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Bela cozinha
Café da manhã
Uma xícara de café com leite (sem café e sem leite)
Uma fatia de pão (sem massa, sem água, sem sal e crua)
E um ovo (sem clara nem gema)
Almoço
Arroz, feijão, verdura e carne
(óbvio que seguindo as dicas acima)
Ceia - Fartura a mais não poder mais
Peru, Porco, Carneiro, Bacalhau e todo mais que caiba numa foto, porque ninguém e de ferro, temos de ter um pouco de moderação, não é mesmo?
Ah, dia 1º de Janeiro de 2016...
Vamos se comportar, né gente...por favor, beber água com moderação.
E ver se não abusa fazendo churrasco de melancia todo fim de semana.
Feliz 2016!
Veja a bandidagem
A seletividade, por André Singer
O pagamento de R$ 60 milhões por parte da Alstom, como indenização por uso de propina no mandato do pessedebista Mário Covas em São Paulo (Folha, 22/12), a revelação de que a dobradinha Nestor Cerveró-Delcídio do Amaral remonta ao tempo em que ambos serviam ao governo Fernando Henrique Cardoso (Folha, 18/12) e a condenação do ex-presidente tucano Eduardo Azeredo a 20 anos de prisão (Folha, 17/12), por esquema análogo ao que levou José Dirceu à cadeia em 2012 (condenado à metade do tempo), confirmam que há dois pesos e duas medidas no tratamento que a mídia dá aos principais partidos brasileiros.
Enquanto o PT aparece, diuturnamente, como o mais corrupto da história nacional, o PSDB, quando apanhado, merece manchetes, chamadas e registros relativamente discretos. O primeiro transita na área do megaescândalo, ao passo que o segundo ocupa a dimensão da notícia comum.
Isso não alivia a situação do PT, o qual, como antigo defensor da ética, tinha compromisso de não envolver-se com métodos ilícitos de financiamento. No entanto, o destaque desequilibrado distorce o jogo político, gerando falsa percepção de excepcionalidade do Partido dos Trabalhadores. A salvaguarda do PSDB pelos meios de comunicação reforça a tese de que o objetivo é destruir a real opção popular e não regenerar a República.
Note-se que o acordo feito pela Alstom não inclui os processos "sobre o Metrô, a CPTM e as acusações de que a multinacional francesa fez parte de um cartel que agia em licitações de compra de trens", diz este jornal. Os 60 milhões de reais ressarcidos dizem respeito só ao "contrato de fornecimento de duas subestações de energia". Será que o montante completo dos desvios, caso computado, não chegaria a proporções petrolíferas?
Se a mídia quisesse, de fato, equilibrar o marcador, aproveitaria o gancho para mostrar que juízes, procuradores e policiais, vistos em conjunto, têm sido parciais. Enquanto a máquina investigatória avança de maneira implacável sobre o PT, o PSDB fica protegido por investigações que andam a passo bem lento. Aposto que se uma vinheta do tipo "e o metrô de São Paulo?" aparecesse todo dia na imprensa, em poucas semanas teríamos importantes novidades.
O problema, contudo, pode ser mais grave. Hipótese plausível é que os investigadores poupem o PSDB exatamente porque sabem que não contariam com a simpatia da mídia se apertassem o cerco aos tucanos. Conforme deixa claro o juiz Sergio Moro no artigo de 2004 sobre a "mãos limpas" na Itália, a aliança com a imprensa é crucial para o sucesso desse tipo de empreitada. Trata-se de um sistema justiça-imprensa, que aqui tem agido de modo gritantemente seletivo.
Na Folha de São Paulo