Não temos acesso ao tudo; ao todo. Temos acesso aos nossos recortes, e assim um grão de areia é tudo. Outro grão, outra hora, é tudo também. Não há ilusão que se desgarre, que não se apegue a outra. A liberdade não te faz pairar no espaço; é só uma condicionante de fluxo. É um ideal distópico se ver livre. Você daqui, se vê livre de lá, mas onde você está agora?
Afinal, quando você estiver livre das prisões, o que acontece? Você vai sentar sem tocar na cadeira? Vai escrever palavras sem repouso sígnico? Vai recepcionar o outro sem as atribuições do outro?
Você é um prisioneiro do real. E as coisas que nele se estabelecem, nada são, sem as prisões que as estruturam.
E mais especificamente sobre o texto, eu tenho duas perguntas:
"Eu não quero todas as mulheres do mundo: só quero, dentre as que me querem, aquelas que eu também quero de volta." (...) "Ser rejeitado pelas pessoas certas só faz bem: me poupa o trabalho de espantá-las a pauladas."
1. Quem você quer de volta, te quis sem volta. E quem não te quer de volta, recebe paulada. É isso?
2. E quando quem te rejeita é a pessoa errada?
do Katz no Papo de Homem
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