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Neymar não sabe o tamanho do Brasil

Eu imagino.
Mas tudo bem, acho que o Valdenor também não faz e confesso que, até ontem, eu também não fazia. Para quem vem de uma Padre Rossini Cândido e de uma Mateus Grou, assistir um jogo de Copa do Mundo em uma Rua batizada apenas com o número 3 é outra coisa.
Valdenor (Calheiros) Sousa. “Melhor não falar esse sobrenome, né? Vai  que o pessoal da rua acha que aqui em casa tem dinheiro”
Valdenor (Calheiros) Sousa. “Melhor não falar esse sobrenome, né? Vai que o pessoal da rua acha que aqui em casa tem dinheiro”
Aterrisei em Manaus às 13h08 de quarta-feira – ainda com São Paulo na cabeça e no corpo. Entre ontem e hoje, fui dominado aos poucos pelo calor, metereológico e humano, do Norte do país.
No bairro Alvorada, região humilde em que nasceu o lutador do UFC José Aldo, Copa do Mundo significa muita coisa: alegria, paixão churrasco, festa e dinheiro, pra começo de conversa. Em uma vaquinha coletiva e uma série de bingos que começaram bem antes da primeira seleção desembarcar no País, os moradores arrecadaram R$ 60 mil para cumprir a tradição de enfeitar chão, muros, calçadas e postes.
Na Rua 3, a Copa é outra: amanhã sai o resultado do concurso da Ana Maria Braga, e eles podem ser eleitos a rua mais bonita do Brasil no Mundial
Na Rua 3, a Copa é outra: eles esperam o resultado do concurso da Ana Maria Braga, e eles podem ser eleitos a rua mais bonita do Brasil no Mundial
É muito dinheiro? Sem dúvida. Mas é impressionante perceber que valor não se mede em notas. Na rua em que Ayrton Senna e David Luiz dividem espaço no colorido do asfalto, críticas à corrupção, à FIFA e à CBF também têm vez, mas não tiram o ânimo de quem investe R$ 400,00 só em cerveja para enxergar pouco mais de R$ 700,00 entrar no caixa improvisado e não vê problemas em distribuir latinhas como cortesias da casa.
Sim, é verdade que ativistas foram detidos para averiguação prévia no Rio antes mesmo da bola rolar. Também é verdade que manifestações em Belo Horizonte terminaram em porrada, tiro, bomba e uma biblioteca pública quebrada. Só nåo podemos esquecer que verdades são múltiplas, e o Itaquerão encerrou seu dia com um moleque de 22 anos rindo à toa – sorriso compartilhado de ponta a ponta na Rua 3.
Vai ter Copa? Está tendo, no campo e fora dele. O Brasil é tudo isso, para o bem e para o mal, mas fico feliz em perceber que, para o Neymar, o país é verde, retangular e tem quatro linhas.
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– Eu sou o Neymar! – Eu também.
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Até o tatu-bola fuleir… Fuleco teve seu lugar
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Vai ter Copa. E vai ter barulho.
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Unha e carne com a Seleção
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“Capricha nesse penâlti, meu filho”
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Na hora do jogo, qualquer televisão é telão
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Fim do dia e fim de jogo na Rua 3.
* * *
As Copas são muitas, e existem mesmo para quem não tem ingresso na mão. Há a atmosfera de gritos e alegria. Um povo inteiro se veste de anfitrião. Joga bonito. E também joga-se feio. Existem desvios de verba, remoções, ausência de diálogo com a sociedade civil.
No proximo mês, vou percorrer boa parte do Brasil  – nove cidades-sede – em busca de entender como todas essas histórias coexistem e se desenrolam – às vezes dentro de uma mesma pessoa.
mapa
No Google Maps não parece tão complicado.
A missão, batizada de “PapodeCopa”, é ouvir, apreender e falar. Se tudo correr bem, entre texto, fotos e diálogos na caixa de comentários, teremos uma conversa sobre Brasil, futebol e pessoas.
Ismael dos Anjos

É mineiro, jornalista, devoto de Hunter Thompson e viciado em internet. Quanto mais abas abertas, melhor.

Paulo Nogueira - o que esperamos da Copa

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E a Copa está aí, sob uma monumental, descarada torcida contra daquele grupo pequeno e poderoso que, ao longo dos tempos, fez o Brasil ser um campeão mundial da iniquidade e hoje continua empenhado para que nada mude.
O DCM não respeita esse grupo por ver nele um formidável obstáculo ao avanço do Brasil rumo ao que chamamos de “sociedade escandinava” – libertária, feliz, igualitária.
Respeitamos, no entanto, aqueles que se opuseram à Copa por razões humanitárias e sociais. Foram eles que deram voz aos removidos para as obras da Copa, um contingente de desvalidos que o governo calcula em 25 000 pessoas e ativistas em muito mais.
O DCM estende sua completa solidariedade a cada um dos removidos – brasileiros infelizmente ainda hoje invisíveis, ignorados e desprezados.
Lembramos também, com compunção, cada um dos operários mortos nas obras que permitirão a festa que começa hoje.
Tudo isso colocado, o DCM agora está de chuteiras.
Sabemos que o dinheiro corrompeu o futebol, sabemos que a Fifa é um antro de espertalhões, sabemos que a CBF é um horror.
Mas sabemos também que milhões de brasileiros – sobretudo os mais humildes – viverão momentos de extraordinária emoção neste mês de Copa.
É, com todos os defeitos que o dinheiro em excesso trouxe, uma festa popular, democrática, na qual os mais humildes não são segregados como de hábito.
Uma vitória do Brasil pode contribuir para mitigar o espírito de vira-latas tão alimentado, por razões escusas, pelos interessados na manutenção de um país bom apenas para uma pequena fração cheia de mamatas e privilégios.
As vítimas primordiais desse bombardeio anti-Brasil são aqueles inocentes úteis que enchem a internet com comentários nos quais dizem ter vergonha do país, ao qual se referem com expressões como Banânia.
Eles aprendem estes auto-insultos com jornalistas que são, para usar uma expressão do Nobel de Economia Paul Krugman, os “sicários da plutocracia” – aquele exército de colunistas pagos para defender os interesses do 1%.
Você não constrói um país com este tipo de espírito derrotista. Você, para avançar, precisa antes de tudo acreditar que pode avançar.
A Copa pode ajudar a fortalecer a fé do brasileiro em si mesmo, e em sua capacidade de construir uma sociedade mais justa do que esta que temos, na qual o Estado tem sido babá da plutocracia.
Por tudo isso, o DCM torce para que esta seja uma grande Copa, repleta de lances espetaculares que fascinem os brasileiros – e honrem, lembremos ainda uma vez, os removidos e os operários mortos.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Coisas do Brasil brasileiro

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Esta imagem acima é do estádio que só estaria pronto em 2038
diziam os brazileiros do Brazil made em USA

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Leônia Teixeira