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Papo de homem - Música

Jazz: do clássico ao que você nunca ouviu 43 obras geniais
Estilo musical estranho aos ouvidos da maioria, geralmente apreciado pelos mais velhos. Os mais alheios não sabem nem o que é, ou talvez arrisquem um “é aquilo que toca no desenho Tom e Jerry”. E é, em parte – obviamente isso não caracteriza nem uma fração do jazz, mas já é um começo.
Fato é que conhecer jazz é foda. Jazz é foda, jazz é cultura – por sinal, riquíssima. O problema é que não dá pra conhecer jazz ouvindo as músicas erradas. Salvo raras exceções, ninguém começa a ouvir metal sem antes passar por um rock mais brando. Com o jazz é a mesma coisa.
Assim sendo, ofereço aqui 43 músicas ordenadas cuidadosamente. Meu objetivo é compartilhar uma parte do meu conhecimento do jazz de forma a não assustar aqueles que nunca pararam para ouvir o estilo.
Seja qual for sua intenção ao querer adentrar o mundo jazzístico, espero que esta lista ajude a perceber o estilo – e a música, como um todo – de outra maneira, sob outra perspectiva, ou melhor ainda, sob perspectiva nenhuma.

Turismo

Paris é sempre uma festa
Paris está linda, ensolarada e quente. E cheia de gente. De todo tipo, de todos os cantos do mundo, em grande quantidade. Sem qualquer exagero: Paris está lotada!

Boa parte disso se deve ao fato de ter sido um inverno muito rigoroso este que acabou agora, e os parisienses comemoram a primavera na rua: até nas margens do Sena, onde acampam em piqueniques que entram noite adentro. Estão até bem humorados!
E como tem brasileiro! Ouve-se a toda hora gente que passa, no meio da turistada que invade as calçadas, o falar brasileiro em famílias e grupos que passam ou sentam nas mesas dos cafés e restaurantes. A turma veio, e veio em peso.
Tem sempre alguma coisa acontecendo a céu aberto: nas pontes sem trânsito surgem cantores, acrobatas, mágicos, dançarinos, palhaços, todo tipo de perfomers.
Ontem, numa ponte, um grupo tocava jazz: corneta, sax alto, banjo e contrabaixo. O líder era o da corneta: americano, idoso, apresentava as músicas, contava quem as costumava tocar e sabia do que falava. A audiência era grande, de turistas e também de parisienses, e a música era excelente.
Paris tem um caso de amor com o jazz, e os americanos têm um caso de amor com Paris.
Eles se conheceram no final da Primeira Grande Guerra, quando as tropas americanas vieram lutar e aprender coisas aqui. Já nos anos vinte se apaixonaram, escritores, artistas e músicos americanos, brancos e negros, se instalaram aqui e divulgaram para o mundo toda a aura de encanto, do charme da cidade, da beleza, da cultura e – por que não? – da elegância e beleza de suas mulheres, da livre licenciosidade de sua vida e costumes.
Paris ficou “chic”, ditava a moda, e os americanos iam aprendendo que nem tudo é criar boi, matar índio ou fabricar automóvel e geladeira.
E assim reproduziram a cidade na literatura, na música e no cinema, e foi nessa onda que os EUA, na Segunda Guerra Mundial, vieram libertar a França e se entregar de vez aos braços de Paris.
De origem negra, nascido na América, adotado por Paris, o jazz se espalhou pelo mundo. E uma nova estética musical operou radical transformação na cultura branca e ocidental. Caducaram as mazurcas, as polcas, as valsas e quejandos.
A nova música, trazida pelas tropas negras do exército americano, deu origem às músicas que ouvimos hoje, em vários e diversos gêneros e estilos.
Como se diz por aí, Paris “repercutiu”: divulgou e o mundo topou. E lá na tal ponte, ao som do jazz, tudo isso acontecia, num lindo pôr-do-sol com o Hôtel de Ville ao fundo.
Edgar Flexa Ribeiro 

Festival Choro Jazz Jericoacoara

Traz em sua segunda edição Yamandú Costa, Hermeto Pascoal, Dorival Caymi, Joyce Moreno, Trio Curupira, Giuliano Eston, Moderna Tradição, Banda Mantiqueira, Manassés e muito mais artistas.


A abertura será nesta terça [30].

Você não pode aperder...
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