A estrela e o verme

Agora sabes que sou estrela. 
Agora, sei do teu puz. 
Se não notei minha epiderme... 
É, nunca estrela eu te supus 
Mas, se cantar pudesse uma estrela, 
Eu cantaria a tua cruz!

E eras assim... Por que não deste 
Um raio, brando, ao teu viver? 
Não te lembrava. Azul-celeste 
O céu, talvez, não pôde ser... 
Mas, ora! enfim, por que não deste 
Somente um raio ao teu viver?

Olho, examino-te a epiderme, 
Olho e não vejo a tua luz! 
Vamos que sou, uma estrela... 
Estrela nunca eu te supus! 
Olho, examino-me a epiderme... 
Ceguei! ceguei da própria luz?

 parodiando Pedro Kilkerry 

Sou assim

Não baixo a cabeça para ninguém. Nem tampouco arrebito o nariz. Olho no olho, e pronto.

Te domei


Ontem viajei no teu corpo, toquei teu rosto, calei tua voz, sentir tua pele, sussurrei em teus ouvidos e te amei suavemente, sem pressa sem medo, sem pudor...


Sonhei, sonhei e no sonho te sentir, te possuir, te domei ! 

Leônia Teixeira

Dominadora

Ontem viajei no teu corpo, toquei teu rosto, calei tua voz, sentir tua pele, sussurrei em teus ouvidos e te amei suavemente, sem pressa sem medo, sem pudor...


Sonhei, sonhei e no sonho te sentir, te possuir, te domei ! 

Leônia Teixeira

Armazéns de secos e molhados

Os jornais, revistas e TVs que sobrevivem à custa de anúncios dos governos estaduais e federal e suas estatais - Sabesp, Cemig, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios -, etecetara tipo O Globo, O Estadão, Folha de São Paulo, Veja, Época, Rede Globo - são armazéns de secos e molhados. Não são imprensa.

Reencarnação e sexo pós morte

Um casal fez um acordo que se existisse reencarnação, o primeiro a morrer informaria o outro como é que era. O marido foi 1º, contatou a mulher e contou-lhe:

- Meu Bem... levanto-me cedo e faço sexo. Tomo o café da manhã e vou para o campo de golfe. Faço mais sexo, apanho sol e faço sexo mais algumas vezes. Depois almoço, com muitos legumes e verduras, mais sexo... Depois do jantar, volto ao campo de golfe e faço mais sexo até anoitecer. Depois durmo muito bem para recuperar e no dia seguinte recomeça tudo igual outra vez.



A mulher pergunta: 

- Estás no Paraíso?


- Não, reencarnei e agora sou um coelho numa fazendinha em Atibaia.
enviada por Marco Leite

Aplicativos indispensáveis para o iOS e Android

A primeira dica é para quem gosta de simplificar. Com este agregador de conteúdo, você ganha tempo e tem acesso a quase tudo em um só lugar. Você pode começar personalizando e escolhendo que tipos de notícia mais lhe interessam; assim é possível criar uma espécie de revista virtual somente com o que realmente tem a ver com você. Outra coisa muito interessante é que você ainda pode agregar as atualizações das suas redes sociais e até alguns serviços favoritos dentro deste mesmo aplicativo. Ou seja, em um único aplicativo você fica por dentro de tudo e ainda ganha tempo. Experimente... a galera daqui gostou bastante.


Agora, se mais do que ler notícias, seu negócio são livros digitais olha só este e-reader. É a versão para smartphones e tablets do leitor de livros digitais mais popular: o Kindle, da Amazon. No aplicativo, assim como no leitor propriamente dito, é possível marcar páginas, destacar partes do texto e até fazer anotações. Melhor de tudo é que se você tiver este mesmo aplicativo instalado em qualquer outro dispositivo, todas essas informações serão atualizadas automaticamente e estarão disponíveis em todos eles. Vale a pena experimentar... há ainda a opção de ler o primeiro capítulo de todos os títulos à venda de graça; assim fica mais fácil acertar na escolha.


A última sugestão de hoje é para os fãs do Instagram; e também para quem adora compartilhar conteúdo nas redes sociais. Este aplicativo é bem parecido com o popular Instagram – a principal diferença é que, no lugar de fotos, você compartilha vídeos... Não há limite de duração dos vídeos e existe uma série de filtros para deixar sua produção com cara de profissional; bom, pelo menos com visual diferente. Os vídeos são armazenados em uma conta na nuvem, ou seja, não ocupam espaço da memória do seu aparelho. Depois, fica fácil compartilhar seu vídeo no Facebook ou Twitter; se preferir, pode publicar direto no YouTube ou só mandar para os mais chegados por e-mail ou SMS. Demais, não é?!

do Olhar Digital

A. Capibaribe Neto: a anatomia das palavras


Rabindranat Tagore, chamado por Ghandi de "o grande mestre",é o autor do poema lírico, Flor de Lotus: "No dia em que a flor de lótus desabrochou, a minha mente vagava, e eu não a percebi. Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida. Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim. Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro de um perfume no vento sul. Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade. Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se. Eu não sabia que a flor estava tão perto de mim, que ela era minha, e que essa perfeita doçura tinha desabrochado no fundo do meu coração...". A saudade da Flor de Lótus de Tagore deve ter tido origem no fato de tê-la esquecido no cesto, carente do orvalho benfazejo das atenções para completar o seu desabrochar. Só depois que murchou, Tagore se deu conta de que ela estivera sempre ali, de que era sua, e ele não cuidou, e aí escreveu com tristeza: "a vida revela-se ao mundo como uma alegria... A morte não pode ser verdade enquanto não desaparece a alegria do coração do ser humano". No fundo de uma gaveta esquecida, como um cesto onde vamos esquecendo um passado, encontrei a fotografia de uma mulher apaixonada de olhos morenos, e no verso da qual escreveu: "a você que está me fazendo sentir as mais loucas emoções e que me mostrou que vale muito mais a pena viver quando se ama... Adoro você! Com muito carinho, X." As reticências, depois do "quando se ama" talvez escondessem o "enquanto não desaparecer a alegria do meu coração...". As interpretações pessoais de palavras ditas ou escritas dependem do contexto em que são ouvidas ou lidas; como na hermenêutica, a ciência da interpretação, que permite vários entendimentos, por mais explícitos que sejam seus postulados. Duas pessoas olham através de uma mesma janela, mas uma pode estar contemplando as estrelas e outra o quebrar das ondas. Aquela flor que foi esquecida não pode mais deixar de ter sido. Depois daquelas reticências, o amor pode ter acabado tempos depois da dedicatória e X, também ela uma Flor de Lótus, ter sido largada no cesto.

A sensação que fica quando o arrependimento chega por uma imensa porta escancarada o futuro encontra a porta da esperança fechada, e a alegria no coração se esvai e ele vai tentar sobreviver na busca frenética por uma rota de fuga, como bálsamo para aliviar seu tormento. Anatole France escreveu certa vez: "o que deixamos para trás continua fazendo parte da nossa vida...". Mesmo que tenhamos deixado para trás os bons momentos, as vitórias, aplausos, alegrias, taças de vinho vazias, o burburinho das festas, e lembranças de abraços cheios de amor, de repente, tudo fica reduzido ao som da última gota d´água caindo dentro de um copo cheio, a transbordar sonhos deixados no cesto e às imagens de uma porta fechada pelo lado de dentro e a uma chave partida ao meio, largada sobre uma cama vazia pela metade, com a insinuação de "última vez" no ar e um "para sempre" no coração. É preciso sabedoria para entender as lições que existem em cada pedra e em cada flor, mas também as que estão em cada chave partida, em cada sonho que deixamos de ajudar a realizar; e depois conseguir forças para lutar contra as razões alegadas pelo nosso pior inimigo: nós mesmos! Talvez somente assim, possamos cuidar melhor de outras "Flor de Lótus" e entendamos a necessidade de prolongar as alegrias nos corações alheios. É preciso estar atento às reticências porque o tempo que não espera por ninguém, reserva surpresas no dia a dia, tem lá suas armadilhas. É preciso estar atento para os perigos de deixar cair mais gota d´água dentro do copo prestes a transbordar. Quando o solidário de passagem tocar o ombro de alguém curvado sobre a sua dor e lhe perguntar "que foi?". É bom procurar ver se por perto existe um cesto vazio; e se a resposta dele for "nada, não...", descubra se na anatomia dessas palavras não está escondido um TUDO profundo!

A ofensa e o perdão


Durante sua peregrinação a Meca, um homem santo começou a sentir a presença de Deus. No meio de um transe, ajoelhou-se, cobriu o rosto, e rezou:

- Senhor, quero pedir apenas uma coisa na minha vida: que eu tenha a graça de jamais ofendê-Lo.

- Não posso conceder esta graça - respondeu o Todo-Poderoso. Se você não me ofender, não terei motivos para perdoá-lo. Se eu não preciso perdoá-lo, você em breve esquecerá também a importância da misericórdia para com os outros. Por isso, continue o seu caminho com Amor, e deixe-me praticar o perdão de vez em quando, para que você também não se esqueça desta virtude.

Bigode de Merval Pereira necessita de renovação


diz a Ofélia da política brasileira
AMISSTERDà- Ao participar de uma reunião do grupo The Elders, ao lado de Desmond Tutu, Nelson Mandela e Bill Clinton, entre outros líderes mundiais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que há mais coisas no Brasil, além do PSDB, que devem ser recicladas. "O bigode do Merval Pereira, por exemplo, precisa de renovação. É um caso típico de fadiga do material", disse, arrancando aplausos de senhoras de cabelo roxo azulado sentadas na primeira fila do auditório.
"Imortal que se preze está sempre adiante do seu tempo, lançando tendências", completou, citando a si mesmo como exemplo. Animado com a repercussão de suas palavras, FHC exigiu a atualização imediata do penteado de Miriam Leitão e da coleção de polainas do blogueiro Reinaldo Azavessas, segundo ele a pena mais aguda da República Velha.

FHC também pediu a renovação imediata do guarda-roupas do Faustão

Depois do encontro, envolto numa nuvem de fumaça, cercado por jovens loiras e universitárias no coffee shop Bulldog, FHC pediu um papel de seda para escrever um manifesto pela "Renovação da caretice universal", enquanto devorava com muito charme e elegância brigadeiros recheados com doce de leite.
O texto, segundo o colunista da revista Avon, Luiz Felipe Pondé, "é um soco na cara, no estômago e no saco do Brasil mensaleiro, mas, infelizmente, não será compreendido pelas mulheres, pela classe C e por outras minorias intelectualmente prejudicadas".
Depois de ler o texto de FHC, José Serra disse em nota oficial que se sente revigorado.

Poesia da tarde

Amar é poesia, chorar também.

Amar é liberdade ou cativeiro de alguém.

Amar é verso e prosa, rima de uma canção.

Amar é alimento da alma e coração.

Não importa quem eu amo, não precisa tu saber.

O que importa é o amor, que sinto por você.

Amor de madrugada, amor ao amanhecer.

Amor de tardes tristes ou de belo anoitecer.

Amor, amar viver !
Leônia Teixeira
 

Nasci

NASCI PARA VIVER, 
NASCI PARA SER FELIZ,
NASCI PARA CHORAR, 
NASCI PARA SOFRER,
NASCI PARA BRINCAR, 
NASCI PARA CANTAR,
NASCI PARA NAMORAR, 
NASCI PARA BEIJAR,
NASCI PARA CORRER, 
NASCI PARA JOGAR,
NASCI PARA VIVER NA VERTICAL, POIS NA HORIZONTAL É A MORTE.
NASCI PARA COMER ,
NASCI PARA BEBER,
NASCI PAR SER FELIZ, 
NASCI PARA SOFRER,
NASCI PARA SER HONESTO, MAS O POLÍTICO NASCEU PARA SUBTRAIR,
NASCI PARA ANDAR, 
NASCI PARA DIRIGIR,
NASCI PARA TER UM FIM NADA HONROSO, OU SEJA, A MORTE!

por Marco Leite


Coluna semanal de Carlos Chagas


Em São Paulo, a guerrilha virou guerra. 86  policiais militares e 18 agentes penitenciários  foram assassinados este ano. Mais 65 civis só nos últimos dez dias. Ignora-se quantos traficantes,   mas, pelo  menos, o dobro. Acima e além desse conflito declarado entre polícia e bandidos,  a verdade é que escoou pelo ralo o conceito de  segurança pública. Meliantes  de toda espécie transitam pela cidade,  prontos para a cada esquina e a cada  minuto assaltar, roubar, invadir, sequestrar e matar.    Sair às ruas, em especial depois que o sol se põe, é uma temeridade, não só na periferia, mas nos Jardins e no Morumbi. A maior e mais rica comunidade do país transformou-se num campo de batalha, com direito à extensão ao entorno e a outros centros nem tão próximos assim.
                                                       Autoridades e a  mídia não conseguem mais minimizar a conflagração. Há que  noticiar  os crimes,   como prometer providências, mesmo sem expor inteiramente  o caos que assola    São Paulo. Estariam os governantes temerosos  da reação inevitável do cidadão comum, prestes a alistar-se nos batalhões da justiça pelas próprias mãos?   Logo assistiremos  a  participação de todos no confronto que o poder público não consegue mais conter.  O número de paulistanos  armados multiplicou-se. Quem não tinha revólver agora tem. E leva na cintura, na bolsa  ou no carro, quando  precisa deixar sua  casa. O infeliz que vem na calçada em sentido contrário é o inimigo. Quem atravessa a rua no farol é um potencial ladrão do veículo cujo motorista encontra-se pronto para arrancar,  avançando  o sinal vermelho. No bar,  senta-se  na cadeira  encostada na parede, para garantia  da retaguarda. No ônibus, finge-se ler um jornal ou uma revista, mas presta-se mesmo é atenção no vizinho do lado ou em pé diante do suposto leitor. Quem fica  parado diante da  vitrina para conhecer a mais nova parafernália eletrônica é filmado e vigiado lá de dentro.   Olhar  nos olhos, aproximar-se do outro sem razão plausível, pedir  informação ou ficar   na fila do metrô  contando  moedas  tornou-se um risco, já que ninguém garante tratar-se de   gestos  naturais  ou da preliminar de um assalto ou coisa pior. Daqui a pouco será melhor atirar primeiro e perguntar depois.
                                                        O que imaginam fazer Geraldo Alckmin e agora Fernando Haddad?  Podem muito pouco.  Mas também movimentam-se cercados de seguranças e  por montes de correligionários. O perigo imediato  não é com eles, estarão  blindados. Vale o mesmo para o prefeito Kassab e, com um pouco de  sorte, para seus  secretários. Também permanecem  protegidos os potentados financeiros e seus pimpolhos,  envoltos no cinturão da segurança privada. Mas o povo? Aquela outrora comunidade amena, amável, simpática e feliz vai-se transformando em  tropa de choque privada, para sua própria preservação. Mesmo assim, sem conseguir...
                                                        (Esse desabafo vai por conta de quem pretendia passar o fim de semana na paulicéia  mas achou melhor voltar no mesmo  dia.)

Coluna semanal da Ofélia da política brasileira


Hora de balanço
As eleições municipais foram um prato cheio para análises, avaliações, distorções e apostas. Os resultados eleitorais foram muito dispersos. Dão margem para tudo: ganhou o PT, pois levou São Paulo; perderam Lula e o PT, pois no Norte e no Nordeste o PSDB e o DEM ganharam várias capitais e cidades importantes. Ou ainda: o PSDB foi "dizimado" no Sudeste. Ao que replicam os oposicionistas: quem perdeu foi Lula, derrotado em Salvador, Campinas, Manaus, Fortaleza, etc.
Se o PSDB era um partido "do Sudeste", expandiu-se no Norte e no Nordeste. O próprio DEM, candidato à extinção, segundo muitos, derrotou o lulopetismo em Salvador, Aracaju e Mossoró. Juntos, PSDB e DEM levaram 7 das 15 maiores cidades da região: no bunker petista das eleições presidenciais a oposição encontra agora fortes bases de apoio. O mesmo se diga sobre o Norte.
As avaliações sobre quem venceu podem ser discutidas a partir de vários critérios: número de prefeituras - o PMDB manteve a dianteira com cerca de mil, o PSDB tem 698 e o PT, 636 -, número de votos obtidos, etc. Há, entretanto, dificuldades para uma avaliação objetiva. Por exemplo, em Belo Horizonte ganhou o PSB, aliado ao PSDB. Mas os votos são dos socialistas ou do PSDB de Aécio Neves? O mesmo se diga de Campinas. Bastaria mudar o cômputo dessas duas cidades para alterar a posição relativa dos partidos no rol dos vencedores.
O PT pode se gabar de haver ganho São Paulo. Mas deve reconhecer que seu avanço no País foi tímido para quem queria obter mil prefeituras e detém as rédeas do poder federal e as chaves do cofre. Manteve 16 prefeituras nas cidades com mais de 200 mil habitantes, ante as agora 15 do PSDB, que antes tinha apenas 10. O PMDB, sem vitórias expressivas fora do Rio de Janeiro, guardou, contudo, uma rede importante de prefeituras: nas cidades com mais de 100 mil habitantes ganhou em 45, ficando o PSDB com 48 e o PT com 54. São esses os três partidos com maior capilaridade no eleitorado brasileiro. O PSDB manteve a posição sendo oposicionista e, portanto, com maior dificuldade para obter recursos financeiros e políticos.
O PSB teve dois êxitos significativos: derrotou o lulopetismo no Recife e em Fortaleza. Isso abre margens à especulação sobre suas possibilidades para as eleições presidenciais, com uma cisão no bloco que até agora apoia o governo Dilma Rousseff. A divisão dos eleitores continua sendo entre governistas e oposicionistas. Daí a peculiaridade da situação do PSB, que, governista, derrotou o partido hegemônico no governo, o PT. Prosseguirá nesse rumo? Difícil responder. Para ocupar posições polares num sistema organizado entre governo e oposição é preciso dispor de base social e rumo político. Se o PSB vier a disputar com chances de êxito as presidenciais, terá de ser identificado pelo eleitorado como diferente do lulopetismo, ainda que não oposto a ele. E terá de obter apoio em amplos setores sociais em função dessas diferenças. Uma coisa é ganhar votos nas eleições municipais e outra, nas federais.
A consideração vale para o PSDB. Apesar das críticas de que o partido não faz oposição vigorosa, conseguiu se manter como seu carro-chefe. Em São Paulo ganhou 176 prefeituras, ante 67 do PT. E mesmo na capital, arrastando o desgaste da administração local, obteve 40% dos votos. Elegeu candidatos de nova geração, como os prefeitos de Botucatu, João Cury, de Americana, Diego de Nadai, e de Votuporanga, Junior Marão, com votações muito expressivas. Em Maceió, Rui Palmeira venceu no primeiro turno. Em Blumenau, Napoleão Bernardes ganhou no segundo, assim como, em Pelotas, Eduardo Leite. Mariana Carvalho, em Porto Velho, sem se eleger, teve boa votação. O PSDB renovou os quadros, mas não fez o erro de dispensar os mais experientes: Arthur Virgílio, em Manaus, Firmino Filho, em Teresina, ou, para mencionar um entre os veteranos paulistas, o prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio, são exemplos disso.
Ser jovem não assegura ser portador de mensagem renovadora e tê-la é a questão estratégica central. Carlos Mello, em artigo publicado neste jornal, afirmou que o PSDB era originariamente "liberal na economia, social-democrata nas políticas públicas e progressista nos costumes". Essa poderia continuar a ser a mensagem do partido, desde que se acrescente ao liberalismo econômico o contrapeso de um Estado atuante nas agências reguladoras e capaz de preservar instituições-chave para o desenvolvimento, como a Petrobrás e os bancos públicos, sem chafurdar no clientelismo e na confusão entre público e privado. O progressismo nos costumes implica a defesa da igualdade de gênero, o apoio às medidas racionais de compensação social e racial, bem como políticas modernas de controle da violência e das drogas que não joguem as populações pobres contra os governos. Sem esquecer que o crescimento do produto interno bruto (PIB) só é satisfatório quando respeita o meio ambiente e beneficia a maioria da população.
Renovar implica comunicar-se melhor, usando linguagem contemporânea nas mídias televisivas e eletrônicas. Mas não basta a pregação durante o período eleitoral. É preciso a reiteração cotidiana das crenças e dos valores partidários, para reagir à tentativa dos adversários de estigmatizar o PSDB como o partido "dos ricos", privatista a qualquer custo e arrogante. Perguntem aos pobres de Maceió, Teresina, Belém ou Manaus em que partido votaram e verão que a identificação com os partidos se dá mais pela mensagem e pelas características de quem a proclama e a quem se dirige do que por classificações abstratas de segmentos sociais. Sem deixar de ser um partido modernizador, o PSDB, como escrevi tantas vezes, deve se dirigir aos mais pobres, mas também às classes médias, tanto às antigas como às camadas que aumentaram a renda, mas ainda não têm identificação social própria.
É esse o caminho para êxitos futuros.

Coluna semanal de Marcos Coimbra


Me Engana que eu Gosto 
Será amnésia? Desinformação? Ou apenas nossa velha conhecida, a vontade que a realidade seja como desejada? 
Quem lê a abundante produção de nossos comentaristas políticos a respeito das eleições municipais recém concluídas não deve estar entendendo nada. Afinal, tudo que sabíamos sobre elas estava errado? 
Não somos, propriamente, novatos na matéria. Se contarmos as que ocorreram desde a redemocratização, já são 8, cobrindo um período de quase 30 anos. Domingo passado, não era a primeira vez que as fazíamos.  
Somos, portanto, tarimbados o suficiente para esperar mais discernimento na hora de interpretá-las.    
Se há uma coisa que temos obrigação de saber sobre a relação entre a escolha de prefeitos e a de presidente da República é que ela inexiste. Só quem tomou bomba na escola primária da política ignora fato tão básico.   
Parece, no entanto, que nossos analistas se esqueceram disso.   
Tanto que quase tudo que vêm publicando versa sobre as consequências das eleições deste ano na definição de quem ocupará o Palácio do Planalto a partir de 2015. Reeditam a teoria do “primeiro capítulo”, que assegura que a eleição municipal “antecipa” a presidencial.     
O problema dela é ser errada, com ampla evidência a demonstrá-lo. 
Nenhuma das eleições presidenciais brasileiras modernas foi “antecipável” pelo ocorrido dois anos antes, quando o eleitorado, pensando em uma coisa completamente diferente, procurou identificar os melhores candidatos a prefeito e vereador nas cidades.    
Collor não “tinha” mais que meia dúzia de prefeitos – fora em Alagoas - quando se lançou. Fernando Henrique ganhou e se reelegeu sem precisar de “prefeitama” nenhuma. 
Na eleição de Lula, a vastíssima maioria dos prefeitos estava com Serra, que pilotava uma coligação imensa, congregando todos os partidos mais bem sucedidos na eleição de 2000 - incluindo os três maiores no número de prefeitos, PSDB, PMDB e PFL. 
Na reeleição e com Dilma, a importância do tamanho das “bases municipais” voltou a se mostrar pequena. 
Em que pese o óbvio, a mídia anda cheia de especulações sobre os impactos de 2012 em 2014. Talvez porque nossos comentaristas desejam que existam e modifiquem o cenário mais provável. 
Qual o critério para definir os “grandes vencedores” de 2012? Ter feito mais prefeitos e vereadores, vencido em mais capitais, tido a maior taxa de crescimento, conquistado as prefeituras das capitais mais importantes, se desempenhado melhor em cidades médias, tido a performance mais bem equilibrada nas regiões do País? Ou haver conseguido a melhor combinação disso tudo? 
PSD e PSB, entre os partidos médios, fizeram um bom número de prefeitos. O PSDB venceu em duas capitais do Norte e duas do Nordeste. São do PSB os prefeitos de cinco capitais, do PMDB os de duas, do PT os de quatro. O PTC venceu em uma. 
E daí? 
No plano objetivo, nada. Em primeiro lugar, porque, para a imensa maioria dos eleitores, o voto no prefeito nada tem a ver com o voto na eleição presidencial. Em segundo, porque é ínfima a proporção que escolhe o candidato a presidente “por influência” do prefeito.    
No máximo, a eleição municipal projeta uma imagem de vitória. Como em alguns casos simbólicos – vencer em São Paulo, por exemplo. 
É, talvez, por ter Fernando Haddad vencido na cidade que os analistas da mídia conservadora andam tão ansiosos à cata de qualquer “vencedor” que não seja o PT.

Coluna semanal de Paulo Coelho

Da complicada relação com o próximo

Um estudante pediu a um mestre sufi que lhe revelasse o quinto nome de Deus.

- Quem conhece este nome é capaz de mudar a História - comentou. O mestre pediu que ele passasse um dia inteiro na porta da cidade. O rapaz voltou no dia seguinte.

- O que você viu? - perguntou o mestre.

- Um velho tentou entrar na cidade com um carneiro para vender. O guarda cobrou o imposto, mas o homem não tinha dinheiro. Então o guarda roubou-lhe o carneiro e expulsou-o. Eu pensava: se soubesse o nome oculto de Deus, seria capaz de modificar esta situação.

- Você podia ter impedido esta injustiça - mas preferiu ficar sonhando com uma revelação. Que tolice! Pois bem, vou revelar-lhe o quinto nome de Deus: ação em favor dos outros. Só assim podemos mudar a História.

Shivalériodeduro

Bom dia

Que você tenha um bom dia dos bons.