Há duas maneiras de viver:
A primeira é acreditar que não existe milagre
A segunda é acreditar que a vida já é um milagre
Como você vive?
Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...
Fernando Pessoa
Como o Tinder e a internet mataram o amor
Esse é um encontro típico de um futuro não muito distante: um jovem (K) e uma garota (A) vão a um bar. Ambos têm iPads e compartilham clipes e mensagens enviadas por amigos. Seus amigos estão assistindo ao vivo e comentam sobre como A e K têm boa aparência e combinam. O encontro começa com 200 pessoas online e o número começa a subir.
Amigos fazem sugestões – "chegue mais perto", "toque sua mão". Eles são avaliados num site. "Olha, nós temos 2.000 seguidores," A diz para K. "Rápido, diga algo romântico." K se esforça. "Então, você gosta de neo punk?" "Sim", responde A. "E você curte burlesco". Ela devolve: "Yeah"
A paquera é difícil, pois ambos já sabem que eles compartilham os mesmos interesses em matéria de filmes, música, TV, política e esporte. Esta foi, afinal, a razão por que eles foram selecionados através de algoritmos (outros fatores incluíam peso, etnia e preferências religiosas e sexuais).
K pede a seus amigos online que sugiram piadas. Cem sugestões aparecem e eles as compartilha com A. Mas, de alguma forma, isso não foi muito engraçado. Ela se pergunta se acha mesmo K atraente. Será que os algoritmos deram erro? A pede a seus amigos que votem: "Eu gosto dele?"
A e K se concentram em suas estatísticas. Eles tentam agradar seus seguidores – que são, afinal de contas, os que vão decidir se eles devem ir para a casa dele ou dela e consumar o ato, que será filmado e compartilhado com a classificação "quente" ou "frio". Na sua mesa, sem palavras agora, K e A sentam e esperam os resultados. Eles estão desapontados por tantos espectadores desistirem. Seus amigos devem ter escolhido outro encontro online de centenas de milhares disponíveis.
Isso pode soar como uma distopia futurista, mas as tecnologias necessárias já estão aqui. Sites como Match.com, eHarmony e OkCupid agora compilam dados para fazer pré-selecções de parceiros. Foi-se a possibilidade de um encontro casual com alguém com renda diferente ou outro background – um dos pré-requisitos, no passado, para o amor romântico e para o fenômeno dos "opostos que se atraem".
O namoro online costumavam ser um pouco sórdido, uma aventura secreta, mas agora ele virou "social", com sites como Badoo, Matchmaker e Gelato que misturam dados do Facebook. O fascínio do sexual é que ele é anti-social. Mesmo os antigos bastiões da clandestinidade, porém, agora têm avaliações de usuários. "Jim é gostoso, mas tem problemas com halitose".
O namoro através de redes sociais e aplicativos está se tornando o que casamentos arranjados já foram, com algoritmos e avaliações substituindo estruturas familiares opressivas. Graças à internet, privacidade e mistério – outros ingredientes essenciais para o amor e luxúria – estão morrendo rapidamente.
Tinder, Blendr, Swoon usam GPS, ou seja, todos os seus movimentos estão sendo mapeados, possivelmente pela NSA e a CIA. Amor e desejo morrem quando tudo é transparente. A internet está substituindo os mistérios da sedução pela vigilância socializada. Então, o que resta para as artes do amour na era do Big Data, agora que temos tudo o que queremos com o toque de um botão e nós mesmos compartilhamos tudo publicamente de modo que nossas vidas interiores deixaram de existir?
Há uma solução radical que pode ainda nos salvar, e que é impensável em uma época em que acreditamos que o progresso tecnológico é a única resposta: tornar-se um ludita em nome do amor – e desligar o smartphone, estúpido.
Por que tucanos e demos temem a participação popular?
Desde os anos 30 do século passado, a participação da sociedade civil nas decisões de Estado foi vital para o Brasil. Exemplo disso são os conselhos nacionais de educação e saúde que, pelo menos desde 1936, participam da formulação de políticas públicas nacionais.
A parceria entre sociedade civil e governos não só contribuiu para a consolidação da democracia como possibilitou a construção de marcos históricos na vida dos brasileiros: implantação do SUS (Sistema Único de Saúde), melhoria na qualidade de vida nos municípios (mais habitação, saneamento e mobilidade), conselhos regionais e orçamento participativo são alguns deles. A formulação de políticas públicas embasadas no diálogo com todos os segmentos sociais foi e continua sendo fundamental para o exercício da democracia e o desenvolvimento do país.
Desclassificar o Decreto n. 8.243/2014, da presidenta Dilma Rousseff, que cria a Política Nacional de Participação Social e estimula a participação dos conselhos, movimentos sociais e da população na gestão do governo, é desprezar não só fatos públicos e notórios, mas, sobretudo, a democracia. Ora, quem ainda pode ter medo da participação social?
Motor das mudanças sociais, o cidadão influi, participa e aprimora as políticas públicas. Se existe hoje uma política nacional de saúde, foi graças à interação dos movimentos sociais com o Estado. Sem o Conselho Nacional de Saúde, não teriam sido criadas, nos anos 80, as bases do SUS, sistema que ainda tem muitas carências, mas universalizou o atendimento de saúde no país e é hoje referência mundial em atenção básica. O Brasil é um dos poucos países do mundo que disponibilizam um sistema gratuito de saúde para toda a sua população.
As diretrizes centrais do SUS foram geradas na 8ª Conferência Nacional de Saúde, de 1986, em pleno processo de redemocratização do país e às vésperas da Constituinte de 1988. Esse amplo debate público embasou, na Constituição, as formulações do SUS, regulamentado em 1990.
Hoje o SUS atende a 80% da população brasileira, aproximadamente 150 milhões de pessoas, enquanto os planos de saúde têm 40 milhões de usuários, que representam 20% da população.
O SUS foi o primeiro passo de um exercício profícuo de cidadania e participação da sociedade civil organizada. Há marcos dessa participação em todas as instâncias da administração pública brasileira, seja na União, nos Estados ou nos municípios. Milhares de pessoas participam hoje de conselhos gestores em diferentes áreas de políticas públicas.
No que se refere à Política Urbana brasileira, a própria construção de uma Política Nacional de Desenvolvimento Urbano se funda no reconhecimento de que a participação na elaboração e execução das políticas é direito dos cidadãos. A implantação e o fortalecimento do processo de conferências e conselhos têm como princípios a participação e controle social, uma forma contínua de aproximar as ações do s governos à realidade da população.
O Conselho das Cidades, no âmbito nacional, tornou-se um espaço dinâmico de debates, críticas e recomendações, que tem contribuído para a implementação das deliberações das 1ª, 2ª e 3ª Conferências e das Políticas de Habitação, Saneamento e Mobilidade.
Tem-se um caso emblemático de desenvolvimento urbano com participação social em Diadema, no ABCD paulista. Diadema é prova inconteste da eficácia de políticas gestadas no diálogo direto entre sociedade civil organizada e Estado, ao longo de três décadas de administrações petistas na cidade. Graças aos movimentos sociais, principalmente aqueles ligados à moradia, Diadema saltou de 528 (em 1991) para 757 (em 2010) no IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), de acordo com dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), passando da categoria "baixa" para "alta" em duas décadas.
Com apoio dos movimentos de moradia à gestão municipal, Diadema tornou-se pioneira na criação do instrumento urbanístico das AEIS (Área Especial de Interesse Social), ainda na revisão do Plano Diretor de 1994, que reservava terrenos particulares vazios e núcleos residenciais de baixa renda para a construção de moradias populares.
Os números do saneamento básico em Diadema também são um reflexo do diálogo com a população e da participação da sociedade civil na construção da administração pública aberta e democrática, através dos conselhos regionais. O município conseguiu, em 2012, chegar a 100% de eficácia na distribuição de água e 96% de coleta de esgoto, segundo dados da SANED (Companhia de Saneamento de Diadema). Com isso, obteve, naquele ano, resultado positivo no Ranking do Saneamento, estudo do Instituto Trata Brasil - que tomou por base os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
Os dados e exemplos são muitos. A participação popular, indispensável e fundamental para a democracia, possibilitou avanços reais no país ao longo dos últimos 80 anos. Negar fatos históricos e desqualificar os avanços proporcionados pelo decreto da presidenta é antidemocrático.
Não há democracia sem soberania e participação popular. O objetivo do governo Dilma é justamente promover a participação social na formulação, no monitoramento e na avaliação das políticas públicas além de prover canais de articulação da sociedade com as três instâncias de governo: federal, estadual e municipal.
Não há democracia e amadurecimento de uma nação sem participação da sociedade. E não há participação sem uma sociedade civil organizada e com canais institucionais para interagir com as decisões do governo. Seja no município, no estado ou no país.
O coro contra o decreto é muito barulho por nada. A democracia avançou nos governos Lula e Dilma e continuará no centro das prioridades da cidadania e dos governos democráticos. O diálogo entre cidadão e Estado está aberto. Não há volta atrás.
Mário Reali - arquiteto e urbanista, foi prefeito de Diadema (2009-2012) e deputado estadual (2002-2005 e 2006-2008).
Carlos Neder - médico sanitarista e deputado estadual, foi secretário municipal de saúde de São Paulo (1990-1992)
Poesia da noite
Humor
Liberdade ainda que tardia
Mensagem da noite
Isso é coisa do PT
“Há jovem que se esquece do que era a economia em 2002, que não se lembra o que era o desemprego, o salário mínimo em 2002. No tempo deles, não aparecia corrupção nos jornais porque eles jogavam a corrupção debaixo do tapete e nós tiramos o tapete da sala”.
“Temos que perguntar em qual país, com exceção da China, o PIB cresce mais do que no Brasil. O complexo de vira-lata é tão grande, que eu vou dar um exemplo a vocês. A manchete de um jornal diz o seguinte: ‘O PIB americano caiu 2,9%’. E qual são as palavras seguintes? ‘Mas a economia já dá sinais de recuperação”.
“Aqueles que não queriam a Copa no Brasil estão tendo que conviver com a Copa mais extraordinária da história”.
Tapetão - Aécio só manda no Judiciário de Minas
Ministro nega liminar para suspender efeitos de convenção partidária do PP
Festival de pornopolítica
Papo de mulher
Papo de homem
“No dia em que eu morrer, quero estar dentro do estádio”.
Operação cumpre 200 mandados de prisão em Fortaleza
Mensagem da Vovó Briguilina
O nosso objetivo aqui é: Observar, crescer, amar, viver!
E depois?...
Sei lá, ninguém sabe. Cada um imagina uma coisa diferente.
Tem quem acredite: Morreu acabou!
Eu penso assim.