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Paulo Nogueira - Temer teve o que mereceu em Chapecó: o desprezo silencioso

O que é pior: ser vaiado ou desprezado? Ser apupado ou ignorado?

Não são questões fáceis estas que devem estar ocorrendo agora a Michel Temer.

Para resumir, pode-se dizer que ele teve o que merecia nesta sábado em Chapecó.

Depois de uma série de idas e vindas, em que o pânico das vaias falou alto para sua alma medrosa como de hábito, ele decidiu ir ao estádio do Chapecó para as homenagens às vítimas da tragédia.

Seu nome foi anunciado. Nenhuma manifestação. Nem vaia, nem aplauso. Foi como se tivessem dado a hora.

O nome do embaixador da Colômbia foi anunciado: palmas. Palmas de pé.

O contraste foi humilhante para Temer. Foi um silêncio gritante.

Se tinham vontade de vaiar Temer, os presentes ao estádio deram uma lição de civilidade e humanidade. Não era, definitivamente, hora de misturar política e tributo. Cada coisa tem sua hora e seu lugar.

Vaiar Temer seria desrespeitar muito mais as vítimas da tragédia do que o próprio Temer.

O silêncio foi um gesto de grandeza da multidão. Ao mesmo tempo, foi mais uma prova de que Temer é menor que os brasileiros.

Muito menor.

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Moro vai fugir,

Operação Lava Jato, dentro de um contexto social e político honesto, teria sido um presente para o Brasil. Acho que ninguém discorda de que, um dia, seria necessário acabar com a cultura da corrupção que sempre ligou empreiteiros e políticos brasileiros.

O fato é que, em pouco tempo, foi fácil perceber que as decisões e ações demandadas pelo juiz Sérgio Fernando Moro estavam eivadas de seletividade. Tinham como objetivo tirar o PT do poder, desmoralizar o discurso da esquerda e privilegiar aqueles que, no rastro da devastação moral levada a cabo pelo magistrado, promoveram a deposição da presidenta Dilma Rousseff.

Hoje, graças à Lava Jato, a economia nacional está devastada, o Estado de Direito, ameaçado, e o poder tomado por uma quadrilha que fez do Palácio do Planalto uma pocilga digna de uma republiqueta de bananas de anedota.

Agora, quando os grupos golpistas ligados ao PSDB e PMDB começam a ser atingidos pela mesma lama que a Lava Jato pensou em represar apenas para o PT, o juiz Moro pensa em tirar um ano sabático, nos Estados Unidos.

Isso, obviamente, não pode ser uma coisa séria.

Um juiz de primeira instância destrói a economia e o sistema político de um país, deixa em ruínas 13 anos de avanços sociais, estimula o fascismo, divide a nação e, simplesmente, avisa que vai tirar férias de um ano?

Não se enganem: o que está havendo é uma fuga planejada.

Leandro Fortes é jornalista e escritor.