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Estadão põe gás no fogo

do Observatório da Imprensa
por Alberto Dines
O Estadão ensandesceu: a manchete de capa de quarta-feira (22/9) transforma um embate episódico entre o governo e alguns veículos de comunicação numa confrontação política de grandes proporções e imprevisíveis conseqüências. E coloca indevidamente o Brasil ao lado da Venezuela e a Argentina no rol dos países latino-americanos onde o exercício do jornalismo e a liberdade de expressão correm riscos.
A manchete da edição – "TV de Lula contrata empresa que emprega filho de Franklin" – é exemplo clássico de um jornalismo panfletário que está substituindo o jornalismo investigativo, com sérios prejuízos para a credibilidade de uma instituição que não pode sobreviver sob suspeição.
O Observatório da Imprensa entrou para a programação da antiga TV Educativa (TVE) em maio de 1998, no último ano do primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Nestes 12 anos jamais sofreu do governo federal qualquer tipo de pressão no tocante ao seu conteúdo. No segundo mandato de FHC e ao longo dos dois quadriênios do presidente Lula jamais houve qualquer interferência do Executivo seja na escolha dos temas ou teor dos comentários.

O Observatório da Imprensa atacou abertamente o presidente Lula quando fez críticas indiscriminadas aos meios de comunicação. Se a TV Brasil fosse mesmo a TV de Lula, o programa televisivo do Observatório da Imprensa não gozaria deste tipo de autonomia.

Clima fabricado
Convém lembrar que este observador já foi demitido inúmeras vezes de grandes veículos por manifestar, em artigos assinados, opiniões que desagradaram as respectivas direções. Já houve casos em que textos publicados neste OI serviram de pretexto para punições em outros órgãos.
Os castigos impostos ao programa na TV Cultura e Rádio Cultura – contrariando voto do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta – e que culminaram com suas eliminações durante a gestão de Paulo Markun jamais levaram este observador a dar dimensão política a divergências técnicas.
Quando o Estadão noticiou a recente crise na TV Cultura, jamais designou a emissora como "TV do Serra ". Afrontaria todas as normas de decoro jornalístico e seria rigorosamente injusta para com o então governador de São Paulo.
As denúncias de favorecimento da empresa Tecnet numa licitação da TV Brasil não pode partir de um fato secundário – seu representante comercial, Cláudio Martins, é filho do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Franklin Martins.
A irregularidade e aquele que supostamente a praticou compõem os ingredientes básicos da notícia. O destaque ao parentesco do denunciado com um funcionário do primeiro escalão presume uma interferência que não foi verificada. A esta altura, uma acusação rigorosamente leviana.
Este clima exacerbado não ajuda o processo eleitoral, não ajuda o day after, não fortalece nossa democracia nem reforça os paradigmas de objetividade tão caros ao exercício profissional. 

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A novela da TV Cultura continua

Os tucanos que dirigem a TV Cultura há 16 anos, na verdade, desde 83 (governo Franco Montoro), a atacam como se não fossem os responsáveis pela atual situação da maior e mais importante emissora de TV cultural do país. Agora é o secretário da Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo, que diz, na Folha de hoje: 

"A TV Cultura é uma ficção. É cool gostar da TV Cultura, mas ninguém assiste", afirmou Matarazzo, argumentando que a programação não está na grade de ninguém. 

"Vai manter a TV Cultura desse jeito para ser marcada pelo Cocoricó (programa infantil)?" E arrematou: 

"São R$ 80 milhões para quê? Pagar salários de conselheiros? Aqueles conselheiros nem assistem à TV Cultura”, indagou, numa manifestação que revela a natureza da critica e o descalabro da TV Cultura e de toda política cultural tucana em São Paulo nesses quase trinta anos.

Como vemos, os tucanos que governam o Estado mais rico da Federação e o mais desenvolvido, não conseguem se entender sobre o que é uma televisão cultural e pública. Andrea Matarazzo prega o fim da TV Cultura e acusa a emissora de empreguismo, ao que a emissora é usada para empregar conselheiros, ainda que o telhado de Matarazzo seja de vidro, uma vez que ele já ocupou a presidência da Cesp, como bem lembrou Jorge Cunha Linha, ex-presidente do Conselho da Fundação Padre Anchieta e ex-secretario de Estado da Cultura. 

“Ninguém ganha salário no conselho, além do presidente, e isso por decisão do representante do Ministério Público", afirmou Cunha Lima. 

"Quando fui presidente do conselho também ganhei salário e trabalhava em tempo integral na TV, na cruzada em prol de uma TV pública independente, no Brasil e no exterior. Ganhei salário, da mesma forma que Andrea Matarazzo recebe salários em seus cargos desde que foi presidente da Cesp”, observou Cunha Lima.

Fica difícil, mas entre Andre Matarazzo e Jorge Cunha Lima, ficamos com o segundo com uma vida dedicada à TV Cultura. 

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Todo apoio ao "Salve a Rádio e TV Cultura"

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Vamos acompanhar e prestar toda colaboração possível ao movimento "Salve a Rádio e TV Cultura", uma importante iniciativa lançada essa semana com o objetivo de defender as duas emissoras, patrimônio dos paulistas, que o governo estadual do PSDB quer acabar.

Como muito acertadamente lembrarm os organizadores do movimento, durante os últimos 16 anos à frente do governo de São Paulo, os tucanos deixaram a rádio e a TV se deteriorarem. Agora, iniciam o seu desmonte, num processo em que, em sua sanha privatizante, ao final pode resultar na liquidação ou privatização da emissora pública de TV do Estado.

Passo nesse sentido, denuncia o movimento, foi o corte de R$ 18,8 milhões destinados à digitalização do canal, determinado pelo então governador José Serra. Ele cortou a verba pouco antes da posse do novo presidente da Fundação Padre Anchieta (vinculada ao Estado e mantenedora da rádio e da TV), João Sayad. Os organizadores do "Salve a Rádio e a TV Cultura" reiteram denúncia que tem sido feita com frequência, de que as duas emissoras foram alvo de aparelhamento tucano. 

Realmente, é só lembrar que o candidato a presidente José Serra (PSDB-DEM-PPS)  provocou a queda de dois jornalistas na emissora, o diretor de jornalismo, Gabriel Priolli Netto, por deixar fazer uma matéria sobre pedágios no Estado, e Heródoto Barbeiro, apresentador do Roda Viva, que teria feito pergunta que o candidato não gostou enquanto era entrevistado no programa.

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MODO TUCANO DE GOVERNAR: BALANÇO DAS ÚLTIMAS 36 HORAS

a) USP: caiu 64 posições no ranking mundial de universidades e perdeu a liderança na América Latina para a Universidade do México; 
b) Alunos de escola estadual são treinados para gritar Geraldo e Serra e gritam Lula, Lula , Lula.
c) TV CULTURA, após 16 anos de administração do PSDB: 'Perdeu audiência, qualidade e se tornou cara e ineficiente'. Importante: o diagnóstico, em nota oficial divulgada hoje, é da própria direção da emissora, nomeada por Serra. A manifestação ocorre em meio a notícias não desmentidas de que o governo do PSDB prepara o desmonte da principal TV pública do país, com demissão de 80% de seus funcionários. Em SP, o jornalista Luis Nassif que já trabalhou na Cultura propôs a criação de um movimento de resistência da sociedade civil contra o desmonte em marcha: 'Salve a TV Cultura'
Carta Maior apoia o movimento lançado por Luis Nassif

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São Paulo vai jogar no lixo a história da TV Cultura? PSDB ameaça emissora

por Rodrigo Vianna
Aprendi a “fazer televisão” na TV Cultura de São Paulo. Trabalhei durante quase três anos lá, entre 92 e 95. Época de ouro. Presidida por Roberto Muylaert, e com Beth Carmona na direção de programação, a Fundação Padre Anchieta (mantenedora da TV Cultura) era um lugar delicioso para se trabalhar. Havia liberdade, incentivo à criatividade e à inovação.
Conto essa história porque me causa tristeza profunda ler a nota publicada porDaniel Castro, no R-7. Sob comando de João Sayad, os tucanos agora querem terminar o serviço na TV Cultura. Falam em demitir 1.400 pessoas. O último que sair apaga a luz.

Quando trabalhei lá, as luzes estavam sempre acesas! Havia estúdios modernos, bons equipamentos, salários mais do que razoáveis. Lembro que os câmeras e técnicos em geral tinham duas referências em São Paulo: Globo e Cultura. Eram as duas TVs que ofereciam melhor remuneração e melhores condições de trabalho.
Era a época do “Castelo Rá-Tim-Bum”, do “X-Tudo”, e do auge de programas como “Vitrine”, “Metrópolis”, “Grandes Momentos do Esporte” e tantos outros. Como jovem repórter (entrei na TV com 22 anos), eu integrava a equipe do “60 Minutos” – um telejornal que ia ao ar das 12h às 13h. Tempos heróicos. Com quatro ou cinco equipes de externa, a gente punha no ar todo dia 1 hora de jornalismo. Muito factual, muita entrada “ao vivo”. E uma equipe inesquecível.
Não vou citar nomes para não cometer injustiças, lembro apenas do Marco Nascimento (diretor de jornalismo sério e com talento pra formar equipes) e da Malice Capozoli (chefe de redação que comandava com segurança e carinho a produção do “60 Minutos”).
Ah, mas a audiência era baixa, dirão alguns. Não era! O “Castelo”, por exemplo, chegou a dar 15 pontos de média no começo da noite. Incomodava as novelas da Globo e ficava em segundo lugar. O “60 Minutos” conseguia 5 pontos de média. Era a segunda audiência em São Paulo na hora do almoço. O “Jornal da Cultura”, à noite, dava cerca de 4 pontos (mais ou menos o que consegue hoje  o “Jornal da Band”).
Sabem quem era o governador naquela época? Fleury. Posso dar meu testemunho: nunca interferiu na programação, nunca fez lobby por esse ou aquele assunto. Cobríamos tudo, com liberdade. Quando o mandato dele terminou, Fleury deu uma entrevista no “Roda-Viva”. Eu estava entre os entrevistadores, e lembro de ele ter dito: “nem sei quem é o diretor de jornalismo da TV Cultura, nunca conversei com ele”. Achei aquilo sintomático. O Marco Nascimento (de quem sou amigo) nunca tinha ido ao palácio fazer “beija-mão” do governador. Era assim que as coisas funcionavam.
O Muylaert  (que presidia a Fundação) tinha proximidade com FHC, virou até ministro dele no começo do primeiro governo. Durante a campanha presidencial de 94, nunca pediu nada ao jornalismo. Cobrimos Lula e FHC com total liberdade.

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Pedágio derruba mais um jornalista da TV Cultura


Há uma semana, Gabriel Priolli foi indicado diretor de jornalismo da TV Cultura.
Ontem, planejou uma matéria sobre os pedágios paulistas. Foram ouvidos Geraldo Alckmin e Aluizio Mercadante, candidatos ao governo do estado. Tentou-se ouvir a Secretaria dos Transportes, que não quis dar entrevistas. O jornalismo pediu ao menos uma nota oficial. Acabaram não se pronunciando.
Sete horas da noite, o novo vice-presidente de conteúdo da TV Cultura, Fernando Vieira de Mello, chamou Priolli em sua sala. Na volta, Priolli informou que a matéria teria que ser derrubada. Tiveram que improvisar uma matéria anódina sobre as viagens dos candidatos.
Hoje, Priolli foi demitido do cargo. Não durou uma semana.
Semana passada foi Heródoto Barbeiro, demitido do cargo de apresentador do Roda Viva devido às perguntas sobre pedágio feitas ao candidato José Serra.
Para quem ainda têm dúvidas: a maior ameaça à liberdade de imprensa que esse país jamais enfrentou, nas últimas décadas, seria se, por desgraça, Serra juntasse ao poder de mídia, que já tem, o poder de Estado. 

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Serra continua constrangendo jornalistas

Gravada antecipadamente não sei se vai ao ar porque a entrevista pode ser editada - e a TV Cultura tem vínculos com o governo tucano do Estado - mas em sua participação, no Roda Viva de hoje à noite o candidato da oposição ao Planalto, José Serra (PSDB-DEM-PPS) voltou a constranger jornalistas. Ao que lhe perguntou sobre as elevadas tarifas de pedágio no Estado ele respondeu irritado: 


"você está apenas retransmitindo o que diz a oposição. Esse é o trololó petista".

Trololó coisa nenhuma. Para ficar apenas em um exemplo do número em excesso e dos altos preços desses pedágios, o usuário para ir da capital paulista à divisa com o Mato Grosso do Sul (Rio Paraná) utiliza as rodovias Castelo Branco, Engº João Baptista Rennó, Orlando Quagliato e Raposo Tavares, total de 672 km. Passa por 30 praças de pedágio (ida e volta, 18 delas autorizadas por Serra em dezembro pp) e não paga menos que R$ 200,00.

Mesmo assim, Serra iritou-se com a pergunta, numa espécie  de censura. É sua praxe. Depois ele liga para o chefe de redação do ou da jornalista é pede sua demissão, ou protesta pelo comportamento do profissional que o entrevistava. Na verdade, ao acusar os jornalistas de usar argumentos da oposição Serra revela seu caráter autoritário de alto risco para o exercício da presidência da República.