A nova marca da Rede Globo

Hoje no Fantástico foi lançada o novo visual da marca da Globo. O diretor-geral da TV Globo Carlos Henrique Schoreder e o designer e diretor de arte Hans Donner, deram suas explicações e significados das mudanças. Tudo muito bonito. Mas não passa de blablablá, recheio de linguiça. 

A nova marca da Rede Globo é simplesmente a adaptação da página inicial de pesquisa da Google. 

Confiram abaixo o que os diretores da Globo disseram sobre as mudanças da marca:

Do traço simples à esfera em 3D, a marca da Globo se transformou, ao longo dos anos,  e está mudando de novo. Ela, que faz parte da vida de todo brasileiro, está mais leve, mais clara. E pela primeira vez, com movimento.
Prestes a completar 50 anos, a TV Globo passa a usar, a partir de agora uma nova identidade visual.
Você pode não ter idade para lembrar, mas a primeira marca da TV Globo já indicava movimento. Quatro números quatro identificavam o canal da emissora, no Rio de Janeiro. Formavam um catavento. Isso foi em 1965, ano de estreia da Globo. A TV ainda era em preto e branco, época dos teleteatros.
O catavento se transformou em um Globo cinco anos depois. As novelas começavam a conquistar as noites do brasileiro.
O Fantástico tinha apenas um ano de vida quando a marca mudou de novo. Ficou maior, conectando o mundo.
Em 1975, ganhou cor e uma nova identidade visual nascida do talento de um designer  em um guardanapo de papel.
“Rabisquei o mundo. E o mundo, que se tratando de televisão, recortei uma tela de televisão e coloquei o mundo dentro, que é praticamente o conceito dessa marca”, explica o diretor de arte Hans Donner.
Um conceito preservado até hoje e que acompanhou as mudanças que aconteciam no Brasil e no mundo. Uma nova democracia, uma nova economia, um novo milênio, um novo Papa. Sempre em evolução, sempre mudando e, agora, em 2014, outra grande transformação.
“Ela ganhou vida, que nenhuma marca de televisão do mundo tem”, disse Hans Donner.
Deixou de ser metálica para assumir qualquer forma, qualquer textura.
“Essa é uma mudança significativa. Ela passa a ser branca, e o branco é a soma de todas as cores e ela ganha movimento. E o movimento é exatamente o que a Globo procura na sintonia com a sociedade. E isso se traduz através de produtos. Produtos diferentes, produtos variados, gêneros variados na grade da programação. E esses produtos passam a ser cada vez mais inovadores, cada vez mais ousados, cada vez mais criativos”, explica o diretor-geral da TV Globo, Carlos Henrique Schroder.
Uma marca que é sinônimo de televisão no Brasil. Imagem de um padrão de qualidade internacional. Traz o mundo para dentro de casa. Reflete sonhos e anseios, transmite informação e diversão. Traz os traços da inovação e da criatividade. Feita de tecnologia e emoção. Uma marca que identifica o melhor do jornalismo, do esporte e do entretenimento.
E retrata toda a nossa evolução. Toda a nossa inquietação. Permanente movimento de uma televisão em sintonia com a sociedade e com o seu tempo.
A partir de agora, esta nova identidade visual da TV Globo vai aparecer não só no plim-plim dos intervalos. Ela vai estar presente em tudo, principalmente nas vinhetas da programação. Clara, viva, em movimento. É a cara da Globo.
Confira abaixo a transição das marcas da TV Globo.
Logotipo novo TV Globo (Foto: TV Globo)Logotipo novo TV Globo (Foto: TV Globo)

Mais uma frase

A amizade é testemunha de segredos, tristezas e alegrias .

Frase da hora

Você é o que faz.
Não o que diz.

Política - por Gaudêncio Torquato

O petês e o tucanês

A campanha era a de 1985, aquela em que Jânio Quadros ganhou de Fernando Henrique, depois deste ter sentado na cadeira de prefeito de São Paulo antes da apuração final dos votos.
Para um dos raros comícios na periferia (Jânio, ao lado da esposa Eloá, preferia verberar contra bandidos e sonegadores em despojado programa eleitoral de TV), levou o ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, que assim concluiu sua peroração palanqueira: “A grande causa do processo inflacionário é o déficit orçamentário”.
Após a fala, Jânio puxou Delfim de lado e cochichou: “olhe para a cara daquele sujeito ali. O que você acha que ele entendeu de seu discurso? Ele não sabe o que é processo, não sabe o que é inflacionário, não sabe o que déficit e não tem a menor ideia do que seja orçamentário. Da próxima vez, diga assim: a causa da carestia é a roubalheira do governo”.
O guru da economia, a quem todos hoje recorrem para explicar os sobressaltos que deixam interrogações no ar, passou a reservar seu economês para plateias mais acessíveis ao vocabulário de questões complexas.
O estilo Jânio marcou a história da expressão e do comportamento dos atores políticos. Ele foi o ícone da irreverência. Ponderável parcela da admiração que angariou em todas as faixas da população se deve ao “modo janista de ser”, do qual se extraía um conjunto de valores, entre os quais o da autoridade.
Jânio forjou uma linguagem política, composta pela imagem histriônica e adornada de trejeitos, olhares esbugalhados, roupas mal ajambradas, compassos e pausas que imprimiam força à fonética esganiçada de construções exóticas. Semântica e estética juntavam-se em apelativa performance que, aos olhos e ouvidos dos espectadores, chamava atenção.
Pois bem, puxando a linguagem janista para a atualidade, podemos concluir que petistas e tucanos também desenvolveram seu jeito de ser no campo da verbalização, o que explica maior ou menor penetração e/ou rejeição de uns e outros na esfera dos conjuntos sociais.
O dicionário do PT tem um autor

Campos com a corda no pescoço

Após divulgação da pesquisa do Datafolha a fada madrinha Maria Alice Setubal  - herdeira do Itaú - patrocinadora Marina Silva - Rede Sustentabilidade -, deu um ultimato: 

"Campos, se você não melhorar sua performance eleitoral antes da oficialização da candidatura ceda a cabeça de chapa a Marina. Se não aceitar a condição, que arranje financiamento de campanha noutra freguesia. Da nossa carteira não sai mais nada".

Lollapalooza - Seguranças barram público para evitar que praça de alimentação fique lotada

É a "crise". Com certeza o pessoal foi lá para ganhar um prato de comida e também se inscrever no Bolsa Família

João Paulo Carvalho - O Estado de S. Paulo
Após a superlotação da feirinha gastronômica na noite do último sábado, 5, a organização do festival Lollapalooza decidiu controlar o número de pessoas que circula pela praça de alimentação. O local agora tem duas entradas específicas para entrar e sair do Chef' Stage. Segundo um dos seguranças que barrou a passagem da reportagem do 'Estado', a medida foi tomada para evitar tumultos como o de ontem. 
"Você viu a confusão que teve aqui, moço? Ninguém conseguia entrar ou sair. Só me mandaram orientar o pessoal. Entrada de um lado e saída do outro", disse o funcionário que não quis se identificar.
Muitas pessoas ficaram confusas com a nova determinação. "Se está deste jeito agora pela manhã, imagina mais tarde, quando mais gente chegar. Duvido que eles vão conseguir dar conta", esbravejou o mineiro Lucas Santos, 24, que veio ao festival para assistir ao show do Arcade Fire.

O cenário na praça de alimentação na manhã deste domingo, 6, é completamente diferente do visto na noite do último sábado, quando o local se transformou em uma bagunça generalizada. O clima é tranquilo e algumas pessoas aproveitam para antecipar a compra de tickets. "Já comprei tudo, daí, mais tarde, não preciso ficar me preocupando com duas filas. Uma já basta, não é?", brincou a estudante do ensino médio Janaina Sertape, 17.

Você precisa saber que...


  • Criamos 302 mil empregos com carteira assinada no primeiro bimestre
  • A taxa de desemprego de 5,1% no mês de Fevereiro é o menor da série histórica
  • O rendimento médio real subiu 3,1% em Fevereiro em comparação ao mesmo mês de 2013
  • Indústria nacional cresceu 3,8% em Janeiro sobre o resultado de Dezembro do ano passado
  • A arrecadação federal teve um aumento de 3,4% em Fevereiro
Quantos países adorariam está passando por essa "crise" que a oposição midiásmática divulga todos os dias?


    Ele é um complexado

    É: Eu sou José Dirceu: " O ódio que ele - Joaquim Barbosa - me devota decorre do triste complexo de inferioridade que ele tem. O coitado não se conforma por...

    Eu sou José Dirceu

    " O ódio que ele - Joaquim Barbosa - me devota decorre do triste complexo de inferioridade que ele tem. O coitado não se conforma porque fui contra a indicação dele ao STF, tendo como critério principal a cor da sua pele. Todo mundo sabe disso. Ele e os que imaginam que estou derrotado, não sabem de nada".

    Fotografia

    Catedral de Duomo em Milano - Itália

    Para assegurar o direito de José Dirceu o Judiciário é mais rápido que uma lesma parada

    Para livrar a cara de um dos seus algozes, é um The Flash
    Corja!

    O corregedor Nacional de Justiça substituto, conselheiro Gilberto Valente Martins, determinou a imediata suspensão do procedimento administrativo, em curso na Corregedoria da Justiça do Distrito Federal e Territórios, que apurava eventual falta disciplinar cometida pelo juiz de direito substituto Bruno André Silva Ribeiro. O magistrado atuava, até o último dia 2 de abril, na Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal.
    Na decisão, tomada nesta sexta-feira (4/4), o conselheiro determina ainda o encaminhamento do procedimento administrativo ao CNJ, que passa a tramitar na Corregedoria Nacional de Justiça. Um Pedido de Providências foi instaurado para que a Corregedoria Nacional de Justiça reexamine “a legalidade, conveniência e oportunidade dos atos administrativos praticados pelo TJDFT” contra o juiz Bruno Ribeiro, “especialmente a redesignação para outra Vara e a abertura de investigação administrativa”.
    A redesignação e a abertura da investigação administrativa ocorreram após o magistrado expedir ofício ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, solicitando informações sobre as providências tomadas para sanar irregularidades que teriam ocorrido em benefício dos presos condenados na Ação Penal 470/STF. A solicitação das informações ao governador foi feita a partir de pedidos formulados pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública e após ampla divulgação das notícias pela imprensa.
    “Da análise minuciosa dos documentos encartados aos autos, observo que o ofício encaminhado pelo Governador do Estado à Presidência do TJDFT supratranscrito, em momento algum, solicita a apuração de responsabilidade disciplinar do magistrado. Ao contrário, apenas demonstra o inconformismo daquela autoridade estadual em responder a pedido de informações encaminhado por magistrado competente”, afirma o conselheiro em sua decisão.
    “Já quanto à redesignação do magistrado Bruno André da Silva Ribeiro para exercício em vara distinta da VEP, parece-me, à primeira vista, injustificada. Contudo, não constam dos autos o referido ato de redesignação, seus motivos, nem tampouco a data em que ocorreu. Informações que poderiam demonstrar a pessoalidade e, portanto, a invalidade, do ato administrativo em questão”, conclui.
    A decisão estipula ainda um prazo de cinco dias para que o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), desembargador Dácio Vieira, informe à Corregedoria Nacional de Justiça as razões que motivaram a redesignação do magistrado para o 6º Juizado Especial Cível de Brasília. A presidência do TJDFT deverá ainda apresentar, dentro do mesmo prazo, os atos de redesignação do juiz Bruno André da Silva Ribeiro e dos demais magistrados que tiveram exercício na Vara de Execuções Penais do DF, nos últimos dois anos.
    Tatiane Freire
    Agência CNJ de Notícias

    Amor não significa exclusividade

    ...para os adeptos de relacionamentos abertos

    Maria Fernanda Geruntho Salaberry, de 28 anos, e Regina Faria, de 44, são amigas e têm gostos parecidos. As duas vivem uma relação amorosa com Marcelo Soares, de 24, que também se relaciona com outras e outros, em Porto Alegre (RS). Ciúme, exclusividade e casamento não fazem parte do vocabulário. Eles preferem liberdade e respeito.
    Defensor do "relacionamento livre", uma vertente extrema do relacionamento aberto, o trio acredita que a monogamia fracassou e os relacionamentos convencionais, a dois, estão sentenciados a acabar.

    Reprodução/GShow
    Clara polemizou edição do BBB por ter um casamento aberto e se envolver com Vanessa

    As relações não monogâmicas voltaram a ser discutidas durante a última edição do BBB, com a formação do casal de participantes Clara Aguilar e Vanessa Mesquita - a primeira é casada e tem o aval do marido para viver experiências extraconjugais com mulheres.
    Ao sair com o terceiro lugar, na terça-feira (1º), Clara falou que não abandonaria a companheira e até pediria ao marido para incluí-la no casamento dos dois.
    Para psicólogos e psicanalistas ouvidos pelo Delas, amar duas, três ou mais pessoas ao mesmo tempo e de diferentes gêneros tem se confirmado como uma tendência das relações modernas.
    "Relacionamentos para mim têm uma duração. Não dá para negar que o tesão tem um tempo pré-determinado”, diz a jornalista Regina, relembrando a experiência do casamento monogâmico que durou 15 anos. Ela garante, no entanto, que foi feliz, mas viver várias relações simultâneamente aumentam as chances de alcançar a felicidade.
    O encontro

    Luis Fernando Veríssimo

    Lugar ideal

    Um homem resolve fugir da cidade grande em que vive e padece. Bota família e bagagem num carro e ruma para... Para onde? Ele não sabe. Vai para o interior do país. Depois para o interior do interior do país. A família se impacienta. Aonde ele quer chegar?
    A cada cidadezinha que passam, a mulher pergunta “É aqui?” e o homem diz “Não”. A cada lugarejo que cruzam, as crianças, esperançosas, perguntam. “Aqui não serve?” e o homem diz “Não”. E continua a viagem, rumo ao interior do interior do interior do país. Até que entram numa cidade minúscula, uma cidade de um poste só. E o homem declara: “É aqui que nós vamos morar!”
    A família não entende. O que aquela cidade tem de especial? Por que logo ali? E o homem responde:
    — Vocês não notaram?
    — O quê?
    — Os cachorros correndo atrás do carro! Aqui cachorros ainda correm atrás de carros! É aqui que nós vamos ficar!
    Em outra versão da mesma história, o homem à procura de um lugar perfeito para morar chega numa cidadezinha no interior do interior do interior do interior do país, entra no único bar da cidade e pede:
    — Uma Coca-Cola, por favor.
    E o dono do bar pergunta:
    — Uma o quê?
    — É AQUI! — grita o homem.
    (Na verdade, como adepto da Coca diet, meu ideal não seria o mesmo do nosso hipotético buscador. Mas entendo a sua alegria.)
    Numa lista recém-publicada de países ideais para se viver, o primeiro lugar foi para a Nova Zelândia, seguida da Suíça, da Islândia e da Holanda. Neozelandeses, suíços, islandeses e holandeses morariam nos melhores lugares do mundo, julgados, eu suponho, pelo parâmetro algo impreciso da “qualidade de vida”.
    Imagino que não entre na cotação o grau de chateação cotidiana nesses paraísos, o que desclassificaria pelo menos três dos quatro. Só se salvaria a Holanda, onde a tolerância com o comportamento individual dos cidadãos em matéria de sexo e drogas é, no mínimo, uma garantia contra o tédio. Pois deveria contar pontos na avaliação dos lugares ideais para se viver o quesito “o que fazer nos sábados à noite”.

    Luis Fernando Veríssimo é escritor.

    Encontre a diferença

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    Lula e os institutos de pesquisa

    "Não sou candidato a presidente nesta eleição. Por que os institutos de pesquisa insistem em colocar meu nome nas pesquisas? Por que não colocam o nome de Fernando Henrique Cardoso? Estranho, muito estranho..."

    DataFolha - o que diz a pesquisa?


    Em alto e bom som a população disse na penúltima pesquisa - induzida - do instituto frias de opinião publicada:

    Se a oposição tiver como candidatos a presidência, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PS do B), a presidente Dilma Rousseff é reeleita no primeiro turno.


    Prego batido, ponta virada!

    Henfil diria

    Essa pesquisa Datafolha é muito estranha...

    Receita do dia

    Ovo de Páscoa trufado

    Ingredientes:
    • 01 lata de creme de leite
    • 01 colher de sopa de mel
    • 01 dose de licor de cacau
    • 100 gramas de chocolate ao leite
    • 150 gramas de chocolate meio amargo
    Como fazer:

    Crônica dominigal de A. Capibaribe Neto

    O homem que nunca chegava

    Era como se as malas nunca fossem abertas. Mal chegava já estava de partida. Vivera uma vida de desencontros embora estivesse sempre em busca do porto definitivo. Queria chegar, ficar mais tempo, talvez a vida inteira, e precisava encontrar motivos, terreno fértil, plantar sementes, sentir as raízes procurando o fundo da terra para se agarrar, para se fincarem e não temer ventos, tempestades, raios, o que fosse. E chegava, e procurava até cansar. Depois, sentava e ficava ali, ao lado da mala surrada e da mochila onde carrega todos os retalhos da vida vivida e retalhada em mil partidas, em mil buscas e desencontros, na paz aparente de uma praça qualquer que se esvaziava quando a noite se espreguiçava para dentro da madrugada e via o dia raiar. E aí, escolhia uma rua qualquer que o levasse a uma avenida e a avenida se transformasse em estrada e desafiava um novo horizonte. Nunca olhava para trás. Aprendera isso com os indianos que se vestem apenas com um manto de cor laranja e caminham sempre para frente, sem jamais olhar para trás. 
    O homem olhava, vez por outra, para ver se havia deixado rastros, pegadas, como se quisesse ser seguido, encontrado e aí, ter um motivo para parar, ficar mais tempo e, quem sabe, nunca mais se despedir de coisa nenhuma ou daquilo que encontrava, mas deixava para trás, como se nunca tivesse passado por ali, deixado o nome, um endereço... Podia ser chamado de andarilho, caminheiro errante, fugitivo, mas fugitivo de quê? 
    Ninguém foge de lembranças, de saudades, de nomes de cheiros bons, de recordações marcantes. Ninguém foge da dor. Toda dor tem que doer até passar. Todo pranto tem de ser chorado até que sequem as lágrimas, até que acabe o motivo ou se descubra que também as dores, principalmente as das saudades, de uma benquerença que acabou de um lado, chegam a um fim. 
    Ninguém determina que vai parar de sentir saudades ou de lembrar de um rosto ou de uma voz cheia de diminutivos carinhosos que se cansaram ou se esgotaram porque não tiveram eco ou, quando tiveram, já era tarde demais... Muitas vezes, negligenciamos e quando menos esperamos, pinga uma gota d'água que faz transbordar tudo. É a última, contra quem não existe força capaz de juntá-la, e fazer o tempo voltar. Não volta. Existe um homem assim dentro de cada um de nós. Estamos sempre fugindo, ou pelo menos tentando, até das verdades, das realidades, das consequências, mas a pior fuga é aquela que tentamos empreender para nos afastar dos arrependimentos. "O arrependimento quando chega, faz chorar, oi! Faz chorar... Os olhos ficam logo rasos d'água, e o coração parece até que vai parar..." - a música é velha, mas histórias assim são atuais, mesmo que a moda seja outra. 
    O homem ficava sentado no banco da praça, olhando para um lado e para o outro, respirava fundo, segurava o rosto entre as mãos, vez por outra alguém via lágrimas cadenciadas se espatifarem no chão sujo e se misturavam a umidade do cimento ou logo eram absorvidas pela quentura de um dia escaldante. Depois, levantava-se, respirava fundo e ia embora. Não importava de onde tinha chegado e muito menos para onde estava indo. Só queria ir. Um dia chegaria ou ao lugar que já o esperava ou para as surpresas da vida que se escondem em cada novo amanhecer. 
    O homem não sabia aonde haveria de chegar, mas nunca esquecia de onde havia partido e porque carregava sua história tão pesada em direção a nenhum lugar...

    Diz o monge beneditino Steindl-Rast:

    "De manhã, devemos nos comportar como se fossemos atravessar uma rua: parar, olhar para os lados, e ir em frente".

    "Antes de nos atirarmos a atividade frenética do dia, nós paramos. Isto nos permite refletir sobre nossas prioridades, as atitudes possíveis diante de um problema, as decisões que precisam ser tomadas".

    "Em seguida, nós olhamos para os lados. Não adianta parar, se não enxergamos o que acontece a nossa volta. É necessário entender que, ao tomar uma decisão, estamos influenciando e sendo influenciados por tudo que está acontecendo a nossa volta".

    "Finalmente, nós seguimos adiante. Não adianta parar, olhar para os lados, se não temos um objetivo definido. O fato de agir é que justifica tudo - e que nos permite mostrar, através do trabalho, a imensa glória de Deus. E para que tudo isso dê certo, basta se comportar da mesma maneira que nos comportamos quando atravessamos uma rua".

    Mais uma estória sobre hipocrisia, por Paulo Coelho

    O profeta e os tigres

    O falso profeta chegou a aldeia e assustou a todos com ameaças de males que viriam da floresta. As pessoas, assustadas, reuniram uma enorme quantia de dinheiro e lhe entregara, de modo que conseguisse afastar o perigo.

    O homem comprou alguns pães velhos, e começou a espalha-los em torno da floresta, recitando palavras incompreensíveis. Um rapaz se aproximou:

    - O que está fazendo?

    - Salvando os seus pais, seus avós, e seus amigos da ameaça dos tigres.

    - Tigres? Mas não existem tigres neste país!

    - Por força da minha magia - disse o falso profeta. - Ela funciona sempre, como está vendo.

    O rapaz ainda tentou argumentar. Mas os habitantes resolveram expulsá-lo da cidade, pois ele estava atrapalhando o trabalho daquele homem santo.

    Mais uma estória sobre hipocrisia, por Paulo Coelho

    O profeta e os tigres

    O falso profeta chegou a aldeia e assustou a todos com ameaças de males que viriam da floresta. As pessoas, assustadas, reuniram uma enorme quantia de dinheiro e lhe entregara, de modo que conseguisse afastar o perigo.

    O homem comprou alguns pães velhos, e começou a espalha-los em torno da floresta, recitando palavras incompreensíveis. Um rapaz se aproximou:

    - O que está fazendo?

    - Salvando os seus pais, seus avós, e seus amigos da ameaça dos tigres.

    - Tigres? Mas não existem tigres neste país!

    - Por força da minha magia - disse o falso profeta. - Ela funciona sempre, como está vendo.

    O rapaz ainda tentou argumentar. Mas os habitantes resolveram expulsá-lo da cidade, pois ele estava atrapalhando o trabalho daquele homem santo.

    Paulo Coelho - Uma história sobre hipocrisia

    A lei e as frutas - No deserto, as frutas eram raras. Deus chamou um dos seus profetas, e disse:

    - Cada pessoa só pode comer uma fruta por dia.

    O costume foi obedecido por gerações, e a ecologia do local foi preservada. Como as frutas restantes davam sementes, outras árvores surgiram. Em breve, toda aquela região transformou-se num solo fértil, invejado pelas outras cidades.

    O povo, porém, continuava comendo uma fruta por dia - fiel à recomendação que um antigo profeta tinha passado aos seus ancestrais. Além do mais, não deixava que os habitantes das outras aldeias se aproveitassem da farta colheita que acontecia todos os anos.

    O resultado era um só: as frutas apodreciam no chão.

    Deus chamou um novo profeta e disse:

    - Deixe que comam as frutas que queiram. E peça que dividam a fartura com seus vizinhos.

    O profeta chegou na cidade com a nova mensagem. Mas terminou sendo apedrejado - já que o costume estava arraigado no coração e na mente de cada um dos habitantes.

    Com o tempo, os jovens da aldeia começaram a questionar aquele costume bárbaro. Mas, como a tradição dos mais velhos era intocável, eles resolveram afastar-se da religião. Assim, podiam comer quantas frutas queriam, e dar o restante para os que necessitavam de alimento.

    Na igreja local, só ficaram os que se achavam santos. Mas que, na verdade, eram pessoas incapazes de enxergar que o mundo se transforma, e que nós devemos nos transformar com ele.