Excelente a entrevista do presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoíni (SP), publicada em O Globo no fim de semana (domingo, 23.08) sob o título "O PT não trata a ética como se fosse uma questão isolada da política".
Nela, Berzoíni explica mais uma vez a posição do partido, favorável à apuração pelas vias competentes (Ministério Público, Polícia Federal) das ilegalidades denunciadas no Senado e reafirma: "Não reconheço no DEM, que está na 1ª Secretaria (da Mesa do Senado) há 14 anos e diz que não sabe dos atos secretos, autoridade política para fazer essa investigação. Não reconheço no PSDB, que nas CPIs do Proer e do Banespa agiu para não ter investigação, autoridade política."
"Eu seria favorável a uma CPI para apurar o conjunto da obra no Senado", adianta o dirigente nacional do PT, perguntando: "por que a oposição não aceita? Porque, com uma CPI, certamente não conseguiriam pôr o foco só no presidente do Senado. Os atos secretos envolvem mais de 40 senadores dos mais variados partidos."
Berzoíni contesta, ainda, um ponto muito explorado e comum no noticiário da mídia, jornais e revistas, particularmente nesse fim de semana - o de que o PT teria abandonado a ética.
"O PT não abandonou a ética", nega Berzoíni, mas o partido "no governo, precisa ter clareza de qual é o espaço para a defesa da ética. Certamente, não é no Conselho de Ética do Senado. A simplificação só interessa a quem não quer investigar em profundidade. O PT não pode ser ingênuo e entrar nesse joguete", conclui.