Quem nos protegerá dos promotores e procuradores?, por J. Carlos de Assis

Quando estiverem esgotadas todas as consequências da Lava Jato e o Legislativo brasileiro não estiver intimidado pela eventual descoberta de falcatruas no seu próprio meio, inibindo sua capacidade de iniciativa, será o momento de se fazer um balanço do sistema judiciário brasileiro e depurá-lo dos excessos cometidos. Não há dúvida de que o balanço apontará fatos positivos, notadamente a incriminação de criminosos de colarinho branco jamais alcançados pela Justiça anteriormente. Mas há também fatos negativos.

O principal deles terá sido o atropelamento do sistema judicial brasileiro. Por algum caminho será necessário recuperar os princípios de habeas corpus, presunção de inocência e devido processo legal, todos solenemente ignorados em Curitiba. Também terá de ser disciplinado o instituto da delação premiada já que nenhum país realmente democrático poderá aceitar como comportamento corriqueiro da polícia ou da Justiça torturar psicologicamente presos na cadeia para lhes arrancar confissões.

Talvez fosse impraticável chegar aos resultados positivos da Lava Jato sem esses expedientes extralegais. Isso se deveria, basicamente, à incompetência do sistema policial brasileiro de reunir provas consistentes contra criminosos de colarinho branco. Talvez a interferência norte-americana nesse processo, como instrutores de promotores e policiais brasileiros, conforme ficou evidenciado, tenha sido justamente a de treiná-los aqui para usar procedimentos de tortura psicológica que seriam inaceitáveis nos Estados Unidos.

Vamos pensar mais longe, porém. Algum dia, no futuro, nossos sistemas judicial e criminal serão revistos e reorganizados por um Congresso sem medo da própria incriminação. Para mim, além da reafirmação de princípios seculares da democracia, como os mencionados acima, será importante introduzir ou reforçar um princípio bem contemporâneo. Trata-se de contrabalançar o direito quase absoluto do Ministério Público de acusar com o direito do cidadão de contra-atacar com a figura da denunciação caluniosa.

É importante assinalar que o Direito Civil, historicamente, é um direito do cidadão contra a força desproporcional do Estado. Entre nós, ao contrário, a força do Estado foi reforçada pela Constituição de 88 que conferiu ao Ministério Público total liberdade de ação. Este último, além disso, por um expediente corporativo, elege os seus próprios chefes literalmente à margem do poder eleito, o Executivo. Procuradores e promotores tornaram-se, assim, uma corporação autônoma, não eleita. Podem denunciar todos e tudo, inclusive falsamente. A isso chamam democracia!

Outra aberração é a do Juízo de Instrução, na forma como vem sendo exercido pelo juiz Sérgio Moro. Normalmente, entendemos o juiz como um árbitro imparcial entre a acusação e a defesa. O que temos visto é uma situação em que polícia, procuradores e juiz atuam todos do mesmo lado de forma inteiramente assimétrica em relação ao acusado. É claro que isso é uma violação de direitos básicos de cidadania. O Estado é, em si mesmo, forte demais na relação com o acusado. Juntar aquelas três instâncias é ditadura judicial, conforme reclamou com razão o ex-presidente José Sarney.

J. Carlos de Assis - Economista, professor, doutor pela Coppe/UFRJ.

Psiquiatria


Sofrer por amor é um atraso de vida, e não há remédio que entorpeça a dor, que amenize, que anestesie, nada, nada, antidepressivo não funciona nessa hora, e cocaína não ouse. 

A indústria farmacêutica ainda está muito atrasada em relação a corações feridos, não acha? 

Psiquiatria que tal?

Martha Medeiros

Casa e decoração

Apartamentos pequenos decorados com carinho

Briguilinks

O casamento é o túmulo do amor?



Gostamos de sonhar, e de coisas grandiosas. Gostamos dos grandes amores românticos. Mas a vida destes é, por norma, curta. Da paixão amorosa, o que é que fica? Da grandeza e do enamoramento, o que é que resta, na vida do casal?

Às vezes uma mão cheia de nada. A mulher e o homem revelam as suas facetas profundas. As ilusões e os instintos voam para novos ilusões, amores, paixões. Ou cai-se no desencanto e na negação do amor. 

As lamentações de homens a mulheres, a atestar o desenlace cruel do amor lírico, e a considerarem o casamento como o túmulo do amor, abundam:


  • "O casamento é uma festa em que a oração que precede o jantar é muitas vezes melhor que o jantar em si." Charles Colton, 1780-1832, poeta e escritor inglês, Lacon  
  • "É estranho confessar o prazer que nós, gente casada, sentimos ao ver esses pobres idiotas a caírem na armadilha da nossa situação." Samuel Pepys, 1633-1703, escritor inglês, Diary   


Mas há uma outra face do amor do casal. Por natureza, o amor romântico é breve, mas o que dele fica não é necessariamente pesadelo. Muitas vezes fica o que é menos cantado, menos poético, mas infinitamente mais real. E o mais importante: ternura, simpatia, dedicação, memórias partilhadas, cumplicidade, respeito, refúgio e ajuda contra a crueldade da vida.

É nesse sentido que Sponville diz:

  • "Um casal, quando feliz (ou mais ou menos feliz, porque a felicidade nunca é absoluta) é o lugar da verdade, da vida repartida, da confiança, da amizade gentil, das alegrias recíprocas, da gratidão, da fidelidade, da generosidade, do humor, do amor." A. Compte-Sponville, filósofo francês, Pequeno Tratado das Grandes Virtudes  

Golpe, quem vai pagar a conta?

por Percival Maricato

O governo Dilma foi derrubado pelas coxinhas, pig e por parlamentares conservadores (PSDB, DEM, PPS) e fisiológicos (PMDB, PP, PV e etc), sob acusação  de corrupção. Houve tremendo barulho quando a presidenta tentou nomear Lula ministro, pois ele tinha sido mencionado em delações premiadas e poderia ser preso. O segundo fator foram os agentes econômicos e mídias, para os quais havia necessidade premente de ajuste fiscal. O fundamento legal foram as pedaladas, mas se estas fossem importantes mesmo, Sarney, FHC e Lula também teriam caído, assim como a maioria dos governadores atuais.

Quanto ao primeiro item, é lamentável observar que nada menos que sete ministros mencionados as delações foram chamados e nada aconteceu, exceto dois já perderem o cargo, mas por gravações escandalosas, feita antes doimpeachment, mas só agora divulgadas pela mídia.

O problema maior porém é o segundo fator. Apesar de toda a pressão, na época, Dilma vetou projetos bombas aprovados na Câmara, pelos mesmos parlamentares que a derrubaram em nome do ajuste fiscal: aumento do judiciário, equiparação de salário de delegados e procuradores ao de promotores, fim do fator previdenciário, etc. Só não vetou o shopping projetado como anexo no Congresso, que custará um bilhão de reais, por não ter poder para tanto.

No atual governo, os ministros do STF receberam aumento de R$ 33 mil para R$ 39 mil, o que desencadeará um trem de alegria por outra carreiras do Judiciário e Procuradoria do nível federal, além de nos estados e até municípios, onde existem estamentos funcionais correspondentes. Os demais funcionários do judiciário terão reajuste de 41%, já deferido. Os deputados da atual situação já se comprometeram a votar aumentos para funcionários de agências reguladoras, Forças Armadas, procuradoria etc, entre outros, além dos próprios aumentos.

A cereja do bolo, até agora, foi a aprovação e o sanção pelo Presidente Temer da lei que cria 14.419 novos cargos, contrabandeada em um projeto de lei que aumentava salário de funcionários da SUFRAMA, para passar despercebido. Descoberto o fato, assessores da presidência defenderam o governo afirmando que os cargos "não serão preenchidos" (Folha de São Paulo-3-6-2016). Muito esquisito criar cargos para não serem ocupados. Lembremos que as ruas e a mídia criticavam constantemente o governo anterior por existirem  "21 mil cargos" cujo indicação era política. E de fato, o correto seria não só reduzir seu número como aprovar medidas pelas quais a maioria dos restantes seria ocupada pelo mérito.

Deixemos de discutir se o aumento é justo (muitas dessas carreiras não receberam reajuste nos últimos anos), se é hora de criar cargos ou reduzi-los, se não se deve respeitar os doze milhões de desempregados, o resgate ético do país, as promessas feitas pelo novo governo e partidos que o apoiam, manter mais um ou dois anos de aperto de cinto etc. A prioridade está na pergunta que não quer calar: quem irá pagar a conta?

É o que veremos nos próximos capítulos.

Maior propina da Petrobras foi paga no governo Fhc (Psdb)



Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras, disse em delação premiada para força tarefa da Operação lava jato o pagamento de no mínimo 564,1 milhões de reais em propina envolvendo negócios da empresa e da BR Distribuidora, uma das suas subsidiárias.

Ele afirmou que o valor mais alto se refere à compra da petrolífera Argentina Pérez Companc, em 2002. E que rendeu 100 milhões de dólares em propina para integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso (Psdb). Sem correção monetária hoje o valor seria de aproximadamente de 354 milhões de reais.

O resultado dessa denúncia?

Pode anotar:

Nenhum.

Para Moro e sua turma tudo que atinja tucanos graúdos...não vem ao caso.

Vitrines




Shopping Rio Mar 
Fortaleza - Ceará


Charge do dia

Sobre o que e quanto os filhos de Roberto Marinho receberam, nem hum pio.

Judiciário - o mais corrupto e explorador dos poderes brasileiros


Esta escultura do do dinamarquês Jens Galschiot deveria estar em frente a todos prédios desse podre poder aqui no Brasil

A Lei Rouanet e o roubo institucionalizado

A Globo, através da Fundação Roberto Marinho, captou R$ 147 858 580 desde 2003, primeiro ano do governo Lula, até 2015.
Os valores não foram atualizados.
A FRM foi criada nos anos 70 e é uma instituição privada, teoricamente sem fins lucrativos, voltada, diz o site oficial, para “a educação e o conhecimento”. Ela “se dedica à concepção e implementação de museus e exposições”.
Entre outros projetos, estão sob seus cuidados o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio, a nova sede do MIS no Rio e o Museu da Língua Portuguesa.
O DCM teve acesso a dados do Ministério da Cultura. A fundação é apontada na linha dos “maiores proponentes”.
O ano em que mais se captou foi 2011: 35,2 milhões de reais. A destinação era a revitalização da Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, o Paço do Frevo, o MIS e o Museus de Arte do Rio – Mar, todos no Rio de Janeiro. O MIS, sozinho, abocanhou 20,7 milhões.
Refinando, chega-se aos “incentivadores”, como se vê abaixo:
Captura de Tela 2016-06-05 às 19.08.05

Quem mais doou, segundo a planilha, foi a Globosat, com 9,5 milhões, seguida da Globo Comunicações e Participações. A Infoglobo entra com 700 mil.
Grana para fundações é restituída no Imposto de Renda. Quando a fundação é do próprio grupo, tem-se uma situação ganha-ganha. O dinheiro sai do caixa da companhia, livre do fisco, e entra numa fundação que lhe pertence. É quase lavagem. E é, em tese, legal.
Um ex-diretor do MinC ofereceu uma explicação sobre a generosidade com a Globo na aprovação de projetos. “O MinC foi leniente na gestão. Havia gente muito próxima do mercado em cargos chaves. Para se legitimar no lugar de Gilberto Gil, o ex-ministro Juca Ferreira teve de fazer várias concessões”, diz.
Ele continua: “As prestações de contas são frágeis. Não se analisa nada direito. É uma festa.”
A Lei Rouanet financia boa parte dos institutos e fundações privadas no país — do Itaú Cultural, passando pelo Alfa até o Instituto FHC. É um cipoal de altos interesses.
No final de maio, o DEM entrou com um pedido de CPI, fruto da histeria coletiva de uma direita lelé segundo a qual artistas petralhas tinham ficado milionários com o incentivo. Assim que surgirem os verdadeiros beneficiários e o partido descobrir que deu um tiro no pé, a comissão será enterrada rapidamente.
Assim como ocorreu com a investigação da Polícia Federal dos cem maiores captadores. Sergio Moro mandou anular o requerimento de um delegado ao Ministério da Transparência. Segundo Moro, a apuração, “se pertinente”, deve ser feita em um inquérito à parte na Lava Jato e com “objeto definido”.
P.S - Assim como fez com a investigação sobre o triplex de Paraty (Mossack & Fonseca), apareceu um Marinho no meio da sujeira Moro e MPF dão um jeito de esquecer. Vem logo um...Isso não vem ao caso.