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Maurício Savarese: minissaias, decotes e transparências


O vestuário feminino ousado não sai de moda no Reino Unido. Perto do zero grau de dezembro ou dos mais de 30 graus das Olimpíadas, a única diferença é saber se devem ou não usar uma pesada meia-calça cor de pele contra o frio. São micromicrossaias, blusas transparentes que às vezes só escondem os mamilos e enormes decotes. Não chega a ser lindo de se ver, mas não faz mal a ninguém.
Achei que fosse algo das meninas mais rebeldes, que afirmam assim sua sexualidade e sua liberdade. Ou um desafio a uma sociedade machista, ainda que menos do que a nossa. Ou para dizer às francesas, italianas e espanholas que, sim, as inglesas podem.
Caiu tudo por terra quando vi uma colega não muito bonita, megacatólica e pudica, usando um vestido que mostrava metade dos seus seios.
Não era por rebeldia ou para mostrar que tinha o que exibir. Apenas era. “Não entendi o que tem de errado com a minha roupa para minha mãe dizer que não ficou bem”, disse ela. Amigas também não entenderam. Seria um caso isolado.
Mas neste fim de semana, andando pela área dos artistas de rua, vi outras com perfil semelhante -- pouco atraentes, intelectualizadas, mas sem ar de irritação com o mundo. Seminuas.