Um remédio mais radical
Pensando bem, de cabeça inchada mas fria, o contrário seria pior: ganhar dentro e perder fora de campo. Perdemos a Felicopa, mas realizamos a melhor das Copas — a Copa das Copas, como a presidente Dilma prometia e a gente ironizava. Nós, jornalistas, somos mesmo profetas do passado, quase nunca acertamos o futuro.
Esperávamos o sucesso nos gramados, e anunciávamos o caos nas ruas, aeroportos e portos. Erramos, embora se saiba que as obras ficaram inacabadas, assim como outros legados de infraestrutura.
Mas no momento o que interessa é que recebemos o elogio quase sem restrições dos colegas estrangeiros, o reconhecimento das delegações adversárias à nossa hospitalidade, à organização, à tolerância bem-humorada para com as provocações dos espaçosos hermanos, admitida até por eles mesmos.
Tudo isso foi um bálsamo para aliviar o que a psicanálise chama de “ferida narcísica”, que é quando a autoestima chega ao baixo nível a que chegou a nossa após as duas derrotas.
Contribuiu para a depressão nacional a interpretação ao pé da letra de Nelson Rodrigues. A seleção, muito menos a atual, não é a pátria de chuteiras, não representa a pátria sem chuteiras.
Isso foi uma hipérbole do genial cronista, que um dia escreveu que toda unanimidade é burra e hoje, por ironia, aceita-se unanimemente o que escreveu ou disse. Nessa linha, para quem gosta de alegorias e símbolos, a despedida dos brasileiros foi com lágrimas, enquanto a dos argentinos, sempre mais dramáticos, foi com os vômitos de Messi.
A propósito, como torci pelos alemães, fui cobrado por não ter sido movido pelas razões geopolíticas, e sim pela rivalidade futebolística. Tive que dizer que adoro o tango, reverencio Jorge Luis Borges, curti os filmes “As nove rainhas”, “O segredo dos seus olhos” e “O filho da noiva”, mas — e talvez aí esteja o principal motivo de uma certa animosidade — tenho inveja do nosso vizinho por ser apenas bicampeão do mundo em futebol, mas penta em Prêmios Nobel. Eu trocaria duas de nossas honrosas taças por pelo menos uma das cinco deles, a da Paz, já que têm duas só nessa categoria.
Enfim, depois da overdose desses últimos 30 dias, acho que vou adotar uma dieta detox, o sistema de alimentação que consiste em ajudar o corpo a eliminar toxinas. Só não recomendo o mesmo para o futebol brasileiro porque o grau de intoxicação em que se encontra o organismo em causa, a começar pela CBF, não se resolve com demissão de comissão técnica — necessita com certeza de um tratamento demorado e bem mais radical.
Zuenir Ventura é jornalista
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Paulo Moreira Leite - Pode?
Retrato com retoques
Depois de culpar Lula-Dilma por todos anunciados fiascos da Copa, oposição diz que brasileiros anônimos garantiram o sucesso. Pode?
É bom reconhecer que há poucas coisas perfeitas na vida. Uma delas é abraçar as crias depois de uma longa ausência. Outra, é almoçar na casa da mãe. Ou desfrutar da companhia de amigos verdadeiros.
Após estas considerações, cabe analisar os números finais da Copa do Mundo. Leia a opinião de 2209 visitantes estrangeiros ouvidos pelo DataFolha:
- 92% dos visitantes elogiaram o conforto e a segurança
- 76% aprovaram o transporte até os estádios
- 95% disseram que a recepção foi boa ou ótima.
- 83% elogiaram a organização
Mesmo lembrando que a Copa não foi um evento sem problemas, há outras notícias boas.
Alvo de muitos fantasmas usados para atemorizar visitantes, o Rio de Janeiro recebeu 900 000 turistas contra 90 000 previstos. Eles deixaram 4 bilhões de reais na cidade, contra 1 bi de previsão.
Obrigados a encontrar um discurso para enfrentar uma situação inesperada, nossos profetas do pessimismo completaram um ano de atividade ininterrupta, desde os protestos de junho de 2013, com sorrisos amarelos.
Passada a fase da autocrítica, é preciso explicar o que aconteceu, o por quê. Na falta de explicação melhor, a moda agora é dizer que o sucesso da Copa se deve aos “brasileiros.” Assim, no genérico. Os 200 milhões de brasileiros garantiram a Copa das Copas porque são simpáticos e acolhedores. Descobrimos essas virtudes anteontem?
Vamos combinar: a finalidade desse discurso é fingir que não havia oposição a Copa, movimento que se expressou num esforço permanente para impedir os jogos e criar um ambiente de desordem, sufoco e desmoralização Apelos ao boicote eram ouvidos nos melhores jantares, nas melhores famílias. Inclusive em inglês com legendas.
A Copa ocorreu contra a vontade dessas pessoas. Foi fruto do esforço da grande maioria da população, que não só queria assistir aos jogos e participar de um evento que marca a cultura de nossa época. Estava decidida, acima de tudo, a defender imagem de seu país.
Foram os adversários da Copa que transformaram o Mundial numa luta política – e perderam.
Como predadores sem escrúpulo, que mudam de pele conforme a paisagem, em determinadas situações a Copa era combatida com argumentos à direita. Em outros lugares, à esquerda. O importante é que não ocorresse. Se ocorresse, teria de ser um fiasco.
Não duvide: para boa parte dessas pessoas, o desempenho fraco da Seleção nos gramados serviu de consolo – e não de tristeza. Elas não suportariam uma boa atuação. Temiam uma classificação melhor – a tal ponto que não perdiam uma oportunidade para dizer que os juízes beneficiavam o Brasil, esquecendo das inúmeras vezes em que nosso time foi prejudicado.
Se Aécio Neves não tivesse deixado tantas demonstrações escritas de seu apoio a Felipe Scolari, o esforço para transformar Dilma Rousseff em assistente técnica da derrota teria sido ainda mais descarado.
Uma copa elogiada, por baixo, por mais de 80% dos visitantes estrangeiros, não é um carnaval que caí do céu, nem um reveillon na avenida Paulista. Envolve uma ação articulada em 12 cidades e dezenas de obras de infraestrutura que, sabe-se hoje, estavam muito mais avançadas do que se anunciou – mais uma vez, para tentar afastar a população da Copa, criar desanimo e desconfiança.
O elogio aos “brasileiros,” neste genérico, também é uma tentativa bisonha de encobrir o papel do Estado brasileiro neste sucesso. Governantes e prefeitos que assumiram suas responsabilidades, muitos deles filiados a oposição, foram sacrificados na hora do reconhecimento.
E aí está a imagem retocada da imagem que fica para a história.
Depois de culpar antecipadamente Lula-Dilma por um fiasco que anunciavam como inevitável, tenta-se fingir que eles não deram a menor contribuição para os aplausos da platéia. Pode?
Futebol - a limpeza deve começar pela CBF
Lições da Copa
Governo federal e governos não deveriam ter omitido ou mentido. Deveriam ter dito e debatido onde deveria haver, ou não, dinheiro público.
Já as oposições, as formais e a informal, não deveriam ter mentido e induzido.
Alardearam que a Copa seria um desastre, jogaram o país numa crise de baixo astral e baixa estima.
Nada funcionaria: caos aéreo, urbano, e vergonha perante o mundo.
A vergonha sobrou pra quem deu mostras de desconhecer o país onde vive e o povo que o habita.
Ao aqui desembarcar a mídia estrangeira entendeu logo, e muito melhor, quem e como é o povo brasileiro.
Sem olhar ingênuo, sem patriotadas. Sem deixar de relatar disparidades, injustiça social, truculência fascistóide das polícias e o desperdício de dinheiro publico.
Sem deixar de anotar e mostrar que governo e oposição se irmanaram na farra dos estádios.
Na Copa espetacular, saudada mundo afora, o vexame se viu dentro de campo; com os 7 a 1, a maior das derrotas da história do futebol brasileiro.
Com a derrota, o festival de cinismo e hipocrisia habituais.
A encenação dos que usam e abusam do futebol e da seleção como alavanca para seus negócios. No futebol como na política.
Mandam e desmandam. Fazem e desfazem técnicos e ídolos, transformam em Big Brother a privacidade da seleção e dos jogadores.
Agora se dizem chocados. Trocam o oba-oba que embala os negócios pela caça aos "culpados" de ocasião.
Jogam aos leões os parceiros de até ontem enquanto evitam os problemas decisivos, concretos.
A Itália perdeu e renunciaram todos, desde o comando da federação. A Alemanha começou sua mudança há anos com expurgos no ambiente de corrupção.
Se o futebol brasileiro quer mudar, evitar novos vexames, deve se livrar dos que o usam para seus negócios.
por Bob Fernandes
Ronaldo, Casagrande e Galvão Bueno tem presença garantida na próxima seleção
Seja qual for o novo técnico da seleção brasileira de futebol escolhido pela cúpula da CBF, uma coisa é certa, os jênios contratados da Globo aplaudirão o escolhido de cara. Depois...dependendo dos resultados estarão de acordo com ele.
Se o Brasil vencer, o time é fantástico, está no caminho certo para ser hexa em 2018.
Se o Brasil perder, o time é uma merda, olhe lá se consegue classificação para a Copa.
Essa gente foi que inspirou Augusto dos Anjos:
Se o Brasil vencer, o time é fantástico, está no caminho certo para ser hexa em 2018.
Se o Brasil perder, o time é uma merda, olhe lá se consegue classificação para a Copa.
Essa gente foi que inspirou Augusto dos Anjos:
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Copa 2014 e os jênios do futebol brasileiro
[...] "Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades...Cazuza
Em 2006 os jênios e iluminados especialistas do futebol brasileiro deram a receita perfeita para nossa seleção ser campeã em 2010:
Copiar a Itália!
Em 2010 os jênios e iluminados especialistas do futebol brasileiro deram a receita perfeita para nossa seleção ser campeã em 2014:
Copiar a Holanda!
Em 2014 jênios e iluminados especialistas do futebol brasileiro deram a receita perfeita para nossa seleção ser campeã em 2018:
Copiar a Alemanha!
Notaram a coincidência?...
Eles sempre dão a mesma receita:
Copiar o vencedor.
Babacas!
Joel Neto
Em 2006 os jênios e iluminados especialistas do futebol brasileiro deram a receita perfeita para nossa seleção ser campeã em 2010:
Copiar a Itália!
Em 2010 os jênios e iluminados especialistas do futebol brasileiro deram a receita perfeita para nossa seleção ser campeã em 2014:
Copiar a Holanda!
Em 2014 jênios e iluminados especialistas do futebol brasileiro deram a receita perfeita para nossa seleção ser campeã em 2018:
Copiar a Alemanha!
Notaram a coincidência?...
Eles sempre dão a mesma receita:
Copiar o vencedor.
Babacas!
Joel Neto
Notívago: Dilma, eu lhe vi na final da Copa do Mundo, acredita?
Na comemoração da conquista pela Alemanha, a rede Globo e assemelhadas esconderam a Dilma de todas as maneiras possíveis. E a Folha insiste que a Presidenta foi novamente vaiada. Por quem? Pelos Argentinos que perderam a final? Quantos brasileiros estavam presentes ontem no Maracanã?
Agora o papo é que a Copa foi extraordinária porque foi feita pelos brasileiros. Mas isto é o óbvio ululante. A Dilma não pregou um prego na estrutura dos estádios. O que ela fez foi planejar tudo. E como já foi dito diversas vezes em diversos blogs por esse mundo afora, a Seleção Brasileira teria sido campeã se a Dilma tivesse arranjado tempo para treinar os nossos atletas.
A mulher tem uma capacidade administrativa extraordinária e é uma workaholic, quero dizer, uma trabalhadora compulsiva.
Dilma, receba o nosso abraço (e aqui eu falo em nome da minha família), o nosso carinho e o nosso reconhecimento pela sua competência e honestidade à frente deste imenso país chamado Brasil.
A rede Globo lhe escondeu, mas a sua imagem estava presente no Maracanã como a de um anjo diáfano que possibilita a passagem e transmite a luz para quem dela precisa. Conte com o nosso voto na eleição de outubro.
by: Notívago - Fora de Pauta - Nassif Online
Presidenta Dilma deseja sucesso à Rússia e convida todos para Olimpíadas 2016
Na entrega simbólica da Copa do Mundo para a Rússia, momentos antes da partida final entre Alemanha e Argentina neste domingo (13), a presidenta Dilma Rousseff destacou o Brasil pela organização do Mundial 2014 e enalteceu a hospitalidade do povo brasileiro com todos que vieram ao país.
Estou certa que todos os que vieram ao Brasil – delegações, seleções, turistas – levarão de volta a experiência de ter conhecido um belo país, feito por um povo carinhoso e receptivo, e onde impera a diversidade. Nós, brasileiros, guardaremos a emoção e satisfação de ter realizado um evento muito bem sucedido, uma Copa que só não foi perfeita porque o hexacampeonato não veio.
Dilma também desejou sucesso ao povo russo na realização da Copa do Mundo de 2018.
A partir de agora, os fãs do futebol voltam sua atenção para a Rússia, um país especial, de uma cultura rica, e que terá a honra de sediar o maior dos espetáculos do futebol. Desejo ao povo russo muito sucesso na organização e realização da Copa do Mundo FIFA 2018.
A presidenta concluiu Dilma fazendo convite, em nome de todos os brasileiros, para retornarem ao país para Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016.
Nós, brasileiras e brasileiros de todos os cantos deste imenso e adorado País, convidamos todos a voltarem para as Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016, que sediaremos com a mesma competência e hospitalidade dedicadas à Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.
Genial
DIAGNÓSTICOS EQUIVOCADOS - Diogo Costa
Tem algo que está me incomodando profundamente neste pós 7 à 1 do Brasil. Escrevi várias vezes que o sr. Scolari colocou um time lépido e fagueiro contra a pátria mãe do futebol força. Contra um futebol aplicado, objetivo e sem firulas.
Subestimamos uma das maiores potências do futebol e pagamos o preço por isso. A homérica goleada é consequência disso, mas não em sua totalidade. Os 7 à 1 foram um resultado completamente atípico, que desnorteou o mundo inteiro, inclusive os vencedores.
É possível que nem daqui há 100 anos vejamos algo igual no futebol. Ponto.
Depois dessa breve análise, da qual se pode discordar, evidentemente, agora vem a parte que me incomoda. As redes sociais estão lotadas de críticas à CBF e aos dirigentes do futebol brasileiro. Estão lotadas de críticas ao sr. Marín, como se ele ou a CBF fossem os culpados pela derrota brasileira, ou até mesmo pela evidente humilhação histórica. Não concordo.
Todo mundo sabe dos problemas extra campo do futebol brasileiro, dos clubes, da CBF e até da Fifa. Mas debitar a nossa derrota de 7 à 1 na conta dessas estruturas arcaicas é um imenso erro de análise.
Não foi com a antiga CBD (que foi virou CBF em 1979) sob a Presidência de João Havelange que o Brasil se tornou Tricampeão Mundial de Futebol? Como explicar que o 'mafioso' Havelange tenha nos legado 03 Copas do Mundo em sua gestão?
Será que é possível explicar a inexplicável derrota do Brasil para a Alemanha através de fatores extra campo? Se é possível (não concordo), deveríamos no mínimo tentar também explicar como é que o Brasil se tornou o país do futebol com essa mesmíssima estrutura ultrapassada, ou até pior no passado.
A gestão de Ricardo Teixeira à frente da CBF (1989-2012) é a mais vitoriosa da história da Seleção Brasileira (dentro de campo), com 02 Copas do Mundo, 05 Copas América e 04 Copas das Confederações.
Isso sem falar na questão dos clubes brasileiros, que passaram a vencer com maior regularidade os torneios e campeonatos internacionais, notadamente a Taça Libertadores da América que vencemos de forma consecutiva nas últimas 04 edições.
Se vamos detonar a CBF e o seu antigo presidente Ricardo Teixeira (que ainda comanda a entidade por baixo dos panos, desde os EUA), e dizer que o fracasso da Seleção Brasileira em 2014 é responsabilidade deles, será que não deveríamos tentar explicar também porque essa estrutura assim tão arcaica nos deu tantos títulos entre 1989 e 2014?
Ou só vale a crítica quando perdemos e quando ganhamos, como em 1994 e 2002, nos esquecemos automaticamente da figura do sr. Ricardo Teixeira? Ou só vale a crítica quando perdemos e quando ganhamos, como em 1958, 1962 e 1970, nos esquecemos automaticamente da figura do sr. João Havelange?
Caros amigos e amigas, a derrota contra a Alemanha é responsabilidade única e exclusiva da Comissão Técnica do Brasil, em especial do sr. Scolari. Esta é a verdade sobre o episódio, além de termos que compreender que o que houve tem também um componente meio inexplicável, típico do futebol.
Debitar esta derrota na conta da CBF, que tem um Centro de Treinamentos dos mais modernos do mundo e que banca uma estrutura invejável para qualquer Seleção, é um erro. E debitar esta conta no fato de que os jogadores brasileiros hoje atuam, em sua grande maioria, no exterior, é outro erro grosseiro.
Já era assim em 1994. Foi assim em 2002 e é assim agora. Logo, essa tese também não explica a acachapante derrota de nosso selecionado.
Aliás, onde é que jogam a maioria dos atletas argentinos que farão a final contra a Alemanha? Aliás, onde é que Messi joga desde a sua mais tenra idade?
Queremos e devemos modificar e aperfeiçoar a estrutura do futebol brasileiro, dos clubes e da CBF, mas atribuir o fracasso da Seleção Brasileira em 2014 aos processos e estruturas arcaicas das nossas entidades dirigentes está errado.
Há uma tese ufanista que diz há bastante tempo que se o futebol brasileiro fosse minimamente organizado venceríamos todas as Copas do Mundo...
Que barbaridade!
Será que somos tão bons assim, será que somos tão superiores assim? Será que só o Brasil gosta de futebol no mundo? Será que somos os únicos bons e o resto dos países é composto por perebas e pernas de pau?
Será que italianos, argentinos e alemães não jogam e nunca jogaram nada, ao contrário do Brasil que sempre teve o melhor futebol do universo?
É preciso admitir, outros vários países amam o futebol e sabem jogar muito bem este fascinante esporte bretão. E é preciso admitir também que estamos numa entressafra de talentos futebolísticos.
Tirando o Neymar, que é um jogador diferenciado, quais são os outros atletas brasileiros desta Copa que não são medianos ou algo pouco acima de medianos?
Vamos mudar a estrutura do futebol brasileiro e aperfeiçoá-la, sem dúvida. Mas não vamos nos iludir e atribuir derrotas para uma estrutura que bem ou mal nos trouxe até aqui, e que nos fez ser a maior potência futebolística do planeta.
Vamos trocar os dirigentes atuais por questões de cunho penal e processual penal, não porque isto tenha sido decisivo na formação do futebol brasileiro.
O verdadeiro mal do nosso futebol é o conluio CBF-Organizações Globo, que conseguiram até mesmo pulverizar o antigo Clube dos Treze. Mas não é este conluio que explica tudo o que acontece dentro do campo, em que pese explicar tudo o que acontece fora dele...
Os motivos da nossa derrota atual não passam por fatores extra campo, isso é uma ilusão.
Passam, isto sim, por um curto-circuito inexplicável de nossos atletas e pela escalação faceira do sr. Scolari, que preferiu jogar contra o futebol força alemão como se estivesse jogando um amistoso contra a Ferroviária de Araraquara.
Alemanha 1 x 0 França
Que lembrem desse gol ilegal que deu vitória a seleção alemã.
Qualquer pessoa que saiba ser 11 o número de jogadores de um time de futebol, sabe que foi uma falta escandalosa!
Na linguagem futebolística:
"Um roubo"!!!
Copa 2014 - uma vitória anunciada e que não deve ser esquecida
Depois da vitória esmagadora da Alemanha sobre a seleção brasileira (7 x 1), deuses do futebol - narradores, comentaristas e especialistas em futebol -, já decretaram a Germany vencedora da Copa 2014.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas...
Combinaram com os argentinos?
E se por um desses acaso do destino, nossos hermanos forem os vencedores, o que essa gente iluminada vai fazer, o que eles dirão após o apito final?...
Pode ter certeza:
Eles eram argentinos desde criancinha.
Uma coisa que a maioria esmagadora desses "especialistas" não tem é vergonha na cara.
Corja!
O Brasil está pronto para deixar de ser o país do futebol, por Cesar Monatti
Há muitas décadas o futebol vem se transformando em um grande negócio que tem um esporte popular como suporte. E há quase tanto tempo também o Brasil deixou de ser o país do futebol, embora insistamos em não aceitar essa realidade e continuemos a designá-lo assim.
Não foi apenas aqui que a popularidade do futebol perdeu a espontaneidade de sua prática. Outros centros como Uruguai e Argentina também foram atingidos pela ultra-profissionalização do esporte. Há anos ouvi de um uruguaio que, no seu país, as famílias de meninos com oito ou nove anos de idade, cuja aptidão para jogar bola fosse identificada nas ruas, eram imediatamente procuradas por “agentes” a fim de assinarem contratos desde a infância.
A derrota vexatória na semi-final da copa do mundo de 2014 para a seleção da Alemanha, talvez possa ser considerada uma bela metáfora para ajudar a entender que assim como o mundo das finanças se unificou para garantir altas rentabilidades da moeda, no mundo do futebol perderam um pouco o sentido as seleções dos melhores de um país e passaram a ter muito maior importância os clubes-empresa que, mutatis mutandis, equivalem às grandes corporações globais que têm, em muitos casos, poder maior que os governos de estados-nação.
Ao buscar-se consolo durante o luto esportivo pelo qual a grande maioria dos brasileiros está passando, dois aspectos aparecem no horizonte: o primeiro estritamente referente à competição e de viés negativo, isto é, a compreensão de que teria sido muito pior se o desastre viesse a ocorrer numa final; o segundo, mais amplo e mais importante, baseado numa projeção positiva de que o Brasil está apto para ganhar um novo aposto.
Fora dos estádios, o riquíssimo e emocionante desenrolar do megaevento no Brasil revelou ao mundo um lugar maravilhoso em termos de paisagens, climas e de gentes e, mais que tudo, de comportamentos. Embora haja de tudo do humano, naturalmente, entre o povo brasileiro, preponderaram a tolerância, a cordialidade e a alegria na recepção aos visitantes de tantos e tão distintos lugares do planeta.
É chegada a hora de começarmos a chamar esta pátria de “Brasil, o país de todos os povos”.
Argentina x Alemanha
Por força do meu destino
Prefiro um tango argentino
A um canto germany
Leia Também: Cinismo do pig fez gol de placa
Eu gosto de ler a coluna de Reinaldo Azevedo
O porta-voz da covardia da direita
Reinaldo, não: é a expressão crua e babujante do ódio, própria daquela espécie com que ele foi comparado até por colunistas conservadores.
Ontem e hoje, talvez não haja um brasileiro, inclusive este blogueiro, que não tenha criticado – e com toda a dureza natural da nossa frustração – que a seleção brasileira e, sobretudo, o seu comando técnico.
Acabei de fazê-lo, no post anterior e há erros a serem cobrados e corrigidos.
E coisas inexplicáveis, como não “parar” o jogo no meio daquele vendaval alemão, com uma comissão técnica que tem décadas no mundo manhoso do futebol.
Eu mesmo escrevi aqui que o “politicamente correto” – e Felipão sempre foi dócil a ele, ao contrário do massacrado Dunga, por desastre muito menor – tinha grande parcela de culpa no desastre.
Não é incomum, desde as antigas mesas-redondas de futebol, que estas cobranças sejam duras e as críticas, ácidas.
Mas “a voz sincera do PSDB” revela com toda a crueza e animalidade a imensa satisfação com que eles receberam o desastre do time brasileiro, porque destila veneno e mal disfarça a alegria com algo que doeu muito fundo em quase 200 milhões de brasileiros.
Ele se espalha na mais sórdida agressividade e desrespeito pessoal.
Pouco falta para chamar Luís Felipe Scolari de “agente de Dilma Rousseff” e do petismo.
O sucesso ou insucesso de uma seleção de futebol no país do futebol pertence a todos.
Mas Reinaldo reage com um “bem-feito”, um “eu disse” , “eu já sabia” que não lhe escondem o prazer em, para alcançar uma improvável sucesso eleitoral, comemorar a tristeza dos brasileiros.
E desenha, à vista de todos, o que é a direita brasileira.
by Fernando Brito
Frase da Copa
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Brasil x Alemanha
Cinco razões para acreditar
Motivo 1. Alexandre, Sarandi, Vilmar, Altair e Ita; Roberto Cavalo, Gélson, Grizzo, depois Vanderlei; Zé Roberto, Soares e Jairo Lenzi. Era o que tinha para colocar em campo contra o Grêmio de Dino Sani na final da Copa do Brasil de 1991. Deu certo: com dois empates nas decisões, o Criciúma do técnico Luiz Felipe Scolari se consagrou campeão com uma campanha invicta após superar equipes como Atlético Mineiro, Goiás e Remo. Foi o primeiro título nacional da história do futebol catarinense, o primeiro de muitos que colocariam o treinador gaúcho no centro da história do futebol mundial. Era motivo suficiente para a torcida engrossar o coro do "imagina na Copa".
Motivo 2. Se você acha dureza escalar Fred, Hulk e Oscar é porque nunca teve Zé Alcino e Zé Afonso dentro da área. Pois foi a dupla que Felipão levou a campo para enfrentar, nas quartas-de-final do Campeonato Brasileiro de 1996, o milionário Palmeiras da Parmalat – e também de Luizão, Rincón e Djalminha, simplesmente o melhor jogador daquela temporada. O Grêmio teve de se virar sem seu principal atacante, Paulo Nunes, expulso no jogo de ida, em Porto Alegre. Resultado: 3 a 1 em casa e 1 a 0 para os paulistas em São Paulo. O time abriu assim a porteira rumo ao título daquele ano, e provou ser capaz de sobreviver sem a dupla Jardel e Paulo Nunes, que fizera história (e picara o mesmo e não menos milionário Palmeiras no ano anterior) ao conquistar a Libertadores da América com uma base formada por Darlei, Dinho, Luiz Carlos Goiano, Rivarola e outros bichos de casca-grossa.
Motivo 3. O Brasil ainda não havia conquistado os torcedores quando encontrou a favorita Inglaterra, de Beckham e Owen, nas quartas-de-final da Copa de 2002. Os ingleses saíram na frente, com Owen, após uma bobeada inacreditável do zagueiro Lúcio,mas tomaram a virada com um gol cirúrgico de Rivaldo e uma falta espírita de Ronaldinho, que logo seria expulso e obrigaria a equipe a se segurar como dava. A eminência do desastre anunciado uniu o time como nunca até então. Com um a menos, a equipe de Ronaldo e Rivaldo - e também de Kleberson, Edmílson e Roque Jr. - colocou os rivais na roda e assegurou o resultado com autoridade, decolando naquele dia rumo ao pentacampeonato.
Motivo 4. De novo, a Inglaterra. De novo nas quartas-de-final. De novo como favorita, de novo com Beckham e Owen, e também com Lampard, Ferdinand e Rooney. Desta vez como comandante da seleção de Portugal, Felipão viu a equipe empatar por 1 a 1 no tempo normal e levar a partida para a prorrogação. No tempo extra, um gol para cada lado, e nova decisão nos pênaltis no currículo de Felipão. Dessa vez o anjo salvador foi um goleiro sem luvas, Ricardo, que defendeu o chute de Darius Vassel e colocou Portugal a uma cobrança das semifinais. A cobrança foi dele mesmo, Ricardo, que bateu forte, no canto, e colocou a equipe nas seminfinais e na história do futebol europeu. Placar final: Portugal 2 (6) x 2 (5) Inglaterra.
Motivo 5. Você já viu essa história antes (ou melhor: já viu essa historia depois). O zagueiro e líder da equipe, suspenso, fica de fora da partida decisiva e o melhor jogador é cortado das duas partidas finais por lesão. O Palmeiras foi a campo para enfrentar o Coritiba, na final da Copa do Brasil de 2012, com um catado de última hora. Henrique, expulso injustamente na semi, contra o Grêmio, não jogaria. Como se não bastasse, na manhã do duelo chegou a notícia de que o atacante Barcos, destaque do time na temporada, estava fora das finais devido a uma crise de apendicite. Eles engrossavam uma lista de desfalques que já contava com Wesley, que passou por uma cirurgia no joelho após ser contratado a peso de ouro semanas antes, Luan, Román e Vinícius. Do outro lado estava o favorito Coritiba, vice-campeão do mesmo torneio no ano anterior, quando despachou os paulistas com um doloroso 6 a 0 no Couto Pereira, e que estava mais “arrumadinho” do que nunca (daquela equipe sairiam o craque, Everton Ribeiro, e o treinador, Marcelo Oliveira, do campeão brasileiro do ano seguinte, o Cruzeiro). O Palmeiras jogou boa parte do primeiro jogo sem Valdívia, expulso após um lance bobo no meio-de-campo. Ainda assim deu Palmeiras: 2 a 0 em casa e 1 a 1 em Curitiba, com gol de um iluminado Betinho, substituto do ídolo Barcos que errou tudo nos jogos, menos o lance salvador. Foi uma jarra de leite tirada por Felipão em meio a uma pedreira chamada Palmeiras.
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O Brasil já ganhou a Copa
por Marcos Coimbra - Carta Capital
No início de 2012, esta coluna propunha que avaliássemos de dois pontos de vista as possíveis consequências da Copa de 2014 na eleição presidencial. Para ficar no jargão futebolístico, o primeiro teria a ver com o que aconteceria dentro das quatro linhas, se a Seleção Brasileira terminaria campeã ou não. O segundo seria extracampo, referindo-se a tudo o que poderia ocorrer antes e depois que a bola rolasse.
Há quem pense, do alto de pretensa superioridade intelectual, que o típico eleitor brasileiro vota com o predomínio das partes menos nobres do organismo. Que vota com a barriga, o bolso ou o coração, nunca com o cérebro. Que é levado para cá e para lá por emoções superficiais.
São os que acham, desde 1994, que o desempenho da Seleção nas Copas do Mundo impacta o resultado das eleições presidenciais coincidentes. Têm até um teorema: “Se a Seleção ganha a Copa, vence o governo; se perde, quem lucra é a oposição”. Nada o demonstra, mas os bem-pensantes gostam de repeti-lo, aproveitando o ensejo para lamentar a incultura e o primitivismo do eleitor comum.
Já fizemos cinco eleições em ano de Copa do Mundo. O conjunto não é grande, mas é suficiente para deixar claro que os dois fenômenos não guardam relação de mútua determinação. Quem, por exemplo, achar que Fernando Henrique Cardoso venceu a eleição de 1994 porque o povo estava feliz com o sucesso na Copa nos Estados Unidos deve morar em Marte. Não percebeu que o Plano Real elegeria qualquer um.
Em 1998, o mesmo FHC voltou a vencer. Só que a Seleção Brasileira havia recém-tropeçado nos gramados franceses. A decepção no futebol não fez com que o oposicionismo crescesse.
Em 2002, a equipe nacional venceu a Copa e José Serra, o candidato do governo, foi derrotado. Mais uma vez, uma coisa não levou a outra. Como na reeleição de Lula em 2006, quando a fraca performance da Seleção na Alemanha não levou as pessoas a desistir de votar no governo. Como em 2010, em que um cenário parecido se repetiu: a Seleção foi mal, mas a candidatura que representava a continuidade foi bem. Dilma Rousseff ganhou, apesar do fracasso no futebol nas canchas sul-africanas.
Trocando em miúdos: em nenhuma dessas cinco eleições o tal teorema se sustenta. Em matéria de bobagens a respeito da política brasileira, a hipotética relação entre Copa e eleição é das maiores.
Mas não é apenas nos gramados que esta Copa acontece. Existe outra, esta sim, significativa e que poderia ter sérias repercussões na eleição. Ela ocorre fora dos gramados e é a Copa que o Brasil já ganhou.
Nos últimos anos, as pesquisas, especialmente qualitativas, mostraram o temor das pessoas de que a Copa no Brasil viesse a ser um vexame aos olhos do mundo. A desconfiança de que a infraestrutura do torneio funcionasse, a incerteza de que tudo ficasse pronto à hora, o medo de que houvesse uma falência múltipla de aeroportos, comunicações e transportes urbanos se somaram ao receio do aumento da violência e, quem sabe, de epidemias.
A isso agregava-se a convicção de que as famosas “manifestações” voltariam, com seu séquito de quebra-quebras, sangue e brigas com a polícia. A Copa tinha tudo para ser péssima. Mesmo se, no campo, o futebol brasileiro até fosse bem.
De onde teria saído uma expectativa tão negativa? Por que era tão generalizado o sentimento de que a Copa talvez viesse a ser motivo de vergonha para o País?
Com o mesmo afã com que pinta a economia como à beira do precipício, a política como um covil de ladrões e a administração pública como falida, nossa imprensa conservadora esmerou-se na caracterização desta Copa como exemplo máximo de incompetência, descalabro e falsas promessas. Levou o pessimismo da população às alturas e alimentou a imprensa internacional com seu negativismo.
Só que nada do que previa (ou desejava que ocorresse) se confirmou. A vasta maioria do povo chega à reta final do torneio orgulhosa e convencida de que, independentemente do campeão, a Copa foi um sucesso.
Honra a quem merece. Se Lula e Dilma seriam impiedosamente crucificados como os responsáveis pelo fracasso, devem ser homenageados como os grandes artífices do êxito. Ele, que “inventou” a Copa no Brasil, e ela, que tomou as providências para que acontecesse, merecem o reconhecimento dos que estão hoje satisfeitos. Incluindo os turistas estrangeiros, que se revelam encantados com a experiência de visitar o Brasil.
Isso não significa que, quando terminar a Copa no gramado, Dilma poderá ser considerada a vencedora da eleição de outubro. Mas que o resultado da Copa extracampo foi uma vitória para ela, disso não há dúvidas. Nem que seja apenas por ter ultrapassado com garbo algo que poderia ter se tornado um grave problema.
Com esse saldo positivo para Dilma das primeiras semanas do torneio, encerra-se a fase do calendário eleitoral que a legislação chama de pré-campanha. Seus adversários têm pouquíssimo o que festejar. Aécio Neves e Eduardo Campos não estavam bem quando o ano começou e assim permanecem.
Vai depender do desempenho da Seleção se a campanha propriamente dita começará logo ou apenas depois do dia 13 de julho. Não que isso mude muito o quadro, pois o eleitor é perfeitamente capaz de fazer duas coisas ao mesmo tempo, festejar (ou lamentar) o resultado do futebol e resolver como votar na eleição. E a propaganda eleitoral na televisão só se iniciará em 15 de agosto. Quando lá chegarmos, a Copa do Mundo já será uma lembrança.
Tomara que boa.
Dilma Roussef - Obras que não ficaram prontas antes da Copa serão concluídas
Em bate-papo com internautas, a presidenta Dilma Rousseff disse hoje (7) que as obras para a Copa do Mundo que não ficaram prontas antes do Mundial serão concluídas. Na conversa pela rede social Facebook, a presidenta classificou as vaias na abertura do Mundial como “ossos do ofício” e voltou a lamentar a contusão do craque Neymar. Ela ainda ironizou os que previam que Brasil teria problemas na organização do evento.
“Tem muitas obras no Brasil que estão em andamento e não são destinadas à Copa. O Brasil é hoje um dos países que têm mais investimentos em mobilidade urbana, como metrôs, VLTs [veículos leves sobre trilhos], BRTs [Bus Rapid Transit] e corredores exclusivos. Todos esses investimentos ficarão prontos para os brasileiros. Mesmo os aeroportos, continuaremos a expandi-los, porque a nossa projeção é que logo chegaremos a 200 milhões de passageiros. E assim é também com portos e rodovias”, disse a presidenta.
Em resposta a um internauta, Dilma justificou os empréstimos para construção dos estádios e que o país não ficará no prejuízo. “O Brasil, ao emprestar dinheiro para construção dos estádios, não saiu no prejuízo. Primeiro, porque foi empréstimo bancário e será pago com os devidos juros. Segundo, porque os estádios nos permitiram receber a Copa das Copas e gerar, de acordo com a Fundação Getulio Vargas e a Ernst Young, 3,6 milhões de empregos em todo seu ciclo. Terceiro, essas mesmas instituições, afirmam que para cada R$ 1de investimento público na Copa, obtém-se R$ 3,4 de investimento privado”.
A presidenta acrescentou ainda que a Copa permitiu mostrar ao mundo que o Brasil “é um país que tem competência e capacidade para organizar, em toda a sua complexidade, uma grande Copa. Isso significa aeroportos, estádios, segurança, transporte público e estrutura de comunicação”.
Perguntada por uma internauta qual foi o gol mais bonito da seleção, Dilma elegeu o gol do zagueiro David Luiz, de falta, contra a Colômbia. Já o das demais seleções, a presidenta escolheu o marcado pelo holandês Van Persie, de cabeça, no jogo contra a Espanha. Atendendo a pedido de internautas, a presidenta postou uma foto em que faz um “T”, com os braços, em homenagem a Neymar.
Nas redes sociais, o camisa dez da seleção usa o “T” de “tois”, que significa, “é nós”, com amigos, como o cantor e compositor Thiaguinho.
Para Dilma, a contusão de Neymar vai fortalecer o time. “A dor do Neymar ao ser atingido feriu o coração de todos os brasileiros. O Neymar está aí, mesmo ferido, querendo jogar. É um guerreiro. O exemplo de resistência do Neymar vai fortalecer a seleção. Fazê-la se superar”. No sábado (5), Dilma enviou cartas ao time e ao jogador machucado.
Perguntada sobre o Brasil sediar outra Copa, Dilma lembrou das Olimpíadas e Paraolimpíadas, em 2016, que ocorrerão no Rio de Janeiro. “Jessica Domingos, talvez na próxima década [o Brasil sedie outra Copa]. Ainda bem que teremos Olimpíadas e Paraolimpíadas em 2016.”
Ivan Richard - Agência Brasil
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Papo de homem
Tristeza e injustiça: futebol deve usar eletrônicos(?) para evitar erros de arbitragem?
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O sorriso que exibia ao carregar um cartaz para lá e para cá pela Fan Fest do Farol da Barra já indicava, mas o nome não deixava margem para dúvidas: na capital baiana, Salvador Chava se sente em casa. Entre as muitas poses para fotos, o estudante mexicano – que chegou ao Brasil ainda em fevereiro para aulas de Engenharia Ambiental – aproveitou um pedaço de papelão para externar o lamento comum a todos os seus compatriotas que vieram para a Bahia: o penâlti marcado para a Holanda no último minuto do jogo de 29 de junho.
Unânimes em dizer que o ponta-direita Arjen Robben se jogou, os latinos – que já tinham ingressos comprados para a partida que seu time disputaria caso passasse de fase – decidiram não abrir mão da viagem. Em um desse fenômenos supranacionais que só a Copa (e o sentimento de vingança) explica, somaram forças aos costarriquenhos, seus companheiros de confederação, na torcida contra os algozes.
Depois de uma conversa aberta sobre as falhas e o acertos da Copa, aproveitei para perguntar a Salvador sua opinião sobre uma das maiores polêmicas do futebol atual. Levando em conta a dor da derrota, a tristeza e a sensação de injustiça que um só lance foi capaz de causar a um país inteiro, ele seria a favor do uso de recursos eletrônicos para evitar erros de arbitragem?
Me parece que seria mais justo, mas ao mesmo tempo perderíamos esse tempero que o futebol às vezes tem.
Faz parte do jogo.
***
Uma Copa do Mundo se faz com pessoas.
As que entram em campo, as que viajam para testemunhá-la, as que enchem as ruas, as que se voluntariam, as que torcem e as que veem no evento uma oportunidade para garantir seu sustento ou para extravasar.
A seção “Álbum de Figurinhas” pretende contar, com um microrrelato artesanal e um retrato por dia, a história de algumas dessas pessoas, muitas vezes invisíveis, que povoam os bastidores da Copa do Mundo do Brasil.
Para ler todos os textos, basta entrar no nosso Álbum de Figurinhas.
É mineiro, jornalista, fotógrafo, devoto de Hunter Thompson e viciado em internet. Quanto mais abas abertas, melhor.
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