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Recordar é não entender

Bem que o Alon Feuerwerker tentou

O brasileiro tem problemas para pagar as dívidas porque elas custam muito caro. E não é que elas custem caro pela dificuldade de cobrá-las. Aqui, sabe-se com precisão que a galinha nasceu antes do ovo. O sujeito fica inadimplente tentando pagar a dívida, e não porque tentou escapar dela

O Comitê de Política Monetária está reunido para analisar e decidir mais um corte no juro básico, a taxa que o governo paga a quem lhe empresta dinheiro.

É algo mais complicado que isso, mas simplificar não chega a ser crime capital. Como ensinam os grandes líderes, o primeiro passo para tentar explicar a realidade é buscar simplificá-la.

O Copom vem num bom momento, por ter vencido o cabo de guerra contra quem meses atrás criticou a decisão de começar a baixar radicalmente o juro básico, mesmo com a inflação inquieta.

Deu certo. A inflação anda razoavelmente comportada, no teto da meta. Que foi aliás o prometido pelo Banco Central.

As projeções para 2012 continuam aquecidas, é verdade, mas até o fim do ano que vem o BC tem margem para manobrar. Pois a promessa do BC é que o ritmo dos preços convergirá daqui a doze meses para 4,5%.

Mesmo num país desmemoriado, como o nosso, é promessa com boa chance de ser cobrada.

A antecipação do BC e do governo evitou que a mediocridade econômica, uma provável marca registrada deste quadriênio,  virasse estagnação instantânea.

E o governo Dilma Rousseff ganhou espaço operacional para pelo menos apresentar resultados não nulos nesse campo. Politicamente será um ativo.

Para uma nação que abandonou o desenvolvimentismo e agora faz o jogo do contente, 3% pode até ser apresentado como trunfo.

O governo Dilma beneficia-se de sermos um país com baixas expectativas. Aceitamos, por exemplo, e bovinamente, que o limiar da classe média fique num nível baixo, e daí festejamos o ingresso de milhões nessa mesma classe média.

Por falar em juros, e não é a primeira vez que escrevo aqui, impressiona a nossa passividade diante das taxas cobradas do investidor e do consumidor. Com a notável exceção de quem tem acesso ao subsidiado.

Isso explica em parte. O Brasil pratica um juro para quem tem poder e outro para quem não tem. E sobra a estes últimos reclamar, sem o mesmo impacto que haveria caso os primeiros estivessem no barco.

O juro extorsivo já recebeu diversas explicações entre nós. Disseram que a coisa melhoraria com a introdução de novos mecanismos legais, como a lei de falências e o cadastro positivo. Aguardam-se os resultados. E convém esperar em posição confortável.

Outro mantra diz que o brasileiro paga muito juro pois é muito inadimplente. Mas ninguém prova que somos mais caloteiros, na comparação. Eu aposto que é o contrário. O brasileiro tem problemas para pagar as dívidas porque elas custam muito caro.

E não é que elas custem caro pela dificuldade de cobrá-las. Aqui, sabe-se com precisão que a galinha nasceu antes do ovo. O sujeito fica inadimplente tentando pagar a dívida, e não porque tentou escapar dela.

É uma encrenca resistente. Parece insolúvel. Só parece, pois outros povos já a resolveram. Mas aqui prefere-se o esconde-esconde. Finge-se que tudo vai bem. A espoliação financeira é apresentada como um dado da natureza.

Como o sol que nasce e se põe todo dia.

Prá desopilar


Foi perguntado a um ianque, um inglês e um brasileiro o que cada um gostaria de ouvir durante o próprio velório. O primeiro disse que se pudesse escutar depois de morto, apreciaria ouvir o comentário:

"Era um bom homem, detinha alta tecnologia. Excelente pai, esposo, viveu bem e morreu cedo".

O britânico disse que gostaria de ouvir:

"Foi um bom homem honesto, trabalhador, cumpridor de suas obrigações, pontual e bem-sucedido. Viveu bem e morreu cedo".

O desejo do brasileiro:

" Meu Deus ele está se mexendo! Ele está vivo, ele está vivo"!!!

Briguilina da hora

Basta o alicerce familiar pra você ser o que quiser.

Joel Neto

Dá-lhes Dilma

  • (...) “Não tenho esse tipo de prática [receber doações ilegais]. Não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou sobre minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro, porque não houve. Segundo, porque, se insinuam, alguns têm interesses políticos”
  • "Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas, e garanto para vocês que resisti bravamente. Até, em alguns momentos, fui mal interpretada quando disse que, em tortura, a gente tem que resistir, porque se não você entrega seus presos"
Essa é a presidente que nós elegimos.
Dilma coração e alma valente

O investimento do Brasil em infraestrutura só perde para a China

" O urubu tá com raiva do boi e eu sei que ele tem razão, o urubu tá querendo comer, mas o boi não quer morrer, tá faltando alimentação.."

Chora urubobologos


Apesar de algumas percepções em contrário (da e na Globo – PHA) os números são inequívocos: avançamos muito no investimento em logística nos últimos 4 anos. E queremos agora dar outro passo a frente. E é importante saber de onde partimos.

Na concessão de rodovias, foram mais de 5.300 (50) KM concedidos no meu primeiro mandato, mais do que em cada um dos governos fez nos últimos 30  anos anteriores.

Em ferrovias, construímos quase 1.100 (88) km entre 2011 a 2014, tb mais do que em cada um dos governos dos últimos 30 anos.

Nos aeroportos, foram feitas no meu 1º mandato, 6 concessões. Até então,jamais, qualquer aeroporto havia sido concedido à iniciativa privada.

Em portos, a partir da aprovação da Nova Lei, em 2013, já autorizamos a construção ou expansão de 40 terminais privados e prorrogamos três arrendamentos de terminais públicos. Em apenas dois anos,  viabilizamos a realização de 11,5 bilhões de reais em novos investimentos.

Mas precisamos avançar muito mais, pois ainda há uma grande demanda por mais e melhor infraestrutura no Brasil.

Nossa produção de grãos, por exemplo, cresceu 129,8% de 2000 a 2014. Esse crescimento significa maior demanda por transporte de cargas. Novas oportunidades de investimentos em nossas rodovias e ferrovias.

A frota de veículos no Brasil cresceu 184,6% no mesmo período. Com mais carros, caminhões e ônibus trafegando por nossas estradas, há grandes oportunidades de investimento em concessões.

A movimentação de cargas nos portos brasileiros dobrou de 2000 a 2014, o que novamente constitui uma grande oportunidade para novos investimentos privados.

Nos aeroportos, o movimento depassageiros cresceu 154,3% de 2000 a 2014. Mais e mais pessoas estão utilizando o transporte aéreo no Brasil. Mais e mais oportunidades de investimento estão se abrindo.

Todos esses números transmitemuma mensagem alta e clara para os investidores: há demanda por investimentos em infraestrutura no Brasil.

Todos esses números também representam uma mensagem alta e clara para o governo brasileiro, sobretudo em um período de maior restrição fiscal como atravessamos hoje: é preciso transformar a demanda potencial por melhor infraestrutura em projetos viáveis de investimento para o capital privado.

É exatamente isso que estamos fazendo. Como foi detalhado aqui hoje, estamos ampliando e aperfeiçoando nosso programa de concessões.

Estamos também viabilizando novos investimentos em concessões existentes, tanto em rodovias quanto em ferrovias. Nesse caso, os projetos em análise somam 31 bilhões de reais e podem começar rapidamente, ainda neste ano, mediante aditivos contratuais com os atuais concessionários.

No caso de portos, continuamos o processo de autorizações de terminais privados que operam carga própria e de terceiros e renovações de arrendamentos públicos. E vamos licitar 50 novos arrendamentos de terminais públicos, com investimentos previstos de quase 12 bilhões de reais.

Por fim, no caso dos aeroportos, a nova rodada de concessões beneficiará quatro capitais brasileiras com grande potencial de desenvolvimento econômico.

Vamos expandir o modelo de concessão para aeroportos regionais. Com esses movimentos, esperamos viabilizar cerca de 9 bilhões de reais em novos investimentos.

Ao todo, estamos estimando 198,4 bilhões de reais em novos investimentos durante o período das concessões.

Deste valor, 69 bilhões devem ser realizados até 2018, e estamos trabalhando para que todos os projetos anunciados aqui hoje sejam iniciados também até 2018.




Eleição 2018 já começou

Lula sendo candidato vence com um pé nas costas. No primeiro ou no segundo turno? Essa é a questão. 

E para facilitar as coisas a oposição faz questão de ajudar. Verdade seja que o PMDB cogita lançar José Serra como seu candidato, melhor ainda para o PT. Confiram abaixo:

O futuro já começou, Dora Kramer
É cedo, mas antes que seja tarde demais os protagonistas da cena política já movem suas peças a fim de garantir posições favoráveis na largada para o jogo eleitoral de 2018.
Ao que se desenha no horizonte pode vir novidade por aí, quebrando a habitual dobradinha entre PT e PSDB. Há dois movimentos importantes: a articulação do ex-presidente Luiz Inácio da Silva em torno de um novo partido para reunir as forças de esquerda e a decisão do PMDB de deixar de lado o papel de inquilino do poder de turno e tentar eleger um presidente da República.
Pela primeira vez em muitos anos, cerca de 20, o PMDB parece falar sério quando suas lideranças – entre elas o vice-presidente Michel Temer – dizem que o partido terá candidatura própria à Presidência da República.
Tão sério que a cúpula pemedebista tem um nome em vista e já está com o roteiro do desembarque do governo federal pronto. O candidato considerado ideal nessas conversas é o senador tucano José Serra: seria a união de um nome de projeção nacional com o partido mais bem estruturado em todo o País.
Serra, a respeito, não confirma nem desmente. Silencia. Mas o autodenominado “grupo pensante” do PMDB – onde figuram inclusive atuais ministros – fala, e muito, no assunto, apontando as “parcerias” que o tucano vem fazendo com o partido em torno de projetos no Senado como o embrião de uma possível união mais estável.
Os pemedebistas partem do princípio de que a aliança com o PT acabou. Aliás, raciocinam que o próprio PT acabou-se junto à opinião pública e que não será jogador competitivo em 2018. Na avaliação dos ainda parceiros do governo, o ex-presidente Lula não será candidato.
Acreditam que o PSDB “tem teto” – quer dizer, eleitorado limitado – e que escolherá o candidato a presidente entre o governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves; apostam, diga-se, na escolha do paulista. Muito bem, nessa altura da história é que entraria José Serra com sua assumida vontade de presidir o Brasil e a oportunidade se apresentando fora de seu partido atual.
Internamente o que se diz é que não haveria problema de disputa, pois nenhum dos nomes que se especulam (Temer, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o deputado Eduardo Cunha) seria páreo para Serra em termos de densidade eleitoral. Se for para competir com chance, a cúpula tem certeza de que o partido se une.
Paralelamente à aproximação com o tucano, os pemedebistas põem em prática o ritual do desembarque.
Começou com as reiteradas afirmações por parte do presidente da Câmara de que a aliança entre PT e PMDB está vivendo seus últimos momentos. O senhor e a senhora podem reparar, não há desmentidos quanto a isso.
O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, deixa que falem. Ele mesmo já defende em público a candidatura própria e será, no momento apropriado, o porta-voz do comunicado à presidente Dilma Rousseff, de que a franquia PMDB vai trabalhar em causa e casa próprias.
O partido como um todo vai oficializar essa decisão em setembro num congresso convocado, em tese, para discutir as eleições municipais do ano que vem. Na prática, porém, a ideia é provocar uma manifestação coletiva de desagrado com a aliança e em prol do projeto solo no âmbito nacional.


Depois disso, momento haverá em que os ministros do partido deverão deixar os cargos. Pragmática, a direção do partido pretende que isso ocorra depois das eleições municipais. Mas não muito depois. Logo em seguida seria o ideal. Afinal, os ministérios sempre são de alguma utilidade na campanha eleitoral. Isso eles não dizem; depreende-se pelo “timing” pretendido.

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Grécia: Soberania x Submissão

O discurso histórico do primeiro-ministro Alexis Tsipras
Caros gregos,
Durante seis meses, o governo grego tem travado uma batalha em condições asfixia econômica sem precedentes a fim de implementar o mandato que vocês nos concederam em 25 de janeiro.
O mandato que nós estávamos negociando com os nossos parceiros era para terminar com a austeridade e permitir que a prosperidade e a justiça social retornassem a nosso país.
Era um mandato para um acordo sustentável que deveria respeitar tanto a democracia quanto as regras europeias comuns e levar para a saída final da crise.
Ao longo deste período de negociações, nós fomos convidados a implementar os acordos fechados pelos governos anteriores com os Memorandos, embora eles tivessem sido categoricamente condenados pelo povo grego nas recentes eleições.
Entretanto, em nenhum momento nós pensamos em nos render, que seria trair a confiança de vocês.
Depois de cinco meses de duras negociações, nossos parceiros, infelizmente, emitiram no Eurogrupo anteontem um ultimato à democracia grega e ao povo grego.
Um ultimato que contraria os princípios e valores fundacionais da Europa, os valores de nosso projeto europeu comum.
Eles pediram ao governo grego que aceitasse uma proposta que acumula um nova carga insustentável em cima do povo grego e prejudica a recuperação da economia e sociedade gregas, uma proposta que não só perpetua o estado de incerteza mas acentua ainda mais as desigualdades sociais.
A proposta das instituições inclui: medidas que conduzem para uma maior desregulamentação do mercado de trabalho, cortes nas pensões, reduções mais drásticas nos salários do setor público e um aumento do IVA sobre alimentos, restaurantes e turismo, além de eliminar as isenções fiscais das ilhas Gregas.
Essas propostas diretamente violam os direitos sociais e fundamentais da Europa: elas demonstram que no referente ao trabalho, igualdade e dignidade, o objetivo de alguns dos parceiros e instituições não é um acordo viável e benéfico para todos os lados, mas a humilhação do povo grego inteiro.
Essas propostas principalmente sublinham a insistência do FMI na austeridade severa e punitiva e tornam mais oportuna do que nunca a necessidade de levar os poderes europeus a aproveitar a oportunidade e tomar iniciativas que finalmente trarão um fim definitivo para a crise da dívida soberana grega, uma crise que afeta outros países europeus e ameaça o próprio futuro da integração europeia.
Caros gregos,
Agora pesa sobre nossos ombros a histórica responsabilidade para com as lutas e sacrifícios do povo grego para a consolidação da democracia e da soberania nacional. Nossa responsabilidade para com o futuro de nosso país.
E essa responsabilidade requer que nós respondamos o ultimato na base da vontade soberana do povo grego.
Pouco tempo atrás na reunião do Gabinete, eu sugeri a organização de um referendo, para que o povo grego seja capaz decidir de um modo soberano.
A sugestão foi unanimemente aceita.
Amanhã a Câmara de Representantes será urgentemente convocada para ratificar a proposta do Gabinete para um referendo para o próximo domingo, 5 de julho, sobre a questão de aceitação ou rejeição da proposta feita pelas instituições.
Eu já informei sobre minha decisão ao Presidente da França, à Chanceler da Alemanha e ao Presidente do BCE, e amanhã minha carta pedirá formalmente aos líderes da UE e para instituições estenderem por alguns dias o programa corrente a fim de que o povo grego decida, livre de qualquer pressão e chantagem, como prevista pela Constituição de nosso país e pela tradição democrática da Europa.
Caros gregos,
À chantagem do ultimato que nos pedem para aceitar uma severa e degradante austeridade sem fim e sem qualquer perspectiva de uma recuperação social e econômica, eu peço a vocês que respondam de uma maneira soberana e altiva, como a história do povo ensina.
O autoritarismo e a austeridade severa, nós responderemos com democracia, calma e decisivamente.
A Grécia, local de nascimento da democracia enviará uma resposta democrática retumbante para a Europa e para o mundo.
Eu me comprometo pessoalmente a respeitar o resultado da escolha democrática de vocês, qualquer que ele seja.
E eu estou absolutamente confiante em que sua escolha honrará a história do nosso país e enviará uma mensagem de dignidade para o mundo.
Nesses momentos críticos, nós todos temos que relembrar que a Europa é a casa comum dos povos. Que na Europa não há donos e convidados.
A Grécia é e permanecerá uma parte integral da Europa e a Europa é uma parte integral da Grécia. Mas sem democracia, a Europa será uma Europa sem identidade e sem uma bússola.
Eu convido a todos vocês a exibir a unidade nacional e a calma a fim de tomar as decisões corretas.
Para nós, para as futuras gerações, para a história dos gregos.
Para a soberania e dignidade de nossa Europa.
Atenas 27 de Junho de 2015

O próximo golpe

A turma oposicionistas sem votos prepara o próximo golpe. Desde já o trombadinha da Telerj vem armando com os tucademos mais uma safadeza. 

Qual seria, qual será?...

Sabendo que Lula sendo candidato a presidente em 2018 ganha com um pé nas costas, os quadrilheiros piagolpistas querem aprovar o parlamentarismo.

O resultado de dois plebiscitos, onde o povo por ampla maioria escolheu o presidencialismo, para essa corja, hoje comandada por Eduardo Cunha, democracia boa mesmo é a sem povo.

Vagabundos!

A manchete popular e o dilema do PT

Autor: Fernando Brito

Lembro de quem me contou – o coleguinha Sílvio Paixão, já falecido – e do personagem – o editor Flávio Brito – mas não recordo se foi na Última Hora ou em O Dia – para quem não conhece, um jornal popular do Rio de Janeiro.
Silvio me disse que, antes de mandar "descer" – ir para a oficina gráfica – a manchete, Brito a submetia a um "tribunal" dos contínuos da redação. Se não fosse entendida de imediato, ia para o lixo.
Lembrei-me agora cedo disso, ao ler a coluna de Ricardo Mello, na Folha – cujo trecho inicial, sobre a delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa –  deixo para comentar em outro post.
Ao falar das críticas de Lula ao comportamento de muitos petistas, toca num ponto essencial: "baboseiras como governabilidade, superavit primário e obsessão inflacionária são tão convincentes e inteligíveis quanto um alemão de bolso cheio discursando para gregos em petição de miséria".
Obvio que Mello não acha nenhuma das três "baboserias" , baboseira no sentido macroeconômico. Mas, sim, que soam como "baboseiras" para quem tem de enfrentar aumentos impiedosos a cada ida ao supermercado, ora recusando os oito reais do tomate – ou dois reais, depende do dia da "loteria"  aquisitiva – os seis da cebola, os quatro ou cinco da batata.
Ou que só recebe notícias da ação do governo quando se trata de cortar ou não conceder benefícios, sejam trabalhistas, sejam previdenciários, seja dos programas de financiamento público da educação (Fies, Pronatec, etc…), enquanto "o Mercado" recebe juros mais altos pelo capital e vamos queimando nossos saldos pagando-os em velocidade muito maior do que aquela em que se cortam despesas.
É absolutamente pertinente a pergunta atribuída a Lula: "há quanto tempo não damos uma notícia boa?".
Ora, se não se mostram razões ou soluções para os problemas que a população enfrenta no seu cotidiano – algo que se rejeita em nome do horror elitista que o PT absorveu em relação ao  "populismo" –  a que pretendem que as pessoas simples compreendam que eles derivem de algo que não seja "a roubalheira" que a  mídia esfrega diariamente no rosto, fazendo com que os milhões surrupiados por Paulo Roberto Costa sejam muito, muito maiores que os bilhões que nos surrupia o mercado financeiro?
Reproduzo o que disse, muito bem, Ricardo Mello:
"Na última semana, Lula soltou o verbo. Lamentou que seu partido parecesse mais interessado em salvar a pele e segurar cargos do que em defender um projeto.
Esse é o ponto. Qual o projeto do PT hoje? Será possível mobilizar a militância para defender cortes em educação, habitação, saúde, em direitos trabalhistas, nas aposentadorias? Lula pode ser –e é– um excelente orador. Mas sem a "mistura", como se diz na casa de gente de carne e osso, o arroz com feijão perde o encanto.
O problema do PT não é a idade dos militantes –embora o afastamento da juventude seja sintomático. Vale a pena citar o professor Paul Singer: "O que acontece é luta de classes. Trabalhadores assalariados e patrões capitalistas têm interesses opostos." Singer tem 83 anos, mas preserva intacta a juventude de raciocínio. Em outras palavras, falta um programa coerente ao partido. O que temos para hoje é uma antítese da pregação original. Uma salada de projetos de longuíssimo prazo condimentada com sacrifícios de curtíssimo prazo para a maioria.
Cabe ao PT mudar a receita se quiser enfrentar uma luta política cada vez mais agressiva. Bem entendido, isso não é garantia de nada após tantas derrapadas. Mas ao menos manteria a legenda dentro do jogo com um discurso definido.
Baboseiras como governabilidade, superavit primário e obsessão inflacionária são tão convincentes e inteligíveis quanto um alemão de bolso cheio discursando para gregos em petição de miséria."