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Homenageio São Paulo homenageando José Dirceu

O orgulho e o encanto de ter minha vida e minha história misturadas com a de nossa São Paulo, José Dirceu
Recordo-me como se fosse hoje meu 1º dia em São Paulo. Com 14 anos peguei uma carona e vim viver na cidade grande, nesta São Paulo capital de todos os brasileiros. Da minha pequena Passa-Quatro na fronteira dos mineiros com os paulistas, e onde lutamos em 1930 e 1932, para a maior cidade do Brasil. Eram tempos de sonhos e esperanças. Fui estudar no Colégio Paulistano da Rua Taguá, no bairro da Liberdade e trabalhar de office-boy na  praça da República.

Assim começou minha relação de amor e desamor com a pauliceia desvairada. Aqui aprendi a disciplina do trabalho e o profissionalismo, mas vi que muitas vezes o mérito era preterido em favor da origem social ou do poder. Vivendo em pensões, ganhando salário mínimo, muitas vezes sem dinheiro para qualquer diversão ou lazer, caminhava feliz pela cidade, que me atraía e eu admirava.
Aqui vi o presidente Jânio Quadros renunciar à Presidência da República em 25 de agosto de 1961, sete meses após havê-la assumido. E aqui vi o golpe militar de 1964. Aqui terminei o curso científico, fiz vestibular e estudei direito na PUC. Como a Justiça e o Direito só existiam nas salas de aula, comecei minha luta contra a ditadura.
Aqui comecei e sustentei minha luta contra a ditadura.
Fui preso e daqui saí em 1968 para o Forte Itaipu – depois São Vicente – do Exército. Voltei em seguida para São Paulo, para Osasco, para finalmente ser trocado pelo embaixador americano sequestrado Charles Burk Elbrick e sair do Brasil via Galeão, quando, em mais um dos seus tantos atos de exceção, a ditadura me baniu de meu país e cassou minha nacionalidade.
Vivi aqueles anos com paixão e alegria, sentindo-me privilegiado. Participei da  revolução cultural e política que começou aqui em São Paulo e foi violentamente abortada pela ditadura. Voltei, ainda em 1971, para minha São Paulo. Aqui vivi clandestino. Sai do país em 1972 para retornar, de novo clandestino, em 1974, quando vivi no Paraná, novamente na clandestinidade até 1979. Eu tinha uma alfaiataria, uma loja e uma fabrica de confecções e voltava todo mês a São Paulo para fazer compras.
A cada volta… a mesma alegria de 1961, da chegada… A cidade, que eu amava escondido, continuava a me fascinar. Depois da anistia em 1979 voltei a viver aqui, a trabalhar e a estudar. Terminei meu curso de Direito, tornei-me advogado, elegi-me deputado estadual, depois federal, fui candidato a governador em 1994 e só deixei a cidade para ser ministro do governo Lula.
A cidade deflagrou as Diretas Já e aqui o PT nasceu
Foram São Paulo e seu povo que deram início às Diretas Já – a maior campanha cívica popular da história do país – e foi aqui que o PT nasceu. Nestes últimos oito duros anos de injustiças vivi em Vinhedo, mas trabalhei aqui. A cidade continua a mesma, fascinante, desigual, acolhedora, violenta, sujeita à vontade dos que nela habitam. Mas continua fascinante e com as mesmas força, garra e esperança dos milhões de brasileiros e brasileiras, de homens e mulheres de todos continentes que aqui lutam e sonham por uma vida digna e feliz.
Não fui nem fiz diferente. Hoje, quando a nossa São Paulo comemora 459 anos, desejo boa sorte ao nosso prefeito, Fernando Haddad, o 3º que o PT elege, e que também faz aniversário com a cidade, neste 25 de janeiro. Muita paz e saúde prefeito Haddad, para o senhor e para todos os paulistanos. Agora praticamente chegou a hora, está muito perto (2014) de passarmos a governar não só a maior cidade do Brasil mas, também, o maior Estado, São Paulo.
Publicado em 25 de janeiro de 2013
Joel Neto: 
A luta continua companheiro, sabemos que venceremos também estas barreiras. Ultrapassaremos-os. Felicidade e Paz no coração. Que eles se afoguem no mares de rancores de derrotados. O que nos move é o amor.

Aniversário de São Paulo

...me encantei com essa cidade cheia de mistérios encantos
...e ver todos os povos do mundo, junto e em um único lugar
...e principalmente aquela multidão de Nordestinos no Centro de são paulo
...o bairro da Liberdade com Japoneses pra todo lado
...coisa inédita para mim que sai do rio grande do sul
...e fiquei apaixonada por essa Cidade 
...e a magia da avenida são João com a Ipiranga
...tomara o nosso Prefeito Haddad consiga resgatar a alma dessa cidade que sempre foi tão acolhedora com todos que aqui fazem sua morada! 

O orgulho e o encanto de ter minha vida e minha história misturadas com a de nossa São Paulo

Publicado em 25 de janeiro de 2013
Recordo-me como se fosse hoje meu 1º dia em São Paulo. Com 14 anos peguei uma carona e vim viver na cidade grande, nesta São Paulo capital de todos os brasileiros. Da minha pequena Passa-Quatro na fronteira dos mineiros com os paulistas, e onde lutamos em 1930 e 1932, para a maior cidade do Brasil. Eram tempos de sonhos e esperanças. Fui estudar no Colégio Paulistano da Rua Taguá, no bairro da Liberdade e trabalhar de office-boy na  praça da República.

Assim começou minha relação de amor e desamor com a pauliceia desvairada. Aqui aprendi a disciplina do trabalho e o profissionalismo, mas vi que muitas vezes o mérito era preterido em favor da origem social ou do poder. Vivendo em pensões, ganhando salário mínimo, muitas vezes sem dinheiro para qualquer diversão ou lazer, caminhava feliz pela cidade, que me atraía e eu admirava.
Aqui vi o presidente Jânio Quadros renunciar à Presidência da República em 25 de agosto de 1961, sete meses após havê-la assumido. E aqui vi o golpe militar de 1964. Aqui terminei o curso científico, fiz vestibular e estudei direito na PUC. Como a Justiça e o Direito só existiam nas salas de aula, comecei minha luta contra a ditadura.
Aqui comecei e sustentei minha luta contra a ditadura.
Fui preso e daqui saí em 1968 para o Forte Itaipu – depois São Vicente – do Exército. Voltei em seguida para São Paulo, para Osasco, para finalmente ser trocado pelo embaixador americano sequestrado Charles Burk Elbrick e sair do Brasil via Galeão, quando, em mais um dos seus tantos atos de exceção, a ditadura me baniu de meu país e cassou minha nacionalidade.
Vivi aqueles anos com paixão e alegria, sentindo-me privilegiado. Participei da  revolução cultural e política que começou aqui em São Paulo e foi violentamente abortada pela ditadura. Voltei, ainda em 1971, para minha São Paulo. Aqui vivi clandestino. Sai do país em 1972 para retornar, de novo clandestino, em 1974, quando vivi no Paraná, novamente na clandestinidade até 1979. Eu tinha uma alfaiataria, uma loja e uma fabrica de confecções e voltava todo mês a São Paulo para fazer compras.
A cada volta… a mesma alegria de 1961, da chegada… A cidade, que eu amava escondido, continuava a me fascinar. Depois da anistia em 1979 voltei a viver aqui, a trabalhar e a estudar. Terminei meu curso de Direito, tornei-me advogado, elegi-me deputado estadual, depois federal, fui candidato a governador em 1994 e só deixei a cidade para ser ministro do governo Lula.
A cidade deflagrou as Diretas Já e aqui o PT nasceu
Foram São Paulo e seu povo que deram início às Diretas Já – a maior campanha cívica popular da história do país – e foi aqui que o PT nasceu. Nestes últimos oito duros anos de injustiças vivi em Vinhedo, mas trabalhei aqui. A cidade continua a mesma, fascinante, desigual, acolhedora, violenta, sujeita à vontade dos que nela habitam. Mas continua fascinante e com as mesmas força, garra e esperança dos milhões de brasileiros e brasileiras, de homens e mulheres de todos continentes que aqui lutam e sonham por uma vida digna e feliz.
Não fui nem fiz diferente. Hoje, quando a nossa São Paulo comemora 459 anos, desejo boa sorte ao nosso prefeito, Fernando Haddad, o 3º que o PT elege, e que também faz aniversário com a cidade, neste 25 de janeiro. Muita paz e saúde prefeito Haddad, para o senhor e para todos os paulistanos. Agora praticamente chegou a hora, está muito perto (2014) de passarmos a governar não só a maior cidade do Brasil mas, também, o maior Estado, São Paulo.

Dirceu, Diretas Já e São Paulo

No ano passado, em 25 de janeiro, o ex-ministro José Dirceu escreveu no blog dele algumas lembranças de sua trajetória na cidade de São Paulo. Foi uma forma de homenagem ao município, no qual construiu boa parte de sua jornada política e também pessoal.
Hoje, neste 25 de janeiro, certamente Dirceu teria mais um depoimento a dar. O 460º aniversário da cidade é ainda mais representativo para ele por causa dos 30 anos do comício em São Paulo que deflagrou a campanha das Diretas Já.
Dirceu foi um dos principais articuladores, em 1983 e 1984, da coordenação da campanha das Diretas Já no PT. (Clique aqui para ler mais sobre as Diretas Já)
Dentre tantos capítulos importantes que ajudou a escrever na história do país nestas últimas décadas, temos certeza de que Dirceu se lembra com orgulho desta.
Como Dirceu ainda não recebeu autorização para escrever – ele vem sendo mantido ilegalmente em condições de regime fechado, embora tenha sido condenado, também injustamente, ao regime semiaberto –, repetimos abaixo o post publicado no ano passado.
A equipe deste blog aproveita para felicitar todos os paulistanos e moradores da cidade pelos 460 anos da cidade.
O orgulho e o encanto de ter minha vida e minha história misturadas com a de nossa São Paulo
Publicado em 25 de janeiro de 2013
Recordo-me como se fosse hoje meu 1º dia em São Paulo. Com 14 anos peguei uma carona e vim viver na cidade grande, nesta São Paulo capital de todos os brasileiros. Da minha pequena Passa-Quatro na fronteira dos mineiros com os paulistas, e onde lutamos em 1930 e 1932, para a maior cidade do Brasil. Eram tempos de sonhos e esperanças. Fui estudar no Colégio Paulistano da Rua Taguá, no bairro da Liberdade e trabalhar de office-boy na  praça da República.

Assim começou minha relação de amor e desamor com a pauliceia desvairada. Aqui aprendi a disciplina do trabalho e o profissionalismo, mas vi que muitas vezes o mérito era preterido em favor da origem social ou do poder. Vivendo em pensões, ganhando salário mínimo, muitas vezes sem dinheiro para qualquer diversão ou lazer, caminhava feliz pela cidade, que me atraía e eu admirava.
Aqui vi o presidente Jânio Quadros renunciar à Presidência da República em 25 de agosto de 1961, sete meses após havê-la assumido. E aqui vi o golpe militar de 1964. Aqui terminei o curso científico, fiz vestibular e estudei direito na PUC. Como a Justiça e o Direito só existiam nas salas de aula, comecei minha luta contra a ditadura.
Aqui comecei e sustentei minha luta contra a ditadura.
Fui preso e daqui saí em 1968 para o Forte Itaipu – depois São Vicente – do Exército. Voltei em seguida para São Paulo, para Osasco, para finalmente ser trocado pelo embaixador americano sequestrado Charles Burk Elbrick e sair do Brasil via Galeão, quando, em mais um dos seus tantos atos de exceção, a ditadura me baniu de meu país e cassou minha nacionalidade.
Vivi aqueles anos com paixão e alegria, sentindo-me privilegiado. Participei da  revolução cultural e política que começou aqui em São Paulo e foi violentamente abortada pela ditadura. Voltei, ainda em 1971, para minha São Paulo. Aqui vivi clandestino. Sai do país em 1972 para retornar, de novo clandestino, em 1974, quando vivi no Paraná, novamente na clandestinidade até 1979. Eu tinha uma alfaiataria, uma loja e uma fabrica de confecções e voltava todo mês a São Paulo para fazer compras.
A cada volta… a mesma alegria de 1961, da chegada… A cidade, que eu amava escondido, continuava a me fascinar. Depois da anistia em 1979 voltei a viver aqui, a trabalhar e a estudar. Terminei meu curso de Direito, tornei-me advogado, elegi-me deputado estadual, depois federal, fui candidato a governador em 1994 e só deixei a cidade para ser ministro do governo Lula.
A cidade deflagrou as Diretas Já e aqui o PT nasceu
Foram São Paulo e seu povo que deram início às Diretas Já – a maior campanha cívica popular da história do país – e foi aqui que o PT nasceu. Nestes últimos oito duros anos de injustiças vivi em Vinhedo, mas trabalhei aqui. A cidade continua a mesma, fascinante, desigual, acolhedora, violenta, sujeita à vontade dos que nela habitam. Mas continua fascinante e com as mesmas força, garra e esperança dos milhões de brasileiros e brasileiras, de homens e mulheres de todos continentes que aqui lutam e sonham por uma vida digna e feliz.
Não fui nem fiz diferente. Hoje, quando a nossa São Paulo comemora 459 anos, desejo boa sorte ao nosso prefeito, Fernando Haddad, o 3º que o PT elege, e que também faz aniversário com a cidade, neste 25 de janeiro. Muita paz e saúde prefeito Haddad, para o senhor e para todos os paulistanos. Agora praticamente chegou a hora, está muito perto (2014) de passarmos a governar não só a maior cidade do Brasil mas, também, o maior Estado, São Paulo.

São Paulo eu te amo

Mas assim oCê me fode

Já escrevi dois textos nos dois anteriores aniversários da cidade de São Paulo. Nesse ano (em que a cidade completa 460 anos) eu não em empolguei para escrever outro desse.
Pudera. Tá um calor irritante por aqui.  Ilha de calor, cimento que tosta e rebate tudo quanto é raio solar diretamente na moleira do cara de terno, da menina de jeans e do coitado que, cheio de roupas e trapos e tinta, tenta levar umas moedas se fingindo de estátua. Nesses dias de mormaço e abafado cercado de vidros reluzentes e filas de carro, o paulistano queria mesmo era uma praia ou a piscina do clube de campo, até mesmo a neve do hemisfério norte. E sei que, quando chegar aquele frio medonho e depressivo, nego vai é pegar as crianças e correr pra Maragogi, Cancún, Alabama.
Eu vejo, todos os dias, São Paulo sugando japoneses e coreanos e filhos de italianos e mineiros e baianos e mastigando tudo e cuspindo restaurantes e shoppings e shoppings e shoppings. Boliviano não pode, sair de Sapopemba não pode, reclamar por conta de vinte centavos não pode. Da garoa pode reclamar.
Garoa? Aqui o que se tem é chuva caudalosa de nuvens irritadas que, de tanta pressa, se batem e se chocam — feito a gente no metrô — e a derrota mútua resulta em gotas que enchem copo d’água e granizo e dor de cabeça. A água enche a rua, leva o carro e a molecada fica ilhada tomando gelo na cabeça.
Puta pé no saco, meo.
Dia desses eu fui ao otorrino, um daqueles retornos de quem trata há anos uma rinite que não cede nunca. Ele disse que, como sou um cara esperto, sei que, assim que eu puder, vou-me embora de São Paulo. O ar aqui não dá mais.
Foi-se o horizonte, o vento, o corredor de ônibus, a noção de integração e de integridade. Resta o luto.
Afinal, estamos em cima do túmulo do samba e do rolezinho. Caetano, eu também estou triste, tão triste, você no frio do Rio e eu na histeria deprê de essepê.
Queria ter pensado antes na melodia e na letra, passando apenas de Nova Iorque pra cá: “São Paulo eu te amo, mas assim cê me fode”.
Queria falar que aqui é que ainda as coisas acontecem, mas tá mais barato ir ver o Lollapalooza no Chile que aqui. Queria falar das livrarias alexadríacas que só a gente tem, mas seria infantil ficar de comparação com outra cidade brasileira e ridículo comparar a nossa megalópole com outras metrópoles mais bem abastecidas.
Resta a pizza sem ketchup, o pastel da feira.
São Paulo, eu preciso de ajuda e você também. Essa Síndrome de Estocolmo, essa vontade de morar em ti e de viver você a qualquer custo derruba. A gente gosta de apanha, a gente elogia e leva ferro, a gente acha que fez certo e tu vem e faz errado. Duas vezes. Três, se deixar.
A gente fica duas horas na fila do MIS, a gente corre de SESC em SESC pra comprar aquela lá do Jorge Ben ou então dos Racionais. A gente ainda desce a Augusta, a gente ainda sove lá na Vila Madalena, a gente ainda tenta evitar o trânsito, a gente come o hambúrguer gourmet e o brigadeiro diferenciado e a gente ainda entra na moda do ceviche e das bicicletas e deixa de comprar na Zara.
A gente tá tentando, São Paulo.
A gente tá tentando. Mas assim, cê me fode.
Com todo amor,
Jader Pires.
Jader Pires

É escritor e editor do Papo de Homem. Prometeu que, se um dia ganhar na loteria, vai doar cem reais para caridade. E não há cristo que o faça pensar o contrário.


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