Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

Mensagem de Natal de José Dirceu

"Ninguém pode prender meus sonhos

O sonho de um Brasil livre da ditadura me levou à luta, à prisão e anos e anos longe de minha família e meu país.

O sonho de fazer um partido que desse voz aos trabalhadores e lutasse por eles me levou a ser um dos fundadores do PT.

O sonho de tornar um operário presidente da República fez com que eu trabalhasse muito em todo o país.

O sonho que tinha de ser declarado inocente porque nada fiz e não há nenhuma prova contra mim virou uma injustiça com a condenação.

Leonel Brizola Herói da Pátria, reconhecimento ainda que tardio, mas merecido

por Fernando Brito

Dilma Rousseff sancionou hoje a lei que inclui Leonel de Moura Brizola no Livro dos Heróis da Pátria.

A lei, proposta pelo então deputado Vieira da Cunha em 2013, foi aprovada pelo Senado este mês.

Coincidência ou não, tem um significado nestes dias em que o golpismo trama contra a democracia.

De tudo o que fez, há algo em que Brizola é único.

Governar três vezes dois Estados diferentes, ter um terço dos votos de todos os cariocas como candidato a deputado no Rio de Janeiro, recém chegado aqui, em 1962, outros podem alcançar.

Sair  da roça, de pés descalços e tornar-se um dos políticos mais importantes do país, Lula provou que é possível e até mais além do que permitiram a Brizola ir.

Amar as crianças e a educação, ainda bem, tem na mesma linha Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Anísio Teixeira, tantos…

Mas ter se erguido com a solidão e a coragem contra a ousadia de todos os ministros militares, a covardia dos políticos e a cumplicidade da mídia para evitar – ao menos por três anos – um golpe e uma ditadura, perdoem-me só ele.

Leonel Brizola é, agora com as formalidades, um herói da pátria.

Porque não há pátria sem povo, não há povo sem liberdade e a liberdade tem seus heróis tanto em quem a conquista como em quem a defende à custa de sua própria vida.

Há 15 anos, contra a vontade de Brizola, que achava que não tínhamos meios, fiz um vídeo sobre os instantes heroicos de 1961, com imensa pobreza de recursos e talento, mas com uma imensidão de desejo de dar – no final de sua vida – ao meu comandante por 20 anos a emoção que aqueles acontecimentos haviam lhe dado 40 anos antes.

Sem saber, eu começava ali as despedidas de alguém que, para mim, nunca se foi. Só quase três anos depois, na véspera de sua morte, ele apertaria tão forte a minha mão.

Divido com vocês o privilégio de ter podido reconstituir os dias de herói do agora e sempre Herói da Pátria Leonel Brizola.