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A oposição e o BNDES

Dilma em entrevista crítica oposição e elogia o BNDES




“Das mil maiores empresas, 783 têm financiamento do BNDES e representam 84% dos investimentos na indústria. Ele não é um banco qualquer, é um banco de grande porte e está sendo tratado com leviandade nessa campanha”
“O BNDES dá lucro, sim. No último ano foi de 5,5 bilhões de reais. O banco é focado em infra-estrutura e indústria e sem ele é muito difícil ter obra na área de energia elétrica, por exemplo"



“BNDES tem papel estratégico na estruturação de projetos de longo prazo e é uma temeridade a discussão da diminuição do papel dos bancos públicos. Política das campeãs nacionais é um factoide para carimbar algo errado, que beneficiaria esse ou aquele”

Mais tucanês impossível

Aécio desiste de divulgar um programa completo

por Josias de Souza

Na última sexta-feira, Aécio Neves anunciou: “A construção do nosso programa de governo, que será divulgado na segunda-feira, deixará claro qual o caminho que nós percorremos para, a partir do resgate das agências reguladoras, do respeito aos contratos, permitirmos um aumento da taxa de investimentos no Brasil, fundamental à geração de empregos.''

Nesta segunda-feira, Aécio declarou: “Eu não vou apresentar um calhamaço que você não vai ler e ninguém vai ler. Vou apresentar um programa para ser debatido. Ao meu ver, essa é a forma mais democrática de apresentar uma peça com essa complexidade. […] Nossa proposta, construída a muitas mãos, começa hoje a ser divulgada, mas eu vou fazer de forma diferente, inédita até agora. Para que o plano de governo não seja um documento meramente acadêmico, que circula na mão de um grupo pequeno e a população não sabe o que está sendo tratado.''




Divulgação diferente? Coisa inédita? Hummmm! Em vez de um programa, Aécio divulgará vagas intenções referents a quatro áreas: 1) “Cidadania plena: direitos do cidadão e da sociedade”; 2) “Desenvolvimento para todos”; 3) “Estado democrático, soberano, solidário e eficiente”; 4) e “Sustentabilidade: semeando o presente para colher o futuro”.

A coisa será servida pelo Facebook, em ritmo de conta-gotas, na conta oficial de Aécio. A primeira fatia vai à web na noite desta segunda-feira, às 21 horas. A última, na sexta-feira, a dois dias da eleição. A cada divulgação, um membro do comitê de Aécio estará a postos para “debater” com internautas o naco do dia. Nesta segunda, a conversa será sobre “sustentabilidade”, com o ambientalista Fábio Feldeman.




Executada na reta final do primeiro turno, essa coreografia parcial e lenta não visa socorrer o eleitor que gosta de analisar o candidato por suas ideias. O objetivo central é evitar que a marquetagem de Dilma Rousseff faça com Aécio o que fez com Marina Silva, cujo programa revelou-se um paiol a serviço da diversão do marqueteiro petista João Santana.

Humor - The i-piauí Herald

Luciana Genro usará bigode fidelixano em próximo debate




IDADE MÉDIA - Após defender o fim da autonomia do aparelho excretor, o suserano Levy Fidelix exigiu ação imediata do Tribunal da Inquisição para conter a picardia da vassalagem. "Bruxa!", berrou, em falsete, apontando para Luciana Genro, enquanto acendia uma fogueira.

Em seguida, a candidata do PSOL lançou um desafio para o próximo debate. "Para mostrar que qualquer um tem o direito de exprimir a sexualidade que der na telha, usarei um portentoso bigode pintado de preto", anunciou, absoluta. "Desafio Dilma, Marina e o pastor Everaldo a fazerem o mesmo", completou.




"Tô pretérito!", reagiu Fidelix. Cabra macho temente a Deus, o suserano alterou seu status no Facebook para "Em um relacionamento sério com Silas Malafaia". Os mercados saíram do armário.

A escolha de Sofia da oposição, por Hayle Gadelha

Uma semana para a eleição. A última pesquisa Datafolha apresenta, entre os votos válidos, 45% para Dilma, 30 para Marina, 20 para Aécio e 5% para os outros candidatos. Nesse quadro, Dilma precisa ganhar apenas 5 pontos dos adversários para vencer no primeiro turno. Não é uma tarefa fácil, mas não é impossível. Dilma teria que conquistar um pouco dos Não-Votos e um pouco de voto útil em cima dos adversários. A oposição no entanto não tem nisso a sua maior preocupação. Pensa apenas no segundo turno e o seu dilema é: quem vai ser rifado, Marina ou Aécio? Contas e mais contas, reuniões e mais reuniões estão sendo feitas para se chegar a um denominador comum. Os defensores de Aécio argumentam que ele é que tem maior capacidade administrativa, estaria mais preparado para derrotar Dilma e para domar o Congresso. Marina, para seus defensores, seria a novidade capaz de criar uma forte onda anti-PT e conseguir a vitória no segundo turno.
Mas acredito que a luz amarela está cada vez mais intensa na campanha da candidata da Rede. Ela começa a balançar em um momento que é difícil conseguir reverter o movimento. Há duas semanas escrevi que “Marina não foi favorecida pelo Horário Eleitoral. Primeiro, porque o tempo é curto (…) e o desempenho de Marina foi abaixo da crítica. Seu discurso é rancoroso, sem motivar ninguém”. Mas admiti que em “um possível segundo turno o programa de Marina pode melhorar bem. Primeiro, porque todo programa eleitoral que sai dos atuais 2 minutos para os 10 minutos do segundo turno ganha ares de vitorioso”. Ainda acho (sem muita convicção) que o mais provável é um segundo turno entre Dilma e Marina, mas não é o que pensa, por exemplo, Fernando Brito, do Tijolaço, que neste domingo me alertou para os arredondamentos estranhos do Datafolha em votos válidos, mostrando Marina e Aécio com 31% e 21%, quando deveriam ter 30% e 20%. Parece uma tentativa de reduzir o ritmo de avanço de Dilma, principalmente quando vemos na pesquisa anterior que a candidata petista teve seu índice reduzido em um ponto. Fernando Brito acredita que Aécio passa Marina. (“direito de resposta” do Fernando Brito: acho é que Marina é quem tem grandes chances de “passar Aécio”, para baixo, é claro.)



O sociólogo Fabio Gomes, do Instituto Informa, aparentemente também acredita nessa possibilidade, embora prefira, em vez de fazer previsões, fazer reflexões. Ele me enviou esse texto com um gráfico de Padrões de Escolha Eleitoral:
Em recente palestra sobre comportamento eleitoral para executivos, evitei fazer previsões. Fiz, no entanto, reflexões com base em uma plataforma analítica que desenvolvi, alinhando a experiência nos últimos 17 anos de investigação do comportamento do eleitor e algumas teorias das ciências políticas. Os quatro eixos para a escolha de uma candidatura podem subsidiar reflexões sobre o andamento das campanhas. Marina tem dificuldades com os dois primeiros (“competência para o exercício” e “competência política”) – e será muito testada e atacada nesses eixos nos próximos dias. Dilma, pela insatisfação com o governo, deverá argumentar os quatro eixos. Já Aécio, encontra dificuldades nos dois últimos eixos: “sentimentos despertados” e “imagem pessoal”. Melhor refletir do que prever. O comportamento eleitoral não é tão previsível como desejam alguns.




Pelo que entendi, a partir dessas reflexões, os participantes da palestra, que tenderiam para Marina, passaram a acreditar que Aécio teria mais condições para o cargo, poderia fazer mais frente a Dilma.
Agrego a isso percepções positivas de superação, que ele receberia por ultrapassar Marina na reta final. O que acho complicado é o tempo curto e a falta de unidade da oposição. Esse marécio em que a oposição navega contribui cada vez mais para que a sua escolha de Sofia transforme-se em escolha de Dilma…

Pesquisa CNT/MDA quentinha

Intenções de voto em Dilma Rousseff crescem e petista se distancia mais de Marina Silva




A 123ª rodada da pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta segunda-feira (29) pela Confederação Nacional do Transporte, aponta novo crescimento de Dilma Rousseff (PT). Assim, no primeiro turno, ela fica mais distante de Marina Silva (PSB). Na pesquisa estimulada, a petista conta com 40,4% das intenções de voto, 4,4 pontos a mais que na rodada 122, divulgada na semana passada. Já a socialista aparece com 25,2%, com redução de 2,2 pontos em relação ao levantamento anterior. Aécio Neves (PSDB) aproximou-se de Marina, com 19,8% e aumento de 2,2 pontos.

Luciana Genro (PSol) cresceu de 0,9% para 1,2%. Já Pastor Everaldo (PSC) reduziu de 0,8% para 0,6%. Os outros candidatos aparecem com 0,5%, enquanto votos brancos e nulos somam 5,9%. Outros 6,4% não sabem ou não responderam.

Espontânea
A pesquisa espontânea também indica que, se a eleição fosse hoje, Dilma Rousseff e Marina Silva disputariam o segundo turno. A candidata do PT cresceu de 31,4% das intenções de voto para 36,7%, com variação de 5,3 pontos. Marina Silva permanece estável: nesta rodada, a socialista aparece com 22,5% das intenções, 0,5 ponto a menos que na pesquisa anterior.

Aécio Neves cresceu 3,1 pontos, alcançando a preferência de 17,5% dos eleitores. Luciana Genro foi citada por 0,9% dos entrevistados e Pastor Everaldo por 0,5%. Outros candidatos somam 0,7% e brancos e nulos totalizam 6,4%. Os eleitores que não sabem ou não responderam são 14,8%.

Para 80,8% dos entrevistados, o voto já está definido. Outros 18,5% admitem a possibilidade de mudar a preferência até o dia 5 de outubro. Os eleitores de Dilma Rousseff são os que têm mais certeza sobre o voto: 85,9% dizem que a opção é definitiva. No caso de Marina e de Aécio, o percentual de definição é de 77,8%, em cada.

Segundo turno
Na simulação de segundo turno entre Dilma Rousseff e Marina Silva, essa é a primeira vez que a petista aparece à frente da socialista. Com vantagem de 9 pontos, Dilma tem 47,7% das intenções de voto, enquanto Marina aparece com 38,7%. Na pesquisa divulgada semana passada, as duas estavam tecnicamente empatadas. A candidata do PT tinha 42% das intenções enquanto a do PSB estava com 41%.

No cenário simulado entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, ela tem a preferência de 49,1% dos eleitores. O tucano aparece com 36,8%. No terceiro cenário, que simula a disputa de segundo turno entre Marina e Aécio, ela tem 41,1% das intenções de voto, contra 36% do candidato do PSDB.

Favoritismo dos candidatos
Também cresceu o percentual de eleitores que acreditam que a atual presidente será reeleita: de 51,2% para 61%. Já o total de entrevistados que aposta na vitória de Marina caiu de 29,2% para 21,6% e o percentual daqueles que acreditam que Aécio será eleito presidente passou de 7,7% para 8,3%.

Dilma e Marina devem receber mais votos de indecisos
Dilma Rousseff e Marina Silva lideram a lista dos candidatos com mais probabilidade de receberem votos de quem ainda não definiu a escolha. Dos entrevistados que se declaram indecisos, 43,8% dizem que poderão votar na petista; 40,6% citam Marina Silva; 28,9% poderão votar em Aécio; 2,3% em Eymael (PSDC); 1,6% no Pastor Everaldo; 0,8% em Eduardo Jorge (PV) e 0,8% em Luciana Genro. A resposta era de múltipla escolha.




Avaliação do governo
Na última semana, a avaliação positiva do governo cresceu. Segundo a 123ª pesquisa CNT/MDA, 41% dos entrevistados o consideram ótimo ou bom. Na rodada 122, o índice estava em 37,4%. A avaliação negativa passou de 25,1%, do levantamento anterior, para 23,5% no divulgado nesta segunda-feira.

Também com alta (de 4,2 pontos), a aprovação do desempenho pessoal de Dilma Rousseff chegou a 55,6%. O total de eleitores que a desaprovam caiu de 43,8% para 40,1%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 28 de setembro de 2014 e foram ouvidos 2002 eleitores. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o registro foi feito no TSE sob o código BR-00892/2014.

Governo amplia de 5 para 6 anos prazo de crédito consignado

Aposentados e pensionistas do INSS terão, a partir de agora, prazo maior para pagar as prestações do crédito consignado. O teto máximo, atualmente de 60 meses (cinco anos), foi ampliado para 72 meses (seis anos), de acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (29). A medida começa a valer na quarta-feira, 1º de outubro.




No dia 20 de agosto, o governo já havia anunciado um amplo pacote de medidas para ampliar e dar maior segurança ao crédito, a fim de estimular a economia do País. Essas medidas, depois detalhadas, teriam impacto positivo na redução dos juros finais ao consumidor, reduzindo o custo do crédito, segundo especialista ouvido pelo Blog do Planalto.

Sobre a nova portaria publicada nesta segunda-feira, o secretário de Políticas de Previdência Social, Benedito Brunca, avaliou que o impacto dela sobre aumento do crédito dependerá do comportamento dos segurados. “Vai depender da decisão que cada segurado vai tomar”, disse.

A iniciativa partiu de resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) na quinta-feira (25), com base em um levantamento do Ministério da Previdência Social (MPS), sobre contratos ativos em agosto de 2014. Os dados revelaram 91% tinham prazo entre 49 e 60 meses para liquidação. Cerca de 61% estavam no limite máximo de 60 meses.

Na ocasião, o secretário mostrou dados do Banco Central do Brasil (BCB) que confirmam que o consignado tem as menores taxas para pessoas físicas, com média de 27,9% ao ano, contra 172,4% ao ano do cheque especial e 101% ao ano do crédito pessoal não consignado. Sobre a taxa de juro, não houve alteração.




Atualmente, o Conselho Nacional de Previdência Social fixa em 2,14% ao mês o limite máximo da taxa de juros para o empréstimo consignado e em 3,06% ao mês para o cartão consignado. A margem consignável, valor máximo da renda de quem pega o empresto a ser comprometida com o pagamento mensal, também permanece em 30% do valor da pensão ou aposentadoria.

Relação das exigências do "sequestrador"




Assinatura vitalicia da Veja.
Participar do Jornal da Noite com seu idolo Willian Waak.
Autografos do Tio Rei, Mainardi, Lobão,Roger,Fernando Meirelles e as meninas do JÔ.
Ganhar um colar de Tomate da Ana Maria Braga.
Rezar com o Malafaia.
viajar num jatinho da Marina.
Uma van para fuga no aeroporto do tio do Aébrio.

by Ronaldo Sanches Trovão no Facebook

Dez razões para votar em Dilma

1ª) porque é necessário assegurar as transformações sociais que o país vive desde 2003, com a chegada de Lula da Silva à presidência, e que foram aprofundadas com Dilma Rousseff. Das três opções que me oferecem, uma – e apenas uma – significa essa garantia: as outras duas significam voltar ao passado.

O pedigree do candidato não permite dúvidas com relação a isso, e o da outra candidata é tão indefinido, tão incerto e errático, que me permite duvidar de tudo que ela diz. Impossível confiar em quem trai e desmerece a própria biografia.

2ª) porque, além de preservar o que foi conquistado, é preciso avançar muito, aprimorando os benefícios alcançados por dezenas de milhões de brasileiros e ampliando as perspectivas concretas de futuro. É preciso implementar reformas que assegurem não apenas emprego, mas possibilitem aos brasileiros acesso a educação, saúde, transporte e segurança públicas. E não vejo, nos outros dois postulantes, nem consistência, nem coerência, e muito menos compromisso com a busca incessante de justiça social e de futuro.

3ª) razão: porque Dilma Rousseff é a candidata mais bem preparada, a de trajetória mais sólida e coerente, a única de real e efetivo compromisso com o projeto de país que está sendo implantado e que precisa se consolidar e avançar de maneira incessante, contra os ventos e as marés daquela parcela da sociedade que sempre se negou a ouvir a voz dos deserdados e que, nesta eleição, encontrou nos outros dois candidatos seus porta-vozes ideais. Um, com legitimidade. A outra, graças à própria inconsistência e à sua olímpica incoerência.




4ª) porque ainda há muito caminho a ser percorrido. Se os programas sociais levados adiante pelas três últimas presidências – duas de Lula, uma de Dilma – serviram para abrir as grandes alamedas da esperança, falta implementar reformas essenciais, a começar pela reforma política e o sistema de financiamento das campanhas eleitorais. Falta terminar de recuperar e redesenhar o papel do Estado na economia e em defesa dos interesses da sociedade. Esta é uma batalha árdua, e só será possível obter os resultados necessários com um governo efetivamente comprometido com a maioria dos brasileiros, e não com os setores que, por tradição, reservam a si os benefícios que deveriam estar ao alcance de todos.

5ª) razão: porque o Brasil vem consolidando seu espaço no cenário internacional, com uma política que tem sabido aliar pragmatismo com soberania e autoestima. No momento em que as forças do atraso buscam retomar seu poder em diversos países latino-americanos, e que a maioria dos países europeus padece as perversidades de um sistema que privilegia o capital, ceifando conquistas e transformando-se em estados de mal-estar social, é de importância primordial que o Brasil mantenha sua atual política externa.

6ª) porque a renda do trabalhador brasileiro obteve ganhos reais. Existe um dado que mostra de maneira clara o trânsito experimentado pelos desfavorecidos: em oito anos, 42 milhões e 800 brasileiros abriram, pela primeira vez na vida, uma conta corrente em um banco. Ou seja: um contingente de brasileiros, que equivale a uma Argentina inteira, experimentou um câmbio efetivo em sua economia familiar.




7ª) porque, pela primeira vez em meio século, o Brasil teve e tem um governo voltado para os brasileiros. Um governo que, apesar de certos equívocos, agiu sempre na direção do bem comum. E que, quando acertou – e acertou infinitas vezes mais do que errou –, beneficiou os que, até agora, integravam os imensos batalhões dos desvalidos de sempre.

8ª) razão: porque vejo em Dilma Rousseff a única possibilidade de corrigir rotas sem mudar ou perder o rumo. De retificar sem destruir.

9ª) porque é ela, dos três candidatos, a única que realmente sabe de onde veio o atual projeto de país, e portanto saberá leva-lo a bom porto. A única que sabe onde este projeto pretende chegar, e qual o país que pretende construir e legar às gerações que virão.

10ª) razão: porque nunca na vida votei na direita.

by Eric Nepomuceno

A ficha caiu

por: Saul Leblon

Nenhuma frase resume de forma tão incisiva o cavalo de pau ocorrido na política brasileira nos últimos 20 dias –a forma como ele se deu, a intensidade do confronto que o desencadeou e os seus desdobramentos para o futuro– quanto o desabafo da presidenta Dilma Rousseff na última 6ª feira.

Em entrevista a um grupo de blogueiros, 'sujos, ideológicos', como a eles se refere o higienismo isento, a candidata explicitou assim o divisor que marcará o seu possível segundo mandato: 'Terei um embate (político) mais sistemático; não serei mais tão bem comportada; me levaram para um outro caminho, que não era o que eu queria'.

Nenhuma liderança responsável escolhe o caminho do embate sistemático como sua primeira opção.

Um chefe de Estado tem obrigação de esgotar as linhas de menor resistência na consecução de seus compromissos.

A rotina de confrontos carente de uma correlação de forças pertinente, não raro imobiliza a sociedade, asfixia a economia, prejudica, em primeiro lugar, os mais pobres.

A história de Dilma não autoriza ninguém a caracterizá-la como uma mulher desprovida de coragem pessoal e política.

São essas referências que adicionam abrangência superlativa ao desabafo da presidenta e candidata.

Mais que isso.

Sua assertiva ecoa um sentimento coletivo no campo progressista. Inclua-se aí o estado de espírito da ala majoritária do PT, da qual faz parte a principal liderança política do partido e do país: Lula.

Em três mandatos presidenciais sucessivos predominou nesses protagonistas a determinação de restringir o confronto direto com os interesses conservadores na faixa de segurança permitida por uma correlação de forças adversa.

O marcador mais significativa dessa adversidade é a própria abrangência da coalizão de governo. O que antes parecia uma contingência administrável –ainda que a um custo político cada vez mais asfixiante— evidenciou nestas eleições os contornos de um ciclo esgotado.

Três fatores convergiram para essa condensação:

1) o desespero conservador com possibilidade de um quarto ciclo presidencial fora do poder –o que poderá significar a morte do PSDB;

2) a redução da margem de manobra na economia, após seis anos de crise mundial, gerando insatisfação e rupturas – entre as quais alinham-se as manifestações de junho do ano passado, e

3) o surgimento de uma candidatura competitiva, capaz de reabrir as portas do poder ao conservadorismo – e a um revival extremado do modelo neoliberal dos anos 90.

No final de agosto esse conjunto formava um aluvião anti-Dilma.

Era tão denso que expoentes do colunismo conservador ejaculavam precocemente a derrota irreversível do 'lulopetismo'.

O catalisador do êxtase, a candidata Marina Silva, chegou a abrir 10 pontos de vantagem, então, nas enquetes de 2º turno do Datafolha.

O resto é sabido (leia 'Uma semana para não esquecer'; nesta pág)

O sinal de alarme ensejou no PT o fulminante arremate de uma inquietação disseminada, mas que aguardava o safanão de uma crise para emergir .

Em um encontro de balanço da campanha em São Paulo, dia 5, coube a Lula sintetizar a lição da qual tampouco não se eximia:

'Nós ficamos economicistas; não nos faltam obras, mas política', diagnosticou para prescrever o antídoto: 'Temos que demarcar o campo de classe dessa disputa: é preciso levar a política à propaganda'.

A partir de então a essência radicalmente neoliberal embutida no programa de Marina Silva passou a ser floculada do espumoso caudal de 242 páginas.

O extrato dessa depuração tem sido exposto à luz do sol em uma narrativa pedagógica, determinada a tipificar um a um seus riscos históricos, estratégicos e sociais.

Pertence à mesma mutação em curso o desabafo feito pela Presidenta Dilma na entrevista aos blogueiros, na 6ª feira passada.

Dilma passou a dar nomes aos bois.

Porém, mais que isso.

Anunciou que num eventual novo governo, essa dimensão do embate político, mitigada pela prioridade administrativa da gestão, passará a desfrutar de espaço nobre.

Pode-se argumentar que se trata apenas de um arroubo dirigido a plateia receptiva.

E que tudo voltará a ser como sempre –na verdade, muito pior– caso as urnas de outubro concedam um quarto mandato presidencial ao PT.

Afinal, a fatalidade de um 'arrocho doloroso', ganhe quem ganhar, é o novo bordão do jogral do Brasil aos cacos.

É assim que o conservadorismo se calça, diante da eventual vitória do PT, tentando desde reduzi-lo a um frango desossado da Sadia, que só se equilibra espetado em interditos e ajustes incontornáveis.

Ou não será isso que o editorial do Financial Times adianta neste sábado?

Referência dos mercados internacionais –e das pautas nacionais, ao lado da Economist, o diário londrino afirma que a redução em curso na liquidez mundial, por conta da proximidade da elevação dos juros nos EUA, exigirá 'uma quase inevitável' e 'dolorosa correção em países como Brasil, Turquia e África do Sul'.

Por 'dolorosa', entenda-se: choque de juros, arrocho fiscal, redução do poder de compra das famílias assalariadas, privatizações ('flexibilizar o pré-sal') etc

Sim, a agenda da frente única do conservadorismo que assessores de Marina e Aécio tem vocalizado às platéias extasiadas de banqueiros e com a qual se pretende depenar o PT num eventual segundo turno em outubro.

A receita vendida pelo conservadorismo talvez fosse inevitável, de fato, se o desabafo de Dilma e de Lula nestas eleições significasse apenas um ponto fora da curva.

Um rompante, e não a trajetória final da ficha que acelerou sua aterrissagem no discernimento do partido nos últimos anos.

O acelerador dessa curva tem um motor turbinado.

Seu combustível é o ponto de exaustão atingido pelas relações entre o partido, seus dirigentes e a mídia conservadora.

Marmorizada de ódio político e desrespeito pedestre, a guerra fria cabocla contra o PT ensejou uma experiência de acuamento até certo ponto nova na existência do partido – ainda que virulenta para saturar um ciclo.

Círculos dirigentes e militantes mais antigos não experimentaram nada parecido antes. Nem mesmo na sua origem, nos anos 70/80, quando operários do ABC se colocaram frontalmente contra o regime militar, em desafio aberto ao poder armado e empresarial.

Sedimentou-se ali, ao contrário, com base em uma cumplicidade que parecia ampla e sólida, a suposição de que haveria da parte da imprensa se não apoio, ao menos respeito com o avanço da luta dos trabalhadores.

Mais que isso: tolerância com a criação de um partido próprio, de recorte socialista ecumênico.

Ancorada na intensidade histórica de uma fase alegre dos consensos democráticos, criou-se assim uma jurisprudência petista.

A mediação com o conjunto da sociedade, embora marcada pela má vontade de chefias e donos de jornais, estava sendo feita a contento pelos meios de comunicação.

Até o 2º governo Lula, o PT nunca incluíra entre as suas prioridades efetivas a d regularizar o sistema de comunicação existente para torná-lo mais plural.

Do mesmo modo, nenhum dirigente histórico deu ao projeto de construção de uma mídia própria, a prioridade política, financeira e mobilizadora devotada, por exemplo, a uma campanha eleitoral.

A proximidade com os jornalistas – muitos dos quais renunciariam a cargos e carreiras para se engajar na construção do partido e nas campanhas eleitorais dos tempos pioneiros- cevou ilusões.

O trânsito fácil com a imprensa sugeria haver espaço a ocupar na caixa de ressonância da grande indústria de notícias.

Um consenso algo ingênuo, algo acomodato enxergava uma margem de manobra nas redações; a cota de tolerância não se esgotara.

A derrota para Collor em 1989, quando a Globo manipulou a edição do debate decisivo da campanha, e deu quase dois minutos adicionais ao 'caçador de marajá' no Jornal Nacional, abalou essa inércia.

Mas não construiu uma novo diagnóstico político, forte o suficiente para renovar a agenda em relação ao poder midiático.

A liderança de massa de Lula atingiu seu auge e reverberou no país durante os oito anos que esteve à frente de um governo exitoso no plano social e econômico.

O prestígio esmagador dentro e fora do Brasil empalideceu o cerco midiático diante da obrigatoriedade de se conceder espaço e voz ao Presidente.

O conjunto coagulou o debate petista sobre o papel da comunicação na construção de uma democracia social em um dos países mais desiguais do planeta.

Parecia desnecessário diante dos êxitos econômicos sucessivos que calavam uns e aciavam outros.

Nesse idílio escaparia a Lula e aos dirigentes petistas a brutal transformação em marcha no interior da mídia e na própria composição das redações.

Ao longo de duas década de polarização entre a agenda afuniladora do neoliberalismo e a da implantação de um Estado social tardio no país, o jornalismo brasileiro sofreria uma mudança qualitativa de pauta e estrutura.

A tentativa de impeachment de Lula em 2005, já no ciclo da chamada crise do 'mensalão' – que culminaria em 12 de novembro de 2013 com a condenação dos dirigentes José Dirceu e Genoíno à prisão – sacudiu a inércia petista com força pela primeira vez.

O espaço de tolerância acalentado ainda por emissários autonomeados, que traziam recados dos donos de jornais e revistas sobre o preço a pagar por uma trégua na escalada golpista, perdeu eco na cúpula do governo.

Lula, a contrapelo dos punhos de renda do petismo, recorreu então ao movimento sindical.

A palavra 'golpe ' foi entronizada no discurso da resistência – para horror dos que teimavam em buscar um acordo com o dispositivo midiático conservador.

Numa quadra de clamorosa falência do projeto neoliberal, o tridente udenista da corrupção e a demonização da esquerda como sujeito histórico degenerado, pôs-se a campo ainda como mais força, a partir de então.

Tornou-se a pauta-jogral de um dispositivo midiático reestruturado para esse fim.

Qual?

Fazer do segundo mandato de Lula a evidência de que essa dissonância histórica não seria mais tolerada na democracia tutelada pelo poder do dinheiro.

Instalou-se um termidor antipetista nas redações.

A ilusão na mídia como ambiente democrático permissivo à formação da consciência crítica e progressista da sociedade deixou de existir.

A percepção dessa ruptura e os desdobramentos políticos que ela acarreta cristalizaram-se no linchamento midiático que orientou as togas inebriadas pelos holofotes, na Ação Penal 470.

O que Dilma está dizendo agora, portanto, não é um acidente de percurso.

Está sedimentado nas estocadas de uma espiral virulenta que , como ela mesma diz, 'me levaram para um outro caminho, que não era o que eu queria'

A ficha da crispação conservadora caiu definitivamente nesta campanha de 2014.

O PT e sua propaganda redescobriram que não se faz política sem definir o adversário, dizer o que ele representa, por que precisa ser derrotado, as perdas e danos de se entregar o país de volta ao poder conservador.

Por enquanto isso é feito na janela que o horário eleitoral abriu ao partido em meio ao monólogo conservador que dá aos dois minutos de Marina uma extensão de horas.

Mas e depois que ela se fechar outra vez?

'Vou fazer a regulação econômica da mídia', sacramentou Dilma na entrevista da 6ª feira aos blogs 'sujos e ideológicos.

Isso não é pouco.

Não apenas pelo efeito esclarecedor que exerce na opinião pública, hipnotizada pelo jogral do Brasil aos cacos.

O que Dilma está vocalizando é uma agenda, não uma medida solteira.

Se socialismo é levar a democracia às suas últimas consequências, a pluralidade da informação que isso requer não pode ser confundida com a disseminação de tablets e celulares de última geração entre os brasileiros.

A disjuntiva que se coloca é entre a livre formação do discernimento político da sociedade ou a sua subordinação a um aparato claustrofóbico de difusão, que se avoca o direito de enclausurar a formação da opinião pública brasileira em pleno século XXI.

Não se trata de uma queda de braço ideológica, tangencial à gestão progressista do Estado.

É um problema do desenvolvimento brasileiro.

A presidenta Dilma incorporou a chave da eficiência às prioridades do seu governo.

Com razão: é obrigação progressista zelar pela cuidadosa aplicação dos fundos públicos, erigir um Estado transparente, capacitá-lo a mobilizar recursos e coordenar as ações da dura luta pelo desenvolvimento soberano e e justo.

Durante muito tempo, porém, errou-se ao não afrontar as demais intercorrências da agenda do Estado mínimo.

Entre elas a gororoba ideológica construída em torno da lingerie mais reluzente do conservadorismo: o fetiche da autossuficiência da gestão.

Confunde-se a opinião pública ao endossar falsas convergências redentoras, a exemplo do 'fazer mais com menos', que omite a verdadeira luta de sabre para dividir a fatura da crise e instaurar o passo seguinte do desenvolvimento. Ao não distinguir uma coisa de outra, corre-se o risco de endossar a tese que pretende equacionar a desordem atual com poções adicionais do veneno que a originou.

O colapso neoliberal trouxe para o colo do governo uma crise da qual a Nação é vítima e não sócia; as forças progressistas são adversárias, não co-autoras.

O nome da crise não é PT, não é gastança, não é Petrobrás, não é desrespeito ao tripé, como quer a constrangedora declamação de Marina Silva.

O nome da crise é capitalismo desregulado, é supremacia financeira, é a desenfreada ferocidade com que os capitais fictícios exigem um mundo plano de fronteiras livres e desimpedidos , por onde possam transitar à caça de fatias reais de uma riqueza, para a qual não se dispõem a contribuir, apenas se apropriar em espirais de bolhas recorrentes.

A dissonância de um Brasil que se propõe a construir um Estado de Bem-estar social tardio, regulado e soberano, precisa ser sufocada para que o fluxo incorpore esse promissor naco da riqueza mundial ao seu circuito.

'Não há alternativa', dizia Margareth Tatcher nos anos 70.

Quarenta anos depois e uma colapso da ordem neoliberal que se ombreia à crise de 1929, é o que continuam a dizer Aécio, a doce Marina e a mídia que os ancora.

É o que continua a pontificar o editorial do Financial Times, a vaticinar 'um arrocho doloroso' para o Brasil, ganhe quem ganhar as eleições do próximo domingo.

Os desequilíbrios de fato existem. Não se incorpora 60 milhões de ex-miseráveis e pobres ao mercado sem mexer nas placas tectônicas de uma 'estabilidade capitalista' alicerçada em uma das mais desiguais estruturas de renda do planeta.

Há duas opções: avançar dar coerência estrutural e política à emergência desse novo ator, ou recuar e devolvê-lo à margem de origem. Custe o que custar.

Será 'doloroso' , avisa o Financial Times,sobre aquilo que Aécio, Marina e o colunismo isento vendem como virtude.

Para fazer diferente não basta buscar atalhos na gestão da macroeconomia.

A macroeconomia não é de esquerda, nem de direita.

Quem adiciona coerência à macroeconomia do desenvolvimento é correlação de forças da sociedade em cada época.

Para fazer diferente do que a frente única do conservadorismo apregoa será necessário coordenar as linhas de passagem de um novo ciclo histórico repactuando metas, concessões, prazos, avanços e salvaguardas com o conjunto das forças sociais.

Isso requer uma mídia pluralista para que possa acontecer. Foi essa sucessão de contingências que fez cair, definitivamente, a ficha histórica do PT em plena eleição de 2014.

A consciência desse aggiornamento estratégico talvez seja uma vitória tão importante quanto vencer no próximo domingo. Porque só assim será possível honrar os compromissos com a sociedade nos próximos quatro anos.

Paulo Moreira Leite: De que lado tu tá?

Luciana Genro certamente vai deixar a campanha presidencial de 2014 como uma das revelações do primeiro turno.

A candidata do PSOL calou o discurso de mudanças de Eduardo Jorge, ontem, ao lembrar sua participação, subordinada, em governos conservadores, a começar pelo PSDB de José Serra, em São Paulo, explicando que vivemos numa sociedade dividida em classes, na qual é preciso escolher um lado.

No debate no SBT, Luciana Genro discutiu política econômica para fazer uma pergunta curta e direta para Marina Silva: “Tu és a segunda via do PSDB?” Diante da firmeza evasiva que tem pontuado as respostas da candidata do PSB, Luciana Genro acrescentou: “Não dá, Marina. Tem que escolher um lado.” Desta vez, foi ainda mais clara: lembrou que existe “o lado do capital e o lado dos trabalhadores.” No debate promovido pela Igreja Católica, Luciana desvendou a hipocrisia do discurso moralista de Aécio Neves.

Na reta final da campanha, os candidatos estão escolhendo seus lados, até Levy Fidélix que ontem se definiu como centro-direita.

Mas resta uma pergunta:

— De que lado tu tá, Luciana Genro?, perguntou, pelo twitter, a deputada Maria do Rosário, que foi ministra dos Direitos Humanos.

A experiência de homens e mulheres ensina que o engajamento político não consiste numa declaração verbal — mas envolve compromissos políticos, dentro de cada situação concreta de perspectiva de poder.

A história não se faz por atos de vontade mas dentro de condições dadas, como ensinam estudiosos aplicados e brilhantes. É um produto da experiência das classes sociais, que forjam projetos e definem seus líderes.

No Brasil de 2014, nem é preciso ler os jornais para saber onde se encontra “o lado do Capital e o lado dos trabalhadores,” para empregar a definição que Luciana. Basta consultar o Manchetômetro.

A prioridade para o “lado do capital”, em 2014, é derrotar o acordo progressista que assumiu o governo brasileiro em 2003 e, ao longo de três mandatos consecutivos, acumulou uma série de mudanças — inegáveis — em benefício dos trabalhadores e da população pobre. Falando do essencial:

* O Brasil conseguiu sair do mapa da fome da ONU, 68 anos depois que o médico Josué de Castro escreveu a obra Geografia da Fome. Isso aconteceu depois que Lula transformou a fome em questão de Estado. Um número resume a prioridade. Em 2002, final do governo FHC, os gastos sociais do governo federal chegavam a R$ 1804 per capita. Em 2011, sem que o governo tivesse alterado um centavo na carga tributária deixada pelo PSDB — ao contrário do que afirma a turma do impostômetro — chegavam a R$ 3444, uma elevação superiour a 80% (1).

* Em dezembro de 2002, final do governo Fernando Henrique, uma cesta básica consumia 68% do salário mínimo. Hoje, consome 47,7%. Apesar do crescimento baixo em 2014 a economia gera empregos. Foram acumulados 3 milhões de novos postos de trabalho no governo Dilma e em junho de 2014 projetava-se a criação de mais 563 000. A média de desemprego no Brasil, entre 2008 e 2013, é de 6,3% — a mesma da Alemanha no mesmo período. A da Espanha é de 22%, da França, 10%, da Itália 9,5% e da Grécia 18,2%. A proporção de empregos formais dobrou entre 1994 e 2012.

* É gracioso dizer que Lula-Dilma têm a mesma política econômica do que o PSDB e Marina Silva para favorecer os bancos. Mas é falso. Nos oito anos do governo Fernando Henrique, a média da taxa de juros foi de 26,6%. No governo Lula, caiu para 14,8%. No governo Dilma, é de 9,4%. A insistência em nivelar todos os governos no mesmo patamar só beneficia quem precisa esconder o que fez, certo?

* Oferendo oportunidades nunca abertas para os brasileiros negros, excluídos entre os excluídos, o programa Pro-Uni assegurava 1 milhão de matrículas em universidades, em 2012. Se em 2002 apenas 140 estabelecimentos ofereciam educação profissional tecnológica, em 2014 esse número chegava a 562.

Esses dados formam um conjunto que mostra que a partir de 2003 o país teve um governo capaz de dar início a um conjunto de mudanças favoráveis a maioria dos brasileiros.

Um grande número de eleitores já percebeu isso, como demonstra a liderança de Dilma Rousseff nas pesquisas. Apesar do massacre absurdo que sua candidatura tem sofrido cotidianamente, uma parcela crescente de brasileiros dá sinal de que pretende resistir e defender o que conquistou de 2003 para cá.

Este é o sentido da eleição. O lado. E é nesta situação, diante de alternativas reais de poder, que é possível fazer opções.

Com argumentos muito semelhantes àqueles que Luciana Genro emprega hoje, em 1950 o Partido Comunista Brasileiro (PCB) fez campanha contra Getúlio Vargas. Pregou voto branco, com o argumento de que Vargas representava o imperialismo norte-americano. Por mais absurdo que isso possa parecer nos dias de hoje, era coerente com a lógica da Guerra Fria. Quem não era aliado incondicional de uma das superpotência era considerado como inimigo, e o nacionalista Getúlio se encaixava nesta categoria tanto em Washington como em Moscou.

Nessa perspectiva, o PCB se engajou numa oposição radical a Vargas e não perdia uma oportunidade para hostilizar o governo, assumindo o papel da sigla esquerdista que faz o jogo conveniente a direita.

Não enxergou conquistas importantes — como aumento do salário mínimo congelado após cinco anos, a criação da Petrobras. Na crise de 1954, seus jornais pediam a renuncia do presidente — e, depois do tiro no peito, foram atacados e empastelados por uma multidão indignada.

Eu era correspondente em Washington, em 2000, quando assisti a campanha pela sucessão de Bill Clinton. Não há comparação possível entre os universos políticos dos dois países, até porque não há equivalente ao Partido dos Trabalhadores nos Estados Unidos.

Mas a eleição daquele ano guarda lições úteis para o Brasil de 2014.

Havia dois concorrentes na disputa. George W. Bush, o republicano que deixou a Casa Branca como o pior presidente desde a Independência, em 1776, e o vice Al Gore, o democrata que parecia uma versão mais bem comportada e centrada do que o antecessor. Al Gore foi derrotado no tapetão da Suprema Corte, que suspendeu a recontagem de votos na Florida, medida que equivalia a dar posse a George W Bush.

O que ninguém gosta de lembrar é que havia um terceiro candidato na campanha, um advogado chamado Ralph Nader. Inventor do movimento de defesa do consumidor, quando levou executivos da industria automobilística para os tribunais, nos anos 1960, Nader tornara-se uma personalidade conhecida, simpática e respeitável. Candidato pelo Partido Verde, falar com ele era uma delícia, como pude comprovar em várias entrevistas curtas durante a campanha. Nader denunciava os bancos e as grandes empresas, falava da industria bélica sem receio, empregando uma tonalidade radical que jamais seria ouvida mesmo entre a ala mais esquerda do Partido Democrata, com ligações com o movimento sindical muito mais profundas do que eu imaginava antes de morar nos EUA. Contava com apoio entre universitários e intelectuais, inclusive Noham Chomsky.

Nós sabemos como foi a campanha norte-americana de 2000. Al Gore venceu no voto popular por meio milhão de votos. Mas era uma disputa apertada, num sistema indireto em que os partidos precisam ganhar a eleição em cada Estado para fazer maioria no Colégio Eleitoral que tem a última palavra na escolha do presidente. Foi aí que o voto em Ralph Nader teve um papel importante — para a vitória de Bush.




Com um discurso à esquerda de Al Gore, mas dentro de um campo político definido — o “lado” — ele conseguiu receber 2,8 milhões de votos no país inteiro. Se tinha eleitores que teriam votado em Bush como segunda opção, não havia dúvida que a preferência por Al Gore era mais acentuada, numa proporção de 38% contra 25% para cada um dos candidatos, conforme uma pesquisa feita no dia da eleição. Ninguém pode imaginar quantos votos Nader tomou de Al Gore naquele pleito, impedindo que fizesse um número maior de delegados aqui ou ali. Mas todo mundo sabe que na contagem final, a disputa concentrou-se na Flórida, de ali o estrago foi grande. Aceitando como verdadeiros os números oficiais, divulgados após uma longa batalha nas apurações, medidas judiciais de um lado e de outro, afirma-se que Bush ganhou por uma diferença de miseráveis 537 votos. Mas a apuração mostrou que Ralph Nader ficara com 97.421 votos na Florida — um oceano eleitoral que teria assegurado a Al Gore os votos de que necessitava para vencer.

O que veio a seguir todos se recordam. Bush reorientou o Estado americano para um conservadorismo puro e duro, abandonando qualquer concessão de natureza moderada deixada por Clinton. Depois do 11 de setembro, iniciou a invasão do Afeganistão e a Guerra do Iraque, terminando por gerar uma bolha financeira-militar que ajudou a cavar o túmulo da grande crise de 2008.

Claro que Ralph Nader não tem a menor responsabilidades pelas medidas estúpidas de George W Bush. Não era o presidente nem estava no comando.

Mas, quatro anos depois, quando voltou a disputar a eleição, seus 2,8 milhões de votos haviam se reduzido a 465 000. Em nova tentativa, quando Barack Obama foi eleito pela primeira vez, cresceram só um pouquinho. Mas equivaliam a quinta parte daquilo que ele recebera na campanha de 2000.

É importante escolher seu lado, como afirma Luciana Genro em 2014.




(1) A fonte da maioria dos dados deste texto é o levantamento “Vinte Anos de Economia Brasileira — 1994-2014,” de Gerson Gomes e Carlos Antônio Silva da Cruz

Ibovespa aponta que Dilma deve ser reeleita no primeiro turno

Resultado da pesquisa Datafolha que dá 40% - 45% votos válidos - para a petista, traque da revista Veja - que anunciou como bomba fosse - sobre a eleição e fraqueza de Marina Silva no debate da Record agitam o mercado financeiro.

Bolsa cai 5,25% com ações da Petrobras iniciando o dia com perdas que chegam a 10%.

Investidores, especuladores, agiotas e banqueiros contam como quase certa a chance da presidente Dilma liquidar a fatura já no primeiro turno, domingo.



Abaixo, notícia do site Infomoney:

Ibovespa cai mais de 5% após Datafolha, com Petrobras despencando mais de 10%

Atual presidente praticamente dobrou sua vantagem sobre Marina Silva (PSB) no primeiro turno da eleição

SÃO PAULO - O Ibovespa registra forte queda nesta segunda-feira (29), após pesquisas eleitorais divulgadas na sexta-feira à noite mostrarem nova melhora da presidente Dilma Rousseff na corrida presidencial. Às 10h20 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira caía 5,23%, aos 54.251 pontos.

Dentre os papéis que são negociados nesta manhã, destaque para Bradesco (BBDC3, R$ 35,24, -7,53%; BBDC4, R$ 35,58, -7,32%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,10, -6,90%), Itaúsa (ITSA4, R$ 9,44, -6,81%) e Eletrobras ON (ELET3, R$ 6,87, -6,28%). O dólar tem um dia de forte alta de cerca de 2%, enquanto os contratos de juros futuros com vencimento entre 2017 e 2019 chegam a subir entre 2 pontos percentuais e 4,5 pontos percentuais.

As ações PN da Petrobras têm queda de mais de 10%, após a petrolífera já marcarem queda de quase 10% em Nova York mais cedo. As ações ordinárias da Petrobras abriram em queda de 8,88% por volta das 10h12, a R$ 18,06, enquanto o Banco do Brasil cai mais de 8%. Os papéis da Vale caem mais de 2%, também repercutindo a nova queda do preço de minério de ferro. Em somente em um minuto de Bolsa, as ações da estatal já perderam R$ 12,39 bilhões na Bolsa e é a maior queda desde novembro de 2008, quando houve circuit break.

Levantamento do Datafolha mostrou que a candidata à reeleição pelo PT praticamente dobrou sua vantagem sobre Marina Silva (PSB) para o primeiro turno da eleição, no próximo domingo, e passou a ter vantagem numérica em relação à candidata do PSB em simulação de um segundo turno. Na mesma linha, pesquisa Sensus mostrou a petista liderando com folga as intenções de voto para o primeiro turno, ao mesmo tempo em que diminuiu a vantagem de Marina sobre Aécio Neves (PSDB).

O quadro externo desfavorável corroborava as perdas, com declínio nos índices futuros norte-americanos e nas bolsas europeias, em meio a manifestações civis em Hong Kong.

Vale ressaltar que o mercado havia registrado alta na última sexta-feira, esperando um Datafolha mais favorável à candidata Marina Silva, o que não aconteceu, mas também esperando novas notícias da Veja. A revista mostrou que a campanha de Dilma Rousseff em 2010 pediu dinheiro a Paulo Roberto Costa, diretor do abastecimento da estatal, mas não deve ter tantos efeitos sobre a candidatura da petista. Assim, o mercado pode devolver a alta registrada na última sexta-feira.

Em meio à alta do dólar, somente as ações das exportadoras Fibria e Suzano registram leve alta.


Rancor das elites contra Dilma e o PT é mais pelas suas virtudes do que por seus erros pontuais

Racismo social e ódio de classes

por Pedro Porfírio

Outro dia, num aniversário de um engenheiro de uma estatal, ouvi de alguns convivas da mesma estirpe uma amarga declaração de voto: "estou contra a Dilma por que quero ver o PT pelas costas".

Não foi um, nem dois. Inúmeros convidados daquela bela festa repetiam o mesmo jargão. Alguns falavam com ódio e, como já tinham consumido uns bons vinhos, pronunciavam as sentenças de morte do PT com exacerbado rancor e sede de vingança.

Como não sou petista e, ao contrário, estive quase sempre em trincheiras opostas, sem perder o respeito ao adversário jamais, me senti à vontade para recorrer à metodologia racional a fim de entender por que aquelas pessoas babavam de ódio da Dilma, do Lula, do PT e de todos os que ousavam admitir que votariam na reeleição da mineira, cuja biografia deveria merecer todos os preitos desses que hoje dizem o que lhes vêm na telha, o que não acontecia na época da ditadura insana que a torturou, como a mim, e que a tantos assassinou.




Vira e mexe, cheguei a uma conclusão provavelmente estapafúrdia: há toda uma motivação racista nesse ódio explicitado com prazer orgástico. Não o racismo sobre a cor da pele, mas um outro, muito mais abrangente e mais furioso, o ódio de classe e a obsessão pela intocabilidade da secular pirâmide social.

Entre aqueles interlocutores de acendrada rejeição a qualquer coisa que possa sugerir melhoria das condições sociais das camadas inferiores, alguns se jactavam de terem tido uma infância pobre (ou quase) e hoje estarem nas camadas superiores por esforço próprio. Ao mesmo tempo em que exibiam esse salto e se reconheciam exceções, não escondiam o desprezo pelos que dependem de qualquer socorro do Estado, como se o governo estivesse sacrificando suas noitadas com pesados impostos para matar a fome do lumpesinato que "não quer trabalhar".

A sensação mais viva que me ocorreu foi braba: de todos os escravagistas sociais o mais mesquinho é o quase rico que já foi quase pobre.

Pelas diatribes daqueles personagens que faziam questão de exibir roupas de marcas caras, acabei viajando até o aeroporto e me lembrei de um desabafo um professora babaca da PUC: isso aqui parece uma rodoviária.




Fui mais longe em minhas lembranças e deparei-me com o ódio midiático contra o Brizola por causa do seu projeto dos Centros Integrais de Educação Pública - os CIEPs, que, se não tivessem sido minados por gregos e troianos estariam levando às portas das faculdades milhares de jovens pobres e bem preparados, em condições de acesso sem depender de cotas.

Pra desopilar

Um padre consertava a cerca do jardim quando reparou que o filho do vizinho olhava para ele, muito atento:

- Você está aprendendo como se conserta uma cerca? - perguntou o religioso.

- Não, senhor. Estou só esperando para ouvir o que um padre diz quando martela o dedo.

Aécio: "Darei o troco"

Após o debate presidencial de ontem a noite na Record, o presidenciável do PSDB, Aécio Neves em conversa com correligionários, foi informado da "não presença de José Serra e do governador Geraldo Alckmin" na platéia. Instado a comentar a ausência dos seus "principais eleitorais - FHC, Serra e Alckmin -", o candidato foi curto e grosso:

"Se tiver segundo turno eu darei o troco!"

Mais não foi perguntado.

Mais não retrucou.

Qual o melhor smartphone de até 600 reais?

O Olhar Digital fez testes com alguns. Vamos conferir o resultado:

TELA

A tela é a primeira impressão para quem usa um celular moderno. O L50 tem uma tela 4 polegadas com resolução de 800x480, enquanto o Moto E é equipado com um display 4,3 polegadas com 960 por 540 de resolução. Já o Lumia 530 conta com uma tela de 4 polegadas e resolução de 854 x 480. Por fim, o Xperia E1 também tem 4 polegadas com 800 x 480 pixels.


Os smartphones analisados são similares em termos de brilho e contraste, exibindo cores fiéis e pouco saturadas. Mas como temos que atribuir uma nota, o vencedor é o modelo da Motorola, que conta com a tela maior e melhor resolução. O segundo lugar fica com a LG, empatada com a Nokia. O equipamento da fabricante coreana responde de maneira correta a todas as instruções e toques. Já o celular fabricado pela Microsoft tem uma digitação digamos assim “macia”. A última posição é ocupada pela Sony.

DESIGN

Este é um tópico complicado para o Olhar Digital. A gente vem falando repetidamente que design é por muitas vezes uma questão de gosto pessoal. Mas existem características técnicas que podem decidir um review. Uma delas é o peso. O mais leve deles é o Sony, com 120 gramas, seguido pelo Nokia com 129 gramas. Empatados no peso estão LG e Motorola, com 140 gramas.

Os aparelhos analisados têm como características uma boa performance e desempenho para tarefas simples e corriqueiras. Primeiro vamos aos números. Os modelos da LG, Nokia e Sony tem 512 mega de memória RAM; o Motorola conta com 1 giga. A fabricante americana equipa o seu celular com um processador 1,2 GHz dual core Snapdragon S200, a mesmo chip da Qualcomm usado por Nokia e Sony. Já a LG tem o dual core 1,3GHz, fabricado pela asiática MediaTek.

Mas a pergunta que fica é: quem tira melhor proveito do conjunto de hardware e software? A resposta é inegavelmente é a Motorola - especialmente por contar com o dobro de memória RAM que seus concorrentes. Já a Nokia tem a vantagem de ter um sistema operacional mais leve. No duelo das fabricantes asiáticas, o páreo é duro. Mas a coreana LG leva vantagem sobre a japonesa Sony pelas pequenas adaptações ao sistema operacional.

SISTEMA OPERACIONAL

Falando de sistema operacional, é bom a gente esclarecer que esse também é um tópico muito questionável e por isso não vamos atribuir vencedores nesta fase do comparativo. Mas existem informações importantes que podem balizar o momento da compra.

Para começar, o desvio padrão nesse quesito é a Nokia, uma empresa agora incorporada a Microsoft e que usa o Windows Phone 8.1. As outras fabricantes abraçam o Android, software cujo desenvolvimento é liderado pelo Google. Mesmo assim, os modelos têm uma experiência de uso diferentes entre si.

A Motorola, por exemplo, usa a versão 4.4 Kit Kat de maneira pura, ou seja, sem nenhum programa a mais instalado no celular. Isso é um ponto extremamente positivo. Já a LG e Sony optam por recursos próprios, ou seja, programas que modificam a usabilidade do sistema. No caso da LG, a interface é esperta e rápida. Já no celular Sony, a experiência de uso é comprometida. Para usar este aparelho, o Olhar Digital recomenda você baixar no Google Play alternativas como o EverythingMe ou mesmo o Google Now Launcher.

Outro ponto positivo da Motorola é que o aparelho é vendido já com a perspectiva de uma atualização para a nova versão do Android, a ser lançada no início de novembro e que foi batizada de L. A mesma garantia não é encontrada nos modelos da LG, que também conta com a versão Kit Kat, e no da Sony, que estacionou na versão 4.3, chamada de Jelly Bean.

Sobre as diferenças entre sistema operacionais, também cabe falar que apesar do Windows Phone 8.1 ser uma alternativa interessante ao mundo de código aberto do Android, o software da Microsoft sofre com a falta de programas. Ao todo, são cerca de 150 mil aplicativos à disposição na plataforma, número inferior ao do Google, que tem cerca de 1 milhão de softwares para download.

CÂMERA

A LG, Motorola e Nokia contam com uma câmera de 5 megapixels, superior às especificações da Sony, que é equipada com um dispositivo de 3 megapixels. Mas neste tópico, a vantagem é da Nokia. A fabricante finlandesa é reconhecida mundialmente pela qualidade de suas lentes e sensores. As fotos tiradas com o equipamento são melhores tanto em ambientes com pouca luminosidade quanto em lugares saturados de luz do sol. O segundo lugar fica com LG e Motorola. A lanterna é do modelo da Sony.

ARMAZENAMENTO

Todos os smartphones contam com armazenamento de 4 giga para programas, documentos e mídias. Mas a vantagem novamente é do modelo da Nokia, que suporta um cartão de memória de até 128 gigas, o que é um número muito interessante e incomum. Outra vantagem da fabricante europeia é que o sistema Windows Phone consegue instalar qualquer tipo de aplicativo no cartão de memória. Os outros aparelhos empatam neste ponto, já que permitem o uso de um cartão de memória de até 32 gigas.

CONECTIVIDADE

Como já falamos no início desta análise, todos os modelos contam com o sistema dual chip, ou seja, permitem o uso de chips de duas operadoras. Essa é uma grande vantagem para quem quer economizar um dinheiro no fim do mês com os gastos em telefonia. Com exceção do Nokia, os outros aparelhos também contam com TV Digital, uma característica importante para o público brasileiro. Colocando foco somente neste ponto, a melhor usabilidade de televisão digital é encontrada nos aparelhos da Motorola e da LG. Por este motivo, estes smartphones dividem a primeira posição nesta fase do comparativo.




PREÇO

Este é um dos pontos mais importantes do comparativo: a quantidade de dinheiro no bolso pode definir o vencedor de qualquer análise. O Olhar Digital vai apenas colocar os preços de referência. O L50 tem preço sugerido de R$ 569. O Moto E tem valores ligeiramente maiores, de R$ 599. Já Lumia 530 é campeão neste ponto, com preço de R$ 399, seguido pelo Xperia, que custa R$ 499. Mas a dica para o consumidor é sempre pesquisar em lojas, sejam elas físicas ou virtuais. Com essa tática, você pode economizar bastante.

CONCLUSÃO

Cabe ao Olhar Digital fazer uma análise de custo-benefício, além de ponderar qual é o melhor conjunto entre os modelos analisados. Neste comparativo, claramente o modelo vitorioso é o da Motorola. Ele conta com mais memória RAM, um sistema limpo e rápido, uma boa câmera, além de ter suporte a TV digital.




Para o segundo lugar, o troféu é dividido. Se você precisa de uma opção barata, compre o Nokia. Ele conta com uma excelente câmera e um sistema operacional que está em crescimento no mercado brasileiro. Se você é mais tradicional e prefere um smartphone Android com um bom desempenho e TV digital, opte pela LG. O modelo da Sony também é uma opção interessante, mas comparando com as alternativas, ele não se destaca em nenhum ponto. E aí? Concorda com a gente? A discussão está aberta: acesse Olhar Digital.com.br e contribua para o debate. Consumidores mais conscientes são consumidores melhores. Sua participação é fundamental para essa evolução!

Leonardo Boff: porque eu voto em Dilma Roussef

"Eu apoio e voto para presidente Dilma ser reeleita para confirmar e consolidar a maior revolução democrática pacífica realizada na história do Brasil, quando alguém da periferia foi eleito presidente como o Lula, e ele continuou essa política, que é uma verdadeira política de cuidado com o Povo, com as coisas do Povo. Gesto amoroso com a população pobre, marginalizada."

Orgulho de ser petista

O dia que eu não tiver coragem, orgulho de usar minha camisa vermelha com a minha estrela, eu não participo mais da vida pública do meu país.

Lula


Diálogos com o Mestre IV, por Paulo Coelho

Continuo reproduzindo aqui os diálogos que o escritor teve com o seu mestre, entre os anos de 1982 a 1986.

A linguagem dos sinais 
- O que é a linguagem do sinais?
- Todo homem tem uma maneira pessoal de comunicar-se com Deus e com sua própria alma.
- Então, o homem não precisa da religião?
- As religiões são muito importantes, porque nos permitem adorar de forma coletiva, e compartilhar dos mesmos mistérios. Mas a busca espiritual é responsabilidade de cada um: se você afastar-se do seu caminho, nada vai adiantar ficar culpando o padre, o imã, o rabino, o pastor - a responsabilidade é sua. Por isso existe um alfabeto que sua alma entende, e que vai mostrando as melhores decisões em seu caminho.


- Como aprender esta linguagem?
- Como qualquer outra. Primeiro, com disciplina para educar-se a notar o sinal. Depois, com coragem para praticar a língua. Terceiro, nunca ter medo de errar enquanto pratica.
- O que faz com que a gente muitas vezes siga o sinal errado.
- Claro. Só assim aprendemos os sinais certos.
- Você podia me dar um exemplo de um sinal?
- Não. A linguagem é individual, como disse antes. Se começamos a generalizar os sinais, eles se transformam em superstição.
"Muitos mestres já cometeram o erro de usar os seus sinais para guiar seus discípulos. O que acontece é que, quando as pessoas começam sua busca espiritual, entram num mar desconhecido, e sentem-se inseguras. Então procuram agarrar-se à primeira mão que lhes é estendida - e ao fazer isso, estão deixando de lado a aventura, para tornar-se escravas da mão que as guia".
- Como posso ter certeza que estou diante de um sinal verdadeiro?
- Você nunca pode. Mas, em geral, se começar a enxergar este mundo além das convenções, verá que sua intuição começa a conduzi-lo em direção à melhor escolha - por mais absurda que pareça. Aos poucos, esta linguagem se incorpora a você e, embora continue errando de vez em quando, já está em paz com sua alma, e toma as decisões corretas.
Muitas vezes o sinal é mais prático do que imaginamos, e a propósito disso, vou lhe contar uma história.
Um homem sonhou certa vez com um anjo, que lhe dizia: "amanhã vai começar a chover, sua aldeia será inundada, mas você será salvo".
Efetivamente, no dia seguinte começou a chover. Uma equipe de socorro visitou casa por casa, evacuando os habitantes, já que havia risco de inundação. Todos saíram, menos aquele homem, que dizia à defesa civil: "Eu sonhei com um anjo, e ele disse que seria salvo".
Um dia depois, a água já cobria o primeiro andar das casas. Uma segunda equipe de socorro foi tentar resgatar o homem, que de novo se recusou a sair, alegando que tinha recebido o sinal de um anjo, e precisava mostrar sua fé ao mundo.
No terceiro dia, a situação já era crítica, e o homem estava sozinho, encarrapitado no telhado da casa - enquanto a água subia sem parar. Num esforço desesperado, uma equipe de resgate tentou mais uma vez retirá-lo dali, mas de novo ele se negou, chamando-os de demônios, gritando que queriam obrigá-lo a negar o sinal do anjo.
Pouco tempo depois, a água cobriu o telhado, e o homem morreu afogado. Como era um ótimo cristão, foi para o Céu, e encontrou São Pedro, que o convidou para entrar. O homem recusou-se, dizendo que Deus o havia enganado; tinha enviado um anjo dizendo que ele seria salvo, quando na verdade fora o único habitante da aldeia que havia morrido.
São Pedro disse que Deus não mentia, e prometeu voltar com explicações. Entrou no Paraíso e retornou meia hora depois, dizendo:
"Realmente Deus mandou um anjo para avisar-lhe que seria salvo. Mas disse que o senhor recusou, por três vezes, o socorro que Ele lhe enviou sob a forma de equipes de resgate!".
Continua na próxima semana



Melancólico fim da revista “Veja”, de Mino a Barbosa

Uma das histórias mais tristes e patéticas da história da imprensa brasileira está sendo protagonizada neste momento pela revista semanal "Veja", carro-chefe da  Editora Abril, que já foi uma das maiores publicações semanais do mundo.

Criada e comandada nos primeiros dos seus 47 anos de vida, pelo grande jornalista Mino Carta, hoje ela agoniza nas mãos de dois herdeiros de Victor Civita, que não são do ramo, e de um banqueiro incompetente, que vão acabar quebrando a "Veja" e a Editora Abril inteira do alto de sua onipotência, que é do tamanho de sua incompetência.

Para se ter uma ideia da política editorial que levou a esta derrocada, vou contar uma história que ouvi de Eduardo Campos, em 2012, quando ele foi convidado por Roberto Civita, então dono da Abril, para conhecer a editora.

Os dois nunca tinham se visto. Ao entrar no monumental gabinete de Civita no prédio idem da Marginal Pinheiros, Eduardo ficou perplexo com o que ouviu dele. "Você está vendo estas capas aqui? Esta é a única oposição de verdade que ainda existe ao PT no Brasil. O resto é bobagem. Só nós podemos acabar com esta gente e vamos até o fim".

É bem provável que a Abril acabe antes de se realizar a profecia de Roberto Civita. O certo é que a editora, que já foi a maior e mais importante do país, conseguiu produzir uma "Veja" muito pior e mais irresponsável depois da morte dele, o que parecia impossível.

A edição 2.393 da revista, que foi às bancas neste sábado, é uma prova do que estou dizendo. Sem coragem de dedicar a capa inteira à "bala de prata" que vinham preparando para acabar com a candidatura de Dilma Rousseff, a uma semana das eleições presidenciais, os herdeiros Civita, que não têm nome nem história próprios, e o banqueiro Barbosa, deram no alto apenas uma chamada: " EXCLUSIVO – O NÚCLEO ATÔMICO DA DELAÇÃO _ Paulo Roberto Costa diz à Polícia Federal que em 2010 a campanha de Dilma Rousseff pediu dinheiro ao esquema de corrupção da Petrobras". Parece coisa de boletim de grêmio estudantil.

O pedido teria sido feito pelo ex-ministro Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha da então candidata Dilma Rousseff, ao ex-diretor da Petrobras, para negociar uma ajuda de R$ 2 milhões junto a um doleiro que intermediaria negócios de empreiteiras fornecedoras da empresa.

A reportagem não informa se há provas deste pedido e se a verba foi ou não entregue à campanha de Dilma, mas isso não tem a menor importância para a revista, como se o ex-todo poderoso ministro de Lula e de Dilma precisasse de intermediários para pedir contribuições de grandes empresas. Faz tempo que o negócio da "Veja" não é informar, mas apenas jogar suspeitas contra os líderes e os governos do PT, os grandes inimigos da família.

E se os leitores quiserem saber a causa desta bronca, posso contar, porque fui testemunha: no início do primeiro governo Lula, o presidente resolveu redistribuir verbas de publicidade, antes apenas reservadas a meia dúzia de famílias da grande mídia, e a compra de livros didáticos comprados pelo governo federal para destinar a escolas públicas.

Ambas as medidas abalaram os cofres da Editora Abril, de tal forma que Roberto Civita saiu dos seus cuidados de grande homem da imprensa para pedir uma audiência ao presidente Lula. Por razões que desconheço,  o presidente se recusava a recebe-lo.

Depois do dono da Abril percorrer os mais altos escalões do poder, em busca de ajuda, certa vez, quando era Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República, encontrei Roberto Civita e outros donos da mídia na ante-sala do gabinete de Lula, no terceiro andar do Palácio do Planalto."

"Agora vem até você me encher o saco por causa deste cara?", reagiu o presidente, quando lhe transmiti o pedido de Civita para um encontro, que acabou acontecendo, num jantar privado dos dois no Palácio da Alvorada, mesmo contra a vontade de Lula.

No dia seguinte, na reunião das nove, o presidente queria me matar, junto com os outros ministros que tinham lhe feito o mesmo pedido para conversar com Civita. "Pô, o cara ficou o tempo todo me falando que o Brasil estava melhorando. Quando perguntei pra ele porque a "Veja" sempre dizia exatamente o contrário, esculhambando com tudo, ele me falou: `Não sei, presidente, vou ver com os meninos da redação o que está acontecendo´. É muita cara de pau. Nunca mais me peçam pra falar com este cara".

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Josias de Souza: Debate foi luta na qual Marina entrou com a cara

O debate presidencial transmitido na noite passada pela Record foi uma espécie de luta de boxe na qual Marina Silva entrou com a cara. Dilma Rousseff esmurrou-a impiedosamente. Aécio Neves desferiu-lhe um par de jabs. Até a nanica Luciana Genro levou-a às cordas. No final, a parte da anatomia de Marina que mais apareceu no vídeo foi seu queixo de vidro.
Anabolizada pelo treinamento do marketing, Dilma foi para cima de Marina já na sua primeira pergunta. "A senhora mudou de partido quatro vezes, mudou de posição de um dia para outro em problemas de extrema importância, como a CLT, a homofobia e o pré-sal. Num debate da Bandeirantes, a senhora disse que tinha votado a favor da criação da CPMF porque achava que era o melhor que se podia ter para a saúde. Qual foi mesmo o seu voto como senadora?"
A pergunta de Dilma ecoava uma propaganda que sua campanha veiculara na tevê ao longo do domingo, como quem prepara uma emboscada. Ecoando o noticiário, a peça demonstrava que, diferentemente do que dissera, Marina votara contra a proposta de criação da CPMF em duas ocasiões. Como as votações ocorreram em dois turnos, ela dissera "não" ao chamado imposto sobre o cheque quatro vezes.
Sem poder negar o inegável, Marina ajustou a declaração que fizera antes. Em verdade, ela endossara o imposto sobre o cheque na votação da proposta que criou o Fundo de Combate à Pobreza, uma iniciativa do ex-senador Antonio Carlos Magalhães. "A composição do fundo seria: recursos da CPMF e dos impostos sobre cigarro", disse Marina no debate. "Naquela oportunidade, [...] portanto, votei favoravelmente, sim. Eu e o senador Eduardo Suplicy, mesmo com a oposição séria de várias lideranças do PT, que à época diziam que eu estava favorecendo um senador de direita."
Punhos em riste, Dilma foi à réplica: "Candidata Marina, eu não entendo como a senhora pode esquecer que votou quatro vezes contra a criação da CPMF. Nessas quatro vezes a senhora votou não. Isso consta dos anais do Senado. Atitudes como essas produzem insegurança. Governar o Brasil requer firmeza, coragem, posições claras e atitiudes firmes. Não dá pra improvisar. Então, candidata, me estarrece que a senhora não lembre como votou quatro vezes contra a criação da CPMF."
Abstendo-se de comentar os votos contrários, Marina, por assim dizer, dobrou os joelhos: "Eu me lembro exatamente quando votei a favor. Não tenho a lógica da oposição pela oposição nem da situação raivosa, que não é capaz de dialogar em nome dos interesses do Brasil. E nem da situação cega, que só vê qualidades mesmo quando os defeitos são evidentes. Tive uma prática coerente a vida toda. Defendi, sim, a CPMF para o fundo de combate à pobreza e é mais uma das conversas que o PT tem colocado para deturpar o processo." Tempo esgotado, cortou um dos apresentadores.
Marina vem dizendo que prefere o debate ao embate. Após assistir à surra da noite passada, um de seus aliados disse que Marina talvez devesse considerar a hipótese de entrar na briga de uma vez por todas. Sob pena de morrer como uma transeunte inadvertida. Em política, quem se entrega ao dilema shakespeariano (to be ou not to be) raramente chega a ser.
Dilma foi aos estúdios da Record orientada para esfregar na cara de Marina as mistificações que, exploradas na propaganda eleitoral petista, puxaram-na para baixo nas pesquisas. "Não se pode usar dois pesos e duas medidas", fustigou Dilma noutra passagem. "Qual é a posição da senhora a respeito dos créditos para os bancos públicos, o chamado crédito direcionado subsidiado? A senhora sabe a quanto monta esse crédito?"
Além de se converter num ser que se justifica, Marina fazia propaganda dos programas expostos na vitrine eleitoral de sua antagonista: "Eu não só vou manter o crédito dos bancos públicos para o Minha Casa, Minha Vida, para ajudar a nossa agricultura a se desenvolver, como vou fortalecer, sim, os bancos públicos. Isso é mais um boato que está sendo dito em relação à nossa aliança, de que nós vamos enfraquecer os bancos públicos."
Dias atrás, Marina chorou ao comentar os ataques que o petismo lhe faz com o endosso de Lula. De tanto se queixar dos boatos criados na usina de marketing de João Santana, a rival de Dilma corre o risco de se autofragilizar. De resto, candidato que reclama de malandragens dos rivais pode acabar soando como comandante de navio que se queixa do mar.
"O que vamos evitar é aquele subsídio que vai para empresários falidos, meia dúzia de escolhidos para ser campeões do mundo", prosseguiu Marina. "…Esses, sim, não terão vez no meu governo. Não vamos permitir que recursos do BNDES sejam usados por meia dúzia."
E Dilma: "Interessante, porque no seu programa consta justamente que a senhora vai reduzir o papel dos bancos públicos." Ensaiada, a discípula de João Santana tirou sarro de Marina: "Sei que a senhora não sabe o montante dos créditos direcionados. É R$ 1,340 trilhão de reais. Isso significa, candidata, que toda a estrutura do Brasil, a produtiva e a social, está ligada a esse crédito."
"O que vamos evitar é aquele subsídio que vai para empresários falidos, meia dúzia de escolhidos para ser campeões do mundo", prosseguiu Marina. "…Esses, sim, não terão vez no meu governo. Não vamos permitir que recursos do BNDES sejam usados por meia dúzia."
E Dilma: "Interessante, porque no seu programa consta justamente que a senhora vai reduzir o papel dos bancos públicos." Ensaiada, a discípula de João Santana tirou sarro de Marina: "Sei que a senhora não sabe o montante dos créditos direcionados. É R$ 1,340 trilhão de reais. Isso significa, candidata, que toda a estrutura do Brasil, a produtiva e a social, está ligada a esse crédito."
"Eu vou manter, sim, o crédito direcionado…", repisou Marina. "Isso está muito claro no meu programa. É mais um dos boatos que estão sendo espalhados." Um repórter perguntou quem decidiria sobre a manutenção de programas sociais como o Bolsa Família num hipotético governo Marina, ela ou seus assessores bem-nascidos?
"Quem vai decidir a manutenção dos programas sociais do meu governo é a sociedade brasileira", respondeu Marina. Instado a comentar, Aécio Neves acionou os punhos: "No meu governo, serei eu que irei decidir. E eu manterei os programas sociais, blá, blá, blá…"
Aécio continuou jabeando: "…Vejo com certa estranheza a candidata Marina se queixar muito, hoje, das ofensas, das calúnias e dos boatos que os candidatos de oposição sofrem, de que vão acabar com esses programas sociais. Os boatos realmente existem, candidata, mas sempre existiram. Existiram contra nós quando a senhora estava no PT. E não me lembro, infelizmente, de nenhuma palavra da senhora contra esse tipo de política que o PT continua praticando."
A alturas tantas, Marina dirigiu a Aécio uma questão sobre a matriz energética do país. Concordaram no essencial: é preciso diversificar o modelo, adicionando a energia eólica, a solar e a da biomassa. Mas Marina criticou a "falta de planejamento" que vigorou nos governos do PT e também no do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Aécio viu-se compelido a defender o correligionário. Fez isso atacando: "A senhora cita governo Fernando Henrique, que tinha um grande desafio: o desafio de domar a inflação, de tirar o perverso imposto inflacionário das costas do trabalhador brasileiro. Lutamos muito por isso, contra o PT. Isso aconteceu, lamentavelmente, num tempo em que a senhora participava do PT."