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Pintura abstrata


Instituto Lula - Nota à imprensa

Folha de São Paulo volta a inventar declarações de Lula
São completamente falsas as declarações atribuídas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o senador Delcídio do Amaral publicadas nesta quinta-feira (26) pela Folha de S.Paulo. Mais uma vez, com base em supostas fontes anônimas, este jornal atribui ao ex-presidente frases que nunca foram ditas por ele. 
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula



Traduzindo:
O jornaleco mente para seus leitores mais uma vez. 
Quanto aos assinantes desse panfleto...devem gostar de ler mentiras.

Recadinho a ministra Carmen Lúcia (STF)

Dona Lúcia, me perdoe a intimidade no trato, é que matuto tem esse jeito de falar. É que desde ontem tô encafifado com o discurso político feito pela senhora no STF - acho que tribunal não é o lugar certo para fazer política - mas, deixa pra lá, por enquanto. Do lero-lero todo o trecho " o escárnio venceu o cinismo", foi para mim o resumo do teu pensamento e prática de vida, sabe por que?

Entrevista exclusiva com Aécio Neves da Cunha, presidente do Psdb

Briguilino: Senador o que o senhor tem a dizer sobre a tentativa do seu padrinho de casamento, o banqueiro André Esteves, um dos donos do banco BGT Pactual ter sido preso por tentar calar um delator da lava jato e ter acesso a documentos sigilosos da operação?

Aécio Neves: A questão do impeachment nunca esteve adormecida. É claro que, com o episódio Eduardo Cunha, a agenda mudou e questiona-se se ele teria ou não as condições para conduzir o impeachment. Mas as razões objetivas que levaram esse tema a ser discutido, e apoiado pela grande maioria da população brasileira, essas condições objetivas não deixaram em momento algum desistir.



Briguilino: Senador o que o senhor tem a dizer sobre a tentativa do seu padrinho de casamento, o banqueiro André Esteves, um dos donos do banco BGT Pactual ter sido preso por tentar calar um delator da lava jato e ter acesso a documentos sigilosos da operação?

Aécio Neves: Para a oposição, a solução efetiva para o Brasil superar esta crise era o afastamento já do presidente da Câmara para que o Congresso pudesse ter uma nova agenda, o afastamento da presidente da República.



Briguilino: Senador, agradeço a entrevista e parabenizo-o por ter aprendido tão bem as lições que Paulo Maluf lhe ensinou. Obrigado!

Briguilinks





Interrogatório de Delcídio Amaral ao juiz Sérgio Moro

Depois dos preâmbulos iniciais o senador Delcídio Amaral (PT-MS) começa o depoimento:

Delcídio Amaral - Meritíssimo Sérgio Fernando Moro, vou revelar tudo que sei sobre negócios do senhor Gregório Preciado com a Union Fenosa e a Petrobras. Tudo teve início bem antes de 2003.

Juiz Sérgio Moro - Excelência, isso não vem ao caso. 

Delcídio Amaral - Mas, meritíssimo eu faço questão.

Juiz Sérgio Moro - Repito, isso não vem ao caso. Sessão encerrada.
Também leia: 

Frase do dia




Operação lava jato leva o Direito para o ralo
E
A
Justiça 
Para latrina




Propinas à parte, nos roubaram a Lei

Joel Neto: [Operação a jato leva o Direito para o ralo e a Justiça para latrina]

Ladrão público tem de ser punido. Aliás, com mais rigor e dureza que ladrão de bens privados.

Mas é deprimente ver a que nos levou o destrambelhamento de um juiz megalômano, de promotores onipotentes e de policiais desgovernados.

A lei da delação premiada, criada para facilitar a instrução criminal, para permitir que o arrependimento de um de seus integrantes ajudasse no desmonte de organizações criminosos foi, por eles, transformada em instrumento-rei, senão único, da investigação, da acusação, da defesa e do julgamento.

A cada preso, uma sessão de cadeia até ceder à delação.

A cada delação, uma negociação, para determinar quem seria delatado.

A cada negociação de delação, um vazamento para uma imprensa sedenta dos frutos políticos do processo.

A cada publicação em jornal, uma suspeita tão forte que era um quase veredito.

Que o furor histérico da oposição transformava em sentença inapelável.

Acabo de ler dois textos acabrunhantes.

O primeiro, do bom repórter Ilimar Franco, em O Globo, dizendo que a estupidez criminosa de Delcídio Amaral – porque, afinal, os criminosos são vis, mas não costumam ser estúpidos – selou todos os processos da Lava-Jato. Não haverá anulação de provas, mesmo as obtidas ilegalmente, nem absolvições, ainda que não haja elementos de culpa em alguns casos.

O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT), assinou a sentença de condenação e de prisão de todos os envolvidos no escândalo da Petrobras. As decisões de um juiz de primeira instância, Sérgio Moro, dificilmente serão revisadas por qualquer tribunal.(…)

Os diálogos gravados citando nomes de ministros do STF expõe os magistrados e os coloca na desconfortável situação de quem ficará exposto se conceder uma habeas corpus ou anular alguma prova. Ainda mais quando o senador Delcídio diz que uma gama de políticos será acionada para fazer gestões a este e aquele ministro do STF.(…)

Tribunais, ministros e juízes não querem que o mundo caia sobre suas cabeças.

Ou seja, não haverá julgamento. Nem defesa, nem provas, nem princípios. Será a simples homologação da catarata de condenações provindas de Curitiba, onde o único critério para saber se haverá pena e se ela será maior ou menor será o quanto e a quem se delatou. Como naquelas piadas de marciano: “leve-me ao seu líder”

E rápido, rápido, porque a opinião pública – publicada – assim o exige.

O outro texto é o dos professores de Direito Processual Penal Alexandre Morais da Rosa e Rômulo de Andrade Moreira. O primeiro é juiz e o segundo, promotor. Não são dois curiosos à procura de polêmica.

Eles dizem e mostram que não houve legalidade, mas bílias, na decretação e manutenção da prisão preventiva, porque não houve o “crime inafiançável” colocado como condição para a prisão de parlamentar, mesmo em flagrante:

Aprende-se nos primeiros anos da Faculdade de Direito, por mais medíocre que seja o Professor de Processo Penal, serem eles o racismo (não a injúria racial), a tortura, o tráfico ilícito de drogas, o terrorismo, os definidos como crimes hediondos, o genocídio e os praticados por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, nos termos do art. 5º., XLII e XLIII da Constituição da República. Quais destes crimes o Senador da República praticou? Na decisão não está escrito. (…)

Não se trata de gostar ou não dos dispositivos constitucionais, pois se assim acolhermos, quando a regra constitucional não nos fosse conveniente, poderíamos, simplesmente, modificar o sentido normativos por contextos, tidos por nós mesmos, e no caso o STF, graves? A gravidade, na linha de Carl Schmitt, autorizaria a decisão do “Soberano Constitucional” de suspender os dispositivos constitucionais, instaurando-se a exceção? Abrimos espaço para em nome da finalidade justificar o que não se autoriza? Seria uma faceta do ativismo?

Acabamos de ver um dos exemplos de como não deve decidir uma Suprema Corte em um Estado Democrático de Direito e como não devem cinco Ministros agir por emoção. É muito preocupante quando o Supremo Tribunal Federal determina a prisão de um Senador da República contrariando explicitamente a Constituição, afrontando a soberania popular e o poder constituinte originário. Obviamente que o Senador não tem imunidade absoluta, mas tem. Di-lo a Constituição e é preciso que se respeite o art. 53 da Lei. Nada justifica uma tal teratológica decisão, nem a corrupção, nem crime de lavagem de dinheiro, nem integrar organização criminosa ou outras tantas outras “iniquidades”, como disse a Ministra Cármen Lúcia, ao acompanhar o voto do Ministro Teori Zavascki.

Em suas decisões, a Suprema Corte deveria observar (e não tem feito) as normas constitucionais (e, eventualmente, se for o caso, as convencionais. É um dever republicano. É isso que esperamos dos Ministros. Não esperamos vindita, nem arroubos, nem frases de efeito, nem indignações inflamadas e retóricas. Deixemos isso para políticos populistas e programas policiais!

Eu venho de um tempo onde, como os juízes hoje, os generais tinham o poder de deixar livre ou prender um cidadão segundo a sua vontade, apoiada numa mal enjambrada sustentação jurídica. Corrupção, como agora, e subversão – estranhamente hoje, a subversão é apontada no poder eleito – eram motivos mais que suficientes, bastando que se os alegasse.

Por mais asquerosa que seja o procedimento de Delcídio Amaral – já de per si uma das figuras abjetas que abrigou suas ambições no PT, como antes as cevou no ninho tucano – o ato de valentia do Supremo pode ser lido, ao revés, como um ato de covardia, tal como apontou Ilimar Franco: que juiz, ministro ou tribunal há de querer que o mundo caia sobre sua cabeça?

E o mundo que têm medo que desabem sobre suas cabeças chama-se mídia, hoje o juiz supremo e impiedoso do Brasil, com uma única lei: restabelecer aqui, mesmo que sobre os cacos de de um país destruído, um regime de direita, antinacional, antipopular e que devolva os pobres e o povo trabalhador ao lugar que, para eles, é o que merecem.

por Fernando Brito - Tijolaço

André Esteves deu azar

O banqueiro André Esteves (BGT Pactual) não teve a mesma sorte do também banqueiro Daniel Dantas (Opportunity), o pedido de liberdade apresentado ao STF não caiu nas mãos do ministro Gilmar Mendes, caiu na mão do Ministro Teori Zavascki que, não apenas negou o pedido como ordenou que ele fosse transferido para o presídio Ary Franco (Rio de Janeiro).




Será que o afilhado de casamento que teve a lua-de-mel paga pelo padrinho banqueiro vai visita-lo?

E os que enriqueceram como ele durante a privataria tucana, irão?

Vamos esperar pra ver.



Fernando Brito - dinheiro da Alstom e “cunhado” de Serra comandando o delator Baiano

[Isso foi antes de 2003. Portanto, não vem ao caso. Assim age o Moro e seus capachos do MPF, Joel Neto]
Estadão reproduz, agora à tarde, uma nova gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró que deixa bem clara a constatação de que Delcídio Amaral e o ex-diretor da Petrobras se associaram para roubar a empresa durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, quando Delcídio, então no PSDB, era diretor da empresa e Cerveró seu subordinado. E que Gregório Marin Preciado, que Delcídio descreve como “cunhado do José Serra” (na verdade casado com uma prima-irmã, próxima a ele) é o homem por trás dos negócios de Fernando Baiano Soares, tido até agora como “operador do PMDB”.
Delcídio está extremamente preocupado com a menção a seu nome e ao da empresa francesa, porque em sua gestão foram compradas turbinas da Alstom para equipar usinas termoelétricas emergenciais – por causa do apagão – em número demasiado. Na sua delação, Paulo Roberto Costa dizia que havia comentários sobre propinas pagas a Delcídio pela multinacional, mas a Procuradoria achou que não havia consistência na denúncia e mandou arquivar.
Diz a matéria do Estadão:
“(…) o senador não esconde a preocupação com o fato de Cerveró poder revelar detalhes do envolvimento dele com a Alstom. “Tá lá assim, acordo de 2010, aí ele bota lá um troço assim, eu não lembro o nome agora, porque porra rapaz! Eu levei um…Você imagina, você vai conversar com o cara (André Esteves), de repente o cara me aparece com uma porra daquela, quer dizer, como é que esse cara conseguiu? E com as anotações, aí ele diz assim, ele cita o nome Guimarães operador Delcídio E se..se fosse, que vantagem eu teria de falar para vocês que eu não…”
Mais à frente, no diálogo, Delcídio tenta confirmar com Bernardo Cerveró e com Edson Ribeiro que o ex-diretor não mencionaria ele e a Alstom na delação, e é tranquilizado pelos dois que relembram um acordo de Nestor Cerveró com as autoridades do país europeu nas investigações da Alstom para não ser processado lá. Ao saber disso, o próprio senador conclui que havia “dinheiro da Alstom” mantido no exterior pelo ex-diretor Internacional.
“BERNARDO: Isso foi aquela estória que no final você falou. Que no final eles (MPF) jogaram. A gente sabe que vocês fizeram que você fez acordo com a Procuradoria que é um acordo de confidencialidade mas, que em off o tal do procurador suíço
DELCIDIO: Mas ele (Cerveró) chegou a fazer algum acordo com aquele procurador suíço?
EDSON: Foi fez. Pagou
DELCIDIO: Mas a título de que ele fez?
EDSON: Pagou. Pra não ser processado.
BERNARDO: Pra não ser processado lá.
DELCIDIO: Ah por causa de depósito em conta?
EDSON: Todo dinheiro que tava lá na Suíça ficou pra Procuradoria da Suíça. Então ele foi processado e o assunto morreu aí.
DELCIDIO: Pois é. E esse dinheiro era o dinheiro da Alstom? Ah foi por isso que ele fez o acordo?Entendi. Ele nunca me falou isso”.
O trecho com a conversa sobre a Alstom está a partir dos 40 minutos do vídeo que está no final do post.
Dezoito minutos depois, porém, vem o trecho que NÃO está na matéria do Estadão.
Quem publicou foi o Valor:
“E você vê como é que ele é [Fernando Baiano], como é matreiro? A delação, quando ele conta quando ele me conheceu, quando eu era diretor e o Nestor era gerente [da Petrobras]. Que ele foi apresentado a mim por um amigo, que ele poupou, que é o Gregório Marin Preciado. E as conversas que nós ouvimos é que em uma dessas reuniões que ocorreram, eu não sei com relação a qual desses projetos, houve uma reunião dessa na Espanha que os caras já rastrearam quem ‘tava’ nessa reunião. E existiu um espanhol nessa reunião que eles não souberam identificar. Bingo, é o Gregório!”
Delcídio prossegue dizendo: “Ou seja, Fernando está na frente das coisas, mas atrás quem organiza é o Gregório Marin”.
Em seguida, o senador — preso preventivamente por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) — relata um almoço com o também senador José Serra (PSDB-SP) e sugere que ambos conversaram sobre Preciado no contexto da Operação Lava-­Jato. O empresário, de origem espanhola, é casado com uma prima de Serra. Delcídio se equivoca e diz que Serra é cunhado de Preciado. “O Serra me convidou para almoçar outro dia… Ele [Gregório] é cunhado do Serra. E uma das coisas que eles levantaram nessa reunião na Espanha, eu não sei [se] sobre sondas ou Pasadena, mas houve um reunião na Espanha, e existia esse espanhol que não foi identificado. E é o Gregório. É o Gregório. O Nestor conheceu o Gregório”, diz.”
O jornal procurou a assessoria de Serra, que procurou se fixar na identificação errada do parentesco (Gregório, na verdade, é casado com uma prima-irmã de Serra) e a afirmar que as relações entre ambos são “estritamente familiares”. Não é verdade, os dois foram sócios num terreno do Morumbi, dado em garantia de uma dívida com o Banco do Brasil e vendido antes que fosse arrestado por falta de pagamento.
Este trecho começa aos 58;30 minutos.
Será que agora vão interessar as ligações entre o Governo Fernando Henrique Cardoso e de gente ligada ao PSDB nos assaltos à Petrobras.
Ou vai continuar “não vindo ao caso”?
no Tijolaço

Briguilinks

Carta a uma frasista do STF

Do *Bispo Orvandil




Prezada Ministra Carmem Lúcia

Nosso País acordou estupefato com a prisão de um senador da República. Por outro lado, alivio-me com a prisão de um banqueiro, um dos mais ricos do Brasil.

Não guardo intimidade com o pensamento do Senador Delcídio do Amaral em virtude de suas origens políticas, ligadas à privatizações e ao nefasto neoliberalismo. Porém, sua prisão nos coloca sob espanto pelo colorido de arbitrariedade em face da imunidade parlamentar de que gozam os eleitos pelo povo para ocupar cadeira na mais alta casa legislativa.

Perdoe-me, ministra Carmem, por me dirigir a senhora sem o traquejo jurídico próprio dos advogados, já que não sou um e sem a formalidade de um tribunal, já que não pertenço a nenhum.


Aqui tenho o objetivo de questioná-la pelo que disse na 2ª turma do STF ao justificar seu voto na decisão do ministro Teori Zavascki ao ordenar a prisão do Senador Delcídio do Amaral e do Banqueiro André Esteves.

É de se esperar que os homens e as mulheres eleitos e eleitas sejam honestos, honestas, probos e probas nas suas atividades parlamentares, embora alguns afrontem e desrespeitem a sensibilidade social e a cidadania, como é o caso do Senador Ronaldo Caiado, que frequentemente usa camiseta amarela com os sinais de 9 dedos, em deboche a deficiência física do ex-presidente Luiz Inácio Luiz da Silva, sem que seja incomodado em momento algum por esse preconceito e crime.

Nesta carta singela desejo lhe dizer que me senti ofendido e desrespeitado como cidadão com seu discurso ao justificar seu voto a favor da prisão de Delcídio do Amaral, nesta manhã.

A senhora disse que antes nos fizeram acreditar que a esperança venceu o medo. É evidente que a senhora se referiu à campanha eleitoral e eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem citá-lo.

E vencemos mesmo, ministra Carmem. Milhões de brasileiros fomos ameaçados com o estouro do dólar, com a fuga dos empresários que investiriam em outros Países abandonando o Brasil ao desemprego e à pobreza. Uma atriz da TV Globo apareceu em noticiários e na propaganda eleitoral do PSDB fazendo caras teatrais de assustada e dizendo: “ai, estou com medo”. Pois vencemos essa tentativa. Os milhões de votos investidos em Lula transcenderam fronteiras partidárias para afirmar nossa esperança contra as ameaças rasteiras e desonestas. Vencemos o medo, com muita esperança. O Brasil se sentiu recompensado com essa vitória. A senhora sabe!

Como cidadão e como povo me sinto ofendido e agredido em minha esperança e em minha fé com essa sua fala, para mim irônica e sem nenhuma relação com o mensalão da mídia, com muitos casos dúbios e influenciados pela opinião publicada.

A senhora carregou sobre a ironia sem nexo ao afirmar que “agora o escárnio venceu o cinismo”.

Qual a relação do possível crime do Senador Delcídio do Amaral, nem investigado totalmente e, muito menos julgado e condenado, com a vitória da esperança em 2002?

A senhora quer nos envolver em todos os possíveis crimes de Delcídio? A senhora falou pensando em investigação e condenação do ex-presidente Lula, o candidato a respeito de quem se usou o slogan “a esperança venceu o medo”? A senhora já sabe, mesmo sem julgamento, que o Senador Delcídio do Amaral é criminoso, até mesmo antes da manifestação da casa onde ele é parlamentar?

Na fundamentação de seu voto a favor da prisão do aludido senador a senhora asseverou que “ agora o escárnio venceu o cinismo”.

Pergunto se o seu voto não se referia a um senador? Se se referia ao Senador Delcídio do Amaral qual a relação da ironia com os votos de milhões de brasileiros que tiveram esperança de mudar aquela realidade triste de desemprego, de miséria e de pobreza em 2002?

A senhora ameaçou quem ao afirmar posteriormente que “criminosos não passarão sobre a justiça”, alertando a todos do mundo da corrupção?

Perdão, ministra, mas a minha ofensa também vem do fato de a senhora misturar ironicamente fatos e valores sem nenhuma relação, sendo que a esperança realmente venceu o medo e sempre vencerá as vilanias da classe dominante, principalmente da rapinagem dos poderosos internacionais, que atuam por meio de jagunços nacionais.

Pior, a sua referência de falso senso de oportunidade choca por estabelecer nexos irreais entre um senador atual, preso acusado de atrapalhar investigações, com toda a força da esperança de um povo.

Choca mais o fato de a senhora não fazer nenhuma menção ao banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Pactual, também preso como suspeito de fazer uma operação polêmica na área internacional da Petrobras, ao comprar poços de petróleo na África, sendo ele um dos homens mais ricos do Brasil, um País pobre e, mesmo assim, de esperanças que vencem os medos.

A senhora não disse nada sobre André Esteves foi pelo fato de ele ser banqueiro e rico? Haveria na senhora algum senso de seletividade, como o há na mídia que reforçou com grande destaque as suas palavras?

Enfim, perdoe-me pela ousadia de exercer o direito de questionar, de me indignar contra as seletividades e contra o deboche em relação ao povo que tem esperança, apesar do medo que diuturnamente lhe impingem.

Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz sociais.



* Dom Orvandil, OSF: bispo cabano, farrapo e republicano, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central e professor universitário, trabalhando duro sem explorar ninguém.

Jangadas nordestina







Juntando os fios da meada




A prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e do banqueiro André Esteves (BTG Pactual) joga luz sobre um período da corrupção na Petrobras que os responsáveis pela operação lava jato faz questão de não investigar - antes de 2003 -, para os delegados, promotores e o Moro, tudo que aconteceu antes de Lula chegar ao Planalto...Isso não vem ao caso.

Mas muito bem, vamos ver as pontas dos fios da meada e amarrar.

Delcídio Amaral em 1994 foi Secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia. De 1998 a 2001 fez parte da Diretoria de Gás e Energia da Petrobras e teve como subordinados Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa - delatores premiados na Operação lava jato -. Lembrando: isso foi durante o governo FHC.

Qual foi o motivo da prisão deles (Delcídio e Esteves)? Comprar o silêncio de Cerveró sobre corrupção antes de 2003 e terem acesso a documentos sigilosos da lava jato.

No meio das conversas surge o nome de quem? Gregório Preciado, amigo de...José Serra (Psdb-SP). Que teve as portas abertas para negócios na Petrobras por "ordem superior", tudo isso diz respeito a antes de 2003.

Como podemos ver, os delatores Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa são ligados ao senador Delcídio há muito tempo, muito antes de 2003

Pois bem, o Costa acusou José Dirceu de ter indicado diretor da Petrobras envolvido em corrupção. Dirceu nega, é a palavra de um contra a do outro.

Voltemos à 2005 - CPMI dos Correios - Delcídio foi acusado de ferrar os petistas acusados por Roberto Jefferson.




Quanto ao banqueiro André Esteves, é de conhecimento de todos que ganhou dinheiro e poder durante a privataria tucana - governo FHC -. Foi padrinho de casamento e patrocinou a lua-de-mel do Senador Aécio Neves da Cunha (Psdb-MG). E não deseja de maneira alguma que investiguem os seus negócios, principalmente antes de 2003.




Juntando os fios:
A última coisa que FHC, José Serra, Aécio Neves da Cunha - Psdb- pretende é que se investigue corrupção antes de 2003

Pelas ações até agora desenvolvidas pelo Moro e promotores da Operação lava jato, eles estão absolutamente de acordo com os tucanos.

Mídia esconde verdadeiras 'relações perigosas' de Bumlai

Preso pela Lava Jato, pecuarista foi sócio do global Galvão Bueno, do dono da Band, João Carlos Saad, e do ex-prefeito de Santos Beto Mansur (PSDB, PP e PRB). Mas imprensa só fala em "amigo do Lula"

por Helena Sthephanowitz, para a RBA




Em mais uma fase da Operação Lava Jato foi preso preventivamente o pecuarista José Carlos Bumlai. O Ministério Público afirma que as delações premiadas justificam a prisão. A defesa de Bumlai afirma que o empresário tem como provar com documentos que os delatores mentiram no caso dele.

As manchetes da imprensa tradicional usaram e abusaram da expressão "amigo de Lula" para se referir ao empresário preso, numa tentativa de mais uma vez associar o ex-presidente a denúncias de corrupção. Se depender da leitura das manchetes o pecuarista está preso por ser "amigo de Lula", tamanha a ênfase dada. Apesar disso, os próprios procuradores da força-tarefa que prenderam o pecuarista afirmaram claramente, em entrevista coletiva, que não há nenhuma prova contra o ex-presidente.

O que existe é o "uso indevido do nome e da autoridade do ex-presidente da República, que, mesmo não mais no cargo, ainda é uma das pessoas mais poderosas do país", segundo despacho do próprio Sergio Moro, o juiz que encabeça as investigações e sobre o qual pairam inúmeras denúncias de seletividade e parcialidade de sua condução.

De acordo com as notícias publicada na imprensa, Bumlai só foi apresentado a Lula em 2002, quando já era um dos maiores criadores de gado do Brasil. Fez o mesmo que outros grandes empresários dispostos ao diálogo, considerando que, à época, muitos hostilizavam ou temiam um governo petista.

Mas, convenhamos, se "ser amigo" já é criminalizado pela imprensa tradicional, como deveriam tratar "ser sócio"?

Pois o narrador esportivo da TV Globo Galvão Bueno foi sócio de Bumlai na rede de fast food Burger King no Brasil, numa composição empresarial que tinha ainda o ex-prefeito de Santos e atual deputado federal Beto Mansur (ex-PSDB, ex-PP e atualmente no PRB) e do piloto de Fórmula Indy Hélio Castro Neves.

João Carlos Saad, dono da TV Bandeirantes, foi sócio de Bumlai na TV Terraviva, dedicada ao agronegócio, que também teve como sócio o também empresário Jovelino Mineiro, que por sua vez, foi sócio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na fazenda Córrego da Ponte, no município mineiro de Buritis.

O pecuarista José Carlos Bumlai tem muitos outros amigos políticos, alguns deles graúdos empresários da bancada ruralista. O ex-governador de Mato Grosso e atual senador Blairo Maggi (PMDB-MT), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (PMDB-RJ), criador de gado; Jonas Barcelos (ex-dono de freeshops em aeroportos e ligado ao ex-senador Jorge Bornhausen (PSD-SC), também criador de gado. E se aproximou de petistas matogrossenses antes de Lula chegar à presidência, no período em que o PT governou Mato Grosso.

É óbvio que ninguém pode ser criminalizado por atos de terceiros, apenas por ser sócio, parente, amigo, colega de trabalho ou o quer que seja, se não participou de atos ilegais.

Mas é óbvio também que há muito cinismo dos veículos de comunicação que tiveram negócios com Bumlai, em apresentá-lo ao distinto público apenas como se fosse "amigo" exclusivamente de Lula.

Entrevista de Bumlai em 2009 à revista IstoÉ Dinheiro Rural mostra a trajetória do então queridinho da mídia: "Nascido em Corumbá, sua família o mandou para estudar em São Paulo em um colégio católico frequentado pela elite paulistana. Foi colega de aula de Luiz Fernando Furlan (ex-dono da Sadia e ex-ministro no primeiro governo Lula) e do ex-presidente da Nestlé, Ivan Zurita. Depois estudou engenharia na Universidade Mackenzie nos anos 1960, frequentada pela elite na época.

Trabalhou 30 anos com o "rei da soja" Olacyr de Moraes, boa parte do tempo em cargos de direção do Grupo Itamaraty, que tinha a empreiteira Constran e o extinto Banco Itamaraty. Com Olacyr, Bumlay introduziu o cultivo de cana em Mato Grosso do Sul e produção de etanol.

Ele também fez parte da diretoria de associações patronais ligadas ao agronegócio. É óbvio que, com um currículo destes, Bumlai deva ter conhecido muitos políticos e autoridades desde o tempo da ditadura – de alguns pode ter virado amigo e de outros, sócio e parceiro.

Em 2002 conheceu o ex-presidente Lula, e foi um dos empresários de grande porte do agronegócio que abriu canais de diálogo com o governo petista, quando o setor tinha um diálogo difícil com o PT. Integrou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), fórum criado no governo Lula para empresários, trabalhadores e outros agentes da sociedade debaterem ideias e pactuarem soluções e políticas públicas para o desenvolvimento.




Se Bumlai se meteu em alguma falcatrua, ou se usou o nome do ex-presidente indevidamente (ele nega), ainda está para ser esclarecido. Se o Ministério Público vai provar algo realmente ilícito contra o pecuarista, ou se ele está preso apenas por ser "amigo de Lula", como insinuam as manchetes, também veremos.

Afinal na fase anterior da Operação Lava Jato, o Ministério Público Federal escreveu com todas as letras que Gregório Marin Preciado – ex-sócio e muito ligado e parente do senador José Serra (PSDB-SP) – foi o operador de uma propina de US$ 15 milhões na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, mas nenhuma prisão preventiva foi pedida, muito menos nenhum mandato de busca e apreensão em seus endereços foi feito.

A diferença entre um juiz e um justiceiro

A diferença entre Teori e Moro
Atitudes diversas: Teori e Moro
Atitudes diversas: Teori e Moro



O ministro do STF, Teori Zavascki, vem desempenhando desde a sua posse na mais alta corte brasileira, um papel extremamente corajoso e determinante para o fiel cumprimento da Constituição Brasileira e a justa aplicação das leis.
A sua atuação como relator do processo referente à operação Lava Jato está se revelando oposta à do juiz federal Sérgio Moro e os seus caçadores de uma sigla só. A sobriedade, o cuidado, a imparcialidade, a discrição e a tomada de decisões baseada na estrita confirmação dos fatos que tanto sobram em Teori e tanto faltam em Moro são motivos para acreditar que se de um lado existem atitudes seletivas, do outro temos a justiça, líquida e certa.
Com a decisão inédita de autorizar a prisão de um senador no pleno exercício de seu mandato além da de um poderoso banqueiro com um velho histórico de relações nem sempre republicanas com sujeitos como Eduardo Cunha e Aécio Neves, Zavascki deixou todo o Congresso Nacional em estado de abatimento e preocupação com o que pode estar por vir.
Se a decisão de Teori para autorizar a prisão do líder do PT no Senado se baseou numa gravação efetuada pelo filho de Nestor Cerveró, mais contundente foi o motivo que o fez decidir pela prisão de André Esteves, presidente do banco BTG Pactual.
Além da denúncia de que Esteves tinha oferecido 4 milhões de reais para que Cerveró não efetuasse o acordo de delação, surgiu a notícia de que o banqueiro obtivera cópias de documentos sigilosos sob a guarda do complexo prisional da PF em Curitiba. Nas palavras do próprio Teori: “Vem à tona a grave revelação de que André Esteves tem consigo cópia de minuta do anexo do acordo de colaboração premiada assinado por Nestor Cerveró, confirmando e comprovando a existência de canal de vazamento na operação Lava Jato que municia pessoas em posição de poder com informações de complexo investigatório”.
É estarrecedor.
Se os vazamentos seletivos que o país inteiro presenciou durante todas as fases da Lava Jato já eram um escândalo, chegamos agora à constatação de que não só existem pessoas no grupo de trabalho de Moro ou da PF ou de ambos vazando informações como também entregando cópias de documentos para poderosos envolvidos nos esquemas de corrupção.
Ou seja, existe um movimento que trabalha para salvar a pele dos homens de maior poder e influência desse país. Tal movimento,  longe de pretender exterminar com a corrupção no Brasil, em boa medida trabalha para que ela seja mantida e jamais importunada. É difícil imaginar que as medidas que foram tomadas por Teori pudessem acontecer caso o relator do processo fosse alguém como Gilmar Mendes ou se toda a operação estivesse a cargo unicamente de Sérgio Moro.



O simples fato de a mulher e a  filha de Eduardo Cunha ainda estarem livres, sem sequer possuírem qualquer imunidade parlamentar, mostra o quanto a Lava Jato parece empenhada em combater a corrupção quando os envolvidos pertencem ao PT. A questão final é: com a comprovação de que existem corruptos dentro da própria operação Lava Jato, ojuiz Sérgio Moro tomará finalmente alguma medida para punir os culpados e acabar com os vazamentos seletivos de informações e documentos?
Ou será preciso que o ministro Teori Zavascky faça lembrar ao magistrado que a justiça do Brasil de hoje já atinge banqueiros, políticos e até juízes federais?
por Carlos Mendes

Fernando Brito - Prisão de Delcídio expõe o risco da delação “genérica” e a eficácia do “Rhum Creosotado”

rhum
Repare o leitor que não houve – e nem poderia haver, tamanha a imundície – um pio de protesto ante a prisão do Senador Delcídio Amaral.
E não pode haver, porque é inequívoca a prova de que não apenas ele estava praticando um crime como perpetrando outro, o de dar fuga a Nestor Cerveró.
Abstenho-me de comentar o nojo da situação porque mantenho este blog limpo.
Curioso é que as provas não foram obtidas pela Polícia Federal nem pelos guapos rapazes do Ministério Público, mas pelo filho de Cerveró, animado pelo legítimo direito de – já que estamos numa feira judicial – de negociar (veja como o termo é adequado) a delação premiada do pai.
E ponto, terminam aí as virtudes do episódio.
Começam, então, os episódios, características e, pior, as projeções lógicas que traz com ele, tão ou mais repugnantes.
A primeira delas é a tristíssima constatação que o senso de Justiça do Supremo Tribunal Federal só é como deveria ser para todos quando  ofendida a honra de seus integrantes.
Se o senhor – já antecipo a perda iminente do título de Senador – Delcídio Amaral tivesse dito que “já conversou” comigo ou com o prezado leitor e a querida leitora sobre como livrar Cerveró, estaríamos nós, inapelavelmente, execrados nas páginas dos jornais como cúmplices.
Sem dó nem piedade.


Aliás, estariam assim os senhores Ministros do STF se a gravação tivesse, antes de chegar ao conhecimento do Supremo, sido entregue ao Superior Tribunal da Veja. Ou, talvez, tenha chegado – tal é a cumplicidade que se formou entre ela e a República do Paraná e os tenha salvo, coitados, pelo “Rhum Creosotado” da citação ao Ministro Gilmar Mendes, o qual, claro, não vem ao caso.
Ninguém irá imaginar se “ser conversado” é prática no STF ou se, como Esteves, o banqueiro Daniel Dantas “conversou” com alguém.
Com toda a razão – e sobretudo, com todos os meios – Suas Excelências puderam dar fim, desde o início, a qualquer especulação, sem prova, sobre sua honra e honestidade.
Mas, a esta altura, manifestarem-se indignados pelo vazamento de informações da Lava-Jato é, convenhamos, reafirmar a refrescância da pimenta em olhos alheios.
Daí vem a segunda inevitável reflexão.
A delação premiada de Cerveró, está evidente, foi negociada com uma ratoeira para pegar Delcídio – e, de quebra, o banqueiro André Esteves, que apesar de eleitor de Aécio e pagador de suas despesas pessoais , virou petista de carteirinha na mídia – e o episódio de ontem terá desdobramentos.
Quanto valerá agora o único caminho da defesa de Delcídio Amaral e de André Esteves, uma nova delação premiada?
Devo estimular a imaginação dos leitores sobre o que ela conteria?
E preciso perguntar se a credibilidade do “conversei com o Lula”  teria seria a mesma que se teve  ante o “conversei com o Teori” ou o “conversei com o Tóffoli” ou ainda o “vou pedir ao Temer para conversar com o Gilmar”.
A espiral de delações, que empresta credibilidade a tudo o que dizem homens desesperados diante da evidência de suas falcatruas, turbinada por um Ministério Público e uma Polícia que têm alvos pré-determinados e uma imprensa histericamente partidarizada inevitavelmente conduz a isso.
Agora imagine se, para completar a “cruzada moral”, sob o apoio da indignação moral de todos com o papel dos roedores que caíram na ratoeira, os ratos passam a guinchar suas delações, para fruir de tudo, embora com as anilhas eletrônicas do laboratório do Dr. Moro  presas às patinhas?
Ah, sim, porque queijo guardado eles têm e muito.
Deu-se assim o resultado da ausência da política e da polêmica.
Quando ela passa a um plano inferior, sobram os Esteves, os Delcídios, os Cunha.
Os que “viabilizam”.
E, quando podem ser lenha para fazer arder uma política progressista, nacionalista e inclusiva, são solenemente lançados ao fogo por seus pares. Diga-se, não sem “méritos” para isso, embora sejam apenas uns entre muitos que se beneficiam do inverso desta política.
O Supremo fez o que muita gente neste país desaprendeu a fazer: exerceu seu poder.
Quem não faz isso, cai.
A menos que o ilustre passageiro seja salvo por algum Rhum Creosotado.

no Tijolaço



Enriqueceu durante o governo FHC, foi padrinho de casamento de Aécio Neves da Cunha?





Durante a sessão de ontem no Senado Aécio Neves da Cunha relembrou os melhores momentos da lua de mel que o padrinho banqueiro André Esteves patrocinou para ele em Nova York

by Palmério Dória

Janio de Freitas - O parlamentar e o banqueiro

Apesar de menos escandalosa, a prisão do banqueiro André Esteves é tão ou mais importante, em vários aspectos, do que a prisão do senador Delcídio do Amaral. Até agora, as empreiteiras e um ou outro fornecedor da Petrobras compunham a imagem dos grandes patrocinadores da corrupção. A entrada em cena de um poderoso banqueiro necessitado de silenciar um delator não é a "ponta de um iceberg": é um grão no terreno arenoso da corrupção brasileira em sua verdadeira extensão.
As relações capitalistas adotam predominantemente, no Brasil, procedimentos à margem da lei e da ética. Qualquer que seja o setor de atividade, é inexpressiva a parcela que não se vale, com permanência, de vantagens ilegais. A verdade mais brasileira é que são práticas comuns a sonegação, a fraude, caixa dois, adulterações, produtos irregulares, e a corrupção com subornos que evitam fiscalizações e apagam multas, ou, no outro extremo, asseguram negócios, preços assaltantes e contratações ilícitas.



No setor financeiro, as manobras irregulares de especulação são o mais regular. Agora mesmo começa a despontar um caso gravíssimo de manobras cambiais de bancos dos Estados Unidos, ou sobretudo destes, inclusive com a moeda brasileira. O Banco Central tem muito a dizer a respeito, e o dever de dizê-lo, mas faz papel de espectador desinteressado. Trata-se, no entanto, de corrupção em altos bilhões.
A menção a André Esteves na reunião com Delcídio do Amaral, para salvarem-se ambos do perigo personificado por Nestor Cerveró, é só um flash das relações capitalistas no Brasil. Personagem de prestígio aqui e no exterior, André Esteves é conhecido também como abastecedor financeiro de alguns políticos, não só em campanhas eleitorais. O poder político é um dos seus negócios.
O pasmo causado pelo novo passo da Lava Jato não decorreu da prisão, sem precedentes, de um senador em exercício do mandato. Estão no Senado outras presenças a atestar que não há motivo para tamanho estarrecimento com a busca de um senador pela Polícia Federal. O espantoso veio sobretudo de ser Delcídio do Amaral, embora já estivesse citado em vazamento antigo da Lava Jato. Mas, parlamentar eficiente e bem conceituado mesmo pela oposição ao PT e ao governo, inclusive como negociador, Delcídio do Amaral figuraria em toda lista dos bons senadores.
O que o sereno Delcídio pretendeu, com André Esteves, foi livrar-se da acusação de um crime por meio de outro. Mas a falta de percepção com que o imaginaram diz mal de ambos. Era lógico que, à fuga de Nestor Cerveró desejada pelo parlamentar e pelo banqueiro, a família preferiria a delação premiada de seu chefe, para com ele gozar, pelo resto da vida, o saldo de riqueza que o acordo de delação deixa ao delator.
Fosse a fuga de perseguido político, aqui não poderia haver comentário reprovador. Auxílio à fuga de corrupto, por si mesma inaceitável, agrava-se porque os próprios Delcídio e Esteves seriam beneficiados, livrando-se, sem fugir, de acusações a que estavam sujeitos. Seu plano vale como uma confissão de culpa.
Por mais que os trombadinhas do impeachment explorem contra o governo a prisão de Delcídio do Amaral –houve até quem dissesse que agora a Lava Jato "caiu dentro do gabinete da presidente Dilma"– o efeito de fato é a perda do líder hábil da bancada governista no Senado. Tudo o que compromete Delcídio é estritamente pessoal. No mais, as coisas seguirão, com as mesmas dificuldades e as mesmas urgências. 
na Folha de São Paulo