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Cearense de 15 é autorizado a cursar medicina

O estudante Tiago Saraiva, 15 anos, foi autorizado pelo Conselho Estadual de Educação a cursar, a partir de julho deste ano, o curso de Medicina na Universidade Federal do Ceará, campus de Sobral. Tiago foi selecionado após fazer o Enem, no fim do ano passado, quando tinha apenas 14 anos e ainda cursava o primeiro ano do Ensino Médio.
Para conseguir a validação, Tiago fez dois dias de prova, por recomendação do Conselho de Educação e, segundo o diretor da sua escola, mostrou-se apto para receber o diploma de conclusão do Ensino Médio, aos 15 anos de idade. "Ele teve um desempenho excelente nas provas que foram aplicadas. Nossa preocupação agora é com o emocional. Vamos conversar com a família e prestar todo o apoio que ele necessite", enfatiza Carlos Dias.
futuro acadêmico foi aprovado para iniciar no curso de Medicina no segundo período. Até lá, Tiago irá cursar o 2º ano do Ensino Médio, segundo Carlos Dias, a pedido dele mesmo.
"Ele é motivo de orgulho e seu exemplo deve ser seguido"

Luiz Fernando Veríssimo e a Tia Perigrina


Qual é a diferença entre um visitante francês e um visitante judeu? O visitante francês vai embora sem se despedir, o judeu se despede mas não vai embora.

Nós tínhamos uma tia — a famosa tia Peregrina — que seguia o método judeu. Quando a tia Peregrina começava a se preparar para sair, sabíamos que aquilo era apenas o inicio de uma longa retirada, prolongada por assuntos que ainda não tinham sido tratados.
A tia Peregrina podia ficar em silêncio durante toda a visita, mas na sua saída começam a brotar assuntos e fofocas e revelações que tinham ficado esquecidas, todas lembradas pela tia Peregrina.
A migração da tia Peregrina da sua cadeira até a calçada, que era onde a conversa ficava mais animada, podia levar horas. E se alguém sugerisse que voltassem para a sala e sentassem-se de novo para continuar a conversa, a tia Peregrina era a primeira a protestar:
— Não, não. Estou indo embora. Já me despedi de todo o mundo.
E não ia embora.
Durante muitos anos a tia Peregrina fez parte do folclore da família. Quando alguém se atrasava para sair de casa, ouvia:
— Vamos, tia Peregrina!
Até amigos que nunca conheceram a tia Peregrina, mas conheciam sua fama, a evocavam para desculpar um atraso.
— Epa, desculpe. Dei uma de tia Peregrina.
Confesso que não sei qual era o parentesco dela conosco, nem que fim levou. Parte do seu habitat, a calçada onde todas as conversas terminavam, ficou inabitável. Mas duvido que assaltantes e balas perdidas fossem impedi-la de contar a última.
Sempre imagino a tia Peregrina sendo velada, e no momento em que vão tampar o caixão, levantando o dedo e dizendo:
— Esperem, tem uma que eu não contei.

Dilma: 2014 é 2014

Eduardo Campos, governador de Pernambuco, ofereceu apoio a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), uma dúzia de fontes ao blogueiro briguilino.

" Ela agradeceu e disse contar com o apoio do PSB para enfrentar as dificuldades em 2013. Mas, 2014 é 2014..." disse meia dúzia de fontes.

No Rio o Judiciário é garota de programa da Rede Globo


Justiça do Rio: a TV Globo joga em casa; mas Kamel está derrotado pela história

Na praça Clóvis/Minha carteira foi batida/Tinha vinte e cinco cruzeiros/E o teu retrato…
Vinte e cinco/Eu, francamente, achei barato/Pra me livrarem/Do meu atraso de vida (Paulo Vanzolini, “Praça Clóvis”)

Um advogado amigo costuma dizer: “no Rio, a Globo joga em casa”.

Hoje, tivemos mais uma prova. Ano passado, fui condenado em primeira instância, num processo movido pelo diretor de Jornalismo da Globo, Ali Kamel. Importante dizer: a juíza na primeira instância não me permitiu apresentar testemunhas, laudos, coisa nenhuma. Acolheu na íntegra a argumentação do diretor da Globo – sem que eu tivesse sequer a chance de estar à frente da meritíssima para esclarecer minhas posições.
Recorremos ao Tribunal de Justiça, também no Rio. Antes de discutir o mérito da ação,pedimos que o TJ analisasse um “agravo retido” (espécie de recurso prévio) que obrigasse a primeira instância a ouvir as testemunhas de defesa e os especialistas de duas universidadesque gostaríamos de ver consultados na ação.

O Tribunal, em decisão proferida nessa terça-feira (15/01), ignorou quase integralmente nossa argumentação. Negou o agravo e, no mérito, deu provimento apenas parcial à nossa apelação – reduzindo o valor da indenização que a meritíssima de primeira instância fixara em absurdos 50 mil reais. Ato contínuo, certos blogs da direita midiática começaram a dar repercussão à decisão. Claro! São todos fidelíssimos aos patrões e ao diretor da Globo, na luta que estes travam contra outros jornalistas.

Sobre esse processo, gostaria de esclarecer alguns pontos. Primeiro, cabe recurso e vamos recorrer!

Segundo, está claro que Ali Kamel usa a Justiça para se vingar de todos aqueles que criticam o papel por ele exercido à frente da maior emissora de TV do país. Kamel foi derrotado duas vezes nas urnas: perdeu em 2006 (quando a Globo alinhou-se ao delegado Bruno na véspera do primeiro turno, num episódio muito bem narrado pela CartaCapital, naquela época) e perdeu em 2010 (quando o episódio da “bolinha de papel” foi desmascarado pelos blogs e redes sociais). Contra as quotas, contra o Bolsa-Família, contra os avanços dos anos Lula: Kamel é um dos ideólogos da direita derrotada. Por isso mesmo, era chamado na Globo de “Ratzinger”.

Em 2010, Ali Kamel virou alvo de críticas fortes (mas nem por isso injustas) na internet. Deveria estar preparado pra isso. Dirige o jornalismo de uma emissora acostumada a usar seu poder para influir em eleições. Passadas as eleições de 2010, Kamel muniu-se de uma espécie de “furor processório”. Iniciou ações judiciais contra esse escrevinhador, e também contra Azenha (VioMundo), Marco Aurélio (Doladodelá), CloacaNews, Nassif, PH Amorim…

Todas praticamente simultâneas. Estava claro que Kamel pretendia mandar um recado: “utilizarei minhas armas para o contra-ataque; não farei o debate público, de conteúdo, partirei para a revanche judicial”.

Advogados costumam dizer que em casos assim “o processo já é a pena”. Ou seja: o processante tem apoio da maior emissora do país, conta com advogados bem pagos e uma estrutura gigantesca. O processado (ou os processados) são jornalistas e blogueiros “sujos”, sem eira nem beira. O objetivo é sufocar-nos (financeiramente) com os processos.

Está enganado o senhor Ali Kamel. Aqui desse lado há gente que não se intimida tão facilmente.

Não tenho contra Kamel nada pessoal. Conversei com ele sempre de forma civilizada quando trabalhei na Globo. Troquei com ele alguns emails cordiais – como costumo fazer com todos colegas ou chefes. Kamel utilizou um desses e-mails pessoais na ação judicial, como se quisesse afirmar: “ele gostava de mim quando estava na Globo, deixou de gostar quando saiu da Globo.”

Ora, a questão não é pessoal. Tinha por Kamel respeito, até que comprovei de perto algumas atitudes estranhas (vetos a matérias), culminando com a atuação dele na cobertura do caso dos “aloprados” na eleição de 2006. Na época, eu trabalhava na Globo. Saí da emissora por causa disso. E passei a não mais respeitar Ali Kamel  profissionalmente. O discurso que ele fazia na Redação antes de 2006 (“todos podem ser ouvidos, há espaço para crítica”) era falso. Quem criticou ou dissentiu foi

colocado na “geladeira” e “expurgado”. Isso está claro. Azenha, Marco Aurelio Mello, Carlos Dornelles e Franklin Martins estão aí para mostrar…

De resto, a utilização de e-mails (estritamente pessoais) numa ação não é ilegal. Mas mostra o grau apurado de ética de quem os utiliza como ferramenta da luta política e judicial.

No meu caso, a acusação é de ter “espalhado” pela internet que ele seria um “ator pornográfico”. Quem lê os textos que escrevi neste blog sobre a infeliz homonímia (um ator pornô nos anos 80, aparentemente, usava o mesmo nome que ele – Ali Kamel) logo percebe: em nenhum momento disse que Ali Kamel (o jornalista) seria o Ali Kamel (ator pornográfico).Não afirmei que eram a mesma pessoa nem neguei que o fossem. Não sabia, e isso pouco importava. Apenas usei a coincidência como mote para a crítica, em textos claramente opinativos: pornográfico, sim, é o jornalismo que Ali Kamel pratica tantas vezes à frente da Globo. Foi essa a afirmação que fiz em seguidos textos. Muitas vezes, de forma bem-humorada.

Na apelação ao Tribunal, mostramos como seria importante a juíza de primeira instância ter consultado especialistas em Comunicação  (indicamos ao menos dois) para entender a diferença entre opinião e informação. E para entender a centralidade do uso do humor na crítica política.

Mostramos em nossa defesa, ainda, como o impoluto comentarista (e ex-cineasta) Arnaldo Jabor utilizou-se de mote parecido no título de um livro que fez publicar: “Pornopolítica”. Se há uma “pornopolítica”, por que não posso falar em “jornalismo pornográfico”?

Só a Globo e seus comentaristas podem recorrer a metáforas? Parece que sim. Especialmente no Rio de Janeiro. No Rio, a Globo joga em casa.

Vamos recorrer aos tribunais de Brasília. Não que eu tenha grandes esperanças de ver magistrados na capital federal a enfrentar o diretor de Jornalismo da Globo. Mas vou utilizar as armas que tenho.

Mais que isso: se Kamel pensava em calar ou intimidar seus críticos, vai se dar mal. Esse processo vai ajudar a mobilizar aqueles que lutam contra os monopólios de mídia no Brasil.Vai ajudar a escancarar a hipocrisia daqueles que na ANJ e na SIP pedem “ampla liberdade de crítica”, daqueles que usam Institutos Milleniuns para exigir “que não se criem travas ao humor como ferramenta de crítica”, mas que fazem tudo ao contrario quando são  eles os objetos da crítica e do humor.

Kamel pode até ganhar no Rio. Pode ganhar no STJ, STF, CNJ, SIP, ANJ, sei lá onde mais.  Mas perderá na história. Aliás, já perdeu. Na testa dele está o carimbo (justo ou injusto? o público pode julgar…) de “manipulador de eleições”. Manipulador frustrado, diga-se. Porque segue a perder. No Brasil, na Venezuela, na Argentina…

A Justiça quer que eu pague 20 mil, 30 mil ou 50 mil pro Ali Kamel? Acho absurda a condenação. Mas se for obrigado, eu pago até com certo gosto. Levo lá no Jardim Botânico o cheque pra ele. Ou entrego no apartamento onde ele vive, de frente pro mar na zona sul – palco, vez ou outra, de brigas com os vizinhos que também acabam na Justiça.

Essa condenação, que ainda lutarei para reverter, lembra-me a belíssima letra de Paulo Vanzolini – com a qual abri esse texto…

Tudo bem, Kamel, se você e a  Justiça fizerem questão, eu pago! Só que seguirei a fazer - aqui – o contraponto ao jornalismo que você dirige.

Tudo bem, Kamel, se você e a Justiça fizerem questão, esgotados todos os recursos, eu pago!

Eu pago. Vê-lo derrotado frente à história: não tem preço.

Olhar Digital: iphone, da Gradiente, já está à venda


Divulgação
iPhone da Gradiente
Gradiente já colocou à venda o iphone na sua loja online. O aparelho, que leva o mesmo nome do smartphone da Apple, custa R$ 699 -- quase três vezes menos que o iPhone 5 na sua versão mais simples à venda no Brasil.

Embora seja mais barato que o rival homônimo, o iphone é o modelo mais caro da Gradiente e roda a versão Gingerbread do Android. Vendido sob o título específico Neo One GC 500 SF, o aparelho pertence à linha G da fabricante, aparentemente voltada a seus aparelhos mais potentes.

O dispositivo tem tela capacitiva de 3,7 polegadas e resolução de 320 x 480. Seu processador roda com frequência de 700 MHz. Essas características estão aquém do poderio apresentado pelo concorrente na última geração do iPhone.

As semelhanças estão nas cores disponíveis, preto e branco. Além disso, o iphone também é QuadriBand e suporta a WiFi, Bluetooth e 3G. Ao contrário da Apple, o dispositivo da Gradiente oferece entrada para cartão de memória -- um modelo de 2 GB vem integrado.

Polêmica
Não demorou para que o mercado de tecnologia questionasse o direito da Gradiente sobre o uso do nome iphone, por causa da referência direta ao ‘primo rico’ da Apple. À época do anúncio, em 18 de dezembro, a polêmica foi tamanha que repercutiu no noticiário internacional na forma de sátiras e até piadas.

No entanto, a companhia logo comprovou ser dona da marca no Brasil desde 2008, depois de enfrentar processo que durou oito anos junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual.

A empresa teve de correr contra o tempo para lançar o telefone com este nome. Ao conceder um registro de marca, a lei brasileira exige que ela seja usada no prazo de cinco anos. Depois, entra em estado de 'caducidade', podendo ser questionada por outros interessados. No caso da Gradiente, o direito sobre o termo venceria em 2 de janeiro de 2013. 

Branch: a nova rede social dos criadores do Twitter

do Olhar Digital
Divulgação
Branch
Entrou no ar a nova rede social dos criadores do Twitter, o Branch, que mistura várias formas de comunicação da web - principalmente a rede de microblogs - e cuja intenção é reinventar o modelo de conversação feita pelos fóruns.

Até agora o site funcionava apenas em modo beta, então era preciso esperar por um convite para acessá-lo. Por enquanto, só dá para se cadastrar com uma conta do Twitter.

No Branch você pode criar discussões que ficarão abertas para que qualquer um contribua - o assunto pode vir de jornais, vídeos, outras redes. Dá para enviar a discussão por e-mail ou Twitter para outras pessoas e estimular ainda mais o tema, e depois divulgar isso na rede de microblogs ou incorporar toda a conversa em um site ou blog.

Se interessou? Clique aqui para testar a novidade e comente abaixo o que achou.

Elio Gaspari: o Brasil vai bem, obrigado


Deve-se ao repórter Felipe Marques a informação de que os bancos brasileiros estão às voltas com um novo desafio: organizar um filtro para suas análises de crédito, capaz de absorver 42,5 milhões de novos clientes que entraram no circuito financeiro entre 2005 e 2012.
Há muito tempo não aparecia notícia tão boa. Em sete anos, a clientela da rede bancária cresceu uma Argentina.
Pindorama vive uma época de perplexidade vocabular. Primeiro, apareceu uma tal de “nova classe média”, depois, uma milagrosa “classe C” que frequenta lugares onde não ia (aeroportos, por exemplo).
Outro dia Jânio de Freitas reclamou, com toda razão, que as operadoras de planos de saúde chamam sua clientela de “beneficiários”. Ora, beneficiárias são as empresas que mereceram a confiança dos fregueses.
Essa nova classe é o velho e bom trabalhador brasileiro. Milhões de pessoas que viviam nas fímbrias da sociedade, trabalhando sem carteira assinada e raramente tinham conta em banco. Iam ao aeroporto aos domingos para apreciar pousos e decolagens.
Essa “gente diferenciada” veio para ficar. Algum pesquisador poderá confirmar que o aparecimento de 42,5 milhões de novos clientes num sistema bancário é um fenômeno mundialmente inédito.
O número foi levantado há poucos meses pelo Banco Central. Ele decorre da ampliação do mercado de trabalho formal, batendo a marca dos 50 milhões de brasileiros.
Esse trabalhador tem conta em banco, direitos trabalhistas, crédito nas lojas que vendem móveis e fornos de micro-ondas. É um novo cidadão. Está num mercado consumidor onde a taxa de juros média mensal (5,4%) caiu ao menor nível desde 1995, quando passou a fazer sentido acompanhar esse índice.
Nada disso teria acontecido sem Itamar Franco, que botou Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda; sem o Plano Real e os oito anos de FHC no Planalto; sem Lula, que abriu o crédito para o andar de baixo; ou sem Dilma, que forçou a baixa dos juros. Melhor assim.

Luiz Carlos Azenha: mais duradouro que o New Deal


No ano passado o historiador Perry Anderson publicou um ensaio sobre Lula na London Review of Books(íntegra em inglês, aqui). Tirando um ou outro erro factual (por exemplo, quando diz que Dilma implantaria um sistema nacional de saúde), o artigo trouxe à tona, lá fora, um debate recorrente dentro da esquerda brasileira, aquele sobre o lulismo.

Um debate sempre atual, especialmente quando a persistente crise financeira internacional e suas consequências no Brasil colocam em jogo a sobrevivência de longo prazo do projeto iniciado pelo ex-presidente Lula. Ou não?

O debate, aliás, desperta várias questões.

O lulismo no poder, representado agora por Dilma, dispõe dos instrumentos necessários para a retomada do crescimento econômico nos níveis que garantam sua sustentabilidade de longo prazo, independentemente do que aconteça lá fora? Ainda que disponha destes instrumentos, não está amarrado ao mínimo denominador comum exigido pela famosa governabilidade? O PT vai entregar aos parceiros mais conservadores, que buscam retomar os níveis de lucratividade pré-crise e estão plenamente representados dentro do governo, a “flexibilização” das leis trabalhistas, ou seja, a precarização ainda maior das condições de trabalho? É isso o que explica a busca de Dilma pela classe média, que reunida ao sub-proletariado lulista poderia facilitar o descarte dos movimentos sociais organizados que insistem na integralidade da CLT?

Há outras considerações a fazer, não relacionadas ao texto, quando falamos do futuro papel do Brasil na dinâmica do capitalismo globalizado: o que o país fará quando amadurecerem os projetos já em andamento em vários países da África (por exemplo, na Etiópia e em Moçambique) para incorporar grandes extensões de terra, muito mais próximas da China, ao agronegócio? E quando o minério de ferro de Carajás estiver próximo de se exaurir (segundo o jornalista Lúcio Flávio Pinto, no ritmo atual das exportações vai acontecer antes que o previsto)?