Tradição e contradição numa foto ícone da cultura popular
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A decadência sem elegância da namoradinha do Brasil
Uma das mais populares atrizes da história da TV brasileira, Regina Duarte levou anos para deixar a condição de talento valorizado mas descartável de nossos folhetins eletrônicos. Em 1979/1980, rompendo com a condição de rosto bonito, ela fez o seriado Malu Mulher, encarnando a primeira personagem feminina da TV capaz de assumir abertamente sua liberdade sexual. Num país onde a Globo era campeã da audiência, referência ideológica e de comportamento para milhões de brasileiros e brasileiras, Regina Duarte sinalizou uma travessia fundamental...Leia mais>>>
Frase da noite
Entre as coisas que jamais
Serão gastos
Seja para individuos
Coletivo
Países ou humanidade
Educação e cultura
Talvez sejam as mais importantes
E que mais nos enriquecem.
Lembre disso
Vida que segue...
Pra desopilar
Caetano Veloso e Gilberto Gil pedem que Roger Waters não faça show em Brasiléia
do The i-piauí heraldISRAEL - Caetano Veloso e Gilberto Gil enviaram hoje, via parabolicamará, uma carta aberta a Roger Waters (sem crase). "Caro Roger, the world is spinning round slowly. There's nothing you can show me from behind The Wall. Nasci lá na Bahia de mucama com feitor. O meu pai dormia em cama, minha mãe no pisador", introduziu Caetano Veloso. Gil completou: "Uma lata existe para conter algo. Mas quando o poeta diz lata, pode estar querendo dizer o incontível."Em seguida, após o preâmbulo, em trecho escrito por Paula Lavigne, a carta pede que Roger Waters boicote Brasília. "Procure saber e não venha a Brasília", diz o trecho, tão eficiente quanto objetivo.No final da tarde, Barack Obama se ofereceu para intermediar o entendimento entre Caetano, Gil e Roger Waters. "Já derrubei o boicote a Cuba (sem crase), cheguei a um acordo nuclear com o Irã e resolvi o impasse de Guantánamo", ponderou Obama. "Estou preparado para enfrentar questões de maior envergadura", arrematou.
Cultura Viva completa 10 anos com mais de 4 mil Pontos de Cultura implantados
O governo comemorou nesta semana os 10 anos do Programa Cultura Viva, que investiu cerca de R$ 48 milhões em projetos e implantou mais de 4 mil pontos de cultura no Brasil inteiro. O programa tem o objetivo de promover acesso aos meios de produção e difusão da cultura brasileira, além de ampliar e construir novos valores de cooperação entre União, estados e sociedade.
O principal instrumento do Cultura Viva são os Pontos de Cultura, entidades não governamentais sem fins lucrativos que desenvolvem ações culturais continuadas nas comunidades locais. Mas, além disso, o programa trabalha também com os Pontões de Cultura e com o Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, destacou a importância dos Pontos de Cultura e do Cadastro Nacional: “É preciso que os pontos de cultura consigam realizar seus compromissos sem precisar contratar nenhum tipo de serviço, os pontos de cultura devem começar como pontos e voar cada vez mais”, aponta.
Marta afirmou as expectativas a respeito dos pontos de cultura e sua independência: “Queremos que eles tenham o perfil para aceitar o Vale-Cultura e que possam se beneficiar disso. Que levem cultura aos trabalhadores, além do programa Cultura nas Escolas”, finaliza.
Vale-Cultura
Iniciativa criada para facilitar e estimular acesso a produtos e serviços culturais, o Vale-Cultura oferece benefício de R$ 50,00 mensais ao trabalhador que tenha seus direitos regidos pela CLT e ganhe até cinco salários mínimos.
O beneficiário pode usar seu cartão do programa para ir ao teatro, cinema, museus, espetáculos, shows, circo ou mesmo comprar CDs, DVDs, livros, revistas, jornais, instrumentos musicais, além de pagar mensalidade de cursos relacionados a artes.
Até o fim de julho, o Vale-Cultura já emitiu 223 mil cartões e R$ 20,3 milhões já foram gastos pelos usuários em 13 mil estabelecimentos.
O principal instrumento do Cultura Viva são os Pontos de Cultura, entidades não governamentais sem fins lucrativos que desenvolvem ações culturais continuadas nas comunidades locais. Mas, além disso, o programa trabalha também com os Pontões de Cultura e com o Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, destacou a importância dos Pontos de Cultura e do Cadastro Nacional: “É preciso que os pontos de cultura consigam realizar seus compromissos sem precisar contratar nenhum tipo de serviço, os pontos de cultura devem começar como pontos e voar cada vez mais”, aponta.
Marta afirmou as expectativas a respeito dos pontos de cultura e sua independência: “Queremos que eles tenham o perfil para aceitar o Vale-Cultura e que possam se beneficiar disso. Que levem cultura aos trabalhadores, além do programa Cultura nas Escolas”, finaliza.
Vale-Cultura
Iniciativa criada para facilitar e estimular acesso a produtos e serviços culturais, o Vale-Cultura oferece benefício de R$ 50,00 mensais ao trabalhador que tenha seus direitos regidos pela CLT e ganhe até cinco salários mínimos.
O beneficiário pode usar seu cartão do programa para ir ao teatro, cinema, museus, espetáculos, shows, circo ou mesmo comprar CDs, DVDs, livros, revistas, jornais, instrumentos musicais, além de pagar mensalidade de cursos relacionados a artes.
Até o fim de julho, o Vale-Cultura já emitiu 223 mil cartões e R$ 20,3 milhões já foram gastos pelos usuários em 13 mil estabelecimentos.
Cultura
Glauber o subversivo, por Zuenir Ventura - O Globo
A Comissão da Verdade do Rio promove hoje à tarde, no Parque Lage, uma homenagem a Glauber Rocha, quando entregará a seus filhos uma série de documentos encontrados no Arquivo Nacional, entre os quais uma entrevista à revista britânica “Time Out”, de 1971, onde revelava que estava sendo perseguido pela ditadura militar e que considerava o Brasil de Médici “um estado totalitário”, comparável ao “nazifascismo alemão”.
Para pessoas norte-americanas e europeias, o Brasil não é um país ocidental
Morei em Nova Orleans por seis anos. Trabalhei no Departamento de Espanhol & Português considerado o segundo mais produtivo do país. A biblioteca da minha universidade tinha o segundo maior acervo latino-americano dos Estados Unidos.
Nas minhas aulas, ensinadas em português, pessoas alunas norte-americanas (mas não somente) liam, no original, autores como José de Alencar, Machado de Assis, Lima Barreto, Rubem Fonseca, Clarice Lispector, Gilberto Freyre, Dias Gomes, Ariano Suassuna, Nelson Rodrigues, entre outros.(E também uma das mais importantes autoras brasileiras de todos os tempos, tão esquecida entre nós: Carolina Maria de Jesus.)
A universidade, para evitar que as pessoas alunas ficassem muito bitoladas em sua visão de mundo, exigia que todas cumprissem pelo menos quatro créditos de “Cultura Não-Ocidental”.
Para a surpresa e o horror de todas as pessoas brasileiras para quem contei isso, as disciplinas que eu ensinava sobre literatura brasileira supriam esse requisito curricular.
Nada mais natural. Pois, do ponto de vista norte-americano e europeu, o Brasil não faz parte do Ocidente. Quando listam os países ocidentais, não nos incluem. Quando falam em cultura ocidental, não estão pensando no romance Dom Casmurro ou na música “Garota de Ipanema”. (E nem Jorge Luis Borges ou Gabriel García Marquez.)
O que não quer dizer, entretanto, que tenham uma definição concreta e convencionada de “Ocidente” em suas cabeças. Pelo contrário, como tantos conceitos, é uma daquelas palavras usadas de forma acrítica e não-problemática: as pessoas “sabem” instintivamente seu significado sem nunca ter parado para conscientemente defini-la.
Por isso, já na primeira aula, eu abria o curso colocando em discussão o conceito de Ocidente.
Um exercício interessante era pedir às minhas trinta e poucas pessoas alunas que escrevessem em um papel sua definição de Ocidente e uma lista de países ocidentais. Depois, trocávamos os papéis.
Somente na minha sala de aula, as definições eram bem díspares. As mais restritas incluíam apenas Estados Unidos, Canadá e os países europeus anglo-germânicos e nórdicos. (Se nem Portugal é ocidental, imagina se nós vamos ser!) As mais amplas incluíam também a América Latina, África do Sul, Israel, Austrália, Nova Zelândia e até o Japão.
Cultura
Palatinik e suas máquinas de criar arte
Objeto Cinético - 1966 |
Em 1951, a primeira Bienal Internacional de São Paulo contemplava o dilema. Como considerar as obras de Abraham Palatnik a partir das propostas convencionais de pintura e escultura se estas não se filiavam a nenhuma delas, mas flertavam com ambas?
A questão, em parte, ainda faz sentido e parece ser a vocação de um trabalho original e pioneiro. No caso do artista de 86 anos, potiguar radicado no Rio de Janeiro, ele inventou, mas também demandou que muito se inventasse, desde nomes, qualificações e uma nova compreensão artística.
O legado dessa inovação que se consumou como a arte cinética pode ser apreciado numa retrospectiva de 97 trabalhos no Museu de Arte Moderna paulista, a partir de quinta-feira, 3.
A uma tendência inovadora também em outros países nas experiências dos venezuelanos Jesús Soto e Carlos Cruz-Díez ou do húngaro Vasarely, por exemplo, requeria-se a análise de especialistas.
Foi o crítico Mário Pedrosa, não por acaso um interlocutor frequente, um dos primeiros a atentar para a singularidade do método do artista, este que tornaria as máquinas “aptas a gerar obras de arte”. O pressuposto dos Aparelhos Cinecromáticos, que em 1964 levou aos Objetos Cinéticos, confundiu a Bienal.
Palatnik envolveu-se com o universo matemático e industrial desde o trabalho numa fábrica de motores de explosão em Israel. Tais objetos, impulsionados por eletricidade e semelhantes aos móbiles de Alexander Calder, dos quais se verão vários exemplares na mostra, sintetizam a noção fundamental de movimento, cor, luz e tempo que estabelece não apenas o conceito de sua produção, como também de toda a corrente artística.
Ao longo das décadas e ainda na atividade atual, Palatnik testou e variou as linguagens sem se distanciar do preceito. Depois de rápida passagem pelo figurativo, iniciou a sérieProgressões, com faixas de efeitos ópticos, e a desdobrou com o uso de finas lâminas de madeira jacarandá.
Produziu também mobiliário em que aplicava suas modulações, na tentativa tão habitual nos anos 1950 de popularizar o consumo da arte, a exemplo do que fez Geraldo de Barros. Preocupava-o, mais que o contexto precursor, o do inventor que quer seus feitos partilhados.
Leia Também: A arte do nosso tempo
Psicodália
Cultura, contracultura e o retorno a realidade objetiva
Cada ano que começa, atropelado pelas pendências do anterior e inspirado por promessas de um novo começo, encontra em janeiro e fevereiro um respiro, uma coxia para entrar de fininho. Não é à toa que o brasileiro ostenta entre seus lemas o clássico “o ano só começa depois do Carnaval” e alinha suas expectativas pra só encarar o calendário de jeito depois das festividades da carne.
Pelo visto abrir os trabalhos em plena ressaca é o banho de água fria que nos ajuda a pegar no tranco. Mesmo entupido de trabalho nos primeiros meses do ano e não ligando muito pra esse quase-que-feriado tupiniquim, às vezes me pego dividindo o ano em antes e depois dele.
Longe dos blocos sujos, das ruas mijadas e fantasias recicladas, é no meio do mato e serra acima que encontro meu refúgio maior.
Falar sobre dias paradisíacos num festival onde a vida cotidiana se dissolve como identidade secundária é tarefa complicada, mas nada nos impede de tentar.
Idealizado, produzido e em constante crescimento desde o começo do século, o festival Psicodália chegou neste Carnaval de 2014 à sua 17ª edição. Teve início como projeto piloto em Angra dos Reis, e se consolidou com caráter itinerante ao realizar edições na Lapa paranaense, passando então para Santa Catarina, sediado inicialmente no município de São Martinho e, de 2009 até hoje, em Rio Negrinho.
A vivência no Psicodália transcende o habitual, tanto no sentido cotidiano da palavra quanto se comparado a outros festivais. Ao longo de cinco dias (seis, nessa edição) a programação é recheada de shows, oficinas, intervenções artísticas, arranjos musicais mutantes e todo tipo de gente que se possa imaginar.
Todo tipo mesmo; de todas as idades, cidades, estados, estilos, gêneros, preferências sexuais, profissões e religiões, donas e reprodutoras de ideias tão variadas quanto o próprio universo, mas que convergem num grande mosaico ideológico respeitado por todos.
Vale-Cultura
De vento em popa
"Preciso estudar política e guerra para que meus filhos tenham liberdade para estudar matemática e filosofia. Meus filhos terão que estudar matemática, filosofia, comércio, agricultura para legarem aos seus filhos o direito de estudar pintura, poesia e música", John Adams
Quase 200 anos se passaram e grande parte do mundo ainda luta pela sobrevivência e não consegue se dedicar às "coisas do espírito", mencionadas por John Adams (1735-1826). Entretanto, o Brasil, em consequência de políticas sociais desenvolvidas na última década que nos distanciaram da fome, nos permite sonhar com um país que tem a possibilidade de seus filhos receberem o alimento para a alma.
O programa Vale-Cultura, marca do governo Dilma Rousseff, inicia singrando mares não navegados e de vento em popa.
Depois do projeto de lei que propunha o Vale-Cultura, apresentado pelo ex-deputado José Múcio em 2006, muita água passou embaixo da ponte. Finalmente, com sua aprovação em 2013, o trabalhador brasileiro passa a ter a possibilidade de um cartão de crédito de acesso à cultura a partir da adesão da empresa empregadora.
O benefício foi estendido às empresas que declaram lucro presumido ou simples. Estas não recebem incentivo fiscal, mas os R$ 50 mensais que oferecem ao funcionário é livre de encargos. É um dinheiro que não entra como salário e, portanto, não é tributado, permitindo que escolas e salões de cabeleireiros, por exemplo, forneçam o benefício.
Já temos a adesão de todas as estatais e do setor bancário. O Banco do Brasil entrega hoje o primeiro cartão para seus funcionários. Empresas do porte da Vale e outras grandes aderem.
Espera! Pare! Não olhe!
Esta não é uma boa matéria!
Se for muito delicado (a) não leia este texto.
Feitos os devidos avisos, retiradas as crianças da sala, podemos ir direto ao assunto.
Bom, se você é homem, se é heterossexual, então você tem um certo problema com as mulheres — e deve ficar feliz por isso.
A natureza do seu problema é franca e cruamente apresentada por Robert Crumb em sua narrativa confessional Meus Problemas com as Mulheres. E, acredite, Robert Crumb é um especialista nesse assunto.
E qual é esse problema?
O seu problema com mulheres é que você gosta muito, demais, de mulheres.
Mais exatamente, você é obcecado por uma determinada e bem definida dimensão da complexa natureza feminina: seus corpos, pura e simplesmente.
Alimento para alma
O povo quer mais do que comida, como diziam os Titãs. O Brasil fez progressos. As classes que ascenderam, além do celular, aparelho nos dentes, tênis novo e filho na faculdade, querem acesso à cultura.
O alimento para a alma é a ocupação do Ministério da Cultura.
Três projetos estruturantes no Legislativo, um projeto de 360 CEUs das Artes e Esportes, a recuperação e digitalização do acervo dos nossos principais museus e da Biblioteca Nacional, o início do Museu Afro Brasileiro, em Brasília, para contar a história do nosso povo e uma articulação para potencializar nosso "soft power" no exterior são as pautas do "alimento".
Na última semana como senadora, fui relatora do Sistema Nacional da Cultura, e o aprovamos. No terceiro mês como ministra, trabalhamos a aprovação do Vale-Cultura (VC), que conquistamos. Agora, na Câmara, o Procultura, substituto --para melhor-- da Lei Rouanet.
O VC é a primeira política pública governamental a pôr na mão do trabalhador um recurso voltado para o consumo cultural.
Silvia é comerciária em Belo Horizonte, Carlos é operário em São Paulo, Joaquim é funcionário dos Correios em Belém, e Ruth, cabeleireira em Maceió. Todos querem ter acesso ao cartão magnético com os R$ 50 do VC. Poderão? Sim, se ganharem até cinco salários mínimos e se suas empresas aderirem.
Estarão habilitadas as empresas que têm lucro real (com desconto de Imposto de Renda até 1%) e as tributadas pelo "lucro presumido". Estas não terão incentivo fiscal, mas não serão tributadas nestes R$ 50, que poderão ser utilizados para adquirir ingressos de cinema, teatro, museus, shows, livros, CDs, DVDs, instrumentos musicais, entre outros produtos culturais.
Essa inclusão permitirá que padarias, cabeleireiros, lojas, pequenas e médias empresas possam entrar. O instigante é que não temos a mais leve ideia de em que ou como o povo vai escolher gastar este dinheiro.
O impacto do VC será para duas pontas: para aqueles que dificilmente têm acesso ao consumo cultural e na produção cultural.
Com a sua aprovação, o programa beneficiará diretamente até 18 milhões de brasileiros e tem potencial de injeção de até R$ 11 bilhões por ano na economia nacional, gerando renda e emprego. Neste primeiro ano, calculamos que serão injetados R$ 300 milhões.
Estamos cientes das dificuldades no Norte e Nordeste. Empresas são menos numerosas e a produção cultural tem menos ofertas. As pesquisas do Ibope e da Fundação Perseu Abramo têm mostrado essa carência de equipamentos culturais. São 89% os municípios com menos de 50 mil habitantes. A maioria deles não tem cinema, muito menos museu ou teatro. Poucos têm livraria.
A partir dessa constatação, o ministério investirá em editais para que circos possam ser aparelhados para apresentar teatro e cinema, para que a nova Lei Rouanet --o Procultura-- dê pontos para isenção fiscal a espetáculos itinerantes e em projetos que privilegiem os locais mais carentes culturalmente.
Temos conversado com prefeitos para incentivarem as livrarias e cinemas de suas cidades assim como para que fortaleçam a produção cultural já existente.
A expansão e o investimento nos Pontos de Cultura (excelente criação de Gilberto Gil que dá condição de trabalho cultural para grupos sem estrutura) também fazem parte desta articulação.
Com apoio da Câmara de Gestão da Presidência, o ministério se moderniza, atua nas suas instituições coligadas --sete, entre elas a Ancine, hoje com a tarefa e os recursos para fazer o cinema brasileiro e o setor audiovisual acontecerem na TV e no mundo. Dilma deixará um legado estruturante, além de uma marca na cultura nacional.
MARTA SUPLICY, 68, é Ministra da Cultura
Importação de cérebros
O tema importação de cérebros frequenta as discussões públicas brasileiras pelo menos desde o início dos anos 90, quando o fim a União Soviética provocou um êxodo de cientistas.
Na época, governo Collor, anunciaram-se algumas medidas visando atrair quadros, mas não se avançou.
Agora, a Secretaria de Ações Estratégicas – ligada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República – estuda uma estratégia para atrair a migração.
Em entrevista ao Miami Herald, o Secretário Ricardo Paes de Barros anunciou a intenção de retomar a migração especializada. “Estamos atrás de talentos e capital humano”, explicou.
Historicamente, os imigrantes ajudaram a construir o Brasil. A grande imigração ocorreu na segunda metade do século 19
Entre 1888 e 1929 - excluindo a I Guerra Mundial – o Brasil recebeu mais de 100 mil imigrantes por ano, liderados pelos italianos, seguidos de portugueses, espanhóis, alemães, do Oriente Médio, poloneses, russos e ucranianos.Leia mais »
Desse jeito, até eu!
O Itaú é mais uma empresa que recebe incentivo fiscal via Lei Rouanet e depois posa de bonzinho, benemérito cultural.
O Instituto Cultural Itaú terá 30 milhões de reais para "patrocinar" a cultura.
Depois desconta no imposto de renda.
Sendo assim, na verdade quem paga a conta somos nós "contribuintes".
Desse jeito, até eu!
Frase para o dia todo
Ser cidadão livre é é participar ativamente do desenvolvimento educacional e cultural de uma Nação
enviada por Marco Antonio Leite da Costa
Governo desenvolve ações para democratizar a cultura brasileira
A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (23), na coluna semanal Conversa com a Presidenta, que o governo federal tem desenvolvido programas, projetos e ações para democratizar a produção de bens culturais, respeitando a diversidade brasileira. Ao responder ao gestor cultural Lenir Boldrin, de Sorriso (MT), ela destacou a construção de 360 Praças dos Esportes e da Cultura e a implantação de 3.703 Pontos de Cultura em todos os estados.
“Essas praças fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, e integram, em um mesmo espaço físico, ações culturais, esportivas e de lazer, além de qualificação para o mercado de trabalho. Trabalhamos continuamente para ampliar e democratizar tanto a produção cultural quanto o acesso dos brasileiros à cultura em todo o país”, disse.
Na coluna, a presidenta também falou sobre o Portal Mais Emprego, ferramenta do governo que facilita a recolocação no mercado de trabalho para os que estão desempregados ou em busca de novas oportunidades. Ela explicou à desempregada Ana Carolina Lins, de São Paulo (SP), que o sistema permite a consulta pela internet de vagas disponíveis na rede do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em todo o Brasil.
“Há mais de 1,2 milhão de empresas cadastradas, que oferecem uma média de 70 mil postos de trabalho por mês. Por intermédio do portal http://maisemprego.mte.gov.br o trabalhador pode cadastrar-se, atualizar suas informações, inclusive suas experiências e pretensões profissionais, e verificar as vagas de emprego. De janeiro a setembro deste ano, 549.663 trabalhadores já conseguiram emprego por meio do sistema Mais Emprego em todo país”, afirmou.
O estudante Antonio Santos, morador do município de Licínio de Almeida (BA), perguntou à presidenta se poderia ter esperança de receber energia elétrica em sua residência. Dilma destacou que, por meio do programa Luz para Todos, num investimento de R$ 3,4 milhões, 18 casas da comunidade dele já haviam sido beneficiadas com energia e que, em breve, a residência dele também será atendida.
“Em todo o Brasil, o Programa Luz para Todos já atendeu quase três milhões de famílias, o que significa que estamos conseguindo realizar o sonho de universalizar o acesso à luz no Brasil. Ainda temos muitas ligações a fazer, como em sua comunidade, e perseguimos o desafio de levar energia elétrica para as pessoas que moram em lugares de acesso mais difícil e em áreas isoladas. Por isso prorrogamos o programa até dezembro de 2014”, disse.
Centro Cultural Bicicloteca
Cultura na garupa da bike.
A Bicicloteca é uma Biblioteca itinerante que leva cultura para pessoas em situação de rua no centro de São Paulo.
Em 2011, foram feito 107.000 empréstimos e a Bicicloteca recebeu 40.000 livros em doações.
Simbora dar continuidade pra essa baita iniciativa?
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O lado descolado da África
Pra fugir do estereótipo africano (fome, pobreza, guerra) uma jornalista e um designer se juntaram pra trazer à tona outra realidade do continente: o seu lado descolado. A ideia é fazer um mochilão por oito países e produzir um conteúdo pra lá de bacana para lançar o sitewww.afreaka.com.br.
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Multiculturalismo: A farsa intelectual
Os atentados na Noruega deram um gás ao debate sobre o multiculturalismo. O conceito propõe validar as diversas culturas no mesmo nível, rejeitar a ideia de umas estarem acima de outras.
E portanto rejeitar a prerrogativa de umas imporem normas e restrições a outras.
Em geral a crítica ao multiculturalismo é "ocidentecentrada". Uma forma extrema foram os terríveis atentados de Oslo. O maluco -no grau em que ainda for diagnosticado- imbuiu-se da missão de guerrear contra a presença islâmica na Europa.
Um parêntese. Não é por o sujeito ser maluco que seus atos estão imunes à análise política. Aliás, sanidade mental nunca foi requisito para a atividade.
De volta. Agora na Noruega um sujeito decidiu pelo terror contra o multiculturalismo.
Ainda que o assassino possa recusar o rótulo. Dizer que é guerra, não terror. Nem é tão novidade assim. O terrorismo sempre encontra uma justificativa, uma maneira de apresentar-se legítimo.
De um lado e de outro, se for mesmo para dividir a coisa em dois lados antagônicos, como propôs a mente perturbada de Anders Behring Breivik.
Entrar na polêmica sobre o multiculturalismo é complexo. O debate costuma vir carregado de sentimento de culpa ocidental-cristão. Ou judaico-cristão.
Assim, as demais culturas e religiões ganham legitimidade adicional para se apresentar como formas de resistência.
No Brasil tolera-se que índios matem seus filhos portadores de deficiência. É olhado como traço cultural a respeitar. Porque são índios.
É capaz de o mesmo sujeito numa hora criticar, com razão, os governantes incapazes de providenciar acessibilidade e na outra defender o indígena cuja cultura autoriza matar crianças deficientes.
E se olhássemos os atos do maníaco de Oslo pelo ângulo do multiculturalismo? Ainda que apenas como exercício intelectual? A conclusão seria aterradora. Em vez de simplesmente condenar, estaríamos obrigados a “tentar entender”.
Condenados a “combater a origem do problema, e não suas manifestações" extremistas.
Assim como “tentamos entender”, ou tentávamos, o Exército Republicano Irlandês (IRA), o Pátria Basca e Liberdade (ETA). Ou o Hamas. Ou o Hezbollah. Ou a insurgência iraquiana. Ou o terror curdo contra a dominação turca.
Ou talvez o Unabomber.
Supostos motivos para o terrorismo sempre haverá, sempre será possível formulá-los, construí-los sobre os alicerces da vitimização.
Pode ser o Islã vitimizado diante de um Ocidente sedento de petróleo. Ou pode ser a Europa vitimizada por uma invasão bárbara.
Note-se que a posição de vítima, por essa linha, é fonte suficiente de legitimidade para praticar a violência não-estatal, para romper o monopólio estatal da violência. Daí a batalha por esse nicho, o do vitimizado.
É uma guerra central de nossa época. Se a vítima pode tudo, ser vítima confere uma vantagem insuperável.
O portador da insígnia dominará uma posição estratégica, autorizado a usar todo tipo de arma contra o inimigo. E sem a recíproca.
Essa disputa pelo spot de vítima tem base lógica, talvez na autodefesa da espécie, porque o multiculturalismo para todos seria, no limite, completamente disfuncional. Como se deduz do caso norueguês.
Para a sobrevivência de alguma civilização, uns precisariam ter mais direito ao multiculturalismo que outros. Ou, aí sim, viria a barbárie.
No multiculturalismo para todos, o assassino de Oslo deveria, na preliminar, receber a mesma carga de compreensão piedosa reservada, por exemplo, aos insurgentes iraquianos.
E em vez de condenação talvez merecesse concessões.
Idem os agentes iranianos que explodiram o centro comunitário judeu em Buenos Aires.
Eis por que o dito multiculturalismo é forte candidato a farsa intelectual.
Ou seria para todos ou para ninguém. Mas quem defendesse a primeira opção estaria obrigado, entre outras barbaridades, a sair em defesa do assassino de Oslo.
E portanto rejeitar a prerrogativa de umas imporem normas e restrições a outras.
Em geral a crítica ao multiculturalismo é "ocidentecentrada". Uma forma extrema foram os terríveis atentados de Oslo. O maluco -no grau em que ainda for diagnosticado- imbuiu-se da missão de guerrear contra a presença islâmica na Europa.
Um parêntese. Não é por o sujeito ser maluco que seus atos estão imunes à análise política. Aliás, sanidade mental nunca foi requisito para a atividade.
De volta. Agora na Noruega um sujeito decidiu pelo terror contra o multiculturalismo.
Ainda que o assassino possa recusar o rótulo. Dizer que é guerra, não terror. Nem é tão novidade assim. O terrorismo sempre encontra uma justificativa, uma maneira de apresentar-se legítimo.
De um lado e de outro, se for mesmo para dividir a coisa em dois lados antagônicos, como propôs a mente perturbada de Anders Behring Breivik.
Entrar na polêmica sobre o multiculturalismo é complexo. O debate costuma vir carregado de sentimento de culpa ocidental-cristão. Ou judaico-cristão.
Assim, as demais culturas e religiões ganham legitimidade adicional para se apresentar como formas de resistência.
No Brasil tolera-se que índios matem seus filhos portadores de deficiência. É olhado como traço cultural a respeitar. Porque são índios.
É capaz de o mesmo sujeito numa hora criticar, com razão, os governantes incapazes de providenciar acessibilidade e na outra defender o indígena cuja cultura autoriza matar crianças deficientes.
E se olhássemos os atos do maníaco de Oslo pelo ângulo do multiculturalismo? Ainda que apenas como exercício intelectual? A conclusão seria aterradora. Em vez de simplesmente condenar, estaríamos obrigados a “tentar entender”.
Condenados a “combater a origem do problema, e não suas manifestações" extremistas.
Assim como “tentamos entender”, ou tentávamos, o Exército Republicano Irlandês (IRA), o Pátria Basca e Liberdade (ETA). Ou o Hamas. Ou o Hezbollah. Ou a insurgência iraquiana. Ou o terror curdo contra a dominação turca.
Ou talvez o Unabomber.
Supostos motivos para o terrorismo sempre haverá, sempre será possível formulá-los, construí-los sobre os alicerces da vitimização.
Pode ser o Islã vitimizado diante de um Ocidente sedento de petróleo. Ou pode ser a Europa vitimizada por uma invasão bárbara.
Note-se que a posição de vítima, por essa linha, é fonte suficiente de legitimidade para praticar a violência não-estatal, para romper o monopólio estatal da violência. Daí a batalha por esse nicho, o do vitimizado.
É uma guerra central de nossa época. Se a vítima pode tudo, ser vítima confere uma vantagem insuperável.
O portador da insígnia dominará uma posição estratégica, autorizado a usar todo tipo de arma contra o inimigo. E sem a recíproca.
Essa disputa pelo spot de vítima tem base lógica, talvez na autodefesa da espécie, porque o multiculturalismo para todos seria, no limite, completamente disfuncional. Como se deduz do caso norueguês.
Para a sobrevivência de alguma civilização, uns precisariam ter mais direito ao multiculturalismo que outros. Ou, aí sim, viria a barbárie.
No multiculturalismo para todos, o assassino de Oslo deveria, na preliminar, receber a mesma carga de compreensão piedosa reservada, por exemplo, aos insurgentes iraquianos.
E em vez de condenação talvez merecesse concessões.
Idem os agentes iranianos que explodiram o centro comunitário judeu em Buenos Aires.
Eis por que o dito multiculturalismo é forte candidato a farsa intelectual.
Ou seria para todos ou para ninguém. Mas quem defendesse a primeira opção estaria obrigado, entre outras barbaridades, a sair em defesa do assassino de Oslo.
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