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Sensibilidade

Recentemente, na localidade conhecida como Serrinha, a 173 quilômetros de Salvador, um ladrão fez o buraco na modesta casa do radialista Manoel Damasceno e levou tudo o que ele tinha: televisão, vídeo cassete, rádio de pilha, liquidificador, serra elétrica e até chaves de fenda, entre outros. 

"Foi um susto entrar em casa e ver que tinham levado tudo que eu tinha, muitas coisas eu ainda estava pagando..." Ao invés de chamar a polícia, Damasceno procurou um amigo, José Ferraz, que também é radialista e fez um apelo ao ladrão: 

"Ladrão, devolve o que você roubou da casa do Damasceno!Ele é um cara bom, pobre e precisa das suas coisas que ainda está pagando prestação".

Damasceno também apelou para o ladrão e chegou a chorar ao vivo. Qual não foi a sua surpresa, ao chegar em casa e no mesmo lugar onde o tal ladrão fez o buraco para roubar os pertences de Damasceno, ele encontrou todos os seus objetos, inclusive, as chaves de fenda. 

A notícia do fato ganhou espaço em mídia nacional. O ladrão não se apresentou para confessar o delito, mas deve estar com a consciência tranquila e o coração em paz. Aproveitando o mote, vamos tentar sensibilizar os políticos ladrões, magistrados corruptos e empreiteiros que superfaturam obras Brasil afora:

 "CAROS SENHORES HOMENS PÚBLICOS LADRÕES, é com todo respeito que apelamos para a vossa sensibilidade e em nomes das vossas mãezinhas queridas para fazer um pedido que nem chegar ao absurdo de querer que Vossas Excelências devolvam o que roubaram, mas encarecer que roubem menos. A metade, vá lá, deixando a outra metade para que as escolas da periferia sejam realmente construídas; que deixem um pouco do dinheiro que Vossas Excelências roubam descaradamente da merenda escolar, para a refeição simples dos meninos e meninas que não têm nem mesmo onde sentar; que parte da dinheirama que Vossas Excelências surrupiam para comprar seus carrões, seja destinada ao transporte desses mesmos meninos que saem de suas casas em carrocerias de caminhões caindo aos pedaços para aprender seu modesto bê-a-bá. Por favor, senhores políticos de cara de pau, senhores juízes que vendem sentenças, senhores empreiteiros que superfaturam, não precisa abrir mão de tudo, porque a gente sabe que os senhores não são de ferro, mas vamos ajudar coisinha pouca. Vamos ajudar às crianças que perambulam pelas ruas e avenidas com as mãos estendidas, assustando as mães de Vossas Excelências mesmo por fora das janelas blindadas dos vossos carrões. Não precisa abrir mão de todas as garrafas de Old Parr, Veuve Cliclot de Ponsardin, Romanée Conti. Não queremos exigir tanto, mas apelar para o coração de Vossas Excelências, pois sabemos que Vossas Excelências também possuem coração, como as vossas mãezinhas queridas. É em nome delas que pedimos, não para devolver o que Vossas Excelências já roubaram, não. Podem ficar com tudo, mas dêm uma trégua, ou melhor, façam uma concessão no montante do botim. Olha só: que tal 20% dos 20% que geralmente Vossas Excelências põem no bolso? Basta que essa quantia siga seu verdadeiro objetivo e chegue às escolas, aos hospitais, às bocas dos famintos, dos miseráveis. Tenho certeza de que Vossas Excelências haverão de ganhar o reino dos céus, os pobres agradecem, os miseráveis orarão por Vossas Excelências por tamanha bondade. Façam isso pelo amor de vossas mãezinhas, mesmo que tenham dúvida de que elas sejam mesmo vossas mães. Inspirem-se Vossas Excelências no ladrão de Serrinha, no povoado do Cajuzeiro, na Bahia, mas não precisa devolver o que Vossas Excelência roubaram com tanto esforço, com tanto esmero, abençoados pelo corporativismo de seus pares ou com a conivência de habeas corpus ou a bondade de juízes padrinhos, não, absolutamente não. Deixem de roubar por um tempo, apenas. Que Deus abençoe Vossas Excelências e suas queridas mãezinhas. Os pobres agradecem.

" Agora é esperar por um milagre, não perder as esperanças e que os políticos ladrões, os homens públicos desonestos se sensibilizem e dêm uma chance ao Brasil , e que exista um mínimo de honestidade nos de ladrões insaciáveis, esses filhos da mãe.

A. Capibaribe Neto 


O PT e PSDB a caminho de 2014

Enquanto alguns se encantam com as movimentações de Kassab e seus correligionários, achando que representam um "fato novo" relevante no jogo político nacional, o sistema permanece onde sempre esteve. Há 20 anos, não muda (mais tempo que durou a República de 1945 inteira).

Desde a crise do governo Collor e a posse de Itamar, a vida política nacional se bipolarizou. De um lado, o PT (e seus satélites), de outro, o PSDB (também com legendas orbitando em seu torno). No restante, lideranças e partidos que avaliam com qual dos dois ficará o poder, a fim de decidir com quem estarão. Um dia, será com um, amanhã, com o outro. (Sem esquecer da extrema esquerda, que será sempre contra tudo e todos).

Esse modelo é tão sólido que, nem bem começou o governo Dilma, já se discute qual será o candidato petista e qual o tucano que se enfrentarão em 2014.

Há, até, quem faça a mesma pergunta a respeito das eleições de 2018, acreditando que a bipolarização atual chegará aos 30 anos, na hora em que o sucessor do sucessor de Dilma terminar seu mandato.

Nas duas últimas eleições presidenciais, essa tendência se acentuou. Em 2006, Lula e Alckmin dividiram mais de 90% dos votos no primeiro turno. Em 2010, Dilma e Serra somaram quase 80%, apesar do "fenômeno Marina".

Ou seja, mesmo havendo a eleição em dois turnos - que deveria encorajar os partidos a lançar candidatos e deixar as composições para o segundo turno -, a bipolarização está se consolidando.

Não parece impossível que, nas próximas, surjam terceiras e quartas vias, mas nada indica que as chances sejam altas. Qualquer um vê que o governador Eduardo Campos, por exemplo, tem potencial para uma candidatura presidencial logo em 2014.

Mas poucos apostariam nela, pois ele mesmo e seus companheiros de PSB dão mostras de preferir continuar ao lado do PT até o final do governo Dilma – hipótese que seria inviabilizada se tivessem candidato próprio. No máximo, pensa-se em seu nome como opção (desejável por todos, incluindo o PSDB) para a Vice-Presidência.

O paradoxo desse cenário é que ele existe apenas no topo do sistema político, sem correspondência efetiva em suas bases e níveis intermediários. Fora da escolha do presidente da República, continuamos a ter um sistema partidário multifacetado, com mais de 20 partidos representados na Câmara (hoje, talvez um pouco menos, pois algumas dessas legendas – as menos significativas – foram esvaziadas pelo PSD).

No Legislativo federal, PT e PSDB têm o mesmo tamanho: juntos, elegeram141 deputados em 2010 (27% de 513) e somam 23 senadores (28% de 81). Nos estados, números semelhantes: têm 8 governadores (29% de 27) e 272 deputados estaduais e distritais (25% de 1059).

Ou seja, partidos que representam algo perto de um quarto do eleitorado nas eleições legislativas e estaduais, capitanearam as cinco últimas eleições presidenciais e parece que continuarão a polarizar as futuras (até onde conseguimos enxergar).

Para 2014, a estratégia do PT é clara: fazer o que estiver a seu alcance para que o governo Dilma seja bem-sucedido. Isso não significa que inexistam tensões e até conflitos na relação entre a presidente e o partido.

O Planalto não vai fazer, sempre, tudo que seus líderes e integrantes desejam, e esses não responderão com obediência a cada orientação que vier de lá.

Mas, como vimos na sucessão de Lula, chega uma hora em que o PT se ajeita. E vai se acertar, de novo, quando a eleição se avizinhar.

Não há nada que um partido que está no poder possa fazer além disso. Quem quer que seja seu candidato, terá que justificar o governo. Se as coisas continuarem a andar bem no país, será fácil. Se não, menos, mas a explicação e a defesa do trabalho feito são inescapáveis.

Importa pouco, para esta discussão, se Dilma será a candidata ou se Lula vai voltar. Quem a conhece calcula que ela participará da decisão de forma racional, ponderando o que é mais vantajoso para o partido no médio e longo prazo. O mesmo deverá fazer o ex-presidente.

Isso, em outras palavras, quer dizer que a eleição de 2014 não começou para o PT: não precisa formular uma agenda e pode deixar a definição de sua candidatura para quando considerar oportuno.

No PSDB, as coisas são mais complicadas. Para convencer o eleitorado de que é preciso mudar, é necessário dizer como e em quê. E mostrar-se minimamente coeso, com uma liderança que expresse essa plataforma.

Hoje, os tucanos estão presos à sua eterna discussão de "resgatar o governo FHC", como se não valorizá-lo fosse o motivo dos insucessos recentes. E continuam sem definir o rosto que terão.

Para eles, a eleição já começou. Só que não sabem o que fazer.

 

por Marcos Coimbra 


Sacerdotes da estagnação(?)

anuncio_GKSACERDOTES.jpgUm foco de disputa entre tucanos e petistas é decidir quem debelou definitivamente a inflação. O PSDB reivindica o Plano Real, implementado no governo Itamar Franco pelo ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso.

Já o PT lembra ter recebido o governo em 2003 com os preços saindo de controle, e diz que Luiz Inácio Lula da Silva deu jeito na coisa, ao aplicar um arrocho fiscal e monetário naquela largada.

O PSDB retruca lembrando que o instrumental usado pelo PT foi uma herança do governo tucano, especialmente a Lei de Responsabilidade Fiscal. O petismo observa que a construção institucional das ferramentas vem de mais longe.

O ministro da Fazenda Antonio Palocci era expert em introduzir esse último elemento na narrativa. Distribuindo os méritos da coisa.

E segue o debate, bastante autocentrado. Cada polo é tão cioso na própria defesa que esquece de olhar ao redor.

As quase duas décadas de poder tucano e petista realmente afastaram a superinflação, mas não entregaram a mercadoria prometida.

Deixaram o serviço pela metade. Não explicaram como fazer para crescer forte e consistentemente num ambiente de preços controlados.

Ou bem o país cresce e os preços sofrem além do desejado, ou o controle dos preços acaba matando a expansão da economia.

Lula pretendia ter superado essa barreira, com o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, tocado pela braço direito Dilma Rousseff. Conseguiu um certo plus (apesar da crise mundial), que logo se revelou insustentável.

Era a época das autoridades econômicas alardeando o rompimento da barreira do PIB potencial (o máximo que a economia pode crescer sem estourar a meta de inflação) medíocre. Depois de muito tempo, 3 ou 3,5% não eram mais nosso limite.

E 2010 foi vendido como prova, com seu vistoso PIB de 7,5%. Era ilusão. O número resultou da comparação com o retraimento absoluto de 2009. Passada a flacidez fiscal da eleição, a fantasia deixou de servir.

O governo FHC sacrificou o crescimento em favor do combate à inflação, e os governos do PT não conseguem decolar sem acordar a dita cuja. Um nó estrutural aparentemente indesfazível.

Agora Dilma está ameaçada pelo pior dos mundos. Crescimento medíocre com inflação incômoda. Para sorte do Brasil, a presidente parece resistir à solução tradicional.

Pois se é verdade que a inflação é um imposto antissocial, atinge mais quem menos consegue proteger o próprio dinheiro, o desemprego é outra chaga. O chamado Primeiro Mundo é prova.

Dilma escolheu o caminho certo ao evitar que o Banco Central decidisse novamente congelar a economia. Foi o BC quem tomou a decisão de baixar os juros, mas foi a presidente quem indicou o comando do BC. E o apoia. Está tudo bem entendido.

Será porém preciso avançar. E os sinais são insuficientes. O governo aposta no mercado interno para enfrentar a crise planetária, mas é pouco. A indústria patina há três anos, desmascarando postumamente a farsa da "marolinha".

Não basta o governo dizer que não sacrificará o crescimento em nome do combate à inflação, se deixa o país escorregar para a estagflação.

É preciso que diga como, efetivamente, vai manter a máquina funcionando em velocidade desejada sem estourar os preços.

O PT venceu três eleições presidenciais porque, entre outras razões, a maioria do país recusou a volta a um modelo de conformismo com o baixo crescimento, um fardo que os candidatos tucanos precisaram carregar como triste legado do período FHC.

Uma herança maldita.

Mas que vai se diluindo no tempo. O problema agora é outro. O PT já está no poder faz tempo suficiente, deve dizer a que veio.

Dilma largou bem mas a corrida é longa. A presidente foi bem na primeira curva, quando o BC ignorou os sacerdotes da estagnação e baixou os juros.

Mas se Dilma bobear ninguém lá na frente lembrará que a presidente começou a corrida na pole-position.
por Alon Feurwerker

Marcha "Contra" a Corrupção ou "da" Corrupção?





Muita Ironia...
Não é irônico que um movimento supostamente "contra" a Corrupção tenha sido financiado pela Globo, Folha de São Paulo, Veja, PSDB e DEM? Ou alguém acredita que o Facebook pagou tudo???