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Paulo Nogueira: está reaberta a temporada de caça a Dirceu

A estratégia que sugeri a José Dirceu para usar durante o julgamento do Mentirão, continua atual. Ele deveria aplica-la, não vejo melhor maneira de defesa. Leiam o e-mail Aqui e comentem.




Lembro uma vez em que o atacante Mario Balotelli, então no Manchester City, exibiu sob a camisa de seu clube uma camiseta que dizia o seguinte: “Por que sempre eu?”
Balotelli, um dos melhores atacantes do time, era sempre objeto de intensas críticas e futricas, a despeito do grande futebol que jogava.
Era como se ele tivesse sido escalado para ser o cara mau.
De certa forma, Zé Dirceu poderia também mostrar uma camiseta com as mesmas palavras: “Por que sempre eu?”
É impressionante a caça a Dirceu. Quando a mídia deseja fazer uma nova rodada de ataque ao PT, você pode esperar. Lá vem “denúncias” sobre Dirceu.
Foram tantos anos de construção pela imprensa de uma imagem de símbolo da corrupção que os donos das empresas de jornalismo sabem que publicar alguma nova história sobre ele vai acender chamas num certo público de estridente e insuperável anafalbetismo político.
A perseguição a Dirceu é feroz. O que você pode ponderar é que o PT jamais teve coragem de enfrentar a mídia, mesmo no tempo de Dirceu.
Numa extraordinária aberração, o PT no poder continuou a abastecer de mensalões os barões da imprensa por meio de mamatas como anúncios, financiamentos, compras de livros e por aí vai.
Em nenhum momento Lula e Dilma disseram: “Bem, chega de farra. 500 milhões por ano para a Globo me bater dia e noite? Chega. Mais 150 milhões por ano para o Silvio Santos encher a emissora de pessoas como Sheherazade e Gentili? Chega.”
E daí sucessivamente. Ah, baixar a zero é muita coisa? Discordo, mas aceito. Então, divida-se o mensalão dos barões por dois imediatamente.
Leio, nos porta-vozes dos patrões, que Dirceu não pode ter consultoria. Quer dizer, então: ele não pode trabalhar.
Vamos tentar entender. Dirceu não pode ser consultor. Mas pessoas saídas de governos do PSDB podem.
FHC colocou na estratégica agência reguladora de petróleo o genro, David Zylbersztayn. Claro que Zylbersztayn era um gênio, e portanto a imprensa não tinha razões para discutir se havia aí nepotismo.
Mas, terminado o casamento, acabou a carreira de Zylbersztayn na cúpula da administração do sogro camarada.
O que ele foi fazer? Foi ser consultor. De petróleo.
Isso pode.
A injustiça no caso de Dirceu é a diferença de tratamento que ele recebe. O que para outros não é notícia nem de rodapé para Dirceu vira manchete.
E vamos entender: para alguém como ele, ou a opção é ser consultor ou, simplesmente, nada.
Altos funcionários de administrações amigas da plutocracia sempre encontram propostas de emprego nas grandes empresas. A plutocracia se protege.
A Globo arrumou ocupação até para o filho de Joaquim Barbosa.
No circuito das palestras, as grandes corporações pagam cachês milionários para seus amigos. (Barbosa está vivendo disso, agora.)
Há uma rede de proteção formidável para os que ajudam o Brasil a ser o que é, um campeão de desigualdade.
Dirceu está do outro lado.
Por que quebrar o sigilo bancário dele? Para reforçar a caricata imagem que se fez dele.
É um crime jornalístico divulgar valores de consultorias antes de investigá-las. Qual seria o valor certo para os serviços prestados por Dirceu? Ou queriam que ele prestasse consultoria de graça?
Mais uma vez, está aberta a temporada de caça a Dirceu, e vale tudo.
Ele poderia repetir Balotelli, repito: “Por que sempre eu?”

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06 aulas de gestão estratégica

SEIS AULAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA....
AULA 01:
Um homem está entrando no chuveiro enquanto sua mulher acaba de sair e está se enxugando. A campainha da porta toca. Depois de alguns segundos de discussão para ver quem iria atender a porta a mulher desiste, se enrola na toalha e desce as escadas. Quando ela abre a porta, vê o vizinho Nestor em pé na soleira. Antes que ela possa dizer qualquer coisa, Nestor diz:  Eu lhe dou 3.000 reais se você deixar cair esta toalha! Depois de pensar por alguns segundos, a mulher deixa a toalha cair e fica nua.  Nestor então entrega a ela os 3.000 reais prometidos e vai embora.  Confusa, mas excitada com sua sorte, a mulher se enrola de novo na toalha e volta para o quarto. Quando ela entra no quarto, o marido grita do chuveiro: Quem era?  Era o Nestor, o vizinho da casa ao lado, diz ela.  Ótimo! Ele lhe deu os 3.000 reais que ele estava me devendo?
Conclusão: *Se você compartilha informações a tempo, você pode prevenir exposições desnecessárias* 

AULA 02:
Um padre está dirigindo por uma estrada quando um vê uma freira em pé no acostamento.  Ele para e oferece uma carona que a freira aceita. Ela entra no carro, cruza as pernas revelando suas lindas pernas.  O padre se descontrola e quase bate com o carro. Depois de conseguir controlar o carro e evitar acidente ele não resiste e coloca a mão na perna da freira.
A freira olha para ele e diz:
- Padre, lembre-se do Salmo 129!
O padre sem graça se desculpa:
- Desculpe Irmã, a carne é fraca... E tira a mão da perna da freira.
Mais uma vez a freira diz:
- Padre, lembre-se do Salmo 129! Chegando ao seu destino a freira agradece e, com um sorriso enigmático, desce do carro e entra no convento. Assim que chega à igreja o padre corre para as Escrituras para ler o Salmo 129, que diz: 'Vá em frente, persista, mais acima encontrarás a glória do paraíso'.
Conclusão: *Se você não está bem informado sobre o seu trabalho, você pode perder excelentes oportunidades*
AULA 03:
Dois funcionários e o gerente de uma empresa saem para almoçar e na rua encontram uma antiga lâmpada a óleo . Eles esfregam a lâmpada e de dentro dela sai um gênio. O gênio diz:
- Eu só posso conceder três desejos, então, concederei um a cada um de vocês!
- Eu primeiro, eu primeiro. ' grita um dos funcionários!!!!
- Eu quero estar nas Bahamas dirigindo um barco, sem ter nenhuma preocupação na vida '... Puff e ele foi.
O outro funcionário se apressa a fazer o seu pedido:
- Eu quero estar no Havaí, com o amor da minha vida e um provimento interminável de pina coladas! Puff, e ele se foi.
- Agora você - diz o gênio para o gerente.
- Eu quero aqueles dois de volta ao escritório logo depois do almoço para uma reunião!
Conclusão: *Deixe sempre o seu chefe falar primeiro*. 

AULA 04:
Na África todas as manhãs o veadinho acorda sabendo que deverá conseguir correr mais do que o leão se quiser se manter vivo.  Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deverá correr mais que o veadinho se não quiser morrer de fome.
Conclusão: *Não faz diferença se você é veadinho ou leão, quando o sol nascer você tem que começar a correr.* 

AULA05:
Um corvo está sentado numa árvore o dia inteiro sem fazer nada. Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta:
- Eu posso sentar como você e não fazer nada o dia inteiro?  O corvo responde: Claro, porque não? O coelho senta no chão embaixo da árvore e relaxa. De repente uma raposa aparece e come o coelho.
Conclusão: *Para ficar sentado sem fazer nada, você deve estar no topo*. 

AULA 06:
Um fazendeiro resolve colher algumas frutas em sua propriedade, pega um balde vazio e segue rumo às árvores frutíferas. No caminho ao passar por uma lagoa, ouve vozes femininas e acha que provavelmente algumas mulheres invadiram suas terras. Ao se aproximar lentamente, observa várias belas garotas nuas se banhando na lagoa. Quando elas percebem a sua presença, nadam até a parte mais profunda da lagoa e gritam: Nós não vamos sair daqui enquanto você não deixar de nos espiar e for embora. O fazendeiro responde: Eu não vim aqui para espiar vocês, eu só vim alimentar os jacarés!
Conclusão: *A criatividade é o que faz a diferença na hora de atingirmos nossos objetivos mais rapidamente*.
Extraído da apostila de consultoria do Prof. Pantufas...

Consultoria

[...] rende muito mais para os fregueses

Em plena Renascença, em Roma, ninguém superava em riqueza e ostentação o empresário, comerciante, importador e contrabandista Agostinho Chigi, conhecido pelos banquetes que oferecia, muitas vezes tendo como comensal o Papa Leão X. Mandava servir às vezes mil romanos com pratos de prata, onze para cada convidado, de acordo com o número de iguarias. Depois de casa uma, os pratos eram jogados no Tibre, para assegurar que não fossem usados duas vezes. O nababo suplantou-se no dia 28 de Agosto de 1519, quando o Banquete foi servido em pratos de ouro, da mesma forma foram lançados no rio.

O que ele não percebeu foi que seus empregados haviam mergulhado uma rede próxima da margem. Quando a festa acabou, recuperaram aquela imensa fortuna, que venderam no mercado negro.

Essa historinha se conta a propósito da consultoria do ministro Palocci. Até agora pouco se fala nos que o contrataram, desconhecendo-se o nome de suas empresas, até dos cozinheiros do banquete oferecido pelo chefe da Casa Civil. Eles também estenderam sua rede de proteção para salvar os pratos de ouro, quer dizer os conselhos dados por Palocci, que revenderam para outros empresários. Muita gente ganhou mais dinheiro do que regiamente bem pago ministro utilizando suas informações e seus relacionamentos no governo. Só para concluir, diz  a lenda que Chigi morreu pobre...
por Carlos Chagas

Consultorias

[...] A hora do enfrentamento

Esta semana será decisiva para a base parlamentar do governo, até para o próprio governo. Não haverá  salvação, caso mantida a estratégia suicida da semana passada, na Câmara, de suspender as reuniões das Comissões Técnicas visando evitar que elas votem a convocação do ministro Antônio Palocci  para explicar o aumento de seu patrimônio. Porque não dá mais ficar empurrar indefinidamente com a barriga um problema a ser enfrentado.

Já foi um vexame assistir líderes governistas acertando com assessores palacianos o cancelamento das atividades em todas as comissões. Nitidamente manobra desesperada, daquelas em que os  defensores de uma fortaleza sacrificam a própria vida e terminam não impedindo a invasão dos adversários.

Se é para Palocci acabar convocado, precisando depor, que assim aconteça. Sempre existirá a hipótese de o governo ganhar no voto, como ganhou no plenário, quando a maioria rejeitou a hipótese. O que parece inadmissível é paralisar os trabalhos das estruturas tidas como a alma da Câmara, suas comissões técnicas. Chegou a hora do enfrentamento, jamais do recuo permanente.  

Consultorias

Prestar consultoria não é crime. Pelo contrário, trata-se de  um dos pilares do capitalismo. Empresas interessadas em ampliar seus negócios recorrem rotineiramente a consultores especializados nos meandros das novas  atividades a que pretendem dedicar-se. Ou na sedimentação das velhas.

Depois de deixar o ministério da Fazenda e mesmo antes de reeleger-se deputado, Antônio Palocci dedicou-se a prestar consultoria a quem procurasse  sua recém-criada firma.  José Dirceu fez a mesma coisa, até viajando ao exterior para atender clientes.

Ganharam muito dinheiro, os dois. Só eles? Nem pensar. O que há de consultores faturando pelo país inteiro daria para lotar um estádio de futebol em dia de clássico.

Torna-se necessário, porém, para os consultores e seus contratantes, praticar a transparência. Se é um negócio lícito como qualquer  outro, convém não misturar passado e presente, para não turvar o futuro.

Nos tempos do regime militar, era comum empresas grandes e pequenas contratarem um general, almirante ou brigadeiro recém-transferidos para a reserva para ajudá-los em suas relações com o poder. Criaram-se as figuras dos “abridores de porta”, que por suas relações anteriores com os governantes obtinham rapidez e  facilidades para os  pleitos de seus empregadores. Coisa feia que gerou até a cassação de um senador, pelo general Ernesto Geisel, só porque o indigitado representante de Pernambuco aconselhou um amigo a “contratar também o seu general”.

No universo dos negócios a moda envolveu antigos ministros e altos funcionários do governo que, passado seu tempo na administração pública, logo fundavam bancos e financeiras, muitos para faturar relacionamentos  anteriores e informações privilegiadas que traziam, como aconteceu nos anos do sociólogo.

No governo Lula, as coisas ficaram mais objetivas, como demonstram os casos de Palocci e Dirceu. Desligados de antigas funções na Fazenda e na Casa Civil, a lei não os impediu de prestar serviços a empresas e empresários. Enriqueceram. 

O problema é saber a quem serviram, num caso, e ainda servem, no outro.  E como. 

A que tipo de consultoria dedicaram-se ou se dedicam? 

Abrir portas ou colocar sua experiência e capacidade à disposição de quem delas necessite? 

Não se trata de terem agido  assim enquanto ministros. 

A ninguém será dado supor comportamento tão distorcido. Só que tendo em vista a proximidade entre as duas atividades, de conduzir a administração, antes, e de orientar iniciativas junto a atuais administradores, depois, o natural é que os dois consultores e a infinidade de outros espalhados pelo país abram seus contratos. Demonstrem haver trabalhado com ética nas novas funções, sem entrelaçar relacionamentos e conhecimento  privilegiado de que dispunham para embasar negócios atuais de que vão dispor  seus clientes. Feito isso, tudo bem. Caso  contrário, melhor tomar cuidado...