O quadro político que se delineia no Brasil não deixa a Geraldo Alckmin outra saída, a não ser conversar com Lula.
Veja só:
— Bolsonaro e seu direitismo exacerbado;
— essa coisa que se procura com Moro. O presidente da Academia Brasileira de Letras é, desde sempre, eleitor ardoroso de Moro, essa figura sem o mínimo de compreensão política e sem as mínimas credenciais intelectuais);
— o que foi feito do PSDB, com Doria, Fernando Henrique e tudo;
— tudo isso que se juntou no Centrão.
Do outro lado, a figura de Lula se agigantou, cresceu como líder nacional e figura de grande relevo internacional.
Portanto, o bom senso de Alckmin não lhe deixou outro caminho, exceto conversar com Lula.
É preciso lembrar que Alckmin foi nosso colega na Constituinte, com Lula, os deputados do PDT, PT, diversos progressistas e nacionalistas do PMDB, as figuras de Ulisses Guimarães (acima de tudo) e Covas, Aclkmin ao lado.
Fizemos uma Constituição mais nossa do que deles. Direitos sociais avançaram, ampliou-se o exercício da soberania, o Estado Nacional avançou, ampliaram-se os instrumentos democráticos. Alckmin assimilou isso.
É claro que Alckmin foi tragado pelo neolibearalismo exacerbado de Fernando Henrique, até Covas e Franco Montoro o foram.
Agora, com tudo o que aconteceu no Brasil, tragédias e mais tragédias, Alckmin se tocou.
Não há mais como levar em conta Kassab, PSD e essa coisa anódina de presidente do Senado como candidato a Presidente.