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Bolsonaro em êxtase: identificada 2ª vítima do héroi Ustra

(...) Na época comandava o DOI-CODI o Major Carlos Alberto Brilhante Ustra (que usava o codinome de ‘Tibiriçá’), sendo subcomandante o Major Dalmo José Cyrillo (‘Major Hermenegildo’ ou ‘Garcia’)”, relata Altino em sua carta.

"Na noite do dia 20 para 21 daquele mês de maio, por volta das 23 horas, ouvi quando o retiraram da cela contígua à minha e o conduziram para a sala de torturas, que era separada da cela forte, onde me encontrava, por um pequeno corredor. Podia, assim, ouvir os gritos do torturado. A sessão de tortura se prolongou até a alta madrugada do dia 21, provavelmente 2 ou 4 horas da manhã, momento em que se fez silêncio”, prossegue.
Pouco depois, o próprio Altino foi levado à sala de tortura, “que estava mais suja de sangue que de costume”.
E ouviu de um dos agentes, “particularmente excitados naquele dia”: Acabamos de matar o seu amigo, agora é a sua vez."

Nada mais covarde que um torturador. 
O torturador é a pior e maior aberração da humanidade.
Vida que segue
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A história das crianças torturadas pela ditadura que Bolsonaro defende

E Bolsonaro não se cansa de render homenagem a esses torturadores cruéis


Carlos Alexandre Azevedo, o Cacá, se matou aos 40 anos, em 2013. Seu pai, à época, em meio a uma profunda dor, lamentou: “Entendo que a morte dele foi o limite da angústia”.

Cacá tinha um ano e oito meses quando sua casa foi invadida por policiais do DOPS/SP, em janeiro de 1974. Como começou a chorar, os policiais socaram sua boca.

Ficou durante 15 horas em poder da repressão. Seus pais ouviram relatos de que, nesse período, o menino teria levado choques elétricos.
Cacá foi uma das crianças vítimas da ditadura militar no Brasil. Sim, a ditadura, a seu modo, seguiu matando 40 anos depois.
PORQUE ISSO É A DITADURA
Ernesto Carlos Dias do Nascimento tinha dois anos e três meses quando foi considerado terrorista, “Elemento Menor Subversivo”, banido do país por decreto presidencial.
Foi preso em 18 de maio de 1970, em São Paulo, e levado, por diversas vezes, às sessões onde seu pai era torturado no pau de arara. Lembra que dizia: “Não pode bater no papai. Não pode”. Mas mesmo assim eles batiam.
Ângela Telma de Oliveira Lucena tinha três anos e meio quando executaram o pai diante dela.
Amelinha Teles, também torturada na ditadura pelo Coronel Brilhante Ustra, conta:
“Ele, levar meus filhos para uma sala, onde eu me encontrava na cadeira do dragão (tomando choques), nua, vomitada, urinada? Levar meus filhos para dentro da sala? O que é isto? Para mim, foi a pior tortura que eu passei. Meus filhos tinham 5 e 4 anos. Foi a pior tortura que eu passei”.
O Coronel Brilhante Ustra, que gostava tanto desses detalhes de crueldade, é aquele mesmo que foi homenageado pelo deputado Jair Bolsonaro no plenário da Câmara dos Deputados em 2016.

Bolsonaro é a favor da tortura e quer ser presidente do Brasil. Precisa dizer mais alguma coisa?

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Conheça o ídolo de Bolsonaro

Algumas pequenas considerações sobre o Coronel Ustra, o ídolo de Jair Bolsonaro. Sinceramente, alguém que sabe disso e ainda vota no Coiso, é vergonhoso. Leia com atenção, curta e compartilhe:


1. Início de carreira

Nascido em Santa Maria, RS, Ustra teve uma carreira militar inicialmente discreta. Pacato, enquanto os colegas oficiais se envolveram ativamente nos bastidores políticos a partir do fim da ditadura de Getúlio Vargas, em 1945, ele não se meteu em conspirações ou casos polêmicos até o endurecimento do regime militar, em 1968.

2. Destaque

Ustra chamou atenção no Exército com textos em que defendia o trabalho de contrainteligência para impedir que o país virasse uma ditadura socialista. Com o aumento das ações de guerrilheiros, que faziam atentados desde 1966, o regime organizou uma resistência. Ustra, então major, foi um dos selecionados.

3. Sucursal do inferno

A resistência começou com o centro de investigações conhecido como Operação Bandeirante (Oban). Criada em São Paulo, em 1969, a Oban torturava dissidentes para obter informações sobre os colegas militantes. A um dos presos, frei Tito, Ustra disse, em 1970: “Você vai conhecer a sucursal do inferno”.

4. Doi-Codi

O sucesso da Oban fez o governo criar o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi). Com sede nas principais capitais, ele tinha celas de detenção e salas de interrogatório – e de tortura. Ustra comandou o Doi-Codi de São Paulo entre 1970 e 1974 e era chamado de “doutor Tibiriçá” (não se sabe por quê).

5. Chefia

O trabalho sujo, como espancamentos, choques e afogamentos, cabia aos gorilas (policiais e militares que demonstravam prazer em agredir os prisioneiros). Envolvido no dia a dia da operação, Ustra cumpria um papel de chefia: instruía os agentes de campo e os torturadores para focarem na caça aos opositores do regime militar.

6. Os “passeios”

Ustra não acompanhava todas as torturas. Aparecia do nada em casos difíceis para fazer os “passeios” que lhe deram fama: abraçava o detento e o levava a uma sala, onde havia o corpo de um militante. “Se você não falar, vai acabar assim”, dizia. Ele chegou a espancar uma grávida e, certa vez, levou filhos para ver uma mãe torturada.

7. Sumiço de cadáveres

Um problema era o que fazer com os corpos. No DOI-Codi paulistano, foram 47 mortos oficialmente, mas a Comissão da Verdade, que investigou os abusos da ditadura, calcula que o escritório matou 502 pessoas. Nas décadas de 1990 e 2000, Ustra foi processado várias vezes por ocultar cadáveres, especialmente em valas comuns do cemitério de Perus, na capital paulista.

8. Atropelamentos

Outra estratégia era o atropelamento forjado: os agentes diziam que o guerrilheiro estava fugindo quando foi atingido. Muitas vezes, nem precisavam atropelar de verdade o corpo da vítima, porque ela já estava machucada demais. Em outras ocasiões, as Kombis e os Fuscas dos agentes eram usados para acertar os cadáveres.

9. Eletrochoque e palmatórias

Segundo a Comissão da Verdade, ele também utilizou eletrochoque e palmatórias no Doi-Codi. Saiu de lá em 1974 e se tornou instrutor da Escola Nacional de Informações (EsNI), em Brasília, onde escreveu uma cartilha que pregava o uso de “interrogatórios com mais rigor”. Também se envolveu com maus-tratos a presos na Fazendinha, centro de tortura secreto em Alagoinhas, BA.

10. Fora de jogo

Em 1978, Ustra foi destacado para São Leopoldo, RS. Quando o regime militar acabou, virou adido militar em Montevidéu. Em 1985, durante a visita do presidente José Sarney ao Uruguai, foi reconhecido pela atriz Bete Mendes. Deputada federal na época, ela disse ter sido torturada pelo coronel. Com o escândado, Ustra foi aposentado.
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