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Luis Nassif: um país dominado pela burrice institucional


A insistência de Paulo Guedes com a Lei “Mansueto”do Teto lembra, em muito, o Plano Cavallo e a maneira como a política econômica se subordinou à cegueira generalizada das agências de ratting.
Na época, a Argentina esvaindo-se em sangue, a miséria avançando de forma galopantes, o PIB despencando, e as agências de risco recomendando mais cortes fiscais. A cada nova recomendação aceita, o mercado festejava, os papéis da Argentina tinham uma pequena melhora para despencar alguns dias depois, por absoluta impossibilidade de sustentar os cortes.
Até que surgiu a ideia do currency board, a dolarização completa da economia argentina. A lógica era monovôltica. Com a economia dolarizada, o Banco Central não poderia emitir mais moeda. Não emitindo, não haveria mais tergiversação: haveria corte na veia, custasse o que custasse.
E, com o louco preso na camisa de força, voltaria a fé nos mercados.
Logo após o anuncio do currency board, a Standard & Poors brasileira armou um almoço do principal responsável pela área da América Latina na matriz com jornalistas econômicos.
Durante o almoço, sutilmente fiz ver ao nobre analista que ele tinha pirado na maionese.
Terminado o almoço, Regina, a simpática diretora da S&P no Brasil me telefonou perguntando se poderia levar o gringo no meu escritório para explicar melhor a lógica. Aceitei, é claro.
No dia seguinte, estavam ambos na minha sala, repetindo a explicação acima. Era a visão de contador analisando um balanço, sem a menor ideia sobre os mecanismos que movem a economia, sobre os efeitos dos cortes nas demandas, sobre as implicações sociais e políticas. Era nítido que o currency board argentino não duraria uma semana – aliás, explodiu antes de uma semana. No entanto, ficou o mercado inteiro balançando durante meses ao som da bandinha de três agências de risco.
Teoria conspiratória? Não: burrice! Incapacidade de pensar para além das planilhas!
A Lei do Teto é loucura igual, uma maneira de substituir o currency board sem a necessidade de dolarização a economia. Amarre o orçamento por 20 anos, e com isso não restará ao país alternativa senão obter o equilíbrio fiscal exclusivamente às custas dos cortes orçamentários. Simples assim!
O pai dessa loucura, Mansueto de Almeida, tem cabeça de contador que ignora depreciação e custos de reposição e sequer a lógica de funcionamento da empresa-Brasil, muito menos as consequências sociais, políticas desse torniquete.
Fosse um país racional, haveria um Ministro pensando estrategicamente e Mansueto apenas faria as contas solicitadas. Nesse país de burros, Mansueto tem acima dele, um Ministro perdido e, em seu pescoço, a espada de Dâmocles do impeachment: depois que o Supremo Tribunal Federal aceitou que a pedalada justificava um impeachment, o que significaria a desobediência à Lei do Teto?
Com o perdão da ofensa, nos tornamos um país institucionalmente burro, e por burros não se considere apenas a família Bolsonaro.
Tem o burro solene no STF, o burro histriônico na Casa Civil, a montanha do eco que ecoa todos os zurros, na imprensa, o burro Profeta Louco na Economia. E todos sendo julgados pelas palavras, pelas frases de efeito. Se Guedes dá uma boa resposta na sessão da Câmara, os burros ouvintes se alvoroçam e dizem: agora vai!
Têm-se o caminhão sem freio em direção ao precipício e não há uma voz de racionalidade para apontar o desastre que vem pela frente.

O que irão fazer até o desastre? O corte de gastos afunda a economia que, depois da mais profunda recessão da história, está ameaçada novamente por uma recessão técnica. O que faz Guedes? Planeja mais um corte, um contingenciamento, para adequar o orçamento à nova estimativa do PIB. Haverá mais queda na economia, mais contingenciamento, pouco importando os 13 milhões de desempregados, a queda generalizada da atividade econômica. E tudo isso como pano de fundo para as burrices perigosas do presidente.
GGN
Vida que segue

O orgulho de ser idiota

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A burrice envaidecida no Reino de Bolsonaro, por Wilton Cardoso Moreira
Os idiotas, em algumas ocasiões da história, se convencem da “genialidade” de sua idiotia e, por isso, se envaidecem dela. Tornam-se pavões da burrice, exibindo-a como se fosse a coisa mais bonita e rara do mundo. Qualquer semelhança com Eduardo Bolsonaro não é mera coincidência.
Vamos começar pelo capitão da nave do caos, Jair Bolsonaro. Há comentaristas que implicam com seu português e sua educação formal deficiente, como implicavam com Lula. Mas isto é o que menos importa. O que conta mesmo é a inteligência política de cada um e, nesta seara, comparar Bolsonaro com Lula é até covardia. O petista é, hoje, o político brasileiro (e talvez do mundo) mais inteligente que existe. Os poucos brasileiros à sua altura estão todos mortos. Lula está no patamar de gente como Juscelino, Getúlio e Joaquim Nabuco. A sua prisão, com o objetivo de impedi-lo de disputar as eleições é a prova de que até seus adversários reconhecem isso. Politicamente, o homem é realmente um perigo para os adversários, ganhe ou perca as eleições que dispute.
Bolsonaro, por outro lado, não sabe e não parece ter capacidade de aprender nada de nada nesta área. Não tem a mínima ideia, por exemplo, de política externa ou de economia. Não que ele precise ser especialista nestas áreas, como são o diplomata e o economista, mas tem que entendê-las a fundo em sua dimensão política, como afetam a vida do povo e mexe com os interesses das elites, que relação mantêm com o poder político, quais são seus diversos atores e suas demandas, como se comportam, quais seus pontos fracos e fortes, como reagem se contrariados, que poder de retaliação eles têm, os custos e benefícios políticos de alianças etc.
Dois exemplos cristalinos do exercício vaidoso da burrice por parte de Bolsonaro, antes mesmo de assumir a presidência, são a saída repentina dos médicos cubanos e a provável mudança da embaixada brasileira para Jerusalém.
Cuba sabia que teria que sair do acordo e creio que desejaria fazê-lo antes de Bolsonaro assumir, pois este, no poder, poderia substituir ou absorver os médicos cubanos de forma mais planejada e ainda dizer que enxotou os comunistas daqui. Pois não é que ele deu, com suas declarações desastradas, a chance de Cuba se retirar do programa Mais Médicos, e como parte ofendida?
No caso da embaixada, nossos concorrentes agroexportadores estão ávidos para Bolsonaro cumprir sua promessa de mudar nossa representação diplomática para Jerusalém, contrariando o direito internacional e as recomendações da ONU e do bom senso diplomático. Como dois e dois são quatro, os árabes vão retaliar, fechando seu rico mercado de proteína animal para nós. Ato contínuo, nossos ferozes concorrentes lutarão entre si para ocupar o vazio deixado por nossas exportações, que levaram décadas de muito esforço diplomático para se consolidarem.
Quando digo burrice, não estou falando de ignorância, mas de burrice mesmo, de falta de capacidade de ler e entender o mundo, de aprender, contextualizar, de abstrair e fazer correlações entre as ideias e o mundo real, de pensar estrategicamente o jogo de poder nacional e mundial, sabendo calcular bem a distância entre o que se quer e o que se pode e planejar o caminho a seguir para se chegar mais próximo dos objetivos, se adaptando às constantes imprevisibilidades da política. O clã Bolsonaro, pai à frente, não tem inteligência alguma para esse jogo complexo do poder e, para piorar, se cerca de políticos de quinta categoria, como Onix Lorenzoni e Delegado Waldir, para assessorá-los.
Marxismo cultural e globalismo: o achado filosófico do século

Parafraseando Olavo de Carvalho: burrice e vaidade jamais foram termos antagônicos. muito pelo contrário

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A estupidez vaidosa do guru de Bolsonaro
Nenhum tipo de burrice ou limitação humana pode ser condenado impiedosamente, exceto um: aquele que se envaidece da própria estupidez e pretende que sua idiotia seja vista como genialidade.
Pela segunda vez, o astrólogo Olavo de Carvalho enche as páginas da Folha para proclamar-se um gênio – não existe (“nem pensar!“) nenhum intelectual de esquerda no seu nível – , um comunicador de massas – “eu tenho mais leitores do que qualquer órgão da grande mídia no Brasil, através do meu blog e Facebook. ” – e o melhor conselheiro de Jair Bolsonaro – “Eu sei que o Bolsonaro lê as minhas coisas e a gente está vendo que leva bastante a sério.”
Confirma ter sido o padrinho da indicação dos ministros das Relações Exteriores e do Ministro da Educação, que já bem demonstram a mediocridade.
O primeiro, proclamando-se orgulhoso em fazer papel de ridículo em escala mundial, diz que será a “sagrada voz do povo”, entendida como a voz do presidente eleito. Essa voz, segundo Araújo, deve ser autêntica e não “dublada no idioma da ONU”, “pois no idioma da ONU é impossível traduzir palavras como amor, fé e patriotismo”, conforme registra O Globo. Seu sucesso diplomático está diretamente ligado a que os diplomatas estrangeiros sussurrem à sua chegada: “não liga pra este aí não, que ele é maluco”.
Já Vélez Rodrigues também correu para mostrar seu sabujismo, escancarando as provas do Enem para que o “chefe” defina quais são as perguntas adequadas aos estudantes, quem sabe para perguntar sobre o que o seu colega do Itamaraty chama de “marxismo cultural” que, no seu delírio, diz ter nascido na Revolução Francesa, quase 30 anos antes do filósofo alemão vir ao mundo.
O tutor de ambos, ao menos, teve a modéstia, diz, de recusar um convite para ser o embaixador do Brasil nos EUA – embora comovido pelo fato de que lá ” é o  lugar para buscar dinheiro” – entre outras razões porque não ia poder fumar cachimbo na embaixada.
Mais não falo da entrevista por piedade do leitor, mas espanta o fato de que estas sandices estejam sendo ditas e reproduzidas sem que haja escândalo no país e que se lhes forneçam amplo espaço na mídia.
Imbecis, sempre houve, mas nunca tão orgulhosos de sua estupidez.
Fernando Brito - Tijolaço
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Frase da tarde

Parafraseando Karine Maria Lima: Calma gente, só vai responder a processo e pode ir preso, quem financiou o #Caixa2doBolsonaro . Quem recebeu e compartilhou por burrice, vai ser processado não. Se muito poderá ser vacinado contra a raiva https://blogdobriguilino.blogspot.com/

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