O sorriso que exibia ao carregar um cartaz para lá e para cá pela Fan Fest do Farol da Barra já indicava, mas o nome não deixava margem para dúvidas: na capital baiana, Salvador Chava se sente em casa. Entre as muitas poses para fotos, o estudante mexicano – que chegou ao Brasil ainda em fevereiro para aulas de Engenharia Ambiental – aproveitou um pedaço de papelão para externar o lamento comum a todos os seus compatriotas que vieram para a Bahia: o penâlti marcado para a Holanda no último minuto do jogo de 29 de junho.
Unânimes em dizer que o ponta-direita Arjen Robben se jogou, os latinos – que já tinham ingressos comprados para a partida que seu time disputaria caso passasse de fase – decidiram não abrir mão da viagem. Em um desse fenômenos supranacionais que só a Copa (e o sentimento de vingança) explica, somaram forças aos costarriquenhos, seus companheiros de confederação, na torcida contra os algozes.
Depois de uma conversa aberta sobre as falhas e o acertos da Copa, aproveitei para perguntar a Salvador sua opinião sobre uma das maiores polêmicas do futebol atual. Levando em conta a dor da derrota, a tristeza e a sensação de injustiça que um só lance foi capaz de causar a um país inteiro, ele seria a favor do uso de recursos eletrônicos para evitar erros de arbitragem?
Me parece que seria mais justo, mas ao mesmo tempo perderíamos esse tempero que o futebol às vezes tem.
Faz parte do jogo.
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Uma Copa do Mundo se faz com pessoas.
As que entram em campo, as que viajam para testemunhá-la, as que enchem as ruas, as que se voluntariam, as que torcem e as que veem no evento uma oportunidade para garantir seu sustento ou para extravasar.
A seção “Álbum de Figurinhas” pretende contar, com um microrrelato artesanal e um retrato por dia, a história de algumas dessas pessoas, muitas vezes invisíveis, que povoam os bastidores da Copa do Mundo do Brasil.
Para ler todos os textos, basta entrar no nosso Álbum de Figurinhas.
É mineiro, jornalista, fotógrafo, devoto de Hunter Thompson e viciado em internet. Quanto mais abas abertas, melhor.
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