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2013: previsões para todos os signos


O céu do início de 2013 relembra e reverte o lema dos anos 60: assim, em vez de ‘paz e amor’, podemos esperar guerra e amor.
Para a astrologia, o ano de 2013 começa na manhã de 20 de março. É observando a posição dos planetas neste momento que temos as informações mais seguras sobre o que nos espera no novo tempo.
O clima que deve prevalecer no novo ano é muito parecido com o que marcou dezembro de 2012 : uma presença forte e harmoniosa dos signos e dos planetas que falam de amor e sensibilidade em contraste com uma fortíssima tensão entre os planetas ligados aos conflitos e às guerras.
2013 será regido por Saturno, um convite quase impositivo à reflexão. A energia do planeta regente atua com um pano de fundo para a maneira como encaramos os acontecimentos importantes do ano. Isso quer dizer que em 2013 vamos precisar repensar e redefinir qual é o nosso real padrão de necessidade. Dito de outra forma: do que nós realmente precisamos para nos sentirmos seguros?


Quando o livro está super interessante e você não consegue parar de ler

Luis Nassiff: a redenção do Padre Júlio Lancellotti


Uma reportagem que dignifica o jornalismo e faz justiça ao padre Júlio Lancellotti, vítima da mais iníqua perseguição jornalística dos últimos anos. Padre exemplar, autor de uma obra humanística de valor incalculável, padre Júlio caiu nas malhas de um chantagista.
O clima de macartismo fez o restante. Foi alvo de achincalhes, ataques escabrosos produzidos pelo mais fétido esgoto que o jornalismo contemporâneo já se permitiu. Sua Casa, destinada a acolher crianças portadoras de HIV, perdeu financiadores, devido à escandalização do episódio. Não se deu ao padre Júlio sequer o benefício da dúvida. Não se pensou um minuto nos desassistidos amparados pela obra social do padre Júlio.
Inicialmente a Justiça absolveu os acusados, alegando falta de provas. Voltaram a atacar. Desta vez foram pilhados e condenados.
Os achincalhes da mídia a um homem digno, os ataques sem limites a um padre missionário, permanecerão impunes.
Haverá correção dos ataques sofridos? Jamais. O Conselho Nacional da Justiça (CNJ), sob a presidência de Ayres Britto, jamais incluiu as vítimas da imprensa como seu objetivo.
Reitero, mais do que nunca os termos da "Carta Aberta ao Ministro Ayres Britto", esperando que seu sucessor, Joaquim Barbosa, tenha um mínimo de sensibilidade em relação às vítimas desses pequenos e grandes assassinatos da mídia.
O Estadão

TJ condena casal que achacou padre Júlio

Após 5 anos, Justiça dá razão ao religioso, que acusou duas vezes os mesmos bandidos

FAUSTO MACEDO - O Estado de S.Paulo
Chega ao fim a agonia do pastor dos excluídos. Aos 64 anos, toda a vida dedicada à missão tão inglória - a proteção ao pessoal da rua -, padre Júlio Renato Lancellotti resgata a paz que roga aos outros e agora se vê livre das ameaças morais que escreveram uma página infeliz de sua história.
Na semana passada saiu publicado acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo mantendo sentença contra seu algoz, Anderson Marcos Batista - condenado a 7 anos, 3 meses e 3 dias por crime de extorsão, pena também aplicada à companheira dele, Conceição Eletério.
Foi o segundo golpe na honra do padre, em 11 de janeiro de 2011. Naquela manhã, eram 6h30, ele saía de casa, no Belém, quando Anderson o abordou. O rapaz não estava armado e não agrediu fisicamente o religioso, mas intimidou-o e dele exigiu dinheiro. "Vou te matar", avisou. Só se afastou quando padre Lancellotti embarcou em um táxi rumo à Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca.
Nesse tempo, quase dois anos entre o ataque sofrido e a sentença judicial definitiva, ele manteve em segredo o seu drama. Temia a volta daquele inferno de maledicências e deboches, como na primeira provação, aqui e ali as histórias do missionário da fé que acolheu Anderson com outras intenções e até o sustentou por livre e espontânea vontade. Não fora exatamente assim em 2007, quando o acusado o extorquiu pela primeira vez e a Justiça o inocentou por falta de provas?
Assustado com o novo cerco, este de 2011, Lancellotti recorre ao amigo e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. "Vamos à polícia", orienta o causídico. Amargurado demais com os resultados da primeira investigação, que levou à absolvição de Anderson, o padre relutou. "Fui muito humilhado na delegacia."
Greenhalgh muda a estratégia e leva a demanda à mesa de Antonio Ferreira Pinto, então secretário da Segurança Pública do Estado. Sensibilizado, o chefe da polícia aciona o DHPP, sigla do famoso Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, reduto dos tiras experientes.
Joaquim Dias Alves, delegado perspicaz, foi escalado para conduzir o inquérito. Seu primeiro ato foi uma visita à Rua Irmã Carolina, onde mora o padre. Logo, percebeu que em um prédio próximo havia uma câmera de TV, dessas que registram os movimentos do entorno. As imagens confirmam o relato da vítima - Anderson aborda Lancellotti, faz gestos ameaçadores, a mão direita simula uma arma de fogo.
A investigação revela que os réus eram conhecidos da vítima em razão dos trabalhos de cunho social da Lancellotti. Segundo a polícia, antes da abordagem daquela manhã, Conceição ligou diversas vezes para o padre, solicitando uma "ajuda".
Foi requerida, e a Justiça ordenou, a prisão preventiva de Anderson, que acabou detido ocasionalmente, em uma briga em um ônibus. A primeira instância forense, 25.ª Vara Criminal da Capital, impôs a Anderson e a sua companheira a pena superior a 7 anos, em regime fechado.
A defesa apelou pela absolvição, alegando ao Tribunal de Justiça "insuficiência e fragilidade probatórias". Sustentou que não havia indícios das ameaças, como degravações telefônicas. O Ministério Público recorreu, pleiteando "afastamento da continuidade delitiva e fixação da sanção base acima do limite legal", pelo menos acima de 8 anos de reclusão. Greenhalgh, como assistente da acusação, requereu a condenação de Anderson também por tortura psicológica.
Fim da linha. A corte não atendeu nenhuma parte, mas a condenação acabou mantida nos termos iniciais. "Claras e irrefutáveis a autoria e a materialidade delitivas", assevera o desembargador Antonio Manssur, relator, acompanhado em seu voto por Guilherme Strenger e Maria Tereza do Amaral.
Destacou Manssur: "As negativas de autorias ofertadas pelos réus acabaram isoladas e dissociadas, nos autos, visto que as declarações da vítima e o depoimento da testemunha de acusação Joaquim Dias Alves, delegado de polícia que presidiu as investigações, são coerentes e harmônicos, descrevendo, de forma segura e convincente, sem deixar margem a dúvidas, como ocorreram os fatos, afastada a tese defensiva de absolvição".
É com alívio que o pregador tomou conhecimento do acórdão. Agora, pode retomar com serenidade e sem sobressaltos a jornada na Pastoral de Rua e no Centro de Defesa dos Direitos Humanos. Amanhã, às 17 horas, o vigário episcopal para o Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo estará no Arsenal da Esperança, que abriga 1.200 desassistidos. Ele e o cardeal d. Odilo Scherer vão celebrar a missa de Natal para o rebanho sem teto.

Mensagem natalina de Lula no Facebook


Minhas amigas e meus amigos,

O Brasil terminou o ano melhor do que era no ano passado. No final de 2013, será melhor do que hoje. Assim tem sido há dez anos, desde que começamos a construir juntos um Brasil mais próspero e mais justo. Todos os brasileiros são parte dessa luta constante para construir um futuro de paz e amor para nossos filhos.

Muita alegria e muita luz para todos neste Natal. Feliz 2013.

Salário mínimo em 2013 será de 678 reais


A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, anunciou nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, que o governo definiu em cerca de 9% o reajuste do salário mínimo para 2013, alcançando o valor de R$ 678. Segundo a ministra, um decreto com o novo valor do salário mínimo será publicado nesta quarta-feira (26) no Diário Oficial da União.
“A presidenta fez questão de que isso acontecesse hoje, na véspera de Natal, o reajuste do salário mínimo, que será de R$ 678. Um reajuste portanto de cerca de 9%, considerando a variação real que nós tivemos de crescimento mais a inflação (…) é um bom anúncio de Natal para o trabalhador, reconhecendo o esforço que todos os trabalhadores fizeram para os resultados que o país teve este ano”, disse a ministra.
Gleisi Hoffmann também anunciou a isenção de Imposto de Renda para os trabalhadores que ganham Participação em Lucros e Resultados (PLR) até R$ 6 mil. Uma medida provisória definindo a nova regra será publicada nesta quarta. Acima de R$ 6 mil, o imposto de renda para PLR será escalonado, com alíquotas de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%. Hoje, a alíquota é de 27,5% para todas as faixas de PLR. O impacto da desoneração nos cofres públicos será de R$ 1,7 bilhão.

Segundo a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, a presidenta ligou para todos os governadores, com exceção daqueles com quem se encontrou na semana passada, para desejar Feliz Natal.

Epitáfio democrático


por Danton 

Ilimitadas são as tentativas de certos e incertos juristas, ou, como costumo dizer, dos jusabichões de plantão, no objetivo de suprimir direitos fundamentais de defesa dos réus do chamado mensalão. Nesse sentido, a Folha de São Paulo de ontem (23) manchetou: “Último recurso dos réus do mensalão pode nem existir”.

O novo golpe em marcha consiste em usurpar o único recurso a que os réus teriam direito, chamado em juridiquês, de embargos infringentes, com efeitos modificativos, previsto no Regimento Interno da Suprema Corte, desde a malfadada ditadura militar. É cabível esse recurso desde que se tenha uma condenação bastante apertada, isto é, com pelo menos quatro dos onze juízes votando a favor da inocência do réu.   

Na prática, quinze réus têm direito a interpor os embargos infringentes que podem modificar, em tese, o resultado final de algumas condenações, cujos placares foram apertados, com enorme dúvida sobre a culpabilidade, ante a existência de quatro votos absolutórios.

Como se fosse pouco a supressão do direito a que a maioria dos réus teria ao duplo grau de jurisdição, ou seja, de ser julgado em primeira instância, em respeito ao corolário do juiz natural, abrigado na Constituição, os jusabichões agora querem negar, pela vez primeira, o cabimento desse recurso.

O pseudo-debate é porque a Lei 8.038, de 1990, que cuida de alguns procedimentos no STF e STJ não tratou da possibilidade de embargos infringentes no Supremo. A simplicidade do raciocínio é risível: se a tal lei não mencionou é porque o recurso não pode existir mais, foi revogado.

Ora, são inúmeros os procedimentos não versados nessa lei e nem por isso deixaram de existir no processo constitucional. Não vou perder meu tempo explicando essa obviedade em respeito ao leitor.

Sem por lenha na fogueira em que se queimam as “bruxas” da República, Gilmar Mendes (aqui chamado de Gilmar Dantas(*)) soprou inocente declaração à Folha:

“O que se diz é que a Lei 8.038 pode ter revogado a norma do regimento sobre os embargos infringentes, mas isso vai ter que ser definido porque não foi objeto de discussão”.

É, em uma coisa Mendes tem razão: isso jamais foi discutido.

Claro! Nunca se duvidou desse direito dos réus, nunca nenhum juiz pensou em desrespeitar o Regimento Interno do STF para suprimir esse único recurso possível em uma Suprema Corte que, como bem avaliou o maior dos nossos criminalistas, Nelson Hungria, “tem o privilégio de errar por último”.

E após o erro, bem, daí não cabe recurso nem para Sua Santidade ou para o Todo Poderoso.

Curioso é que somente agora essa “dúvida” foi levantada.

Quanto ao “que se diz” sobre a eventual revogação implícita ou tácita, em bom juridiquês, inexiste essa possibilidade, pois a Lei 8.038 não cuidou dos embargos infringentes no âmbito do Supremo.

Mas ele já existia, existe e ponto final.

Não se pode agora interpretar norma que verse sobre direito fundamental (ampla defesa) de forma restritiva, de modo a suprimir esses direitos, pois isso implica em “chute-na-canela” da deusa Themis (com chuteira profissional) ou “batuque-no-caixão” do príncipe da hermenêutica e ex-ministro do Supremo, Carlos Maximiliano (com baquetas profissionais).

Lamentavelmente, não me espanta mais que, somente agora, para os réus do chamado mensalão ) o do PT, como diz este blog), se discuta a legalidade desse tradicional e então pacífico recurso interno.

Ao que parece, os réus desta ação penal estão a receber, dos jusabichões de plantão, um curioso tratamento VIP: “Vamos Imputar a Pena”, custe o que custar.

E nesse estranho duelo Supremocracia x Democracia que relatei em artigo anterior (leia aqui)(**), depois de assistir, entre outras coisas, à supressão de prerrogativa do Congresso Nacional para cassar mandatos, na hipótese de condenação criminal, conforme determina o artigo 55 da Constituição, não tenho dúvida que poderá constar no acordão da AP 470 o seguinte epitáfio: “Aqui jaz a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988”.

Letra "P"


O Judiciário só “P” de pune chupim, chupeta, chupança, chupa cabra, chucha tetas e chocalho ganzá. 
letra “C” vem de corrupto. “P” vem de prostituta, de partido e de preto, quem comete “C” de sem censurável vai parar no “P” de presídio. No”P” de presídio estão hospedados pretos, prostitutas, desprovidos socialmente e simpatizantes do PT, que comem,bebem e dormem, e não pagam aluguel.
A nata de “P” de políticos cumpre “P” de pena na confortável residência, comendo, bebendo e dormindo com o dinheiro do povo.
Portanto, confirmo que somente os envolvidos com a letra “P” é que são  “P” de punidos pelo Judiciário dos putos e de um preto.

Feliz Natal

Arquivos ligarão trapaças de rede de tv a Oposição

É o futuro repetindo o passado, como profetizou o poeta Cazuza.

Documentos verificados pelo Blog do Briguilino mostrarão que a maior rede de televisão brasileira vendeu cobertura favorável para políticos tucademos em seus principais jornais e programas de entretenimento, além de tê-los usado para difamar um popular líder da esquerda.

Os documentos consistem em dezenas de arquivos de computador e foram descobertos apenas algumas semanas após as eleições presidenciais de 2014. Coincidiram com a aparição dos arquivos enérgicos movimentos de protesto que acusavam a Quadrada de manipulação da cobertura das eleições em favor do candidato derrotado.

Entres os arquivos, que remontam ao começo do julgamento do "mensalão", há:

uma descrição das taxas cobradas para tornar nacional a figura de um ex-governador;

uma estratégia midiática evidentemente criada para torpedear a candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT);

acordos de pagamento que sugerem um gasto exorbitante de dinheiro público para promover o ex-candidato a presidente da oposição.

Embora não tenha sido possível a comprovação da autenticidade dos documentos que foram transmitidos ao Blog do Briguilino por uma fonte que trabalhava na Óia, o cruzamento de dados mostra que nomes, datas e circunstâncias mencionados alinham-se amplamente aos acontecimentos.

Num país em que o público leitor de jornais e revistas é minúsculo e o alcance da internet e da tevê a cabo limita-se às classes médias, a Quadrada exerce uma influência enorme na politica nacional.

Contatada pelo Briguilino, a Quadrada declinou esclarecer a relação com o candidato a presidente da oposição. Um porta-voz recusou comentar as alegações antes de verificar os documentos. 

"Nós não podemos opinar sobre informações e documentos que desconhecemos", disse.

Muitos dos arquivos estavam salvos sob o nome de Cascata, que à época era cúmplice da Óia e repassava informações a Monicarpo Neto.

Um dos arquivos é uma apresentação em PowerPoint que declara ter como objetivo a certeza de que "Lula não vença as eleições de 2006". Ele havia sido criado pouco após a meia-noite do dia 4 de abril de 2005, horas depois do ex-presidente Ofélia ter se encontrado com os dirigentes da Quadrada e da revista Óia. A eleição terminou com o presidente Lula reeleito.

Consta nos arquivos que o objetivo a longo prazo é o "desmantelamento da sensação popular de que Lula é um mártir". As estratégias para isso consistiam em dinamizar a cobertura de crimes na capital e a revisitação de casos de corrupção para envolver o líder do PT. O plano também compreendia "veicular histórias pessoais de celebridades vítimas de crime na capital do país" e "insistir com que os participantes do Big Brother contem casos". Estrelas da Quadrada fizeram justamente isso em maio daquele ano.

A maioria dos outros arquivos mostram estratégias e orçamentos associados a elas.

Eles incluem três planilhas intituladas "Enrique Alcool em mim: Orçamento 2005-2006". Cada planilha detalha aproximadamente 200 reportagens, entrevistas e programas de entretenimento. A primeira versão estipula o preço dos serviços em 346,326,750 milhões de reais. O último inclui uma "redução de 50% das taxas".

Tucademos há muito tempo são criticados por gastar prodigamente para promover as realizações de suas administrações. Raúl Tejo, especialista em mídia, disse que as práticas detalhadas nos documentos não são ilegais no Brasil, só antiéticas.

Os arquivos ainda contém propostas, orçamentos e materiais promocionais envolvendo políticos do PSDB/DEM/PPS. 

Nenhum citado nos arquivos quis dar entrevistas. A presente onda de protestos contra os truques da mídia recrudesceu no dia 10 de maio, quando a Quadrada minimizou a Caravana da Cidadania onde ex-presidente Lula discursava. 

Num recente ato, um manifestante carregava uma placa com os dizeres: "nem minha mãe me manipula como a Quadrada".

Enquanto protestos contra a parcialidade da imprensa ganham popularidade, a Quadrada esforça-se em provar que sua cobertura é ponderada. O movimento é coberto em detalhes e os âncoras do principal jornal televisivo recentemente entrevistaram o candidato da oposição de maneira severa. No ápice das manifestações, um debate presidencial foi transmitido no horário de maior audiência da Quadrado, que no debate anterior reservou horário para um show de talentos.

O ex-empregado da Quadrada disse que o império midiático promovia satisfeito o candidato a presidente da oposição quando vendia "ele como o melhor produto", o compromisso não necessariamente será duradouro. A fonte apontou para o fato de que o tucademo dava-se muito bem com a Televisa antes da campanha. "Nunca perca de vista que estamos falando de negócios. A fidelidade é à posição, não à pessoa".

Clipping do Briguilino

Que venha a História, que venha logo, porque o jornalismo não tá dando conta


Faz algum tempo vem ganhando contraste, as cores de nossos grandes do jornalismo em descompasso com a realidade das ruas. E antes que possam questionar o que vou escrever, ainda antes de escrever, gostaria de propor um teste muito simples:
Saia pela periferia da sua cidade, seja ela qual for, e procure pelos personagens e fatos de onde você vive em qualquer veículo de comunicação.
Se encontrar algum que seja mais que uma caricatura num grande jornal, aguardo o comentário no final desta página.
A explicação é simples:
Concentração, monopólio, manipulação.
Para constatar, conte quantos jornais tem circulação nacional e quantos existem na sua cidade. Quantos canais de tv tem alcance nacional e quantos cobrem a sua região desde onde você está. Quantas estações de rádio estão nas mãos de quem e quantos são esses felizes proprietários.
Nossos arautos nem sequer disfarçam a vontade que tem de voltar com os tapumes de antes da internet e tornar a ditar realidade ao invés de cumprirem seu papel, e dar voz aos mesmos personagens da rua que você e eu não encontramos mais, ou melhor dizendo, raramente vemos ou vimos nestes mesmos veículos.
Desgraçadamente, este comportamento não é novo, nem exclusivo de nosso jornalismo pátrio. É fenômeno do mundo e da História. Já aconteceu no passado, e até bem recentemente se tem notícia de redações fechadas por dispensarem a Ética e por terem sido achadas em falta com a utilidade pública a que em tese, se prestam.
Nossos arautos nem disfarçam a contradição de entortar com palavras, os números dos seus próprios institutos de pesquisas.
Estamos outra vez num ponto em que precisamos optar pelo que nos serve como sociedade e descartar o peso morto, ou morrer junto com ele. Morremos a Democracia?
Pode apostar!
Recentemente com o julgamento do chamado ‘Mensalão’, ficou ainda mais claro que não estão dispostos a cobrir a História de um país em busca de estancar o sangrar de alguma chaga, mas a derrocada de quem se oponha no seu caminho rumo ao poder. E poder sem responsabilidade.
Pouco ou nada se compromete este tipo de noticiário com a cidadania, senão reforça as raízes mais profundas da segregação social. A mesma segregação banida do primeiro mundo, lugar que no imaginário dessa gente, é onde vale a pena estar. Naquele mesmo primeiro mundo, observa-se exatamente o contrário, a cidadania conquistada vai se perdendo pela força do dinheiro. Aqui, pelo mesmo dinheiro e a concentração exagerada dele, tornam iguais em superiores e ou inferiores faz tempo demais.
A imprensa é a primeira memória de qualquer sociedade. É ela quem aponta o que as pessoas lembram, debatem e opinam todos os dias. Mas isso acontece pela credibilidade que constrói ou não, posto que não tem fé pública.
Vou repetir um comentário a respeito de recentes declarações de um condenado na mesma ação penal que citei e que não é meu: 
“Nada mudou. Nada passou a ser verdade depois que o Valério falou, ou nada deixou de ser verdade depois que o Valério falou. Tudo ainda é embate político…” 
Pra mim, é mais impressionante perceber o quanto do nosso achar e pensar é decidido pela mídia, do que o que ela publica. Neste caso específico, ela está editando isso há um mês. Por outro lado, o Cachoeira percebeu que, enquanto ele entregar apenas Demóstenes e tucanos, tá ferrado. Por isso saiu hoje dizendo que é o “garganta profunda” do PT. Ele sabe quem é o público dele…”
O pior que pode acontecer para um veículo de comunicação, é perder a credibilidade e ficar falando para as paredes. 
É quando começam a aparecer nas pesquisas de opinião justamente o contrario de tudo que eles pregam. 
Daí passam a desdenhar da capacidade que a sociedade tem de decidir seus próprios caminhos, e trocam a História por propaganda. Mas propaganda não subsiste a História. E a sociedade não escreve propaganda. A História é segunda memória, a mais importante e duradoura. Mas demora um pouco mais que a propaganda para se estabelecer, ainda que sempre venha.
Quem viver, verá não ser mais possível afirmar que uma mentira dita mil vezes, torna-se em verdade.
Nem nunca foi por que mentira sempre será mentira. Mesmo repetida mil vezes, basta que a verdade seja dita uma vez apenas e o engodo estará desfeito.
Opiniões todos temos. Podemos e devemos debatê-las a exaustão. Mas opiniões estão para notícias como suposição está para jornalismo bem feito.
Se não é possível que jornalistas sérios e comprometidos com sua gente possam trabalhar para noticiar e construir a memória em cada rincão, que não desçam os grandes a desqualificá-la e ao debate neste espaço democrático que se abre para nós.
Que venha a História, e que venha logo.
*Sérgio Mendes é professor de inglês e escritor. Colabora com o Quem tem medo da democracia?, onde mantém a coluna “De olho na História”. http://quemtemmedodademocracia.com/de-olho-na-historia-2/
=> A charge é do cartunista Carlos Latuff.

Pernil de porco ao vinho

Ingredientes

  • 1 unidade(s) de pernil suíno 
  • 1 unidade(s) de cebola
  • quanto baste de cebolinha verde
  • 1 maço(s) de salsinha
  • quanto baste de sal
  • 1 1/2 copo(s) de vinho tinto
  • 3 folha(s) de louro
  • quanto baste de tempero completo


Como fazer
Na noite anterior, bata no liquidificador : a cebola, os molhos de cebolinha e salsa, sal a gosto, o vinho e um pouco de água. Tire o excesso de gordura do pernil, sem exageros e faça furinhos com um garfo pequeno em todo o pernil. Lave bem uma sacola plástica e encha de água para verificar se não tem furos. Coloque a carne dentro da sacola, junte o tempero batido no liqüidificadore as folhas de louro, amarre a boca da sacola procurando não deixar ar. Deixe na geladeira até o outro dia na hora do churrasco. Acenda a churrasqueira e coloque o pernil para assar na parte superior, para que cozinhe demoradamente. De vez em quando, regue o pernil de porco com o tempero.

Por morar bem homem bom é perseguido


Vejam só aonde nós chegamos nesta ditadura petralha maléfica, onde a perseguição injusta e descabida assola todos aqueles que não compactuam com os modos e hábitos da gentalha ignara e de seus representantes infames. Não bastasse infestarem as cidades da nação com suas moradias padrão soviético a que chamam de ‘Minha casa, minha vida‘ (argh), quebrando a tradição brasileira da favela e dos cortiços para os pobres, num claro incitamento a sublevação social, tônica do regime vigente no país, ainda querem questionar os de bem, aqueles que vivem na humildade e na simplicidade, quanto mais não seja, em um modesto apartamento perdido em alguma região de Paris.

É o caso do estadista internacional e grande amigo da América, Fernando Henrique Cardoso, que de uma hora para outra passou a ser alvo de comentários maldosos de maus brasileiros, que tomados pela inveja e pelo despeito, ingratos que são, não querem nosso ex – líder bem instalado e acomodado para continuar sua fantástica produção intelectual, para o bem da humanidade. Nada mais natural que ele habite em França pois somente lá se encontra grandes pensadores a sua altura, é uma exigência do destino e até uma merecida recompensa pelo imenso sacrifício que fez ao aceitar governar esta pobre terra e sua gente inculta. Queriam os infelizes apedeutas que ele fosse morar onde? Em São Bernado do Campo? Não nos façam rir!

Paramodificando Lêdo Ivo

O grande jornalista não precisa ser muito inteligente nem ser muito culto ou ter diploma. A inteligência, a cultura e o diploma contudo são indispensáveis aos jornalistas menores.

Rola bosta é a palavra do ano no dicionário político brasileiro

O inseto alcançou notoriedade súbita em 2012 graças à defesa que Boff fez de Niemeyer
O subitamente popular inseto em ação

Não gosto de palavreado ofensivo em debate. Empobrece-o, na minha opinião.
Já escrevi no Diário minha baixa opinião sobre as expressões “petralha” e “PIG”. Remetem a discussões de arquibancadas, nas quais há excesso de calor e falta de lógica racional.
Dito isso, faço aqui o elogio de uma palavra que, no debate político que se trava no Brasil, simplesmente pegou, porque é leve, divertida e, não obstante, incisiva. É uma bofetada, e não um tiro. Daí o poder, daí o encanto.
É, para mim, a palavra do ano no Dicionário Político Brasileiro: rola-bosta.
Quem a trouxe foi Leonardo Boff para rebater um artigo de Reinaldo Azevedo que chamava Niemeyer de metade idiota por ser de esquerda.
Escreveu Boff:
A figura que me ocorre deste articulista (…) é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta. O escaravelho é um besouro que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta. Pois algo semelhante fez o blog de Azevedo na VEJA online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás, deslocou-os de seu contexto (…) e lançou-os contra Oscar Niemeyer. Ele o faz com naturalidade e prazer, pois, é o meio no qual vive e se realimenta continuamente.
Na internet, rola-bosta virou mania, para designar colunistas de direita.
Agora mesmo, se você vai ao twitter, vai vê-la aplicada a Ferreita Gullar e a Augusto Nunes. A Gullar porque defendeu a candidatura de Joaquim Barbosa à presidência. A Nunes porque arrolou – numa lista de caráter ético duvidoso, pois num regime como o que o Brasil teve por tantos anos a partir de 1964 poderia levar à perseguição –  Luís Fernando Veríssimo como “apoiador de Lula” na categoria do jornalismo “esgotosférico”.
Não sou quem vai defender Veríssimo. Sua obra e sua biografia defendem-no melhor que ninguém.
Mas é curioso comparar “rola-bosta” e “esgotosférico”. Esgotosférico não vai pegar: é grosseiro, de mau gosto, vulgar. É falsamente engraçado, é falsamente espirituoso, é falsamente criativo.
Rola-bosta pegou porque é o oposto disso.
No futuro, é possível que jovens descendentes de jornalistas como Merval Pereira e Ricardo Noblat perguntem a seus pais: “Por que estão dizendo na escola que sou bisneto de rola-bosta?”
Paulo Nogueira No Diario do Centro do Mundo

Tarso Genro: nosso glorioso PT e outros tantos anos novos

Na introdução ao seu “Berlim Alexanderplatz” (1929) o grande escritor Alfred Döblin, da mesma estatura intelectual - artística e moral - de Thomas Mann, disse que escrevia um livro sobre o personagem Franz Biberkopf, que representava os que habitam uma pele humana e com os quais acontece “querer mais da vida do que pão e manteiga”.

Lembro esta passagem lapidar da introdução de Döblin, porque sendo parte do grupo de dirigentes históricos minoritários no PT - desde a época que ocorreram os fatos que originaram a Ação Penal 470 - e tendo assumido a presidência do Partido num momento difícil da sua existência afirmei, em diversas oportunidades, que nenhum partido era uma comunidade de anjos. O que era afirmar o óbvio num momento em que dizer o óbvio parecia uma agressividade contra o meu próprio Partido.

Passados vários anos daquele fato e quase terminado o julgamento daquela Ação Penal, é bom retomar o fio da história presente para refletir, no período que se convenciona planejar o “ano novo”, sobre o futuro da esquerda e do PT. Pensar também sobre o futuro do nosso país, que nos últimos dez anos vem sofrendo grandes transformações econômico-sociais.

Brasil novo sujeito político no cenário mundial; Brasil tirando da miséria 40 milhões de pessoas; Brasil com os sindicalistas, os “sem-terra”, “sem teto”, “sem emprego”, sentados na grande mesa da concertação e da democracia; Brasil do Prouni, do Fundeb, da reestruturação das funções públicas do Estado; Brasil do baixo desemprego, inflação baixa e juros baixos; Brasil da nova Política de Defesa; Brasil da classe média ampliada e de melhores salários no setor público e privado; Brasil da Polícia Federal que age -em regra- segundo a Lei e a Constituição. Brasil em que todas as instituições do Estado cometem seus erros e acertos dentro das regras do jogo constitucional.

É ingenuidade perguntar qual o Brasil que transita no debate político: este, descrito acima, ou o Brasil da Ação Penal 470? Ou melhor, porque o Brasil que se debate é predominantemente o da Ação Penal 470 e não o Brasil legado, até agora, pelo centro progressista e pela esquerda, sob a hegemonia do Partido dos Trabalhadores? Quem compôs esta agenda e por que ela é agenda hegemônica? As respostas a estas perguntas serão a base da compreensão dos partidos sobre o que ocorrerá bem além de 2018.

Aponto dois motivos básicos, que são fortes para manter a Ação Penal 470 -e a manterão por muito tempo - como o centro de todas as estratégias políticas da direita, em geral, e da oposição midiática, em particular. O primeiro motivo é que, através da judicialização do processo político, poder-se-á criar a ilusão que é possível escrever um novo Brasil -mais decente e mais democrático- por fora da política, logo, principalmente através de decisões do Poder Judiciário, que é pouco influenciável pelos movimentos sociais populares e muito influenciável pela “opinião pública” da mídia conservadora.

O segundo motivo, ligado ao primeiro, é que este “deslocamento” da luta política para o âmbito do Judiciário poderá funcionar como uma alternativa à hegemonia do PT e da esquerda no âmbito eleitoral, já que a oposição conservadora, que sucateou o Brasil quando esteve no poder (representada pelo demo-tucanato) não ofereceu, até agora, nenhuma esperança de poder nos próximos anos. Assim, o Poder Judiciário, erigido -como está sendo proposto- à condição de grande menestrel da moral pública e da ética política, poderá transformar-se no centro político da vida política nacional, esvaziando a luta ideológica, programática e política, entre os partidos, nos movimentos e no Parlamento.

É construída, desta forma, a substituição dos Partidos, do Parlamento e dos movimentos sociais, pelo Poder Judiciário, através deste processo de “judicialização da política”. Sobre esta judicialização, o voto popular não pode exercer nenhuma influência direta ou visível, pois sobre o Poder Judiciário os jogos de influência são absolutamente restritos, totalmente elitizados e manipuláveis por poucos grupos sociais, o que, aliás, é normal em todas as democracias do mundo, como sempre analisava e reconhecia o mestre Norberto Bobbio.

Assim, a Ação Penal 470 continuará sendo - se o Parlamento e os Partidos não reagirem com reformas sérias que deem mais dignidade ao fazer político democrático - o centro do debate pautado pela mídia e pela direita anti-Lula. A oposição partidária não conseguiu - ao longo destes oito anos - configurar um projeto alternativo convincente em torno da hegemonia do capital financeiro, pois os interesses empresariais que lhes davam sustentação plena -tanto locais como internacionais- não estão mais unificados pela pauta neoliberal. O surto de crescimento e desenvolvimento das forças produtivas no país, durante os governos Lula, e a crise aguda do modelo neoliberal na Europa, que prosseguiram com o governo da Presidenta Dilma, abalaram esta unidade.

A unidade foi possível até a situação de crise que levou o país ao Plano Real, cujo resultado no desenvolvimento econômico, foi marcar regras mais claras para que os agentes econômicos pudessem planejar o futuro em torno de uma moeda estável, também retirando do Estado as condições de manipular o seu planejamento financeiro, utilizando a inflação. Como o PT e a esquerda foram protagonistas essenciais do período pós-real, no qual ocorreram formidáveis mudanças sociais e econômicas, é natural que tanto o Partido como os seus dirigentes sejam alvos de uma forte tentativa de neutralização dos seus méritos, através da exacerbação de seus defeitos ou limitações.

Mas estes, como se sabe, não são somente originários de condutas individuais estimuladas pelo sistema político atual e pela história pouco republicana do Estado brasileiro, mas também fazem parte, em maior ou menor grau, das “regras do jogo” de qualquer democracia. Refiro-me, aqui, às condutas que são formas não transparentes de promoção de políticas de estado, não aos delitos que sejam cometidos em qualquer época. Estes, os delitos, são normalmente de conta de Poder Judiciário, mas é costumeiramente depois do seu julgamento que passam a integrar, com maior ou menor intensidade, os debates eleitorais e as críticas que os partidos assacam, uns contra os outros, para ressaltar a sua própria autenticidade.

Os partidos democráticos e republicanos, independentemente da sua ideologia específica, devem compartilhar da luta para reduzir ao máximo estes aspectos perversos de qualquer democracia, sem criar a ilusão cínica que um processo judicial -seja ele qual for e contra quem for- terá a capacidade de iniciar uma “era de fim da impunidade”. Criar a ilusão de que iniciaremos, com qualquer processo judicial, uma era de “fim da impunidade”, é criar condições políticas para que, se a oposição atual chegar ao poder, por exemplo, ela não seja punida pelos seus erros e delitos, porque a Ação Penal 470, afinal, já fez “a limpeza necessária no país”, o que é uma supina fraude informativa.

Vou mencionar dois fatos midiáticos típicos, que simbolizam todo um período de luta política no país, que certamente serão arrolados aos milhares em teses acadêmicas futuramente apresentadas a bancas especializadas, o que ocorrerá certamente nos próximos dez anos. O primeiro, apoia-se numa entrevista concedida pelo meu especial amigo, ministro Ayres Britto - diga-se de passagem, ministro honrado e qualificado intelectualmente - que diz (Zero Hora 23.12.12 pg. 8): “O que estamos aqui julgando é um modo espúrio, delituoso, de fazer política. A política é mais importante atividade humana no plano coletivo.”

A afirmativa constante nas declarações do ministro Britto, que sintetiza muito bem a posição do Supremo na Ação Penal 470, elege um ponto de partida perigoso para orientar julgamentos numa Corte Suprema que é sim, também, uma Corte política. É uma Corte, porém, que não tem poderes para julgar “o modo de fazer política”, logo a própria política -que é feita de diferentes modos em distintos contextos históricos- e que é uma “atividade humana coletiva”, como bem diz o ministro Ayres Britto. Os poderes que são dados ao Supremo pela Constituição, em processos criminais, são para julgar comportamentos devidamente individualizados pelo Ministério Público, como determina a Constituição.

Aceitar que o Supremo possa julgar a “política” é promover a possibilidade de incriminações em abstrato de toda uma comunidade partidária ou de governos, como é comum em regimes de força. A Suprema Corte é uma corte política, porque seus julgamentos têm, muitas vezes, largos efeitos políticos sobre vastos períodos históricos e porque, na análise e na aplicação das normas, sempre pendem coordenadas políticas e convicções ideológicas.

O Supremo não é uma Corte política porque seja o julgador da esfera da política, pois esse tipo de julgamento, no Estado Democrático de Direito, é prerrogativa do povo, em eleições periódicas. E do Parlamento em procedimentos regulados. A conveniência política, por exemplo, em liberar uma emenda parlamentar (destinada a promover um investimento público numa região do país) visando uma votação da Câmara Federal, é uma política encravada na formação da nossa República. É hábito (negativo) do nosso sistema político, mas não constitui qualquer delito, se a liberação for feita dentro das regras vigentes. Fisiologismo parlamentar não é da órbita do Supremo: isso é política, em sentido negativo, é má política; mas é política, usada por todos os governantes para governar dentro da democracia. Isso só pode ser desmontado por uma reforma política, não por decisões judiciais.

O Ministro afirmou, portanto, que “estamos julgando um modo de fazer política”, o que implica em dizer que os fatos eventualmente delituosos passam pelo juízo preliminar sobre o “modo de fazer política”. Isso é um rotundo equívoco. Quem julga o “modo de fazer política” é o parlamento e o povo: o parlamento em procedimentos regrados pela Constituição e pelo Regimento Interno das Casas Legislativas e o povo em eleições periódicas. Ou seja, posicionar-se o Juiz, no caso concreto, sobre a “política que está sendo feita” - já tida pelo Magistrado como “espúria” e “delituosa” - é restringir a ampla defesa. A partir daquela convicção, o exame do comportamento individualizado dos réus passa a ser secundário, pois eles são agentes “de um modo espúrio e delituoso” de proceder: criminosos previamente identificados.

Assim, o indivíduo, como réu, subsome-se na criminalização da política presumidamente feita pelo governo e não tem saída nem defesa. O julgamento passa a ser principalmente o julgamento de um “modo de fazer política”, que tanto envolve os réus –integrantes do coletivo político considerado como espúrio e delituoso- como também todos os que estiveram ligados, direta ou indiretamente, às políticas de governo. Todos são culpados: inculpação em abstrato, que foi obrigada a buscar algum tipo de sentido na interpretação ampliada do “domínio funcional dos fatos”, para tentar justificar racionalmente as condenações.

O adequado às funções de uma Corte Superior em julgamentos desta natureza é apanhar os fatos e atos (individualizados na denúncia do Ministério Público) e contrastá-los com as normas que regulam as funções dos agentes públicos. Este contraste é que possibilita a criminalização, ou não, das condutas políticas dos indivíduos, através do sistema de direito. Este é o sistema que dá ordem, materialidade e previsibilidade ao sistema político e que pode promover tanto julgamentos políticos nas esferas pertinentes, como consolidar juízos públicos sobre partidos e indivíduos, com influência nos processos eleitorais.

A partir deste percurso, da quantidade das pessoas envolvidas nos delitos, da gravidade das violações legais e dos efeitos destas, sobre as funções públicas do estado, é que uma política de governo, no seu conjunto, pode ser taxada como “espúria” e “delituosa” e daí julgada pela soberania popular.

O que se constata, em contradição com os fundamentos da sentença da Ação Penal 470, é que o “modo de fazer política” do governo Lula (que na verdade não estava formalmente em julgamento na ação referida) levou o Brasil a um formidável progresso social e econômico, a um avanço democrático extraordinário, a um prestígio internacional inédito, que coloca o cidadão comum na velha disjuntiva: é melhor ter um governo que tenha um modo “espúrio” e “delituoso” de fazer política, que nos consiga tudo isso, ou um governo inepto, mas sério, no qual nós continuamos na marginalidade histórica e social?

Como a disjuntiva promovida pela decisão do STF é falsa, o cidadão comum -que é o principal objeto da manipulação midiática em torno do julgamento- responde por instinto de classe e pelo princípio da aparência imediata (“de onde vêm estes ataques?”): “prefiro o Lula e agora a Dilma, pois alguém está certamente me enganando nesta história toda”. E assim começam as pessoas a prestar atenção em quem serão os beneficiados pela eliminação da memória popular dos governos do Presidente Lula e do seu suposto modo de fazer política.

A razão histórica de caráter udenista do Supremo, julgando uma política “espúria” e não os réus, torna-se uma contribuição para uma razão cínica imediata, erguida sob premissas falsas (“prefiro” -pensa o povo- “quem rouba, mas faz”), mas a seguir se refaz como autoconsciência do protagonismo democrático do povo: “vamos reeleger a nossa Dilma, porque ela é uma boa continuadora do nosso Lula”.

Uma oposição sem rumo e sem propostas recebeu de presente um processo de judicialização da política, feito dentro da ordem jurídica e política atual, compartilhado pelo esquerdismo travestido de UDN pós-moderna. Não tinha como aproveitar, pois estava envolvida demais com o fetichismo neoliberal, com suas divisões internas, com a sua ausência de compreensão do país e do seu povo.

O segundo fato, ao qual quero referir, merece menos reflexão, mas não é menos significativo. Num dia desses, às 7h34 da manhã, na Globo News, a simpática Cristiana Lobo anunciava o seguinte, literalmente: “A CPI do Cachoeira não termina, enquanto isso o bicheiro ganha liberdade”. Atenção, a “culpa” do suposto delinquente ter saído da prisão não é decorrente de uma decisão do Poder Judiciário, que já estava condenando dirigentes petistas a pesadas penas, num processo altamente politizado. A culpa, sugere a notícia, foi da CPI, que é dirigida por um petista, que ainda não terminara certamente o seu trabalho “espúrio”. A culpa é, pois, da política e dos políticos, parece badalar o oposicionismo sem rumo.

Em todo este contexto, a Ação Penal 470, que poderia ser um grande marco de afirmação do Poder judiciário e de ressignificação da política em nosso país, tornou-se predominantemente uma arena de desgastes tentados contra Lula, a esquerda e o PT, como partido que lidera este formidável processo de mudanças no país: a judicialização da política despolitizou a oposição e empobreceu, ainda mais, nosso sistema político já falido.

É certo, porém, que esta ação penal não é apenas fracasso, o que poderá ser testado com os próximos processos que já estão em curso, que certamente não terão o mesmo interesse midiático que esta ação despertou. Mas ela incidiu largamente sobre o futuro do país e reorganizou a pauta dos partidos e da mídia: hoje a questão já é “o que faremos em 2018?” O “esquema” visivelmente não deu certo: Dilma, Lula e o PT, vão ganhar as eleições em 2014 pelo que já legaram ao país. Com isso, não estou dizendo que o Poder Judiciário entrou em algum esquema previamente concebido, mas que foi devidamente instrumentalizado e “aceitou” esta instrumentalização ora falida.

Trata-se, agora, nós da esquerda e do PT, de nos prepararmos para as próximas eleições de 2014 com Dilma, mas inaugurando uma nova estratégia. Descortinando -já a partir das próximas eleições presidenciais- os traços largos e os largos braços de um programa destinado a reestruturar a democracia brasileira, para mais democracia com participação cidadã, mais transparência com as novas tecnologias infodigitais, mais combate às desigualdades sociais e regionais. Sobretudo partindo da compreensão que todos “querem mais da vida do que pão e manteiga”, como dizia Döblin do seu personagem.

O fim da miséria, que já está no horizonte, é impulso para exigências mais complexas por parte de todo o povo e isso exige, também, um partido dirigente que supere os velhos métodos de direção tradicionais, que normalmente são apenas reativos às conjunturas às vezes difíceis, que atravessam os seus líderes: um partido que trate o cotidiano como tal, mas pense no processo e na História. Pensar em 14 pensando em 18. Neste ano de 2018, independentemente da qualidade dos nossos governos, o sentimento de renovação já estará em pauta no Brasil, face às próprias transformações que engendramos nos quatro governos seguidos, que provavelmente já teremos protagonizado no país.

Pensar assim é tarefa do Partido, não é tarefa de governo. A menos que abdiquemos da nossa função de sujeito político e passemos a ser um escritório de explicações sobre o passado. Se o nome “refundação” ainda fere, por equívoco, ouvidos mais sensíveis, falemos em renovação de fundo e de forma. Não para fugir das nossas raízes, mas para ancorá-las no presente das novas classes trabalhadoras, das novas classes médias, das novas formas de produzir, prestar serviços e distribuir riqueza, dos novos mundos da economia criativa, das novas formas de produção da inteligência, dos novos estatutos de relacionamento global, das novas demandas que não são necessariamente de classe, mas ingredientes básicos de uma sociedade justa e, sobretudo, mais e mais feliz. O nome disso é “novo socialismo” ou “nova social-democracia”: isso quem decide não é o partido.