pessoa mais indicada para resolver esse problema, a princípio, é o prefeito de cada cidade e/ou governador, e não a Dilma.

5) TAMBÉM NÃO É ATRIBUIÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA INSTAURAR CPI. Quem instaura CPI é o Poder Legislativo (no âmbito federal, a Câmara dos Deputados e/ou o Senado Federal).

6) O projeto de CURA GAY é de autoria de um deputado do PSDB . O Governo Dilma ja se posicionou contra o projeto da Cura Gay, por meio da SDH. Cabe agora agora ao Presidente Nacional do PSDB e os afiliados do PSDB retirarem o Projeto de Cura Gay, pois o mandato é do Partido e não do Deputado do PSDB.

Poesia da tarde


O segredo está no espanto, esse dom que exorciza o desencanto e nos mantém capazes de admirar.

Só envelhece quem, à sua volta, deixou de ter bem solta a surpresa de olhar. 

Torquato da Luz

Prá desopilar

Congresso é o palco principal para aprovar as medidas reivindicadas pela população

por José Dirceu
O pacto que a presidenta Dilma Rousseff propôs ontem no pronunciamento em rádio e TV passa pelos governadores e prefeitos, mas o Congresso Nacional é o palco principal para aprovar ou não as medidas a fim de enfrentar as demandas sociais por melhores serviços públicos de saúde, educação, transportes, segurança e reforma política.

Na Câmara e no Senado, a orientação dos governadores e mesmo dos prefeitos foi decisiva, por exemplo, para a não aprovação dos 100% dos royalties para a Educação ou para o fim da CPMF, mesmo com a inclusão no projeto da destinação total dos recursos arrecadados para saúde via Estados e municípios.

O mesmo podemos falar sobre os subsídios e renúncia fiscal para beneficiar o preço das tarifas do transporte público. As propostas do governo ficaram paradas ou encontraram a oposição dos governadores, que relutam em abrir mão de ICMS. Isso sem falar que as tarifas e a concessão de transportes são uma atribuição municipal; e o transporte metropolitano é estadual, idem para o metrô.

Já a reforma política não foi e não é aprovada na Câmara dos Deputados por falta de maioria ou porque a maioria não quer ou é contra o financiamento público, única forma de deter o domínio do dinheiro sobre a política. Nem o fim do sistema uninominal, que só existe no Brasil, consegue maioria. Uns querem voto distrital, outros querem voto em lista, mas a maioria não quer mudar nada.

Para começar a mudar o sistema político brasileiro e destinar mais recursos para a saúde e a educação, segurança, saneamento e transportes, é necessário aprovar aquelas propostas e, ao mesmo tempo, fazer uma reforma tributária para inverter o caráter regressivo e injusto da estrutura tributária brasileira, reequilibrando a federação e mudando seu caráter social regressivo.

A presidenta faz o certo, e a expectativa do país é que a sociedade, manifestantes, entidades, igrejas, partidos, sindicatos, movimentos sociais e populares, empresários, governos, partidos e o Congresso Nacional agarrem essa oportunidade e não desprezem o clamor das ruas e da maioria do povo, que tem o direito a uma vida melhor, cada vez melhor.

Fora do Congresso Nacional e do pacto entre os governantes, resta apelar para a soberania popular, numa consulta, um plebiscito ou uma Constituinte, para aprovar as reformas e mudanças reclamadas. Ou as urnas de 2014, o que pode ser tarde demais para as expectativas do que hoje ocupam as ruas.  

A mensagem da presidenta à sociedade foi muito positiva

Os críticos de seu governo prenunciavam o pior: a resposta de Dilma seria populista, seria equivocada, mal direcionada, pura peça de marketing. Enganou-se quem apostou nisso. A resposta procurou cobrir um amplo arco de questões que se passaram nos últimos dias (sem deixar de lado a truculência e as posições autoritárias que surgiram nas manifestações). O conteúdo, em suma, foi o seguinte: mais democracia. 
Se o governo Dilma terá força política para levar a diante a resposta que acaba de oferecer à sociedade brasileira, é assunto para uma análise mais detida. Mas a pessoa Dilma Rousseff pode alegrar-se pela coragem com que enfrentou o momento mais difícil de seu mandato e por ter honrado seu compromisso com a democracia.

Pronunciamento da presidente Dilma Rousseff sobre as manifestações populares

Dilma decifra o enigma

Autor: 
 
O discurso da presidente Dilma Rousseff captou perfeitamente o momento histórico, através dos principais fatores que emergiram das manifestações:
  1. A vontade de participar da moçada e da população e o anacronismo do aparato institucional.
  2. A separação nítida entre os anseios legítimos e os aproveitadores.
  3. O fato de, a partir de agora, o cidadão passar a ser o centro das políticas públicas, e não mais os poderes econômicos.
  4. A necessidade de um pacto entre União, estados e municípios para melhoria da mobilidade urbana e dos serviços públicos.
É um início promissor. Se não tivesse decifrado o enigma, teria sido devorada pela esfinge.
Agora, há que se pensar no pós-manifestações.
Dilma anunciou a intenção de alargar os canais de participação popular. E anunciou o plano de mobilidade.
Há que se conferir status nobre ao Ministério das Cidades e colocar, lá, alguém antenado com os novos tempos.
Mas o caminho da mudança é mais amplo.
Cada vez mais, aumentará a intolerância da opinião pública para com os homens públicos omissos, os que jogam unicamente para a plateia, os que não trazem, dentro de si, a chama das mudanças e da iniciativa pública.
Na hora de analisar seu Ministério, a presidente terá que pensar com seriedade esse ponto.  Há uma característica pessoal admirável na cidadã e militante Dilma Rousseff: a solidariedade para com os comandados. Mas, quando o objetivo maior são os resultados nas políticas públicas, essa qualidade vira defeito
Na Coluna Econômica de amanhã (que envio na 6a para os jornais e foi escrita ates do discurso da presidente) tento avançar algumas sugestões.
O ponto mais importante: as redes sociais são, definitivamente, o novo território de discussões políticas, de políticas públicas e do exercício da cidadania. É o ágora grego.
Portanto, a interlocução do governo com os jovens militantes e com a população em geral não pode se restringir a uma audiência presencial. Tem que se colocar o governo inteiro no rumo das redes sociais, definindo modelos de atuação para o novo mundo, organizando as informações públicas, ampliando a Lei da Transparência, definindo uma metodologia mais de acordo com a linguagem das redes para disseminar dados públicos e recolher impressões e opiniões.