Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

Faça transmissões ao vivo direto do seu smartphone

Tanto usuários de Android como de iOS podem fazer transmissões ao vivo de imagens, de onde quer que estejam, com o TwitCasting. É como se fosse um Twitcam móvel. O aplicativo faz o streaming da sua gravação em um endereço só seu. Basta espalhar o link para os amigos.

Baixe o aplicativo da AppStore ou Android Store e cadastre sua conta do Twitter nele. Aí, uma tela com um preview das imagens vai aparecer para você. Agora, é só clicar em "Go Live" para que a transmissão comece a ser feita, em áudio e vídeo. No mesmo instante que você começar a gravar, o app vai criar um tweet com o endereço do seu streaming, que pode ser postado direto dali. Assim, seus amigos já podem acompanhar sua programação acessando um endereço super fácil de decorar, que é: twitcasting.tv/ (twitcasting ponto tv barra) seu login do microblog. Nesta página seus amigos podem comentar sobre sua transmissão e você pode checar quantas pessoas estão te assitindo.

O aplicativo ainda te dá a opção de fazer vídeos offline, ou seja, você grava as imagens do jeito que quiser e só disponibiliza sua gravação depois. Ela será armazenada no mesmo endereço da transmissão ao vivo.

Selecionando "Settings", você pode personalizar a mensagem que será postada no Twitter todas as vezes que você iniciar uma transmissão, além de escolher suas preferências, como usar 3G ou Wi-Fi para fazer o streaming, e até permitir que o aplicativo se reconecte automaticamente, caso a rede caia.

Gostou? Se você tem vontade de fazer transmissões ao vivo via Twitter, acesse a App Store ou a Android Market e baixe o TwitCasting no seu smartphone.

O grande mico da Academia

[...] Brasileira de Letras, bem entendido. Em abril, como se em porre coletivo, a Academia Brasileira de Letras, leia-se Machado de Assis como ícone, prestou uma "singela" homenagem, sabe-se lá por ideia de quem, ao jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho. O mesmo Ronaldinho que já não é mais aquele, mas que dá suas festinhas, com direito a batucada e tudo, noite adentro no edifício onde mora, sem ligar a mínima para o desassossego dos demais condôminos. Ronaldinho Gaúcho nunca leu um livro sequer, mas, diga-se de passagem, chegou a pedir aos imortais presentes naquele fatídico abril, uma sugestão para ler algum, num tom de galhofa, bem entendido, como pedia a ocasião. Ronaldinho Gaúcho pode ser imortal enquanto ainda perduram seus dribles cansados, seus pênaltis perdidos, sua ginga ultrapassada, isso sem desmerecer seus gols escassos que ainda fazem delirar os torcedores do Flamengo de Bruno, o goleiro assassino. Não, não, minha gente, eu gosto de futebol, até que já gostei do Ronaldinho quando ele era menos boçal, o que me estarreceu foi o lance da Academia Brasileira de Letras conferir ao jogador de poucas, raras ou nenhuma letras, uma medalha que deve ter feito Machado de Assis ter um ataque de vergonha onde quer que esteja na sua merecida imortalidade. Terá a Academia perdido o pudor? Perdido o sentido? Uma jogada de marketing? Não sei. Virou piada e a piada era tão sem graça que virou piada internet afora. Imaginem os senhores, Ronaldinho Gaúcho, do alto de suas madeixas, com a medalha Machado de Assis no peito, sem ao menos saber quem foi Machado de Assis ou conhecer alguma de suas obras. Como vingança, alguns imortais bem poderiam formar um time e dar o troco. Na voz do histérico Galvão Bueno, a escalação do time: "No gol, Olavo Bilac. Lateral direito, Clóvis Beviláqua; zagueiros, Afonso Pena e Coelho Neto. Zagueiros, José Veríssimo e Felinto de Almeida. Volantes, Afonso Arinos e Hélio Jaguaribe. Meias, Afonso Celso, o Celsinho... Graaande Celsinho! E Manoel Bandeira. E os dois atacantes: Ruuuui Barbosa e Maaachado de Assis! Machadinho vai ser uma pedreira! Vai ser marcado por Ronaldinho Gaúcho, mas prometeu que será uma parede... O juiz será Nicolau, o Lalau, auxiliado por Palocci e Fernando Collor. Uma beleza de partida! Globo e você, tudo a ver!" E aí é só imaginar o desenrolar da transmissão: Bola com Rui, que atrasa pra Celsinho. Celsinho dribla Ronalducho e passa a Machado de Assis; Machadinho dá uma caneta em Ronaldinho Gaúcho e arranca para o gol sem ninguém inteligente, sem ninguém capaz de se mancar, de respeitar quem só elevou o nome do Brasil às alturas, e Machado chuta pra fora, morto de vergonha de uma Academia que, na falta do que fazer, é capaz de matar qualquer imortal que se preze...
A. Capibaribe Neto
capi@globo.com

PERDÃO





Perdoar o inimigo - difícil tarefa.
Difícil porque nosso coração se melindra tão facilmente ainda.
Difícil porque enxergamos o outro como inimigo também.
O que diz nos fere.
O que faz nos incomoda.
Pequenos gestos tornam-se grandes diante de nossos olhos.
Estamos mais suscetíveis a eles do que as demais pessoas.
Afinal, quem é inimigo de quem?
O outro é meu inimigo ou eu sou inimigo dele?
Percebem como é um caminho de mão dupla?
Se ele nos enxerga como inimigo, nós também o temos nessa posição.
Sendo assim, nos alertemos e deixemos de nos colocar sempre na posição de vítima.
Se deixarmos de refletir o mesmo sentimento que recebemos de nossos inimigos, estaremos "protegidos", mas também daremos um passo na direção da recuperação de um amigo, quem sabe...

AS CHANCES


Aquele  que te bate à porta
 Pode ser a tua grande chance 
De redenção e reajuste.
Aquele que te estende a mão
Pode ser a oportunidade
Que pediste ao Pai.
Aquele que te dá um sorriso,
Que será ignorado,
Pode ser aquele
Com quem te comprometestes,
Tempos atrás.
São estas palavras, lembretes
Para os homens desta terra,
Que tão pouca importância dão
A gestos tão importantes.
Que tão pouca atenção prestam
Aos sinais sutis
Que amigos tão dedicados
Enviam para sua orientação.

States desenvolvimentista?

Quem há de negar a forma elegante, bonita, inteligente como o ex-tucademo Luiz Carlos Bresser Pereira manipula as palavras?...

Quem diria que foi ministro de FHC e defendeu com unhas e dentes o neoliberalismo?...

Depois de ler o artigo (abaixo) assinado pelo dito cujo, você acredita numa palavra do que ele disse?...

Sei não mas, tenho a impressão que sei lá.

O Valor publicou nesta semana uma notícia reveladora. Em sua edição do dia 13 informou que "Obama pretende criar um banco semelhante ao BNDES". Não pude deixar de achar graça. Estariam os Estados Unidos se voltando para o famigerado desenvolvimentismo, depois de haverem brandido por muitos anos a bandeira do neoliberalismo e terem pregado a privatização, a liberalização e a desregulamentação geral, em nome de uma racionalidade supostamente superior que modelos econômicos matemáticos justificariam? 

O correspondente do jornal em Washington, Alex Ribeiro, informa que "o governo Barack Obama aposta as suas fichas na criação de uma espécie de BNDES americano para financiar projetos de transporte, energia e saneamento". Esta é uma boa notícia. O grande país está afinal se dando conta do preço alto que está pagando por ter adotado o credo neoliberal.
Enquanto os Estados Unidos investem apenas 2% de seu PIB em infraestrutura, a China investe 8%. Enquanto o PIB dos Estados cresceu, nos últimos 30 anos, 1,7 vezes, o da China cresceu 17,7 vezes! Eu não diria que essa diferença enorme de desenvolvimento se deveu exclusivamente à política econômica neoliberal americana. Os Estados Unidos estão em um estágio mais avançado de desenvolvimento, e é natural que sua taxa de crescimento seja menor.
Mas a diferença é muito grande, e só pode ser explicada por políticas e por reformas econômicas que equivocadamente opuseram o Estado ao mercado, enquanto na China as duas instituições eram combinadas.
Os neoliberais não compreenderam que não vivemos mais no capitalismo "dos capitalistas" do século 19, em que o mercado era pobremente regulado pelo Estado e as taxas de crescimento eram muito baixas.
Vivemos no capitalismo "dos profissionais" ou na sociedade do conhecimento. Vivemos em um tempo em que a revolução da tecnologia da informação aumentou a capacidade de planejamento e controle dos sistemas econômicos e viabilizou taxas de crescimento muito maiores para os países que se aproveitam desses novos recursos. Mas para isso é preciso associar capitalistas e profissionais, mercado e Estado, concorrência e planejamento.
E construir uma estratégia nacional de desenvolvimento da qual os trabalhadores sejam parte.
Essa não é uma combinação fácil, mas o fordismo ""a coalizão política que caracterizou os Estados Unidos entre o início do século 20 e os anos 1970"" aproximou-se desse modelo, especialmente durante o New Deal. O Brasil, entre 1930 e 1980, também cresceu de forma extraordinária porque soube associar Estado e mercado.
Mas nos anos 1970 cometeu o erro de aceitar indiscriminadamente os capitais externos, se endividou, se enfraqueceu, e, afinal, se rendeu ao neoliberalismo. Nos últimos anos, porém, os brasileiros perceberam seu erro, e tentam sair da armadilha. Os Estados Unidos demoraram mais para perceber que um Estado fraco não gera um mercado forte. Foi preciso a crise financeira brutal de 2008 para que começassem a acordar.
A regulamentação dos mercados financeiros pela Lei Dodd-Frank fortaleceu Estado e mercado. Agora, a possível criação de um BNDES americano aponta na mesma direção. Mostra que cabe ao Estado planejar os grandes investimentos e contribuir para seu financiamento.
E assinala que um Estado capaz e desenvolvimentista é essencial para que o mercado seja vivo e competitivo.



Chico Buarque 67 anos

Não é uma data redonda, mas é uma data de celebração da cultura nacional na pessoa de um de seus principais representantes. Chico Buarque busca a novidade, mas não o novo pelo novo.
Como ele mesmo disse, a música brasileira já traz em si a mudança. Acrescentou conhecimento para a arte, misturando o erudito e o popular, influenciado pela Bossa Nova. Toda a obra desse autor está permeada da alma do brasileiro e do sonho de um Brasil para todos, para todos os brasileiros.
Nos anos 1960 ele escreveu um artigo no jornal Última Hora intitulado “Nem toda loucura é genial, nem toda lucidez é velha”, justamente para mostrar a sua lucidez revolucionária, que é a mesma de quem acredita no socialismo brasileiro como futuro. Foi pioneiro ao imprimir as letras das canções, em 1967, mostrando a semelhante preocupação com letra e melodia.

Seguindo passos de Noel Rosa, que urbanizou o samba, Chico ajudou a politizar a MPB com temas de resistência à ditadura e de denúncia das mazelas do capitalismo dependente. E com isso chamou ainda mais a atenção da censura...
Tanto que em certo momento apenas o aparecimento de seu nome bastava para a obra ser censurada, justamente numa pressão econômica, para ver se o autor cedia. Não cedeu e ainda cutucava a onça com vara curta, às vezes curtíssima, como a canção Cálice, em parceria com Gilberto Gil, que, tendo sido proibida, eles tocaram e cantarolavam num show, quando tiveram os microfones cortados.
Em 1974, lançou um disco com canções de outros compositores tendo como faixa-título, muito apropriada, Sinal Fechado, de Paulinho da Viola. Nesse mesmo LP aparece a música Acorda Amor, sob os pseudônimos Leonel Paiva e Julinho da Adelaide, uma maneira para driblar a censura. Teve inúmeras músicas e peças de teatro censuradas.
O cale-se da ditadura
Avesso a badalações. Chico é a antítese do padrão elitista do artista isolado, excêntrico e, portanto, distante do povo. E como todo grande autor que faz opção pela temática popular, nacional, social e política, passa a ser criticado por setores da elite, principalmente da direita raivosa, com olhos voltados para Miami. Taxado de modo jocoso de “unanimidade nacional”, nunca teve unanimidade.
A crítica conservadora sempre viu em Chico Buarque um “conservadorismo” musical, quando o oposto era a verdade justamente por ele respeitar as raízes populares da cultura e com essa temática trazer inovações para a música popular brasileira. Essa direita fala mal de Chico até hoje, com sempre falou mal de Lula, do PCdoB, do MST, enfim de tudo o que tem conteúdo contrário às suas propostas.
Apoiou-se nos ombros de grandes como Noel Rosa, Pixinguinha, Ismael Silva, Ataulfo Alves, Cartola, Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes, João do Vale, mas principalmente João Gilberto, aquem Chico disse que procurava imitar, e o “maestro soberano” Tom Jobim, de quem virou parceiro e é homenageado na música Paratodos. Mas Chico tornou-se referência obrigatória em qualquer trabalho sobre a música popular brasileira e da literatura dos últimos anos. Talvez o nosso artista e escritor mais completo. Não se rendeu às facilidades do mercado e nem cedeu à ditadura – decidiu resistir. É certo que não foi único, mas esteve entre os principais com sua obra engajada politicamente e de uma qualidade sem parâmetros.
Apresenta pela primeira vez em 1964 num show no Colégio Santa Cruz, em São Paulo, a música Tem Mais Samba, onde já mostra ao que veio: ser a voz dos que não têm voz. Os versos dessa canção já diziam “Tem mais samba no homem que trabalha/Tem mais samba no som que vem da rua”.
No mesmo ano participa do Festival da Excelsior com a música Sonho de um Carnaval, interpretada por Geraldo Vandré. Nunca mais parou. Chico já demonstrava a preocupação com o cotidiano e com a vida do homem comum, dos trabalhadores, engajou-se na resistência à ditadura (1964-1985), como ele mesmo disse em entrevista “não poderia deixar de resistir”. A mídia o taxava de “velho”, “ultrapassado”, assim como sempre taxou os comunistas de “jurássicos”, simplesmente porque tudo o que significa defesa da cultura nacional e popular para a elite é antigo. Ao contrário, Chico disse ser “comunável”, ou seja, amigo dos comunistas, sempre buscou aproximar-se e valorizar a nossa cultura, o nosso país.
A Banda
O sucesso disparou com A Banda ao vencer o Festival da Record, em 1966. E no ano seguinte escreve a peça Roda Viva, que dá uma reviravolta em sua carreira. Passa a ser mais perseguido pela ditadura, a ponto de alguns anos mais tarde ser forçado a exilar-se na Itália, de onde voltou “fazendo barulho”, como aconselhou Vinicius de Moraes.
Já denunciava a mercantilização da cultura. Chico tem a obra permeada pela moça da favela que desce o morro de blusa amarela, batendo a panela e vem para o asfalto proclamar seus direitos, como na canção Pelas Tabelas, onde o social e o individual caminham lado a lado para construir uma nova sociedade, com justiça social, liberdade, onde todos sejam iguais em direitos e a vida seja respeitada. Canta o pivete que “vende chiclete e se chama Mané” e a expressão da mãe do guri, que “trouxe uma penca de documentos para finalmente” ela se identificar, como cantou a mãe que lutava para ter o corpo de seu filho assassinado nos porões da ditadura na canção Angélica dedicada a Zuzu Angel.
Essa mistura de temas e sons e a fineza com que trabalhou os temas populares é que a elite não perdoa em Chico Buarque, como em Construção, onde escolhe terminar todos os versos em proparoxítonas (palavras mais raras em nossa língua) para falar da vida de um operário daconstrução e da opressão capitalista do trabalho alienado e, portanto, do trabalhador insatisfeito. Em Cotidiano, diz “meio dia só penso em dizer não, depois penso na vida pra levar e me calo com a boca de feijão”. É o social com individual, da luta incessante de um povo para ter sua vida respeitada.
Chico nunca cedeu a facilidades. Brigou com os militares quando utilizaram A Banda num comercial para o serviço militar, rompeu com a Globo pela prática de censura que tomou conta da emissora. “Não concordo com o monopólio, com o tipo de censura que a Globo andou fazendo”, disse. Anos depois também afirmaria que “o fato de a Globo ser tão poderosa, isso sim eu acho nocivo”.
Com uma visão muito crítica disse que jornalistas têm certo poder e ele não está “para agradar poderosos”. Temática que sempre norteou sua obra. Ia a Cuba frequentemente com diversos artistas participar de festivais, quando Cuba e os cubanos eram proibidos no Brasil.
Há pouco tempo, o compositor carioca criticou a política econômica de FHC e o “príncipe” da sociologia, avesso à críticas contrárias, o chamou de “repetitivo”, justamente pelas conhecidas posições políticas de Chico em apoio ao ex-presidente Lula. Na eleição da presidente Dilma, o ano passado, Chico havia dito que votaria nela por ser a candidata do Lula; no embate do segundo turno voltou à cena afirmando que com o governo Lula “o Brasil é um país que é ouvido em toda parte porque fala de igual pra igual com todos. Não fala fino com Washington, nem fala grosso com a Bolívia e o Paraguai.”
No fim do da ditadura compôs Vai Passar, um verdadeiro hino à liberdade e ao Brasil. Mas sempre com sua lucidez peculiar cantou uma “alegria fugaz, uma ofegante epidemia que se chamava carnaval”, com a clareza de que ainda há muito que fazer para chegarmos ao Brasil que tanto desejamos.
Não cedeu a modismos, fez o trabalho como acreditou que devia ser feito. Mesmo suas obras feitas para momentos específicos nunca perdem a atualidade, comoApesar de Você, que narrava a ditadura, mas também que pode ser o neoliberalismo com suas teses antinacionais.
Também enfrentou problemas com algumas músicas. A sua música em parceria com o teatrólogo Augusto Boal, Mulheres de Atenas, foi criticada por setores feministas, quando o pretendido era justamente o contrário, era atacar a repressão sexual e a opressão machista. Mais grave ainda ocorreu com Geni e o Zepelim, quando as pessoas cantarolavam o refrão da música e jogavam areia em moças que praticavam topless nas praias, no Rio, num efeito totalmente adverso ao pretendido. Chico nunca mais cantou essa canção.
As críticas eram tantas que chegou um momento em que Chico parou de cantar e fazer shows, porque isso prejudicava a sua criação e por querer deixar suas músicas para serem interpretadas por “especialistas”, mas essa decisão não pôde durar muito, o público exigiu Chico Buarque interpretando suas canções. A pérola Meu Caro Amigo, em parceria com Francis Hime, foi feita para Boal no exílio e tornou-se um hino da resistência, assim como Apesar de Você e tantas outras. Esse choro inovador denunciava que “a coisa aqui tá preta”.
Música, teatro, literatura
Chico partiu de sua música, já muito censurada para o teatro na tentativa de dissuadir um pouco essa tenaz censura a si. Suas peças desde Roda Viva também foram confrontadas. Calabar, em parceira com o moçambicano Ruy Guerra, foi inteiramente proibida e inclusive diversas canções e capa do disco censurados após terem sido liberados. Escreveu também Gota D’ÁguaÓpera do MalandroOs Saltimbancos.
A guerra Chico x censura se acentuava. O primeiro livro escrito em 1974, a novela Fazenda Modelo, uma metáfora do Brasil. Escreveu o livro infantil Chapeuzinho Amarelo (1979), a menina que tinha tanto medo, mas que foi superando até que a palavra lobo virou bolo, o bolo da vida e da superação. A dedicação à literatura ficou marcante a partir de Estorvo, publicado em 1991, aí vieram Benjamim (1995), Budapeste (2003) e Leite Derramado (2009). Isso mostra que a sua criatividade e inventividade nunca parou de crescer. Aliás, o próprio Chico afirma que com o avanço de tempo tem ficado cada vez mais exigente.
Chico Buarque representa a cultura do Brasil para todos, do Brasil para os brasileiros. E se o objetivo do artista, do escritor, do intelectual é atingir o infinito, ninguém mais do que Chico atingiu essa meta, como na canção Tempo e Artista, cujos versos afirmam que “num relance, o tempo alcança a glória e o artista o infinito.”
E mesmo antes de John Lennon afirmar com razão que “a mulher é o negro do mundo”, Chico já cantava a alma feminina como ninguém. "Cavalo de sambistas, alquimistas, menestréis, mundanas, olhos roucos, suspiros nômades, a alma à deriva. Inventado porque necessário, vital, sem o qual o Brasil seria mais pobre, estaria mais vazio, sem semana, sem tijolo, sem desenho, sem construção", disse Ruy Guerra sobre o amigo Chico.
Recentemente ele disse gostar de rap, "o tipo de música que uma vez foi feita, por mim e por outros, com uma temática social, eles fazem isso melhor, porque vêm de lá. Eles falam para sua gente, vêm das favelas e são ouvidos por todos os tipos de pessoas. Eles têm algo a dizer, muito sério." Esse é o Chico das ruas, do carnaval, do samba, da valsa, do choro, da vida, do povo brasileiro. Como disse o cubano Pablo Milanés no programa “Chico & Caetano” (Globo) “Chico Buarque não é de Itália é de Hollanda, mas é do Brasil”.
Pela sua arte e por sua trajetória parabéns Francisco Buarque de Hollanda pelo seu 67º aniversário e obrigado por ser o nosso Chico Buarque.
por Marcos Aurélio Ruy, do portal Vermelho 

Comunicado do Ministro de Estado Aloízio Mercadante

A revista Veja publicou na sua última edição, de 22 de junho, matéria na qual sou alvo de falsas insinuações que me levaram a divulgar esta nota pública, voltada para a sociedade brasileira e, em especial, para toda a comunidade de pesquisadores, cientistas e agentes da inovação. Ao tentar envolver meu nome em uma suposta trama que teria ocorrido há cinco anos, quando fui candidato ao governo de São Paulo, a matéria agride valores essenciais ao Estado democrático de Direito.

Em primeiro lugar, porque um dos principais personagens citados, de quem democraticamente divergi durante toda a minha vida política – inclusive nas últimas eleições – faleceu recentemente e, por isso mesmo, não pode mais ser ouvido. Em segundo lugar, a matéria não informou que estas ilações já haviam sido mencionadas à época e que o ex-Procurador Geral da República, Antonio Fernandes de Souza, reconhecido pelo rigor de seus pareceres, pronunciou-se de modo inequívoco e isentou-me de qualquer envolvimento na suposta operação.

A revista também não mencionou que, por unanimidade, a instância máxima da Justiça brasileira, o Supremo Tribunal Federal, inocentou-me completamente do episódio. Não poderia deixar de reafirmar à sociedade brasileira meu apego ao Estado de Direito, às regras da democracia e o respeito aos direitos e garantias individuais. Essa foi e continuará sendo a marca de meu caráter. As falhas de informação e as opiniões marcadamente distorcidas não mudarão minha atuação à frente do Ministério da Ciência e Tecnologia, nem diminuirão o esforço que desenvolvemos para assegurar a mais ampla liberdade de imprensa e a transparência como valor essencial da vida pública.

Aloizio Mercadante
Ministro da Ciência e Tecnologia

Ainda sobre os "problemas psicológicos" de Lula

Acho que tenho a tese...
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O Lula fala a lingua do contrário... quando diz sim, é não; e vice-versa...
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Então quando ele se omite em relação ao niver do FHC, êle está realmente mandando efusivos abraços e parabenzes... e quando critica os "formadores de opinião" está apenas confirmando que eles são todos formadores de boa cêpa...
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Mas, êle está confundindo as cabeças manifestando-se de forma tão contraditória... está, com sempre, sendo um péssimo comunicador...
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Caracoles, também não faz muito sentido...
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Muito complicado esses negócios de problemas psicológicos...
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Em psicologia, falam muito que se fala do que falta... se o cara diz que sou honesto é porque não é, se o cara diz que é bom, é porque é um desastre...
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Como na música: "O Homem que diz sou, não é ... porque quando é mesmo não diz..."
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Confundiu de novo ... vou revisar...
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Ficou claro para mim...
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A imprensa, assim como o FHC, está pedindo que o Lula os elogie...
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O argumento é: se ele não me elogia... é porque ele se sente inferior, ou melhor: é porque é um fiadamãe é inferior... sem cultural formal, que não tem maneirismo de chevalier...
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BRILHANTE... não tinha pensado nisto...
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Agora, porque dar tanta importância a falta de elogio de quem é inferior e tem problemas psicológicos por se sentir inferior...
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Geralmente se aguarda elogio de quem admiramos...
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Espera aí... ficou confuso... não faz muito sentido... vou refazer os cálculos...
por Orago

Lula tem 2 problemas piscológicos

É o que afirmam FHC, Gilberto Dimenstein e uma penca de miquinhos amestrados pelo Pig.

A Ofélia da política brasileira, diz que Lula é doente porque não lhe dá a importância que ele [FHC] julga ter.

Dimenstein e  muitos penas de aluguel, diagnosticaram a doença de Lula porque também julgam-se mais importante do que na realidade são [a eleição, reeleição de Lula e a eleição da Dilma prova isto,só eles que não percebem].

 Quanto ao divã?...

Isso é prá quem tem $$$ e falta amigos. Nunca vi um brasileiro "padrão", pagar para ser ouvido. Mas, com certeza FHC e eles pagam e são pagos para escreverem [o que o Pig manda], serem lidos e adulados.

A turma da lantejoula tá ouriçada rsss. 


Mulheres mentem ao dizer que foram estupradas

É o que disse o Bíspo de Guarulhos, Luiz Gonzaga Bergonzini. Ele afirma que a mentira seria para mulher conseguir liberação da lei para pratica do aborto.

[...] "Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil". 

[...]"Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre"

[... ] Há os casos em que não é bem violência... Não queria, não queria, mas aconteceu..."

[...] "Então sabe o que eu fazia?" Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. "Eu falava: bota aqui", pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. "Entendeu, né? Tem casos assim., do 'ah, não queria, não queria, mas acabei deixando'. O BO é para facilitar o aborto", diz.
pinçado do Vida em Órbita

Minha casa em construção: Domingo de calor, tempestante e futebol em família...

Minha casa em construção: Domingo de calor, tempestante e futebol em família...: "A Cê Vilanova, guria aqui do sul que mora (e está construindo) no RJ, comentou sua estranheza em relação às imagens em que meu filho (Leo) e..."

Retrato da Paz

Um rei ofereceu um grande prêmio para o artista que melhor pudesse retratar a ideia da paz. Muitos pintores enviaram seus trabalhos ao palácio, mostrando bosques ao entardecer, rios tranquilos, crianças correndo na areia, arco-íris no céu, gotas de orvalho em uma pétala de rosa.

O rei examinou todo o material que lhe foi enviado, mas terminou selecionando apenas dois trabalhos.

O primeiro mostrava um lago tranquilo, espelho perfeito das montanhas poderosas e do céu azul que o rodeava. Aqui e ali se podiam ver pequenas nuvens brancas, e, para quem reparasse bem, no canto esquerdo do lago existia uma pequena casa, a janela aberta, a fumaça saindo da chaminé - o que era sinal de um jantar frugal, mas apetitoso.

O segundo quadro também mostrava montanhas. Mas estas eram escabrosas, os picos afiados e escarpados. Sobre as montanhas o céu estava implacavelmente escuro, e das nuvens carregadas saiam raios, granizo e chuva torrencial.

A pintura estava em total desarmonia com os outros quadros enviados para o concurso. Entretanto, quando se observava o quadro cuidadosamente, notava-se numa fenda da rocha inóspita, um ninho de pássaro. Ali, no meio do violento rugir da tempestade, estava sentada calmamente uma andorinha.

Ao reunir sua corte, o rei elegeu esta segunda pintura como a que melhor expressava a ideia da perfeita paz.

E explicou:

- Paz não é aquilo que encontramos em um lugar sem ruídos, sem problemas, sem trabalho duro, mas o que permite manter a calma em nosso coração, mesmo no meio das situações mais adversas. Este é o seu verdadeiro e único significado.
Estória contada pela jornalista Dulce Rojas  a Paulo Coelho.

O Pig não brinca em serviço

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A luta da blogosfera é debatida em encontro nacional em Brasilia
Lula
Com muita satisfação, participei na tarde deste sábado, a partir das 14h, do II Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas aberto ontem em Brasília. Durante três dias, blogueiros, militantes de movimentos sociais e representantes do poder público debaterão os caminhos e desafios da Internet (vejam nota).

Analisei com os demais blogueiros este meu diário na Internet, o espaço que todos nós abrimos aos movimentos sociais, e as tentativas que não cessam de parte dos conservadores, em particular da velha mídia, de sufocar e censurar os blogs por medo da concorrência. Alegra-me, aliás, seguir os passos dados ontem, nessa linha, pelo ex-presidente Lula.

Na abertura, nesta 6ª feira, cerca 500 pessoas lotaram o auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) na capital federal. Entre as bandeiras de luta conjunta, como bem lembrou Maria Frô, coordenadora da mesa, estão a democratização da comunicação e a liberdade na Internet e a difusão da banda larga em todo o país.

Blogosfera livre, um direito de todos
Saudados pelo governador de Brasília, Agnelo Queiroz, que reafirmou a meta de 100% de banda larga na capital federal, os blogueiros contaram com o pronunciamento do ex-presidente Lula que defendeu a banda larga como um direito de todos os brasileiros.

“Temos menos computador e gente na Internet do que deveríamos ter - assinalou o ex-presidente - mas estamos num processo de avançar. Estou convencido de que a presidenta Dilma vai continuar trabalhando com mais força e vigor para que consigamos fazer da banda larga um direito de todos, inclusive das pessoas que não têm dinheiro para pagar”.

Aplaudido pelo público, o ex-presidente ressaltou, também, o papel da blogosfera hoje no país, uma alternativa para que a sociedade formule e veicule suas próprias ideias e o cidadão exerça o seu direito de ser também um formador de opinião pública.

Lula: "a direita não brinca em serviço"


Ele analisou a importância da liberdade de opinião e reconheceu o papel da blogosfera na defesa da liberdade de expressão durante o seu mandato: “Não vou esquecer nunca o papel que vocês tiveram na defesa da liberdade de expressão durante os oito anos do meu governo e nas eleições."

O ex-presidente lembrou, também, episódios da campanha de 2010, como a farsa montada em torno da bolinha de papel que teria atingido o então candidato à presidência José Serra. Analisando o baixo nível do debate durante as eleições, Lula afirmou que os blogueiros "evitaram que os falsos formadores de opinião ditassem regras do que deveria acontecer no país".

"Nós precisamos agir com muita seriedade, porque a direita não brinca em serviço. Temos que ter seriedade e não perder nunca a razão, para não perdermos a causa", advertiu o ex-presidente, comemorando, também, o sucesso do encontro de blogueiros aberto ontem em Brasília.
por Zé Dirceu

Financismo: A falência do modelo

Nas telinhas, temos visto cenas degradantes vindas da Grécia. A polícia trata a população como se constituída de criminosos. Gás lacrimogêneo em profusão, balas de borracha e até de aço, pancadaria e  prisões em massa. Tudo porque a população protesta contra a fórmula clássica  de enfrentar crises econômicas: aumento de impostos, redução de salários, demissões aos montes, cortes nos investimentos sociais e sucedâneos. Governo e elites financeiras, precisamente os causadores das dificuldades atuais, continuam vivendo muito bem e sustentando que só assim a Grécia poderá continuar pagando  empréstimos e remunerando a especulação externa. Um dia a casa cai, pois o modelo toma conta da Europa: Portugal, Espanha, Irlanda, Turquia e outros países padecem do mesmo mal e engolem a mesma  receita.
Carlos Chagas

Surf feminino

imagem.asp?Imagem=514546Maior recordista do surf feminino brasileiro, Tita Tavares fala das conquistas e desafios no retorno às competições

No ano de 2009, a surfista cearense Tita Tavares sofreu uma grave lesão no tornozelo esquerdo que a tirou do Circuito Brasileiro de Surf Profissional. Com a perda da vaga, ela, que é detentora de nada menos que quatro títulos nacionais da categoria, teve de participar do circuito de acesso para recuperar sua vaga. Com tal objetivo, Tita passou o ano de 2010 focada na sua reabilitação profissional.

E seu retorno a elite do surf feminino foi em grande estilo. Na primeira etapa do Brasil Surf Pro, realizada no último final de semana na Praia do Cupe, situada no famoso balneário de Porto de Galinhas/PE, a cearense acabou sendo o maior destaque da competição terminando como vice-campeã da disputa.

"Acredito que ainda posso competir em alto rendimento por mais ou menos dez anos. Tenho 35 anos e atualmente, uma de minhas maiores preocupações é com minha velhice, aposentadoria, essas coisas", afirmou Tira acrescentando, "não tenho ideia de como vai ser, mas confio em Deus e no surf e sei que vou encontrar uma saída para conseguir envelhecer com dignidade e sempre me orgulhar da vida que escolhi para mim", afirmou a atleta.

História de títulos

A pequena notável cearense sempre foi um prodígio do surf. Aos cinco anos começou a surfar como a maioria dos seus ídolos: com pranchas feitas de madeira pelo próprio irmão. Foi nessa época que ela começou a ser chamada de Tita.

"O nome Tita vem por causa da rua que sempre morei que se chama Titan e da minha praia, o Titanzinho, pois, desde criancinha, quando ainda tinha cinco anos de idade, eu já vivia lá, observando os primeiros surfistas cearenses pegando suas ondas. Foi assim que todo mundo começou a me chamar de Tita e é por isso carrego esse nome com muito orgulho", declarou.

Contudo, não foi da noite para o dia que Tita conquistou os resultados que a tornaram a maior recordista do surf feminino brasileiro de toda a história.

E tudo começou quando os amigos Amélio Júnior e Romero Jucah, atualmente dirigentes esportivos ligados ao surf, viram o potencial que aquela criança apresentava e passou a procurar empresas que a patrocinassem. Em pouco tempo, ela já estava viajando o Brasil e impressionando a todos que viam o seu alto rendimento, que anunciava uma campeã em plena fase de construção.

Foi assim que Tita ingressou no mudo das competições onde, entre outras façanhas, começou a enfrentar e vencer torneios disputados entre os homens. Ela conta que, naquela época, a categoria feminino dispunha de raríssimos campeonatos e, por isso, precisava competir com os marmanjos. Para a atleta, não se pode negar que o surf feminino evoluiu nos últimos dez anos. Mas está longe do ideal.

LEGADO
Novas Titas estão a caminho

Quando Tita Tavares está no Titanzinho, uma verdadeira legião de meninas a segue por onde quer que ela vá. E durante a manhã e a tarde em que nossa equipe acompanhou essa estrela do surf cearense e brasileiro não foi diferente. As meninas se esforçavam para impressioná-la. Foi o caso de Larissa dos Santos, que aos 13 anos de idade já ganhou várias competições. Ela é a atual campeã cearense da categoria Iniciante do Circuito de Surf Amador. Também levou o Circuito Seletiva Petrobras, importante competição que revela talentos.

Larissa nos conta que está seguindo todos os conselhos de Tita. Desde o cuidado com as notas na escola até a disciplina de treinos. "Tita é um verdadeiro exemplo. Também sonho em viajar pelo mundo, surfar no Havaí e em muitos outros lugares e, principalmente, levar o nome do Ceará e do Brasil para o topo dos pódios do mundo inteiro, assim como ela fez e continuará fazendo por muitos anos", comentou Larissa com os olhos brilhantes de quem sonha em seguir os passos da ídolo.

Boa influência

Durante um dia inteiro, nossa equipe pôde acompanhar a rígida rotina de treinos da maior surfista cearense de todos os tempos. Estivemos com ela desde o início do dia, quando foi treinar no Portão - segundo Tita, a melhor praia do Ceará para se surfar quando a maré está bem seca, até o sol se por - onde nos mostrou tudo o que aprendeu em seus 30 anos de surf.

Foi o momento para perceber a importância do surf para a comunidade do entorno da Praia do Titanzinho, localizada no Bairro do Serviluz. Lá, diferentemente do que observamos em outras áreas periféricas da cidade, muitas das crianças conservam sonhos incomuns para os mais novos. Enquanto outros estão sonhando com bolas, bicicletas e bonecas, e não têm a mínima ideia do que querem ser quando crescer, as crianças do Titanzinho sonham em ser atletas profissionais.

Serão as futuras Titas, a dar continuidade à história que foi e continua sendo escrita por essa cearense arretada de apenas 1,45m, que com muito treino, talento e dedicação, conseguiu se tornar uma gigante do surf.

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 por ÍKARA RODRIGUES


por Luis Fernando Verissimo

Lido

Outra carta da Dorinha
Recebo outra carta da ravissante Dora Avante. Sim, ela está viva. A notícia de que teria desaparecido durante uma lipoaspiração que não soubera onde parar foi um pouco exagerada, segundo suas próprias palavras. Dorinha, como se sabe, não revela a idade. Diz que não comemora mais seu aniversário "para não banalizar a data". Só Deus e o Pitanguy sabem quantos anos ela tem e Dorinha confia na discrição dos dois.
Sua carta veio, como sempre, escrita com tinta grená em papel violeta aromatizado com o perfume "Mange moi" — que, de acordo com a defesa do Strauss-Kahn, era o que a camareira da Guiné estava usando naquela tarde.
"Caríssimo. Beijíssimos! Sim, sou eu, ou um fac-símile razoável. Acho que depois da última plástica sobrou muito pouco do original. Não, eu não estava morta, estava em Miami, que é pior. Na volta vim num avião com trezentas crianças, todas com chapéus do Mickey Mouse. Cada vez entendo menos as críticas a Herodes, claramente um injustiçado.
Na praia conheci um surfista chamado Dwayne que gostou tanto dos meus seios que não tive coragem de dizer que nenhum dos dois era meu. Como você sabe, fui a primeira mulher a fazer ‘topless’ numa praia brasileira, embora não seja verdade que o padre Anchieta protestou. Dwayne e eu conversamos, apesar de ser difícil saber quando um americano está falando ou mascando chiclete mais alto, e marcamos um encontro mais tarde na minha cama. Onde nos conhecemos no sentido bíblico mas numa versão condensada, passando rapidamente de Atos a Apocalipse, pois descobri que o Dwayne se chamava Argemiro e era de Governador Valadares. E não queria ser pago em dólares mas em reais, que valem mais. No verão que vem, Praia de Ramos. Onde pelo menos quando você exclama ‘Jesus!’ não aparecem três cubanos e dizem ‘si?’.
Mas tudo isso é para contar que eu e meu grupo, as Socialaites Socialistas — Tatiana (‘Tati’) Bitati, Lusimara (‘Lus’) Trosa, Cristina (‘Qui’) Coisa e as outras —, estamos nos mudando para Brasília, para estarmos por perto caso a Dilma nos chame para o ministério. Não é para bajular mas sou totalmente a favor do sigilo eterno para os documentos da República. Vai que apareçam os versinhos safados que o marechal Dutra me mandava! Da tua Dorinha."

Aposentados e pensionistas


Contribuir para a Previdência Social no Brasil está sendo um negócio sem garantia. O trabalhador contribui para 10 salários de referência e quando completa a idade e os 35 anos de contribuição, por causa do maldito fator previdenciário, de cara ele sai perdendo no seu benefício, no ato da aposentadoria, 40% no caso dos homens e 50% no caso das mulheres. Se o Presidente da Câmara, Deputado Marco Maia agir como um verdadeiro homem público, e liberar os PL’s 01/07, 3299/08 e 4434/08, o fator previdenciário deverá cair e os direitos dos aposentados e pensionistas poderão ser restabelecidos, é só os Deputados aprovarem e a Presidente Dilma não vetá-los.
Odoaldo Vasconcelos Passos 
Belém - PA 

07 anos sem Brizola, quanta falta ele faz

Uns dizem que ele vive. Onde? Como? Quem lhe segue os passos e preserva seu legado?

"Vi um homem chorar porque lhe negaram o direito de usar três letras do alfabeto para fins políticos. Vi uma mulher beber champanha, porque lhe deram esse direito negado ao outro.
Vi um homem rasgar o papel em que estavam escritas as três letras, que ele tanto amava. Como já vi amantes rasgarem retratos de suas amadas, na impossibilidade de rasgarem as próprias amadas.
Vi homicídios que não se praticaram, mas que foram autênticos homicídios: o gesto no ar, sem consequência, testemunhava a intenção. Vi o poder dos dedos. Mesmo sem puxar o gatilho, mesmo sem gatilho a puxar, eles consumaram a morte em pensamento.
Vi a paixão em todas as suas cores. Envolta em diferentes vestes, adornada de complementos distintos, era o mesmo núcleo desesperado, a carne viva;
E vi danças festejando a derrota do adversário, e cantos e fogos. Vi o sentido ambíguo de toda festa. Há sempre uma anti-festa ao lado, que não se faz sentir, e dói para dentro.
A política, vi as impurezas da política recobrindo sua pureza teórica. Ou o contrário...Se ela é jogo, como pode ser pura. Se ela visa o bem geral, por que se nutre de combinações e até de fraudes".
Carlos Drummond de Andrade, no poema escrito quando o TSE, sob influência do general Golbery, lhe tirou o PTB, entregando-o de mão beijada a uma aliada da ditadura.


Nesta terça-feira, dia 21 de junho, o calendário registra o sétimo ano da morte de Leonel de Moura Brizola. Nesse dia, a igreja católica lembra São Luís Gonzaga, o jovem que recusou o fausto de uma vida aristocrática para dedicar-se à evangelização, tendo morrido com pouco mais de 20 anos. Daí ser o "Patrono da Juventude".  Já a literatura lembra o nascimento de Machado de Assis, em 1839.

O 21 de junho é também o Dia da Mídia, que coincidência, e, mais emblemático ainda, é o dia em que começa o inverno em nosso país, quando o frio deita e rola, como pode? Mas para este escriba inconformado, essa data é um marco dramático: depois da morte do caudilho, em circunstâncias surpreendentes, a história do Brasil sofreu um colapso fatal. Parou no tempo e no espaço. E o povo perdeu aquele que mais ousou, que fez da coragem o exemplo infelizmente abandonado.

Como Leonel de Moura Brizola não existirá mais ninguém. Ele não chegou à Presidência da República, como sua ex-pupila Dilma Rousseff, mas e daí?

Fosse o triunfo a qualquer preço o elemento de avaliação não existiria nem o cristianismo. O enviado do Deus todo poderoso foi sacrificado na cruz porque incomodava os "sábios do templo". E, segundo a Bíblia, quando os sacerdotes judeus pediram sua cabeça a Pilatos, Jesus Cristo foi abandonado por seu povo, que preferiu Barrabás, o zelota que atacava os dominadores romanos, em ações de "guerrilha".

E não existirá mais ninguém porque o mundo hoje é dos ambíguos e dos transgênicos. É o mundo em que a biruta é a referência única dos profissionais da vida pública, todos, sem exceção: os indignados rabugentos ou estão a sete palmos ou são tratados como loucos desvairados,  inconvenientes  e jurássicos.

Ninguém nestas terras ousaria mais o embate desigual contra a potência imperial, muito menos contra a mais poderosa rede midiática do mundo, inflada no auge do obscurantismo e feita guardiã implacável da lavagem cerebral massiva e da imbecilidade compulsiva, graças às quais o charme da meninada que ainda podia espernear esmaece no gáudio das prebendas, ou se esvai no delírio ensimesmado ou na fuga dos alucinógenos hodiernos.

O trágico na lembrança de Leonel de Moura Brizola foi o corte epistemológico que su a morte encerrou, como se a tirania das elites houvesse ordenado a estigmatização de seu dístico. Uma corte inquisitorial oculta vedou as portas do destino a tudo o que lhe dizia respeito: suas idéias, seu modo de ser, seus compromissos, seus sentimentos combatentes.

Lembrar Leonel de Moura Brizola hoje é apenas mandar rezar uma missa. Suas barricadas foram desmontadas, pelo menos nestes dias arrivistas. Seus "continuadores" trocaram as armas da eloquência varonil pelo pires na mão.

Em seu nome, servem a Deus e ao diabo, bastando que se lhes saciem a gula anã. Já não ousam o despojado sonho de um porvir soberano e justo. Cuidam, tão somente, de encherem suas burras com as sobras dos podres poderes.

Não acreditam mais, ou talvez nunca acreditaram, na virtude das idéias. Não diferem dos outros, todos esses empostados que lavam as mãos com alcool depois de cumprimentarem os maltrapilhos. Que se dizem em pú blico vestais dos bons modos, mas que, protegidos pela penumbra dos conluios, se jogam de cabeça na roleta das negociatas em causa própria.

Uns aindam dizem no devaneio ou na má fé que Brizola vive. Onde? Como? Quem lhe segue os passos nos confrontos com os senhores do mundo? Hoje, lamento constatar, o brizolismo que se declara como tal, de propriedade lavrada em cartório, não passa de uma troça eleitoreira destinada tão somente a catapultar os mais espertos de seus restos mortais?

Não pense que falo de um ser  sobrenatural. Longe disso. Alma camponesa, ele próprio se enredou em erros elementares, frutos de um modo de ser desconfiado. Tinha mais olhos para os oportunistas subservientes do que para os divergentes leais. Nem sempre preservou a coerência em seus atos, e olha que a coerência ainda era uma de sas virtudes.

Sua sensibilidade epidérmica o levava a reações passionais. Não era um político, n a acepção da palavra. Não gostava de ser questionado em público e falava muito mais do que ouvia. Ouvir, aliás, não era seu forte, a não ser o canto dos bajuladores. Faltava-lhe inclusive visão estratégica na compreensão do processo histórico.

Mas esse ser político tão despreparado para o jogo do poder, era, porém, até por isso, a dignidade em pessoa. O patriotismo que o moldou ainda nos pampas era mais relevante do que tudo o mais. A identificação natural com os oprimidos o fazia mais legítimo defensor das causas sociais do que qualquer teórico do mundo novo ou mesmo qualquer ativista classista.

Leonel de Moura Brizola, enfim, é alguém cujos 82 anos de lutas ainda vão ser lembrados no futuro com o relevo que seus contemporâneos negam. Será uma lembrança rica pelo caráter singular de sua personalidade, por sua combatividade insone e pelo contexto infame desses anos terríveis que a tantos emporcalham.

Será o inventário do mais injustiçado dos brasileiros, cujo destemor contará no resgate de valores incorporados à sua história e enterrados em seu sepulcro.

Nesse então, palavras como patriotismo, justiça social, soberania nacional, educação decente e respeito à dignidade humana se fundirão numa única legenda: Leonel de Moura Brizola.

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Inscrições do Sisu terminam hoje

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As inscrições para a quarta edição do Sistema de Seleção Unificada serão encerradas hoje (19/06) às 23h59. 
Criada pelo Ministério da Educação no ano passado, o SISU unifica a oferta de vagas em instituições públicas de ensino superior. 
Para o primeiro semestre deste ano, são oferecidas 26 mil vagas em 48 instituições. 
Podem participar estudantes que fizeram o ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio de 2010 -. 
Os candidatos interessados devem acessar o site e escolher duas opções de curso, elegendo sua prioridade.