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PT, deixa o Severino Pépé falar

Lula: o debate nos faz falta

2015 | 23:06 Autor: Fernando Brito
severino
Eu, volta e meia, vou olhar o número de compartilhamentos e de comentários do post, por duas razões: não apenas é o que defende o leite das crianças nas contagens malditas da publicidade como é, em parte, o que mede a utilidade de escrever aqui.
Claro que os post que conseguem mais audiência e mais compartilhamentos são aqueles em que se revela alguma situação escandalosa ou risível dos personagens da direita, ou os que mostram exemplos de dignidade pessoal.
Quem fez jornal sabe reflexão não é manchete.
Ficou longe de ser um campeão de audiência, mas provocou uma polêmica fraterna que, creio, a todos nos fez muito bem.
Todos somos, pouco mais ou pouco menos, frutos de onde viemos. E nossa biodiversidade é que nos faz mais fortes.
Vendo o debate, lembrei-me de algo que  muitos vão considerar insólito.
Veio-me à mente o Severino, o Severino Pé-Pé.
Severino era um mendigo, a quem não se sabia o que tinha atirado à rua, se antes a cachaça ou se antes da cachaça um amor, uma tragédia pessoal.
Bronco não era, e o Castro Alves que descia às catadupas  sua da língua engrolada o provava.
Se não o deixavam entrar nas lanchonetes, nas lojas, nos mercados, havia um lugar onde Severino poderia entrar: no terceiro andar da Rua 7 de setembro, n° 141, onde se realizavam as reuniões do PDT, nos primeiros tempos de Brizola antes e depois da vitória para o Governo do Rio.
Mesmo quando um pouco alterado, Brizola pedia que o deixassem falar, ‘porque ele é um homem que não tem nada a perder nem a ganhar, vai falar com sinceridade”.
Severino não era um radical, mas era cru. Dizia algumas vezes  o que nos faltava ouvir.
Quando vamos ao poder, encastelamo-nos, ouvimos pouco das pessoas que para lá nos levaram e muito daqueles  que, muito importantes, não nos quiseram lá.
Não me excluo deste juízo, por certo.
Mas a polêmica provocada pelo que, cheio de dúvidas e com uma única certeza inabalável, escrevi mostra o quanto estamos carentes disso, do debate.
Se Lula, de fato, quer reciclar o PT, deve chamar ao debate também a imensa – quem sabe majoritária – parcela da esquerda brasileira que está fora dele mas que reconhece nele, Lula, a expressão de um projeto popular para o Brasil.
Inclusive aos Severinos Pé-Pé, aos excluídos, aos dissidentes, aos andrajosos, aos desqualificados pelos homens “bons” e mesquinhos, que querem tudo para si e que não são capazes de dizer, como ele fazia, com os cabelos ensebados a transmutarem-se na cabeleira do poeta:



Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa… chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!…
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança…
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!…
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! … Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
Fernando Brito - Tijolaço

Lula: Dilma é nossa. Nós somos Dilma!

Abaixo trechos do discurso de Lula no Dia Nacional de Mobilização Nacional:



Nesta terça-feira (31),  em discurso no Dia Nacional de Mobilização da Democracia, o Presidente Lula defendeu o ajuste promovido no inicio do segundo mandato da Presidenta Dilma. O petista afirmou ser algo necessário no atual cenário econômico.

“[No meu primeiro governo] Eu fiz um ajuste mais forte do que esse. De vez em quando é preciso fazer.  Eles perguntam: Por que não aumentou a gasolina antes? Por que a Dilma diminuiu a conta de energia? Só que a Dilma não esperava a seca deste ano”, disse Lula em São Paulo.

“Aí, teve que ligar as termelétricas. E a energia da termelétrica é mais cara. É uma conjuntura desfavorável e não dependeu da Dilma. A inflação é uma desgraça para o pobre e a Dilma sabe disso. O sindicato não está feliz, mas com a Dilma vocês podem negociar. Se fosse um tucano, nem em Brasília vocês chegavam”, provocou o Presidente.


A plenária, que foi promovida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE) e outros movimentos populares, teve o objetivo de convocar  duas grandes mobilizações de rua que acontecerão nos dias 7 de abril e 1º de maio, Dia do Trabalhador.

Sobre a gestão da Presidenta, disse Lula:  “A Dilma é produto nosso. Ela tem compromisso conosco. Querem tirar ela, pra tirar o povo do governo”
Combate à corrupção

No evento, o Presidente voltou a afirmar que o combate à corrupção se fortaleceu nos governos petistas. Segundo ele, o partido “tirou o tapete que escondia a corrupção”.

“Fomos nós que fizemos as maiores leis de combate à corrupção. Temos que tirar o tapete que esconde a corrupção da sala. Fomos nós que escancaramos”, declarou aos militantes petistas.

“Até hoje, não fizemos o debate correto sobre a corrupção. Acho que sempre achamos que a corrupção não era coisa para debatermos e em SP ela é crônica, historicamente”, criticou, para continuar: “Aqui em SP se cunhou a frase ‘rouba, mas faz’”.

“O tema da corrupção é que levou o Vargas a morte, tentaram o meu impeachment em 2005 e é o tema da corrupção agora”, opinou.  

“Quando tentam falar que tudo na Petrobras é bandalheira, eles esquecem de dizer: a corrupção foi de uma ou duas pessoas que terão que pagar o preço”, contou.

Abaixo, outras frases do Presidente:



A Globo não transmite, mas a internet transmite.

Tivemos uma briga desgraçada para ganhar as eleições e parece que foram os adversários que ganharam.

Me parece que estamos brigando por aquilo que já vencemos.  Parece que, para eles, não termina nada.

Ganhamos as eleições numa margem muito apertada. A eleição mais difícil dos últimos tempos.  Enfrentamos a infâmia, mentiras e agressões.

Muitos deles não se conformam da emprega comer no mesmo restaurante que o patrão.

Em 2006, eles me acusavam de dividir o país.

Hoje, eles fomentam a guerra de classe de cima para baixa.

Frias dizia: você se engana que eles vão deixar você ser Presidente. Mas nós subimos a escada.

E o povo subiu as escadas.

Ganhamos e assumimos compromissos. E a Dilma tem um compromisso com a parcela mais pobre do país, pois é essa gente que precisa do Estado. Quem precisa do poder público é os do andar de baixo.

Não queremos perturbar os do andar de cima, mas não perturbem a gente. 

Por que estamos defendendo a democracia? Defendendo a Petrobras?

Queria recordar de vocês as manchetes dos jornais de 2003, quando tomei posse. No Globo, era sobre os cortes no orçamento. E dizia que eu aumentava o aperto do orçamento.

Depois, no Estadão, Lula tem a primeira queda de popularidade.

Depois, Lula e José de Alencar divergem sobre os juros.

Movimentos sociais se unem contra Lula

O PIB zero pode prejudicar o governo

A mesma manchete de 2007, a Folha afirmava: Governo começa sem rumo e envelhecido. 

Fim do governo Lula?

Em julho, “vaias a Lula abrem guerra entre Governo e oposição”

As manchetes de hoje contra Dilma são mais virulentas. 


Quando o cidadão vai fazer delação premiada e fala que tem não sei quantos milhões lá fora

Quero saber se alguém vai ter coragem de falar que o Gabrielli recebeu da corrupção.

Esse país nunca teve ninguém com a valentia da Presidenta Dilma para fazer investigação.

Não precisa delatar. É só dizer que acha, que ouviu dizer.

A imprensa já condenou. Não precisa mais de juiz.

Canalha nasce canalha e bandido nasce bandido.

Tenho orgulho de ter feito a maior capitalização da Petrobras, de ter recuperado a indústria naval que eles estão quebrando agora. 

Se alguém, neste país, tem orgulho de ser o Presidente que mais visitou a Petrobras sou eu.

Tenho orgulho de ter dito a este País que o Brasil seria capaz 

Tenho orgulho de ter sujado a mão de petróleo do pré-sal e ter colocado nas costas da Dilma.

O que os incomoda é a lei da partilha, a soberania.

por Alisson Matos - Editor do Conversa Afiada

O ministro Edinho Silva definiu como será pautada sua gestão na Secom

 Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (31) após a cerimônia de posse, o novo ministro defendeu como necessária a postura do governo de manter a sociedade informada diariamente sobre a gestão do País.
"Meu principal instrumento de trabalho será o diálogo”, disse o novo ministro da Secom. Foto: RafaB - Gabinete Digital/PR
“Meu principal instrumento de trabalho será o diálogo”, disse Edinho. Foto: RafaB – Gabinete Digital/PR
“A comunicação social é fundamental para que o governo preste contas à sociedade, àqueles que pagam seus impostos e que querem saber cotidianamente o que é feito com os recursos públicos. Penso que a comunicação do governo se dá no cotidiano. Comunicação do governo se dá todos os dias. É orientação da presidenta Dilma”, declarou.
O ministro explicou que para colocar em prática essa diretriz, a Secom valorizará a relação com os veículos e com os profissionais de comunicação no dia-a-dia. “A partir de hoje, meus principais companheiros de trabalho passam a ser vocês”, disse aos jornalistas. Falou também que na sua gestão “não tem tema proibido, não tem conflito que não possa ser explicado, nem contradição que não possa ser esclarecida. Meu principal instrumento de trabalho será o diálogo”.
Verbas para publicidade
Edinho Silva disse que também seguirá o critério de alcançar comunicação efetiva com a sociedade. Para isso a Secom buscará distribuir a aplicação da verba de publicidade ao maior número de veículos possível. O objetivo, disse ele, é respeitar “a diversidade desse país, para que a maior parcela possível da população brasileira possa ter acesso aos feitos e às realizações do governo e às campanhas informativas”.
O ministro fez questão de frisar que o critério de aplicação desses recursos seguirá critério técnico,“tudo aquilo que possa blindar de critérios subjetivos, afastar qualquer decisão subjetiva”



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Frase do dia

“Tenho reiterado, em várias circunstâncias, que preferimos o barulho das vozes na democracia ao silêncio oprimido das falas escondidas nas ditaduras” 

Dilma Roussef




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Fábio de Oliveira Ribeiro: para entender Dilma Rousseff

No auge da crise artificialmente insuflada pela imprensa e soprada pelos jornalistas em direção ao Palácio do Planalto, a presidenta fez um pronunciamento aparentemente enigmático: Veja a íntegra do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff . Disse ela, na oportunidade, que “As medidas serão suportáveis porque além de sermos um governo que se preocupa com a população, temos hoje um povo mais forte do que nunca.”

O discurso foi recebido com um panelaço nos bairros ricos de São Paulo. Alguns dias depois ocorreram as manifestações de rua. Primeiro foram as ruas sindicalistas e trabalhadores que, mesmo com ressalvas, apóiam Dilma. Em seguida a classe média alta e alta foi às ruas protestar contra a presidenta, exigir seu impedimento ou uma intervenção militar. Entre os inimigos de Dilma estavam banqueiros que sonegam impostos, políticos do DEM e do PSDB e parentes de políticos denunciados pelo MPF por corrupção, ex-presidiários e até um agente do Estado que cometeu crimes durante a ditadura.

O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes. É desprezível o percentual deste total que foi às ruas para apoiar ou atacar a presidenta. A passeata dos adversários de Dilma Rousseff mostrou, inclusive, que eles não chegaram a um denominador comum.




A imprensa forneceu diversas interpretações para o que ocorreu. Não foram poucos os jornalistas que desdenharam o discurso da presidenta. Poucos prestaram atenção ao fato mais importante. Os sonhadores ignoraram o silêncio significativo da esmagadora maioria dos brasileiros. O “povo mais forte do que nunca” ficou em casa, não quer saber de aventuras e seu silencio obsequioso sugere que os brasileiros apóiam a normalidade democrática e não questionam a validade das eleições que, com justiça, foram homologadas pelo TSE.

A divisão operada na sociedade (entre aqueles que não foram às ruas x aqueles que foram as ruas apoiar ou atacar Dilma Rousseff) não se reflete no Parlamento. Lá os inimigos de Dilma Rousseff parecem ser a maioria, a começar pelos Presidentes da Câmara e do Senado (ambos denunciados por corrupção pelo MPF).

A utilização de verbas públicas como moeda de troca (como ocorria corriqueiramente durante a era FHC) não é, e provavelmente não será mais, um instrumento político para a construção de maiorias parlamentares estáveis. Portanto, a presidenta - e seus sucessores também - terão que aprender conviver com adversidades no Parlamento. O Congresso Nacional é um poder independente, pode e deve exercitar sua competência. No mais, o Judiciário poderá ser provocado pelo Executivo sempre que o Legislativo fazer menos do que deve ou mais do que poderia ter feito.

Confesso que o uso da expressão “povo mais forte do que nunca” me deixou intrigado. Por isto preferi meditar com cuidado sobre as palavras de Dilma Rousseff, que à primeira vista parecem ter sido equivocadas em virtude do que ocorreu após o pronunciamento na TV. Encontrei em Montesquieu um valioso aliado para compreender a profundidade do discurso presidencial. Em uma de suas obras pouco divulgadas, o filósofo francês diz que:

“Los historiadores hablan sólo de las divisiones que perdieron a Roma; pero no ven que esas divisiones eran necessarias, que siempre habían existido y existirían en lo sucesivo. El poderío de la república fué el que envenenó la situación y convirtió en guerras civiles los tumultos populares. Por fuerza tenía que estar Roma dividida; aquellos guerreros tan orgullosos, tan audaces y terribles, combatiendo fuera de la ciudad, no podían ser muy dulces y moderados dentro de ella. Pretender que haya en un Estado libre gentes atrevidas en la guerra y tímidas en la paz, es pretender lo imposible; y por regla general, siempre que en un Estado que lleva en nombre de república reine tranquilidad absoluta, puede asegurarse que la liberdad no existe allí.

Lo que en un cuerpo político se llama unión, es algo muy equívoco: la verdadera unión es armonía, por la cual todas las partes, por opuestas que nos parezcan, concurren al bien general de la sociedad; como las disonancias en la música, concurren al concierto total. Puede existir la unión en un Estado en que no parece haber sino tumultos; es decir, puede haber una armonía de la que resulte la felicidad, que es la única paz verdadera. Ocurre lo mismo que en las partes del universo, que están eternamente unidas por la acción de una y la reacción de otras.” (Montesquieu, Grandeza y Decadencia de los Romanos, Librería El Ateneo Editoral, Clasicos Inolvidables, Buenos Aires, 1951, p. 802)

Durante a ditadura militar não havia manifestações de rua. Quando ocorriam as mesmas eram violentamente reprimidas. Apesar da aparente harmonia que existia, o povo brasileiro era fraco e sua fraqueza se fez sentir quando o país foi pressionado pela crise do petróleo. Hoje o povo brasileiro é forte, quer porque pacificamente se divide entre a maioria silenciosa (que apóia o regime constitucional e acredita na normalidade democrática) e uma minoria barulhenta (que vai à ruas defender ou atacar Dilma Rousseff), quer porque é capaz de enfrentar os desafios impostos pelas crises internacionais com a cabeça erguida sem precisar ficar implorando recursos ao FMI (como, aliás, também ocorreu durante a era FHC).

O discurso da presidenta está, portanto, correto. Não só isto, quando Dilma Rousseff disse que temos um "povo mais forte do que nunca" o discurso dela está solidamente embasado em Montesquieu e na realidade nacional.


Mensagem da tarde

O bolo, por Jânio de Freitas

Santa embora, a próxima quinta-feira marca uma profanação constitucional: um ano exato do pedido de vista que Gilmar Mendes fez de uma ação direta de inconstitucionalidade e não mais a devolveu ao julgamento no Supremo Tribunal, impedindo-a de vigorar. Já vitoriosa por seis votos a um, os três votos faltantes não poderiam derrotá-la.

A ação foi movida pela OAB em 2011, recebendo adesão subsequente de entidades como a CNBB, com o argumento de que as doações de empresas que financiam as eleições são inconstitucionais e devem ser substituídas por doações dos cidadãos, com um teto para o montante doado.

Gilmar Mendes é favorável à permanência do financiamento dos candidatos e partidos por empresas. Sabe-se de sua opinião não só por ser previsível, mas também porque a expôs em público. Ainda há dez dias, dizia a repórteres: a proposta da OAB (Gilmar Mendes é costumeiro adversário da Ordem) "significa que o sujeito que ganha Bolsa Família e o empresário devem contribuir com o mesmo valor. Isso tem nome. Isso é encomendar já a lavagem de dinheiro. Significa que nós temos o dinheiro escondido e vamos distribuir para quem tem Bolsa Família. Não sei como essa gente teve a coragem de propor isso. Um pouco de inteligência faria bem a quem formulou a proposta".

A explicação é ininteligível. "Essa gente", que é a OAB, é a CNBB, são outras entidades e inúmeros juristas, não propôs nada parecido com doações iguais de empresários e de recebedores do Bolsa Família. E lavagem de dinheiro e caixa dois são características comprovadas do financiamento das eleições por grandes empresas, com destaque para as empreiteiras e alguns bancos. O eleitor comum é que iria lavar dinheiro nas eleições?

Em artigo divulgado no último dia 28, encontrável no saite "Viomundo", a juíza Kenarik Boujikian, do Tribunal de Justiça-SP, pergunta: "Quem de fato está exercendo este poder" de eleger os "representantes do povo" no Legislativo e no Executivo? "O povo brasileiro ou as empresas?". E segue:

"A resposta está dada: nas eleições presidenciais de 2010, 61% das doações da campanha eleitoral tiveram origem em 0,5% das empresas brasileiras. Em 2012, 95% do custo das campanhas se originou de empresas" [2014 não está concluído]. "Forçoso concluir que o sistema eleitoral está alicerçado no poder econômico, o que não pode persistir."

O PT pretende a solução do financiamento eleitoral com verba pública. E lá iríamos nós financiar o pouco que se salva e o muito que não presta na política. O PMDB quer o dinheiro das empresas, mas cada doadora financiando um único partido. O PSDB é contra as duas propostas, o que leva à preservação do atual sistema. No Congresso há projetos para todos os gostos. Daí a importância da ação no Supremo.

Desde a reforma do Judiciário, há 11 anos, a Constituição aboliu o bloqueio de processos, como Gilmar Mendes faz a pretexto de vista de uma questão sobre a qual emite publicamente posição definida. Como diz a juíza Kenarik Boujikian, "não é tolerável que, com um pedido de vista, um ministro possa atar as mãos da instância máxima do próprio Poder Judiciário, o que soa ainda mais desarrazoado se considerarmos o resultado provisório [6 a 1] do processo e a manifestação do ministro. Com isto quero dizer que a soberania popular, que cada magistrado exerce em cada caso e sempre em nome do povo, não pode ficar na mão de uma pessoa, em um órgão colegiado".

Gilmar Mendes desrespeita o determinado pelo art. 93 da Constituição porque não quer que se imponha a decisão do STF, como está claro em sua afirmação de que "isso é assunto para o Congresso". Mas, além do problema de sua atitude, a decisão do Supremo tem importância fundamental. Eduardo Cunha avisa que levará a reforma política à votação já em maio. O dinheiro das campanhas é um dos temas previstos. E a decisão do Supremo, se emitida em tempo, ficará como um balizamento que não poderá ser ignorado pela reforma política, uma vez que antecipará o que é ou não compatível com a Constituição. E, portanto, passível ou não de ser repelido pelo Supremo Tribunal Federal.

O troco

O marido adorava zombar da mulher dele. Um dia, passou na casa dos amigos para que eles o acompanhassem até ao aeroporto, porque a mulher ia viajar... Como sempre zombou dela, na frente dos seus amigos: 

- Amor, traz uma francesinha de Paris pra mim? Ela baixou a cabeça e embarcou muito chateada com o comentário. A mulher passou quinze dias em França. Na volta, o marido pediu que os amigos o acompanhassem novamente ao aeroporto. Ao chegar lá, em frente a todo mundo, perguntou à mulher: 

- Amor, trouxeste a minha francesinha? Ela: 

- Eu fiz minha parte. Agora vamos esperar a ultrasom para saber se é menino ou menina.


Zé Dirceu: Lula pede ao PT que não fique acuado e vá à luta

O ex-presidente Lula conclamou os dirigentes petistas e a militância em geral a "levantarem a cabeça" e "irem à luta" para reverter a situação em que se encontra o partido e fazê-lo retomar a garra e o entusiasmo com que se dedica à defesa das causas populares, marcas que acompanham a legenda desde a sua fundação há 35 anos.
"O PT não pode ficar acuado diante dessa agressividade odiosa", aconselhou o ex-presidente em reunião com dirigentes nacionais e estaduais do partido nesta 2ª feira (ontem). Em seu pronunciamento, entre as recomendações feitas ao partido, o ex-presidente prega a necessidade de  aprofundamento das relações do PT com os movimentos sociais via CUT, apoio às manifestações organizadas pelas centrais e organizações populares e a ampliação das alianças petistas.
No encontro, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, adiantou que o PT já pediu à presidente Dilma Rousseff que retome as relações e volte a receber lideranças dos movimentos sociais e recrie as chamadas conferências nacionais, promovidas durante os dois mandatos de Lula (2003-2010).
A hora é de corrigir erros e assumir responsabilidades
Neste pronunciamento na presença do ex-presidente Lula e dos demais dirigentes nacionais e estaduais do PT,  Rui defendeu o fim das doações empresariais para o partido, em linha com a proposta petista para a reforma política, de fim dos financiamentos privados de campanhas eleitorais.  A proposta foi debatida neste encontro e volta a ser debatida na próxima na reunião do diretório nacional do PT, nos dias 16 e 17 de abril.

Ronaldo Caiado - Líder do Demo - foi financiado por Carlinhos Cachoeira

Em artigo demolidor " Ronaldo Caiado: Uma voz à procura de um cérebro", publicado hoje (31/03) no Diário da Manhã, o ex-senador Demóstenes Torres diz que o líder do Dem foi financiado por Carlinhos Cachoeira nas eleições de 2002, 2006 e 2010. 

Afirma:

  • Ronaldo fazia sim parte dos amigos de Carlinhos Cachoeira e que Ele (Caiado) "Rouba, Mente e Trai"
Acusa:


  • O senador Agripino Maia de ter se beneficiado do "esquema goiano" 
Sugere:
  • "Siga o dinheiro"
E o MPF - Ministério Público Federal -, já deu um pio ou está esperando o Demóstenes Torres envolver um petista na delação?

Mensagem do dia


As pessoas costumam dizer que a motivação não dura sempre. Bem, nem o efeito do banho, por isso recomenda-se diariamente.

Zig Ziglar 

Briguilinks

Ora, e então vemos um alvoroço na internet com um editorial em que a Folha admite que a Justiça favorece o PSDB.A razão do editorial foi o completo abandono do chamado Mensalão Tucano.Bonito isso.Agora, para ficar completo, só falta a Folha fazer um segundo editorial em que denuncie a proteção, pela mídia, do PSDB.Ambas as proteções, a jurídica e a jornalística, caminham alegremente de mãos dadas
A grande mídia até deu no 1º dia – no da execução da Operação Zelotes desfechada pela Polícia Federal (PF) para apurar o que está sendo visto como o escândalo financeiro de maior volume da história do país. Os cálculos iniciais indicam que envolve nada menos que R$ 19 bilhões. A  roubalheira funcionava no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e era patrocinada por um conluio de
Tucanos não diferem tanto assim de seus paresEstá uma confusão tão grande que a gente já não sabe quem é corrupto e quem também é.Registro uma declaração do professor da PUC-SP, economista e consultor na ONU Ladislau Dowbor: "(O ataque à Petrobras) faz parte da mesma guerra que levou à invasão do Oriente Médio e às tentativas de desestabilizar a Venezuela, outra fonte de petróleo. No nosso caso,
- O que esperar de um juiz(?) que recebe prêmio da Globo? - Segundo pesquisa, PSDB recebeu 42% das doações das grandes empreiteiras da Lava Jato aos partidos A descoberta de que o conjunto das empreiteiras investigadas na Lava Jato responde por 40% das doações eleitorais aos principais partidos políticos do país – PT, PMDB, PSDB – entre 2007 e 2013 é uma dessas novidades imensas a espera

Rir é o melhor remédio

Hoje em dia muitos estabelecimentos comerciais oferecem o serviço de recarga para celular. Pois muito bem, dito isso vamos ao causo.

Em Iguatu um rapaz chega na frente da farmácia Alencar e pergunta aos gritos:

- Tem recarga pra Oi?

Cardozim (o dono) responde:

- Pra oi aqui temos é coliro!




Paulo Nogueira: Qual a relação entre o líder do Vem Pra Rua e a Stratfor?

A grande mídia brasileira nunca, jamais decepciona quem dela não espera nada.

Considere o caso de Rogério Chequer, o novo herói da direita.
Nas últimas semanas, é uma figura ubíqua em jornais e revistas graças a um método infalível para quem quer holofotes: falar mal do governo.
Chequer, aos 46 anos, é o líder aparente de um obscuro movimento chamado Vem Pra Rua.
O VPR, agora, está pregando o impeachment de Dilma, por razões tão obscuras quanto o próprio grupo.
A pergunta essencial que um leitor espera ver explorada, na mídia, é esta: quem é este tal de Chequer, que se julga apto a cassar 54 milhões de votos?
Há uma informação chave sobre seu passado que merecia ampla e irrestrita informação.
E o que a mídia faz com ela? Ignora.
Chequer, num vazamento feito pelo Wikileaks, apareceu vinculado à Stratfor, uma empresa americana privada de inteligência que é conhecida como uma segunda CIA.



Convenhamos.
Chequer não viu seu nome ligado ao McDonalds ou à Disney.
A Stratfor fornece informações geopolíticas a empresas e agências governamentais americanas.
Chequer foi ao Roda Viva, comandado pelo Brad Pit de Taquaritinga. Ninguém, no pelotão de entrevistadores, e menos ainda o apresentador, perguntou a ele sobre a Stratfor.
Ele concedeu uma entrevista ao jornalista Pedro Dias Leite, da Veja. Mais uma vez: nenhuma menção à Stratfor.
O jornalismo acabou salvo no único território genuinamente livre da mídia nacional: a internet.
No Tijolaço, o blogueiro Fernando Brito – um dos melhores textos da imprensa brasileira, aliás – ofereceu à sociedade a chance de saber que Chequer aparentemente trabalhou na Stratfor.
Chequer tem tido dificuldades em explicar de onde vem o dinheiro do VPR.
Graças à incompetência (ou má fé) da imprensa brasileira, ele até aqui se livrou de explicar algo muito mais complicado: sua associação com uma empresa sempre comparada à CIA.
no Diário do Centro do Mundo

Oposição lança Programa Menos Médicos

Psdb, PPS e Demos apresentaram no parlamento um projeto para expulsar os onze mil médicos cubanos de volta para casa deles.

Esse é o jeito tucademo de governar.

Sabemos que o atendimento médico no Brasil está muito aquém da necessidade da população. Agora imagine como ficará com menos onze mil médicos?...

O pior, é que tem pobre assistido por estes médicos que ainda concordam com os tucanos, como entender?

A única explicação que encontro é:

Os tucademos são sádicos. E os pobres que concordam e votam neles, são masoquistas.

Simples assim.


Fernando Brito: porque nunca entrei no PT e porque não chuto o PT na hora de dificuldades

Na véspera da eleição de 1989, quando a juventude ainda me permitia entrar num bar após um dia inteiro de trabalho, encontrei uma mesa de amigos jornalistas, petistas, e tivemos todas as provocações que se possa imaginar sobre quem passaria ao segundo turno para enfrentar Collor.
A certa altura, peguei a mão de um dos mais fortemente petistas, meu amigo Fernando Paulino, e lhe disse: “sabe qual é a diferença entre nós? É que metade do PT não irá com Brizola, se ele passar ao segundo turno e a metade que virá, virá rebolando, de salto alto.” E apertei-lhe a mão, prossegui: agora se o Lula passar, nós vamos segurar na mão dele nem que seja para irmos juntos para o inferno”.
Os fatos mostraram que foi assim e Brizola nunca faltou a Lula no momentos dos embates eleitorais decisivos. E, 2002, inclusive, isto foi causa de uma incompreensão amarga com Ciro Gomes, ao final do primeiro turno.
O PT, quase todo, não compreendeu o trabalhismo para além do discurso de turma do pré-vestibular, com aquela história de “Carta del Lavoro”.
A História, a porretadas práticas, abriu a cabeça de alguns, melhor assim. Aprenderam que a política se faz tanto com intenções quanto com concessões.  Com muitos erros no varejo e um grande acerto no atacado do processo histórico.
E tudo o que criticavam no velho Getúlio se desfez na imensa vontade que têm agora, de cantar para Lula a marchinha do Francisco Alves: “Bota o retrato do velho outra vez/ Bota no mesmo lugar/ O sorriso do velhinho faz a gente se animar” (Aliás, a patrulha era tanta que só transcreviam uma das estrofes, que dizia “trabalhar”, em lugar de “se animar”.)
Podemos e devemos discutir erros do PT, a sua natureza essencialmente udenista – que como todo udenismo se acaba como Greta Garbo no Irajá – mas não podemos deixar de ver que foi com Lula que, pela primeira vez em décadas – talvez com um pequeno momento de intervalo, na campanha das Diretas-já, que convenientemente se abortou por uma solução pessedista, com Tancredo –  o povo brasileiro se viu como coletividade e ao país como um esperança.
Igualmente, também não fecho os olhos à natureza do PT – não a de Lula – de expressão da classe média  à qual o movimento social, mais pela figura de seu líder operário, aderiu. Isso não é, em si, nem mau nem desinteressante, porque a esquerda no Brasil sempre teve – ainda bem! – uma adesão da classe média e dos intelectuais à imensa massa popular, expressa em seus escritores, seus músicos, seus poetas, que maravilha!
Virou moda, agora, descer a lenha no PT, inclusive por parte de gente que, com ele, viveu sua experiência de ser governo.
O PT merece, claro, boas pauladas ideológicas, a começar por sua “vocação civilizatória” neobandeirante, que crê (ou cria) que iria “civilizar” o Brasil com sua “modernidade inclusiva”.
Mas não vou fazer coro com a direita, no momento de dificuldades do partido, que não sabe para onde se volta e nem sabe o que vai fazer.
Se eu tivesse de dizer algo ao PT, diria: “beba história”.
É amargo, dói na garganta, nos deixa, paradoxalmente, sóbrios para agir com lucidez e loucos para sonhar .
E, como há 26 anos, há gente que vai segurar firme a mão de quem fizer isso e ficar firme.
Para desespero dos petistas “neoliberais”,  dizer que é preciso recolocar uma referência aos olhos do  povo brasileiro.
O que está em jogo é ele mesmo: o retrato do velho, outra vez.
É o que querem destruir.
É o que temos de defender.