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Fernando Brito: O ‘programa’ de Bolsonaro é o ódio e a morte será sua obra

No vídeo que gravou, ontem, para seus apoiadores reunidos na Avenida Paulista, Jair Bolsonaro apresentou, em linguagem tão tosca quanto clara, o que serão as ações iniciais de seu governo, enquanto não for tragado pelos inevitáveis conflitos do aglomerado de escória moral, de autoritários doentios e de aventureiros do dinheiro que reuniu.
É o horror, nada além disso.
A ordem do dia pronunciada ontem, aos espasmos, sem nenhum chamamento à razão, sem nenhuma alegria que não a perspectiva de uma “vingança” (contra que “mal”, não o sabemos, pois foram os que menos sofreram neste país) teve como conteúdo, apenas, o chamado à força.
“Varrer”, “expulsar do país”, “trabalhar, vagabundos” são os comandos de um tempo em que devemos ter medo do vizinho, cuidar do que falamos e até do que vestimos.
Ontem, um grupo de hidrófobos gritava, diante da Catedral de Brasília iluminada de rosa, por conta da campanha contra o câncer de mama, que a igreja era comunista: “este merda vermelha não nos representa”, gritava uma desequilibrada, seguida por outro que dizia para “botar verde-amarelo”.
Como não tem, ao menos de imediato – e, provavelmente, também não depois – condições de resolver os problemas essenciais do país, será esta a “reivindicação” que pode “atender”.
A violência e o extermínio policiais soltos, a perseguição política à solta, a “deduragem”, a demissão dos indesejáveis, o espancamentos nas madrugadas das calçadas.
O horror, nada além disso.
Em outro front, o adesismo imediato das maiorias fisiológicas do Congresso, neste quadro quase “de graça”, com o pagamento, apenas, de deixarem-nas sobreviver.
A Constituição, diante desta matilha majoritária, será um pedaço de carne podre a ser dilacerado.
Não haverá, igual, Judiciário a contê-lo. O acoelhamento vergonhoso do STF, depois de merecer o filho do Ditador a bofetada de dizer que um cabo e um soldado o fechariam, foi o suicídio de sua autonomia.
Tudo isso, porém, toma tempo e tem trâmites.
Só o que não tem são as mortes, os espancamentos, as balas anônimas, as intimidações.
O horror, se não o contivermos até domingo.
Tijolaço
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Rodrigo Viana: de salto alto, Bolsonaro abre o jogo antes da hora


Desde que a Lava-Jato adotou medidas ilegais para desconstruir o PT (conduções coercitivas fora da lei, grampos no gabinete da presidenta da República, escutas clandestinas em escritórios de advogados), estava claro que ingressávamos numa fase de Democracia tutelada, ou semi-Democracia – em que as regras valem para uns e não para outros.
 
Os juristas mais sérios e os liberais mais atentos somaram-se à denúncia – feita pela esquerda e os movimentos sociais – de que era preciso reagir aos abusos. A maioria, no entanto, deu de ombros.
 
Agora, ingressamos numa fase muito mais perigosa: nossa sociedade vive, já, sob tutela militar. Há um cerco militar contra as instituições. Cerco que pode receber a chancela do voto no dia 28. Quando o ministro Toffoli nomeia um assessor militar para o STF, esse cerco fica explícito. Quando a ministra Rosa Weber dá uma coletiva no TSE tutelada pelo general Etchegoyen, esse cerco fica escancarado.
 
Mais uma vez, muitos (na mídia, nos setores médios, no Judiciário e na universidade) davam de ombros diante do avanço claro do regime autoritário que tenta se impor com a chancela do voto: “Bolsonaro exagera, mas não poderá fazer nada fora do normal, porque terá que negociar com Congresso e respeitar o Judiciário”.
 
Opa, opa…
 
Os vídeos que surgiram neste último fim de semana antes do segundo turno deixam claro que o risco de um desastre é iminente. Bolsonaro filho (também conhecido como SubCoiso) diz que, para fechar o STF e destituir ministros do Supremo, “basta mandar um soldado e um cabo”. Bolsonaro pai avança mais em direção ao abismo e avisa num vídeo – gravado para apoiadores, neste domingo – que vai promover uma “limpeza nunca vista no país”, e que os “bandidos vermelhos” num governo dele irão para a cadeia ou para o exílio.
 
O candidato do PSL pode ter cometido um grande erro com a fala tresloucada.
A avaliação geral é de que Bolsonaro errou a mão. Era uma fala para espalhar medo e desorganizar os que a ele se opõem. Surtiria, de fato, forte efeito se tivesse vindo um dia após eventual vitória dele. Mas o salto alto fez com que Bolsonaro falasse agora o que só deveria dizer (na lógica autoritária dele) depois de eleito…
 
Deixou claro, didaticamente, que o programa bolsonariano é a ditadura (mais ou menos) escancarada. Foi um tapa na cara dos iludidos: acordem!
Ele nos abriu uma brecha. A reação indignada de FHC, a fala do jornalista conservador William Waack (mais detalhes aqui), e a declaração do ministro do STF Celso de Melo (mais detalhes aqui) são indicadores de que temos mais chance de sensibilizar setores arredios a um voto no 13. E que iam anular.
 
O desafio é, a partir desse horror que já se espraia nos setores médios “liberais”, transpor a indignação para o povão que ganha até dois salários mínimos.
 
Pode ser que não dê tempo…
Mas temos que fazer essa ofensiva agora para, ganhando ou perdendo, não nos encolher.
 
A tática dele é “tempestade no deserto”.
Deixar nosso lado atônito, amortecido diante do horror.
 
Temos que reagir.
Agora.
E nos próximos anos.
Ele nos abriu uma brecha.
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A fábula do rato


RATO 4 COR.jpg

Dedico esta fábula maravilhosa aos que neste momento crucial da história do Brasil, ao invés de ir as ruas, subir em palanques em defesa da Democracia, fazem como a galinha, o porco e a vaca. Leia com atenção. Se achar que vale a pena, curta, comente, compartilhe. Você contribue na luta contra o fascismo, a favor da liberdade e solidariedade.
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Um Rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali. Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu para pátio da fazenda advertindo a todos:
– Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!!! Galinha disse:
– Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda. Então o rato foi até o Porco e disse:
– Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!!!
– Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações. O rato dirigiu-se à Vaca. E ela lhe disse:
– O que? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. (a Galinha)
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.
Moral da Estória: “Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos.”
Caros colegas lembremo-nos da “rede de trabalho” em que estamos envolvidos, todos fazemos parte da mesma “teia”…
Abraços do Benito Pepe
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O fascismo põe as garras de fora II



O descalabro, a impostura, a ameaça, a violência e a incitação ao ódio provenientes da candidatura de Bolsonaro não têm limites. Em vídeo publicaod no Youtube, o coronel Carlos Alves chamou a ministra Rosa Weber, presidente do Superior Tribunal Eleitoral, de "vagabunda e corrupta", entre outros insultos. A percepção é a de que, caso o STF (Superior Tribunal Federal) ou o TSE não reajam, as cortes irão mergulhar no mais dramático descrédito de suas respetivas histórias. O coronel ainda diz que pode correr sangue antes do natal. 
Brasil 247

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