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Simpósios

Desde 1965, a Fundação Nobel realiza os Simpósios Nobel. Afora os prêmios anuais, são o evento mais importante da instituição. São dedicados às áreas da ciência onde avanços estão ocorrendo. Mais de uma centena já aconteceu.
O de 2011 acontecerá em Estocolmo, Suécia, de 26 a 29 de maio. Chama-se 3M:  Mente, Máquinas e Moléculas.
Terá duas novidades. Uma: será multidisciplinar, até 2010, era por áreas, Física, Química, Fisiologia ou Medicina. A outra: pela primeira vez, um cientista brasileiro estará entre os conferencistas convidados. É o neurocientista Miguel Nicolelis. Formado em Medicina pela USP, ele está há 22 anos nos Estados Unidos, onde é professor e pesquisador na Universidade Duke. É co-fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lilly Safra.
“A ideia do simpósio 3M surgiu da constatação do progresso espetacular nos dispositivos de interface cérebro-máquina, tocando as fronteiras entre Física e Medicina. Após a adição de moléculas de Química e extensão de todos os aspectos, chegamos ao  simpósio 3M”, explica Jonna Petterson, da Fundação Nobel, ao Viomundo. “Temas como base molecular da transmissão neural, redes neuronais, interfaces cérebro-máquina, cognição e neurodegeneração serão abordados por palestrantes das esferas de Física, Química e Fisiologia ou Medicina.”
A palestra de Miguel Nicolelis será no dia 27 de maio: Princípios da Fisiologia do conjunto de neurônios e como podem ser usados ​​para libertar o cérebro.
Nicolelis já ganhou 38 prêmios internacionais por suas pesquisas. Dois deles, em 2010, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos. Hoje cedo foi comunicado pelo mesmo NIH que ganhou mais um. Desta vez de U$ 3 milhões para pesquisar como as populações de neurônios (células do cérebro) usam o tempo para apresentar a informação. Em tempos de cortes de verbas nos EUA, uma façanha.
por Conceição Lemes

por Leonardo Boff

O duelo entre a vida e a morte

Num dos mais belos hinos da liturgia cristã da Páscoa, que nos vem do século XIII, se canta que “a vida e a morte travaram um duelo; o Senhor da vida foi morto mas eis que agora reina vivo”.
É o sentido cristão da Páscoa: a inversão dos termos do embate. O que parecia derrota era, na verdade, uma estratégia para vencer o vencedor, quer dizer a morte. Por isso, a grama não cresceu sobre a sepultura de Jesus. Ressuscitado, garantiu a supremacia da vida.
A mensagem vem do campo religioso que se inscreve no humano mais profundo, mas seu significado não se restringe a ele. Ganha uma relevância universal, especialmente, nos dias atuais, em que se trava física e realmente um duelo entre a vida e a morte.
Esse duelo se realiza em todas as frentes e tem como campo de batalha o planeta inteiro, envolvendo toda a comunidade de vida e toda a humanidade.
Isso ocorre porque, tardiamente, nos estamos dando conta de que o estilo de vida que escolhemos nos últimos séculos, implica uma verdadeira guerra total contra a Terra.
No afã de buscar riqueza, aumentar o consumo indiscriminado (63% do PIB norte-americano é constituído pelo consumo que se transformou numa real cultura consumista) estão sendo pilhados todos os recursos e serviços possíveis da Mãe Terra.
Nos últimos tempos, cresceu a consciência coletiva de que se está travando um verdadeiro duelo entre os mecanismo naturais da vida e os mecanismos artificiais de morte deslanchados por nosso sistema de habitar, produzir, consumir e tratar os dejetos.
As primeiras vítimas desta guerra total são os próprios seres humanos. Grande parte vive com insuficiência de meios de vida, favelizada e superexplorada em sua força de trabalho. O que de sofrimento, frustração e humilhação ai se esconde é inenarrável.
Vivemos tempos de nova barbárie, denunciada por vários pensadores mundiais, como recentemente por Tsvetan Todorov em seu livro O medo dos bárbaros (2008). Estas realidades que realmente contam porque nos fazem humanos ou cruéis, não entram nos cálculos dos lucros de nenhuma empresa e não são consideradas pelo PIB dos países, à exceção do Butão que estabeleceu o Índice de Felicidade Interna de seu povo.
As outras vítimas são todos os ecossistemas, a biodiversidade e o planeta Terra como um todo.
Recentemente, o prêmio Nobel em economia, Paul Krugmann, revelava que 400 famílias norte-americanas detinham sozinhas mais renda que 46% da população trabalhadora estadounidense.

Prêmio Nobel de Literatura 2010

Pensei, injustiça suprema o escrito Mario Vargas Llosa ter recebido o prêmio Nobel de Literatura de 2010, quando soube que a Academia sueca tinha anunciado hoje. 

É óbvio que todos os prêmios Nobel e Literatura, Economia, Sociologia e mais todos os ias que houver, são por direito do grandíssissimo, genialíssissimo FHC. 
Espanto causou-me o silêncio de consentimento do Restadão, Rolha de São Paulo, O Grobo, Rede Globoells e inVeja, por que criticaram a Academia sueca?...
Então me informaram a razão. 
É que o Iluminadíssissimo FHC é Hour Concu. 
Se participasse não tinha prêmio para mais ninguém... 
Ah, logo vi!  
L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

Saramago entre nós

O fim de Saramago foi como o fim de qualquer homem, inerte, abatido pelo tempo, um entre muitos de todos os dias. Em grande parte, o que o diferenciava dos outros não eram suas formas, mas o caráter imperativo de sua alma. 

Saramago decodificava o mundo em histórias incríveis, adoráveis parábolas sobre os vícios e as virtudes dos homens e das mulheres, porque sabia, em sua obra eterna, diferenciar os gêneros com a mesmíssima régua da crítica. 

Saramago era, antes de tudo, um homem íntegro a nos levar em fantasias intelectuais. 

Um leitor simples, como somos quase todos nós, pode deslizar feliz por seus longos parágrafos de diálogos nus, sem aspas nem travessões, só frases anunciadas por uma letra em caixa alta, como se os interlocutores nunca respirassem para retrucar. 

Saramago inseriu, de fato, a língua portuguesa na literatura universal, uma mente irresistível e dono de livros amados e cultuados em todos os cantos do mundo. 

Era um comunista apaixonado, divinamente ateu, era, por si só, um estrondoso arroubo de alegria, embora optasse sempre por uma certa melancolia, tão lusa, não raro pessimista, sobre os destinos do mundo. Generoso, nos deixou duas jóias terminais, “A viagem do elefante” e “Caim”, o primeiro, sobre o tempo dos homens e o amor dos bichos, o outro, das contradições e da precariedade da fé. Vieram como últimas ondas de um mar vigoroso, mas de águas suaves.

A alma de Saramago partiu-se em mil fragmentos para mim antes de ele virar pó. 

Sabê-lo morto me deixou eternamente mais triste.