Mensagem semanal de Paulo Coelho

Certo noviço procurou o abade Macário, e pediu conselhos sobre a melhor maneira de agradar ao Senhor.

- Vá até o cemitério e insulte os mortos - disse Macário.

O irmão fez o que foi ordenado. No dia seguinte, voltou a Macário.

- Eles responderam? - perguntou o abade

O noviço disse que não.

- Então vá até lá, e elogie-os.

O noviço obedeceu. Naquela mesma tarde, voltou até o abade, que de novo quis saber se os mortos haviam respondido.

- Não - disse o noviço.

- Para agradar ao Senhor, comporte-se da mesma maneira - comentou Macário. - Não conte nem com o desprezo dos homens, nem com seus louvores; desta maneira, você pode construir o seu próprio caminho.

Nos eixos

Está tudo no seu devido lugar.
JB prestou o serviço encomendado, pode ser descartado.
Sem antes, claro, manda-lo recolher-se a sua insignificância. 
E qual é a sua significância?
A de condenar o PT e, por omissão absolver o PSDB e cia.

Confiram abaixo o artigo do Ricardo Noblat

Joaquim Barbosa: Fora do eixo

Quem o ministro Joaquim Barbosa pensa que é?
Que poderes acredita dispor só por estar sentado na cadeira de presidente do Supremo Tribunal Federal?
Imagina que o país lhe será grato para sempre pelo modo como procedeu no Caso do Mensalão?
Ora, se foi honesto e agiu orientado unicamente por sua consciência, nada mais fez do que deveria. A maioria dos brasileiros o admira por isso. Mas é só, ministro.
Em geral, admiração costuma ser um sentimento de vida curta. Apaga-se com a passagem do tempo.
Mas enquanto sobrevive não autoriza ninguém a tratar mal seus semelhantes, a debochar deles, a humilhá-los, a agir como se a efêmera superioridade que o cargo lhe confere não fosse de fato efêmera. E não decorresse tão somente do cargo que se ocupa por obra e graça do sistema de revezamento.
Joaquim preside a mais alta corte de justiça do país porque chegara sua hora de presidi-la. Porque antes dele outros dos atuais ministros a presidiram. E porque depois dele outros tantos a presidirão.
O mandato é de dois anos. No momento em que uma estrela do mundo jurídico é nomeada ministro de tribunal superior, passa a ter suas virtudes e conhecimentos exaltados para muito além da conta. Ou do razoável.
Compreensível, pois não.
Quem podendo se aproximar de um juiz e conquistar-lhe a simpatia, prefere se distanciar dele?
Por mais inocente que seja quem não receia ser alvo um dia de uma falsa acusação? Ao fim e ao cabo, quem não teme o que emana da autoridade da toga?
Joaquim faz questão de exercê-la na fronteira do autoritarismo. E por causa disso, vez por outra derrapa e ultrapassa a fronteira, provocando barulho.
Não é uma questão de maus modos. Ou da educação que o berço lhe negou, pois não lhe negou. No caso dele, tem a ver com o entendimento jurássico de que para fazer justiça não se pode fazer qualquer concessão à afabilidade.
Para entender melhor Joaquim acrescente-se a cor – sua cor. Há negros que padecem do complexo de inferioridade. Outros assumem uma postura radicalmente oposta para enfrentar a discriminação.
Joaquim é assim se lhe parece. Sua promoção a ministro do STF em nada serviu para suavizar-lhe a soberba. Pelo contrário.
Joaquim foi descoberto por um caça talentos de Lula, incumbido de caçar um jurista talentoso e... negro.
“Jurista é pessoa versada nas ciências jurídicas, com grande conhecimento de assuntos de direito”, segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.
Falta a Joaquim “grande conhecimento de assuntos de direito”, atesta a opinião quase unânime de juristas de primeira linha que preferem não se identificar. Mas ele é negro.
Havia poucos negros que atendessem às exigências requeridas para vestir a toga de maior prestígio. E entre eles, disparado, Joaquim era o que tinha o melhor currículo.
Não entrou no STF enganado. E não se incomodou por ter entrado como entrou.
Quando Lula bateu o martelo em torno do nome dele, falou meio de brincadeira, meio a sério: “Não vá sair por aí dizendo que deve sua promoção aos seus vastos conhecimentos. Você deve à sua cor”.
Joaquim não se sentiu ofendido. Orgulha-se de sua cor. E sentia-se apto a cumprir a nova função. Não faz um tipo ao destacar-se por sua independência. É um ministro independente. Ninguém ousa cabalar seu voto.
Que não perca a vida por excesso de elegância. (Esse perigo ele não corre.) Mas que também não ponha a perder tudo o que conseguiu até aqui.
Julgue e deixe os outros julgarem.

Comprei uma cadernetinha para colecionar frases

O meu pai colecionava frases, não na cabeça mas num velhoCaderno Avante que encontramos no seu armário depois que ele morreu. Frases famosas que ele foi pescando com o passar dos anos, tiradas não sei de onde já que não havia aindaGoogle nem nada. Ele ia anotando uma após a outra sem colocar datas nem registrar quem era o autor. Sei que do Millôr ele tinha dezenas.

Na terra de olho, quem tem cego... errei.

Para bom entendedor, meia palavra basta. Entendeu, ecil?

Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.

Se todos os homens recebessem exatamente o que merecem, ia sobrar muito dinheiro no mundo.

Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.

Ele gostava também de anotar frases de parachoques de caminhão. Às vezes parava no primeiro posto para anotar uma frase que não podia se perder na memória ou na estrada. Gostava daquelas bem cafonas:

Na escola da vida, fui um aluno exemplar.

E as engraçadas também. As que ele mais gostava de lembrar eram:

O amor é cego. Por isso vivo apalpando.

Se gordura fosse físico porco seria atleta.

Se me ver abraçado com uma mulher feia pode separar que é briga.

Algumas, depois de grande, fui pesquisar e acabei descobrindo a autoria.

Quem é que quer flores depois de morto? foi J.D.Salinger quem escreveu.

Viver é negocio muito perigoso, essa é de Guimarães Rosa.

Ninguém pode ser sábio de estômago vazio, de George Eliot.

Tinha umas bem populares e conhecidas que ele não se cansava de repetir, recitava quase todos os dias:

A mentira tem pernas curtas.

A palavra é prata, o silêncio ouro.

Deus ajuda quem cedo  madruga.

Cavalo dado não se olha os dentes.

Quem tem boca vai a Roma.

Não há regra sem exceção. Essa ele foi buscar lá de Miguel de Cervantes, eu sei.

Só agora comecei a fazer um caderno como o do meu pai. Não é um Caderno Avante como o dele, aquele do escoteiro empunhando a bandeira brasileira na capa, porque não há mais. Comecei a anotar numa cadernetinha da Muji e já tenho duas. Uma, que nunca me esqueci, foi dita por um grande amigo que trabalhava na TV Globo:

Deixa eu ler o editorial de O Globo para saber o que eu estou pensando.

E a outra colhi outro dia no Facebook, vinda também de um amigo:

Atualmente o jornalismo é a arte de separar o joio do trigo e publicar o joio.

por Alberto Villas

a virtude que ofende

O Briguilino peregrinava com com um monge a caminho de Canindé, num dos pernoites foram convidados para jantar. O dono da casa - como é comum no interior do Ceará - orgulhoso com a presença deles, mandou servir o que havia de melhor. Fez um verdadeiro banquete.

No entanto o monge estava fazendo jejum. Quando a comida foi servida, pegou uma folha de coentro, mastigou-a durante todo o jantar. Comeu apenas isso.

Quando saíram o Briguilino falou para ele:

Monge, quando for recebido por alguém, não torne sua presença e seus costumes uma ofensa ao anfitrião. Da próxima vez, quando estiver fazendo jejum, não aceite convite para jantar.

o desabafo de um amigo

De Ricardo Kotscho
Aguenta firme, Genoíno, e manda um abraço para toda a família, e aos amigos Zé Dirceu e Delúbio, que espero reencontrar em breve, quando a lei for cumprida e eles passarem para o regime semiaberto ao qual foram condenados.
Um dia, que espero não demore muito, a História fará Justiça com vocês.

Talvez o fundamento da vida seja a ilusão

Não temos acesso ao tudo; ao todo. Temos acesso aos nossos recortes, e assim um grão de areia é tudo. Outro grão, outra hora, é tudo também. Não há ilusão que se desgarre, que não se apegue a outra. A liberdade não te faz pairar no espaço; é só uma condicionante de fluxo. É um ideal distópico se ver livre. Você daqui, se vê livre de lá, mas onde você está agora?
Afinal, quando você estiver livre das prisões, o que acontece? Você vai sentar sem tocar na cadeira? Vai escrever palavras sem repouso sígnico? Vai recepcionar o outro sem as atribuições do outro?

Ciro Gomes e uma nova espiritualidade



Não gosto, mas constato que a fugidia busca da felicidade que mais ou menos lucidamente nos guia na vida transitou da minha para a atual geração de um ambiente espiritual para um ambiente puramente materialista. E um materialismo em seu pior significado, o consumismo.
Não estou, claro, falando de religião quando me refiro à dimensão imaterial, idealista, espiritual, onde se buscava encontrar a tal felicidade. Era a poesia, a seresta, a boemia, o amor romântico, mas, acima de tudo, uma crença confiante de que éramos capazes de enfrentar não só o cabo da esquina, mas de mudar tudo que quiséssemos mudar, mesmo que fossem as estruturas da família mononuclear ou até mesmo – o maior talvez de todos os equívocos – a superação dos limites psicofísicos de nosso cérebro pela viagem lisérgica. Tal era ser feliz! Ou ao menos havia uma bastança enorme nessa busca em nossas almas.

Mais um boneco do pig

Assim como o cambaleante “Aecim” Cunha é o boneco propaganda da “grife” da direita mineira que atua sob o nome de impacto “Aécio Neves” (principalmente em Minas), o Joaquim Barbosa é um boneco do PIG e do neoliberalismo, desta vez em nível nacional. Presa fácil, pelo seu caráter e fome de aparecer, foi manipulado, teve o ego massageado, caiu nas tentações do mundo Global em Miami, e vive artificialmente os seus 15 minutos de glória. Tanto é assim que o próprio PIG o utilizou para provocar ao PT e ao Governo e agora irá sai de fininho e o abandonará, aos poucos.
Bater nele é aumentar o seu Ibope, tornando-o vitima ao invés de algoz. Estamos gastando munição em boi de piranha. Ele não tem tanto poder assim se não fosse pelos verdadeiros inimigos da nossa democracia: o PIG e os neoliberais globalizantes. Não vamos perder o foco, pois podemos inocentar a quem hoje já está tentando escapulir (Globo).
Imaginem Dona Tucana e o Sr PIG passeando com o seu filho Joaquim no parque da cidade em que moram. Joaquim é afro descendente, adotado temporariamente pelo casal (eles adotam temporariamente o boneco e depois o trocam por outro). A “família” se dirige até você e o menino Joaquim começa a dar chutes na sua canela, insultar e, ainda, joga sorvete na sua roupa, enquanto o Sr. PIG e dona Tucana observam em silencio conspiratório.

Divórcio de ratazanas

Briguilinks

Bom dia

Hoje deixe suas pesadas lembranças e mágoas à Beira do caminho.
Caminhe sem nenhum peso a mais que o necessário.
Compartilhe bons sentimentos.
Seja solidário.
Tenha compaixão.
Ajude teu irmão.
Seja feliz.

Controle de natalidade

Senhora pede ao médico que lhe receite pílulas anticoncepcionais. Espantado, o médico diz:

"Mas, a senhora está com 75 anos. Que uso pode fazer dessas pílulas"?
- Elas me fazem dormir melhor, doutor!
"Como uma anticoncepcional pode fazer isso"?
- Eu as coloco no suco de laranja da minha neta adolescente todas as manhãs.