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Lula fez muito bem em denunciar a quadrilha de Curitiba a ONU


Juiz partidário

Num mundo menos imperfeito, Lula jamais teria que recorrer a um tribunal internacional para se defender de acusações que lhe são feitas no Brasil.

Mas este mundo em que vivemos é muito imperfeito — e isto quer dizer que Lula agiu muito bem em bater nas portas da Comissão de Direitos Humanos da ONU.

No centro do apelo de Lula está o que todos sabem, embora poucos falem: Moro é um juiz parcial, tendencioso, inconfiável.

É um juiz da plutocracia, um homem que não faz cerimônia nenhuma em aparecer ao lado de homens como os irmãos Marinhos em celebrações.

É evidente que ele vai condenar Lula, quaisquer que sejam as circunstâncias, se puder. Condenar e prender.

Os fatos não contarão nada, assim como no julgamento de Dilma pelo Senado.

Moro é um juiz da linha de Gilmar Mendes. Você consegue ver Gilmar julgando qualquer causa relativa ao PT que não seja com uma tonitruante condenação?

É uma medida extrema a de Lula, mas tempos excepcionais demandam ações igualmente excepcionais, para lembrar a grande frase do rebelde britânico Guy Fawkes.

Fingir que Moro e a Lava Jato são neutros só serve à plutocracia e a ambos, Moro e Lava Jato.

Um dos erros graves de Dilma e do PT não foi, lá para trás, ter reagido à altura quando se caracterizaram os abusos da Lava Jato. Não tardou que ficasse claro que o objetivo de Moro era extirpar Lula, Dilma e o PT — e não a corrupção.

Dilma, Lula e o PT sempre contemporizaram com a farsa de Moro e da Lava Jato, dentro de uma estratégia fracassada de republicanismo suicida.

Coube a Lula, ainda que com atraso, dizer verdades sobre Moro, primeiro no plano interno e agora no cenário internacional.

As pessoas lá fora desconhecem o que se passa no Brasil. O jornalista americano Glenn Greenwald disse nunca ter visto uma mídia como a brasileira. Ele só viu o horror por viver aqui. O advogado inglês contratado por Lula foi na mesma linha: disse ser inconcebível, em sua terra, um juiz como Moro.

Vivemos uma guerra movida pela plutocracia. O jornalismo que se pratica nas corporações é de guerra. A justiça que se faz nos tribunais mais elevados é de guerra.

Que essa guerra seja, ao menos, reconhecida e denunciada por suas vítimas.

O recurso de Lula está impregnado de um forte componente simbólico. A direita brasileira tradicionalmente aumenta a violência contra a democracia quando não há resposta a seus ataques.

Lula respondeu. Jogou em escala mundial luzes sobre o caráter de Moro e da Lava Jato.

Moro vai ter que ser mais cuidadoso com seus passos, para não dar completa razão a Lula.

Ele será observado pelo mundo, uma situação nova e desconfortável para quem jamais recebeu nenhum tipo de fiscalização no Brasil e por isso pôde cometer abusos em série.

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Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Até quando os morojás zombarão dos dalits impunemente?

Para casta de togados não basta desfrutar das mordomias bancadas pelo suor dos dalits (Povo) eles tem de despejar todo escárnio possível no lombo da gentalha.

Pois não é que a AMB - Associação dos Magistrados do Brasil - faz uma campanha publicitária com o irônico mote #SomosTodosJuizes , todos quem caras-de-pau?

Os que:
  • Não recebem quatorze salários por ano
  • Não recebem duas férias anualmente
  • Não tem plano de saúde
  • Não recebem mesada para educação dos filhos
  • Não recebem bolsa para fazer mestrado
  • Auxílio para comprar livros, revistas jornais
  • E nem tem moradia de graça
Também são juízes?...
Se de fato fossemos, vocês todos estariam mesmo era atrás das grades. Porque na verdade o que alguns chamam de mordomias e privilégios que vocês desfrutam é: Roubo!

Corja!





Não somos todos juizes não somos todos otários e nem somos todos ladrões

SomosTodosJuízes? O "barraco das Excelências" em busca de mais poder

POR FERNANDO BRITO 

Quem acompanha o blog do Frederico Vasconcelos, na Folha, deve estar espantado com o "barraco" que está rolando entre a Associação dos Magistrados Brasileiros e a entidade dos juízes aqui no Rio de Janeiro.

O motivo aparente é uma campanha publicitária da AMB – vejam só, campanha publicitária de juiz! – que tem o mote#SomosTodosJuizes, onde uma primorosa peça dizia:

"Você já furou fila, apresentou carteirinha falsa para pagar mais barato em um evento, mentiu a idade dos filhos para gastar menos, declarou informações erradas no Imposto de Renda ou fez gato de TV a cabo? Então, provavelmente, você já cometeu pequenas transgressões. Nas pequenas decisões do dia a dia, #SomosTodosJuízes."

A associação do Rio protestou, não se sabe porque dá margem a imaginar que os juízes praticam estas transgressões ou (acho difícil) por colocar todos os cidadãos como transgressores…

O mais interessante, porém, é que na nota de resposta à critica – onde já acusa a entidade dos juízes do Rio de "oportunismo" eleitoral – diz que mensagens assim " são uma forma de promover o fortalecimento da magistratura e se fazem extremamente necessárias em um momento de crise política e econômica."

A campanha #SomosTodosJuízes também fala com a sociedade quando chama o cidadão para assumir a sua parcela de responsabilidade em agir de forma ética, assim como fazem os magistrados.

Chega a ser ridículo que em meio a tantos escândalos de abuso do poder – o juiz do Porsche, os carteiraços, a funcionária punida por dizer a um magistrado, durante uma blitzda Lei Seca que ele não era Deus e, ainda esta semana, juiz condenando jornaleiro que o xingou a mais de sete anos de cadeia. – e a vergonha de centenas de milhões pagos em auxílio-moradia (com montanhas de atrasados – a quem mora em imóvel próprio, na própria cidade onde vive – suas excelências venham com historinha de carteirinha falsa de estudante e  "furar fila " são problemas de Justiça no país.

Ah, tenham paciência.

Já não falo de criança com fome, gente sem casa, trabalhador sem emprego, para que os senhores não digam que é demagogia, mas  do combate aos privilégios.

O que fica bem claro quando o próprio presidente da AMB, João Ricardo Costa, diz que eles têm o apoio de todas as grandes empresas da mídia, os "fazedores da vontade" do país:

 Após três meses do lançamento, a campanha #SomosTodosJuízes já conquistou outros relevantes setores da sociedade. O Prêmio Innovare é um dos principais apoiadores ao lado dos maiores grupos de comunicação do País – Grupo Globo, Rede Record, Grupo Bandeirantes e a Associação Brasileira de Rádios e Emissoras de TV (Abert) – apoio esse que referenda a campanha e demonstra que estamos no caminho certo para tornar ainda mais conhecida e valorizada a atuação dos magistrados brasileiros.

Aliás, doutores, seria bom esclarecer que, se#SomosTodosJuízes, também queremos que nos paguem 14 salários, nos dêem dois meses de férias, paguem nosso plano de saúde, colégio dos filhos, mestrado para a gente, auxílio para livros e jornais, além daqueles  R$ 4.300 de auxílio-moradia.

Não?

Ah, bom. Já está dando para entender porque os senhores e o pessoal do MP estão tão mobilizados para impedir que se aprove a lei que pune abuso de poder de juízes e promotores…

#NãoSomosTodosOtários e#NãoSomosTodosLadrões

Política - quanta baboseira num artigo só

As eleições de 2018 e o "risco Lula"

por Marcos Villas-Bôas

na CartaCapital

Como nos últimos 13 anos, o futuro do Brasil e da esquerda está nas mãos de Lula, agora mais do que nunca. O país vive um grave momento de inflexão e, até o final de agosto, decidirá o impeachment da Presidente Dilma Rousseff, o segundo em menos de 30 anos.

Os próximos 35 dias serão decisivos para o Brasil, que continuará em crise até 2019 se um novo Presidente, mais preparado e que não tenha relação com as investigações em curso, não assumir antes disso.

Michel Temer, como todos sabem, está envolvido até o pescoço, o que foi dito por alguns dos seus colegas mais próximos nasgravações expostas na imprensa. "Michel é Cunha" e Cunha vai, provavelmente, entregá-lo quando for preso, talvez até com gravações de conversas dele sobre crimes.

Ainda que não o faça, uma delação premiada de Cunha e outras que estão por vir derrubarão muitos dos principais políticos de PMDB, PT, PSDB, DEM, PP e outros.

Para que o governo não sofra com quedas frequentes de pessoas em posições chave até 2019 e com um constante receio de queda do próprio Presidente, é preciso que alguém de fora dessa bagunça assuma o poder.

Como João Santana, marqueteiro do PT, expôs a Sérgio Moro recentemente, quase todas as campanhas receberam dinheiro de caixa 2, inclusive a de Dilma em 2010. Se houver rigor, segundo ele, será feita uma fila de presos de Curitiba até Manaus, maior do que a Muralha da China.

Na medida em que se aprofundarem as investigações, se elas não forem seletivas, vão ser implicados de alguma forma, como já vêm sendo, Dilma e Temer, Aécio, Marina, quase todos que foram candidatos recentemente.

As pesquisas de opinião pública dão conta repetidamente de que a sociedade não quer mais Michel, nem Dilma. Parece estar claro que o caminho para o país é entoar uma voz uníssona por novas eleições diretas, que restituam a democracia.

Não se trata mais de subverter o Estado Democrático de Direito, como alguns dizem, pois o que se propõe é exatamente uma renovação dele, que, na verdade, esteve deformado desde sempre.

Se quase todos os principais políticos que concorriam a cargos em Executivos, e mesmo no Legislativo, recebiam dinheiro de caixa 2, ainda que a origem não fosse corrupção estatal, praticamente todos eles estão implicados em alguma medida e terminarão sofrendo as consequências criminais, administrativas e/ou eleitorais.

Com a proibição do financiamento empresarial de campanhas, há esperanças de que diminua a influência do poder do dinheiro sobre o poder político. Aliada a um maior medo de punição e a mais fiscalização, pode ser que um início de Estado Democrático de Direito, um verdadeiro, esteja prestes a ser construído no Brasil.

Cabe, portanto, a Lula se retirar do pleito eleitoral. O coro em prol de novas eleiçõesnão é praticamente unânime ainda, porque ele é o primeiro colocado nas pesquisas e boa parte da sociedade tem o receio de que tudo continue igual caso ele seja eleito.

Em todas as pesquisas deste ano, Lula tem a maior rejeição entre os possíveis candidatos, em torno de 60%, apesar de estar à frente no primeiro turno por causa da pulverização dos votos dos demais. No segundo turno, contudo, ele perde em todos os cenários.

O grande povo de mulheres e homens comuns do Brasil quer mudança drástica. Exceto por uma elite conservadora, as pessoas querem mais lisura, transparência, eficiência e equidade na economia. Lula teve a sua chance, ou melhor, teve duas, e sua pupila teve mais uma e pouca. PSDB, DEM e PMDB também tiveram suas chances, direta ou indiretamente, no poder.

Lula continua caçado a todo o custo. Voam as investigações contra ele e aliados, cujo objetivo maior é prendê-lo ou, ao menos, torná-lo inelegível, enquanto que todas as demais se arrastam. Se a possibilidade de Lula ser Presidente novamente deixar de ser um risco, o Brasil ganhará com o avanço das demais investigações.

Desistir das eleições é um bem que Lula faz a si mesmo, à sua liberdade, e à República de Curitiba, que poderá ficar mais tranquila depois desse fim atingido e, assim, investigar e condenar também os demais com o mesmo ímpeto da caça a Lula.

Boa parte do Brasil, mesmo aqueles que eram eleitores do PT, não tem mais coragem de apostar em um Presidente do partido, ao menos não em curto prazo. Lula e PT precisam ser mais pragmáticos, o que eles foram muitas vezes no mau sentido. É preciso abrir um pouco mão do poder para que possam voltar a tê-lo.

Deste modo, não parece haver outro caminho melhor, senão Lula anunciar sua retirada de eleições até 2018 com apoio incondicional à candidatura de Ciro Gomes com um vice do PT, a ser anunciado, que esteja longe da lama do partido. Caso Fernando Haddad não vença em São Paulo, ele tende a ser o melhor nome.

Com a saída de Lula do pleito eleitoral, ele será menos visado e poderá trabalhar com mais tranquilidade na reconstrução do partido, nas eleições municipais e em eventuais eleições presidenciais.

Ao mesmo tempo, com a retirada do seu nome das pesquisas de opinião, é provável que ainda mais pessoas passem a defender novas eleições. Segundo a pesquisa que o Datafolha realizou e a Folha divulgou de uma forma meio estranha, ao menos 62% da população já defende essa posição.

Sem o "risco Lula", seria mais fácil conseguir a derrubada do impeachment com a volta de Dilma Rousseff e um plebiscito para que a sociedade diga se quer novas eleições.

Com amplo apoio da sociedade, tudo fica mais fácil. Essas novas eleições poderiam vir também pela cassação da chapa Dilma/Temer no TSE ou, ainda, por uma renúncia dupla em caso de derrota do impeachment no Senado em agosto.

Corre-se um risco imenso de Temer continuar na Presidência até o final de 2018, o que seria desastroso. Antes da votação na Câmara, este Autor defendia que seria "didático" para o país ver Temer e amigos governando, mas já vimos o suficiente. Se eles foram capazes de tanta besteira em poucas semanas enquanto interinos, imaginem em mais de 2 anos como definitivos. 

Em outro péssimo cenário, Aécio Neves e comparsas torcem por uma manutenção de Temer com queda logo em seguida, no início de 2017, para que Rodrigo Maia assuma a Presidência do país e convoque eleições indiretas, pois terão se passado 2 anos desde o início do mandato. 

Lula precisa dar um passo atrás para que possa voltar a caminhar pra frente. Ciro é um nome do agrado dele e de boa parte dos progressistas do país. É alguém para liderar a construção de uma nova centro-esquerda progressista, uma linha política mais equilibrada e técnica no Brasil, que busque se afastar das práticas do presente e do passado.

Ciro poderia montar um time progressista dos sonhos com Cid Gomes, Roberto Mangabeira Unger (em uma posição, enfim, de mais importância e de decisão), Fernando Haddad, Flávio Dino, Roberto Requião e outros políticos preparados da centro-esquerda que não tenham relação com as investigações criminais, administrativas e eleitorais em curso.

O Brasil não precisa de mais remendos neoliberais, nem de remendos assistencialistas. O país não quer mais populistas de direita, nem de esquerda. Para uma mudança estrutural, porém gradual e experimentalista, ninguém melhor do que Ciro, que, como é notório, tem a coragem necessária e um conhecimento que vai muito além do "politiquês" brasileiro.

Ainda que Ciro não vença as eleições, apesar da pouquíssima preparação de Marina, haveria alguns aspectos positivos em tê-la assumindo até o final de 2018, dando uma feição à política diferente das coligações PSDB-DEM-PMDB x PT-PMDB, mas isso se não sofrer nenhum respingo das investigações que, conforme delação premiada de Léo Pinheiro, ex-Presidente da OAS, indicam uso de dinheiro sujo em sua última campanha.

Continua tudo nas mãos de Lula, que pode proteger os nomes dele e de Dilma na história. É preciso que tome a decisão acertada e se mantenha em condições de definir o futuro do país mais à frente. Essa pode ser a sua última chance.

*Marcos de Aguiar Villas-Bôas, doutor pela PUC-SP, mestre pela UFBA, é conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda e pesquisador independente na Harvard Law School e no Massachusetts Institute of Technology