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Recordar é viver

\o/ Niemeyer vive.
Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu País, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o Universo - o Universo curvo de Einstein.

Cieps: Roberto Marinho bombardeou

... mas foram Moreira Franco e Marcello Alencar que os destruíram -
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Publiquei ontem aqui o depoimento do jornalista Luiz Augusto Erthal sobre a generosa aventura de Darcy Ribeiro e Leonel Brizola com seu projeto de educação integral e a oposição que, desde o primeiro momento, os Cieps enfrentaram de Roberto Marinho e seu império Globo.
Mas se o “cogumelo global”, como dizia Brizola, atacava pelo bombardeio, seus agentes no Governo do Estado, encarregados de dar fim – ou quase fim, porque muitos sobrevivem, sem o projeto original mas com o esforço e a dedicação de professores e diretores – têm nome e sobrenome e estão apontados no jornal que meu colega e amigo  publica, o Toda Palavra, que vai ouvir Lia Faria, uma das integrantes da equipe de Darcy:
Lia Faria, que ocupou os cargos de coordenadora-geral de treinamento de pessoal na primeira fase do programa (1985-1987) e de coordenadora pedagógica na segunda fase (1991-1995), afirma que, além do prejuízo para os alunos, a descontinuidade do projeto também deixou de formar pelo menos 50 mil profissionais nesses trinta anos. “Eu mesma capacitei pessoalmente nove mil professores”, afirma. Para ela, a capacitação de profissionais de três áreas (educação,saúde e cultura), com formação em exercício e a visão multidisciplinar

Segundo Lia Faria, os responsáveis pelo desmonte do programa “têm nome e sobrenome”: Moreira Franco e Marcello Alencar.

Cieps - “Governador, faça umas escolinhas…” Roberto Marinho tentou fazer Brizola abortar o projeto desde o início

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Luis Augusto Erthal é um teimoso. Insiste em ser jornalista, insiste em ser brizolista, insiste em editar livros e insiste em promover a cultura de sua terra, Niterói, onde me encontro exilado já faz tempo. Faz pior, insiste em ser meu amigo há mais de 30 anos, desde a finada Última Hora. E insiste, juntando toda a teimosia, em publicar jornais, um deles o que me envia, sobre os 30 anos do Programa Especial de Educação, que o povo conhece como Cieps, ou Brizolões.
Tem mais coisas, mas começo pelo depoimento pessoal que dá, no qual eu tenho culpa, porque “matriculei-o” por dois anos nos Cieps, em horário integral. Mas como jornalista, capaz de trazer detalhes, propostas, conquistas e dificuldades do mais ambicioso projeto educacional que este país já viveu. Ia dizer já viu, mas não o posso fazer porque não viu, pois essa revolução educacional, que mobilizou milhares de professores e centenas de milhares de crianças, jovens e adultos, numa área construída maior do que Brasília, na sua inauguração, foi criminosamente boicotada pela mídia.
Uma grande e generosa aventura, que jamais sairá de nossos corações, de nossas vidas e de nossos sonhos, que deixo que ele conte, porque o faz melhor que eu.


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Luiz Augusto Erthal
Não poderia publicar uma matéria sobre os Cieps sem dar um depoimento pessoal, por mais que me doam algumas das lembranças hoje sopesadas na distância desses 30 anos. Tive o privilégio de ver esse programa nascer e acompanhar cada passo da sua implantação. Talvez seja o jornalista que mais colocou os pés dentro dessas escolas, em muitas delas quando ainda se encontravam na fundação.
Estive no Palácio Guanabara, como jornalista e assessor de imprensa, nos dois governos Brizola (1983-1987 e 1991-1995). Cheguei em 1984 para participar de um projeto jornalístico, cujo objetivo era criar um caderno noticioso dentro do Diário Oficial do Estado, o D.O. Notícias, como ficou conhecido, uma estratégia para tentar enfrentar o cerco da mídia contra o governo. Fui designado pelo editor, Fernando Brito, mais tarde assessor-chefe de imprensa do governador, para cobrir as áreas de educação e esportes.
Passávamos os dias como combatentes às vésperas de uma grande batalha naqueles primeiros meses. Brizola conquistara o governo fluminense superando grandes obstáculos, desde atentados à sua vida até a fraude da Proconsult, uma tentativa desesperada de impedir sua chegada ao governo fluminense.
Havia uma enorme expectativa em torno dele desde a posse no Palácio Guanabara, que mais pareceu a queda da Bastilha, com o povo ocupando de forma descontrolada aquele símbolo de poder.  Afinal, nos estertores da ditadura, cada naco de poder reconquistado pelo povo era valioso. Vigiado de perto pelos militares, que permaneciam ainda no controle, bombardeado pela mídia conservadora e sufocado economicamente, Brizola tinha pouco espaço de manobra. Até que algo aconteceu.
“Agora esse governo começou!”, lembro bem da exultação do Brito ao voltarmos da apresentação do projeto dos Cieps, com a presença de Brizola, Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer, no Salão Verde do Palácio Guanabara. Uma revolução havia sido colocada em marcha. Estava claro para todos nós.
Brizola não tinha condições políticas de retomar naquele momento, como nunca mais teve, a reforma agrária e as outras reformas de base preconizadas por ele e por Jango em 64. No entanto, cria como ninguém no poder transformador da educação. Órfão de pai, que morreu emboscado ao retornar da última revolução farroupilha, em 1922, ano do seu nascimento, Brizola e seus irmãos foram alfabetizados pela mãe em Carazinho, interior do Rio Grande do Sul. Calçou os primeiros sapatos e usou a primeira escova de dentes aos 12 anos, na casa de um reverendo metodista, cuja família o adotou. Pode, então, estudar até formar-se em engenheiro. Fora salvo pela educação.
Quando governador do Rio Grande do Sul (1958-1962), construiu nada medos do que 6.300 escolas. “Nenhum município sem escola”, era o lema. Mas a realidade do Rio de Janeiro nos anos 80 era bem diferente. Ao retornarem do exílio, após 15 anos, Brizola e Darcy se depararam com a obra macabra da ditadura: o inchaço das grandes cidades, a favelização, a desestruturação familiar e o surgimento do crime organizado, que separavam, como bem sabemos hoje, nossos jovens de seu futuro. Aquelas escolinhas alfabetizadoras e formadoras de mão-de-obra técnica e rural do Rio Grande do Sul não resolveriam o problema do Rio de Janeiro pós-golpe.
A solução: uma escola integral em turno único, ofertando educação, cultura e cidadania; mantendo os jovens durante todo o dia longe das ruas e da sedução do crime organizado; dando alimentação, assistência médica, esportes e muito mais. Tudo isso, porém, tinha um custo e exigiria a ruptura de um velho paradigma da política brasileira – de que os recursos públicos sejam colocados à disposição das nossas elites e não do povo. A inobservância desse princípio levou o presidente Getúlio Vargas ao desespero e suicídio; o presidente João Goulart à morte no exílio e a presidente Dilma, agora, a um completo isolamento político, culpados, todos eles, por fazerem transferência direta dos recursos públicos para o povo e não para as elites.
Logo após o lançamento do programa dos Cieps, Brizola ainda tentou estoicamente obter o apoio do então presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho. Sabia o quanto ele seria capaz de influenciar, para o bem ou para o mal. Apresentou-lhe pessoalmente o projeto e nos relatou depois:
“Ele olhou, olhou, olhou e não disse uma palavra. Em uma segunda oportunidade em que nos encontramos, eu cobrei: ‘Então, doutor Roberto, o que achou do nosso projeto’. Então ele disse: ‘Olha, governador, se o senhor quer construir escolas, está muito bem. Mas não precisa disso tudo. Faça umas escolinhas… Pode até fazê-las bonitinhas, tipo uns chalezinhos…’.” Depois disso não houve mais diálogo entre eles.
Os Cieps começaram a brotar do chão com a arquitetura inconfundível de Oscar Niemeyer. Eu fazia sobrevoos de helicóptero para fotografar as obras e, vistas do alto, indisfarçáveis, pareciam pragas que irrompiam da terra árida dos subúrbios e das cidades da Baixada Fluminense. Era a praga rogada pelo povo esquecido que, enfim, tomava sua forma visível e ameaçadora, pois apontava para uma nova ordem.
“As gerações formadas pelos Cieps farão por este País aquilo que nós não pudemos ou não tivemos a coragem de fazer”, afirmava Brizola. Esta, e só esta, é a razão do ódio e do horror que essas escolas incutem até hoje em nossas elites.
Eles ainda estão aí. Descaracterizados, desconstruídos, desativados, degradados. Mas cada um desses 508 Cieps ainda traz consigo a semente da grande revolução sonhada por Brizola e Darcy. São quinhentas “toras guarda-fogo” feitas de concreto armado, uma imagem dos pampas gaúchos com que Brizola gostava de ilustrar o futuro do nosso povo:
“Às vezes a fogueira do gaúcho parece ter-se apagado à noite, mas existe sempre a tora guarda-fogo, que esconde aquela centelha interior. Pela manhã, basta assoprá-la para a chama ressurgir.”



O comunismo ético de Oscar Niemeyer

Leonardo Boff
Nas nossas conversas, sentia alguém com uma profunda saudade de Deus. Invejava-me que, me tendo por inteligente (na opinião dele) ainda assim acreditava em Deus, coisa que ele não conseguia. Mas eu o tranquilizava ao dizer: o importante não é crer ou não crer em Deus. Mas viver com ética, amor, solidariedade e compaixão pelos que mais sofrem. Pois, na tarde da vida, o que conta mesmo são tais coisas
Não tive muitos encontros com Oscar  Niemeyer. Mas os que tive foram longos e densos. Que falaria um arquiteto com um teólogo senão sobre Deus, sobre religião, sobre a injustiça dos pobres e sobre o sentido da vida?
Nas nossas conversas, sentia alguém com uma profunda saudade de Deus. Invejava-me que, me tendo por inteligente (na opinião dele) ainda assim acreditava em Deus, coisa que ele não conseguia. Mas eu o tranquilizava ao dizer: o importante não é crer ou não crer em Deus. Mas viver com ética, amor, solidariedade e compaixão pelos que mais sofrem. Pois, na tarde da vida, o que conta mesmo são tais coisas. E nesse ponto ele estava muito bem colocado. Seu olhar se perdia ao longe, com leve brilho.
Impressionou-se sobremaneira, certa feita, quando lhe disse a frase de um teólogo medieval: “Se Deus existe como as coisas existem, então Deus não existe”. E ele retrucou: “mas que significa isso?” Eu respondi:  “Deus não é um objeto que pode ser encontrado por ai; se assim fosse, ele seria uma parte do mundo e não Deus”. Mas então, perguntou ele: “que raio é esse  Deus?” E eu, quase sussurrando, disse-lhe: “É uma espécie de Energia poderosa e amorosa que cria as condições para que as coisas possam existir; é mais ou menos como o olho: ele vê tudo mas não pode ver a si mesmo; ou como o pensamento: a força pela qual o pensamento pensa, não pode ser pensada”. E ele ficou pensativo. Mas continuou: “a teologia cristã diz isso?” Eu respondi: “diz mas tem vergonha de dizê-lo, porque então deveria antes calar que falar; e vive falando, especialmente os Papas”. Mas consolei-o com uma frase atribuída a Jorge Luis Borges, o grande argentino:”A teologia é uma ciência curiosa: nela tudo é verdadeiro, porque tudo é inventado”.  Achou muita graça.  Mais graça achou com uma bela trouvaille  de um gari do Rio, o famoso “Gari Sorriso: “Deus é o vento e a lua; é a dinâmica do crescer; é aplaudir quem sobe e aparar quem desce”. Desconfio que Oscar não teria dificuldade de aceitar esse Deus tão humano e tão próximo a nós.

Artigo semanal de Cristovam Buarque


Os outros Niemeyers, por Cristovam Buarque

Niemeyer foi iluminado pelo que chamamos de talento. Não fosse seu imenso talento para imaginar o que fazer em um espaço vazio para ali construir moradia do homem, ele não teria tido o reconhecimento que recebeu em vida e que terá ao longo da história.
Mas ele não teria criado obra de gênio reconhecido se não usasse o talento de maneira inovativa, rompendo velhos padrões, sonhando com formas impossíveis de serem construídas e capazes de surpreender os que as viam e usavam ou nelas viviam.
Esse talento inovativo e sonhador não se desenvolveria sem a perseverança que nem todos talentosos têm. Foram necessários anos de trabalho para que os sonhos imaginados pelo talento se transformassem em obras.
O acaso também favoreceu a criação do mito. Não fosse a coincidência de ser contemporâneo do ex-presidente Juscelino Kubitschek e da vontade nacional de construir um novo Brasil, uma nova Capital, usando o que havia de vanguarda na arquitetura, como fazia na indústria da música e do cinema, ele teria sido um grande arquiteto, mas não “O Arquiteto do Século”.
A vida, por fora de sua obra, também foi fundamental na consolidação de seu prestígio. Tivesse ele falecido logo depois da construção de Brasília, teria sido um bom arquiteto, mas não seria o mito hoje consagrado.
Niemeyer viveu longamente e soube enfrentar os dissabores da vida com a força de um caráter firme. Enfrentou ditaduras, perda de amigos, projetos não realizados. Foi solidário, coerente e estas qualidades ajudaram na construção do mito.
Mas, lá na base, nada teria acontecido, se ele não tivesse aprendido a ler, escrever, contar e calcular. Sem escola e sem professores ao longo da vida, o talento de Niemeyer não teria aflorado.
Niemeyer foi contemporâneo de muitos talentos que não receberam a chance de aflorar, gênios que poderiam desenvolver o talento, se a eles tivessem sido dada a chance que só a escola propicia.
Ao longo dos 200 anos de nossa independência, por culpa da escravidão, da exclusão e da ausência de chances iguais a cada brasileiro, abafamos milhões de grandes profissionais e centenas de gênios reprimidos pela falta de escola de qualidade que os incentivasse e ajudasse no desenvolvimento do talento pessoal.
No momento em que todos se curvam ao gênio Niemeyer, quem o conheceu sabe de sua postura política, sabe que ele gostaria que em sua homenagem o Brasil fizesse o que se nega há séculos: dar a todos a chance que ele teve, graças a uma revolução educacional, que assegure a cada criança a chance de ser um Niemeyer.
A melhor reverência a Niemeyer é lembrar os outros Niemeyers que não afloraram.
É doloroso perder a vida de Niemeyer com seu talento, mas este é o destino de todos; mais doloroso é saber que perdemos a chance de fazer outros Niemeyers, porque em vida foram perdidos pela falta de estímulo para aflorar.
Homenageemos um gênio, fazendo o necessário para não impedir outros de aflorar.

PT - Homenagem a Oscar Niemeyer


O Partido dos Trabalhadores soma a sua voz a de todos aqueles que, no Brasil e no exterior, lamentaram a partida de Oscar Niemeyer.

Arquiteto reconhecido mundialmente, militante de esquerda, grande brasileiro, a obra de Niemeyer será sempre lembrada como uma das maravilhas da humanidade.

Deixou como legado ao Brasil, o patrimônio cultural da humanidade contemporânea que é a nossa capital federal.

Um grande construtor do Brasil moderno, inovador da estética brasileira e do novo mundo, sua arquitetura é símbolo deste tempo.

Firme em suas convicções de esquerda, projetou igrejas, mesquitas e com generosidade equilibrava linhas curvas e credo.

Ao partir, deixa como legado suas lutas, suas convicções e uma obra que se impacta em nossos olhos, inquieta nossas ideias e toca nosso coração!

 “A vida é um sopro”   Oscar Niemeyer.

Brasília, 08 de dezembro de 2012.

Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores 

Juca Kfouri: Niemeyer e o General


Entre as tantas histórias e obras de Oscar Niemeyer, há uma que ninguém está com coragem de contar, talvez por causa do palavrão, mas que, no caso, cabe.
Quando houve o golpe de 1964, ele já era um arquiteto mundialmente reconhecido e estava em Israel onde projetou belíssima sinagoga.
Ao voltar, meses depois da quartelada de 1º de abril, ele foi duramente interrogado por um general que quis saber como ele podia ser tão rico, sugerindo que recebesse o famoso ouro de Moscou.
E o grande brasileiro respondeu:
- “Eu dou o cu, general”.
Acabou ali o interrogatório.

O arquiteto da curvas era um homem reto

Joel Neto

Um homem que sonhava e relizava


Oscar, como era chamado pelos amigos. Niemeyer como o mundo o conhecia. 
Mestre Niemeyer deixa uma lição de vida para todos nós. Viveu com paixão, lutou e criou sempre com coragem e imensa vontade de mudar o mundo. Fez de sua vida um sentimento de humanidade, uma força de solidariedade e uma sede de conhecimento. Oscar defendeu as suas – nossas – ideias políticas. Participou das lutas e causas sempre ao lado do povos e dos oprimidos. Disse-me certa vez, em 2007, quando fizemos uma entrevista com ele para o blog: “é tão mais simples, se você se considerar de passagem, que é um sopro, é um momento. O homem seria mais simples”. Sou devedor e grato a ele pelo apoio e pela amizade com que me distinguiu, especialmente durante esses duros anos mais recentes. Querido e amado por todos que o conheciam, estudado e admirado pela juventude, mestre Niemeyer deixa um legado cultural e um exemplo, raros hoje em dia, de homem do seu tempo e do futuro. Um homem que não conheceu o medo e que não temia ousar e sonhar. Leia Mais>>>



Mestre


Seu caminho chegou ao fim, o mágico da prancheta, o  sábio do pincel, misturado com seu saber na forma curvilínea de  desenhar sua vasta obras em concreto nos deixou.
Mas  suas  maravilhas em cimento ficaram para muitas gerações apreciarem e aprenderem como se
faz  o simples com simplicidade de um mestre chamado NIEMEYER.
Marco Antonio Leite da Costa

Obras de Niemeyer no Ceara



Com obras construídas em todo o mundo, Niemeyer também deixou trabalhos seus no Ceará. Em Fortaleza seus traços foram concretizados na residência de Herbert Johnson, um visionário estadunidense de Wisconsin e fabricante de ceras, que veio ao Ceará para pesquisar as potencialidades da carnaúba.

Hotel Mareiro, onde originalmente foi a residência de Herbert Johnson (Foto: Natasha Mota)
Com laços cada vez mais fortes com o Estado, o empresário construiu sua residência em 1942, onde atualmente localiza-se o Hotel Mareiro.
Comunicação
Em 1984, o arquiteto adentrou em terras fortalezenses e ficou outra obra, dessa vez na Avenida Antônio Sales. O prédio da TV Manchete Fortaleza, ocupado atualmente pela Rede TV!.
O prédio foi encomendado pelo jornalista e empresário ucraniano naturalizado brasileiro Adolpho Bloch e virou um marco na Fortaleza da década de 1980.
Prédio da Rede Manchete, na Av. Antônio Sales, onde ficam as instalações da Rede TV! (Foto: Natasha Mota)

O arquiteto Oscar Niemeyer é um gênio universal, menor que o Homem Niemeyer

Outro poema de Oscar Niemeyer

"Sentia-me longe de tudo. De minha família, dos amigos, das montanhas, mares e praias do meu país. Precisava voltar. Certo dia, não sei porquê, esse afastamento me pareceu mais doloroso. E escrevi estes versos, que preguei na parede do nosso escritório:"

Estou longe de tudo, de tudo que gosto,
dessa terra tão linda que me viu nascer.

Um dia eu me queimo, meto o pé na estrada,
é aí, no Brasil, que eu quero viver.

Cada um no seu canto, cada um no seu teto,
a brincar com os amigos, vendo o tempo correr.

Quero olhar as estrelas, quero sentir a vida,
é aí, no Brasil, que eu quero viver.

Estou puto da vida, esta gripe não passa,
de ouvir tanta besteira não me posso conter.

Um dia me queimo, e largo isto tudo,
é aí, no Brasil, que eu quero viver.

Isto aqui não me serve, não me serve de nada,
a decisão está tomada, ninguém me vai deter.

Que se foda o trabalho, e este mundo de merda,
é aí, no Brasil, que eu quero viver.

Uma poesia de Oscar Niemayer

Não é o ângulo reto que me atrai
nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual
a curva que encontro nas montanhas do meu país,
no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar,
no corpo da mulher preferida.

De curvas é feito todo o universo,
o universo curvo de Einstein.

Piora de Niemeyer preocupa



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OSCAR NIEMEYER
Os problemas renais de Oscar Niemeyer ainda preocupam, segundo os médicos do Hospital Samaritano, onde ele esta internado desde o início deste mês.
"O estado clínico do arquiteto requer cuidados. A piora da função renal ainda preocupa", diz o último boletim médico divulgado hoje domingo (18). 
Niemeyer permanece internado na unidade intermediária do Hospital Samaritano. 
O arquiteto está lúcido e faz periodicamente fisioterapia respiratória. 
"Não há previsão de alta", apresenta o documento. 
Esta é terceira internação de Niemeyer somente neste ano. 
Ao longo desta semana, Niemeyer apresentou além da piora na função renal, hemorragia digestiva. No dia 15 de dezembro, ele completa 105 anos.

Piora função renal de Oscar Niemeyer

Segundo o médico Fernando Gjorup, que cuida do arquiteto, seu estado clínico inspira cuidados.

 O boletim informa que Niemeyer está lúcido e respira sem a ajuda de aparelhos.
Não há previsão de alta. Ele foi levado ao hospital na última sexta-feira, 02, depois de apresentar dificuldades para se alimentar e ingerir líquido, e os médicos constatarem a necessidade de colocação da sonda.
Niemeyer recebeu alta no dia 27 de outubro, depois de passar quase 15 dias internado com um quadro de desidratação. Esta é a terceira internação dele em 2012.

Cieps: Educação em tempo integral


O CIEP é um símbolo do encontro feliz de três gênios brasileiros: Leonel Brizola, o político a favor do povo e da nação; o educador Darcy Ribeiro que mentalizou o CIEP como o útero do povo brasileiro; por fim o arquiteto Oscar Niemeyer, cujo desenho na arquitetura traz a inscrição popular da rede de dormir, das veredas do sertão, das curvas das montanhas e da mulher brasileira. Esse encontro propiciou a criação do CIEP.

Oscar Niemeyer 103 anos

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Oscar Niemeyer
 Hoje é dia de festa no Rio e no mundo. Oscar Niemeyer completa 103 anos nesta quarta-feira. Na prancheta e na militância política, gênio da raça, nosso mestre está vivinho, atuando e dando exemplos de vida para nossa juventude.

No fim de semana, eu soube por uma amiga comum que Niemeyer lhe confessou sentir-se, no máximo, com 60 anos. E que brincou dizendo-se cansado de comemorar um centenário de vida e vai começar uma recontagem: comemorar como se tivesse 60.   

Autor das mais belas, arrojadas e admiradas obras arquitetônicas do mundo, comunista a vida inteira, Niemeyer impressiona e se torna figura ímpar também pela sua coerência. Está aí uma das principais características que o tornam um exemplo para todos nós.

Longa vida, mestre Oscar! o Brasil te agradece e contempla tua obra.
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