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O aventureiro como motor do crescimento

- Ao lado de causas macro economicas que travam o crescimento do Pais há uma causa humana relevante. Não há no momento no Brasil empreendedores para os grandes projetos de infra estrutura de que tanto o Pais necessita. Toda a construção de um grande Pais só se faz com AVENTUREIROS, individuos que estão dispostos a arriscar tudo para levar a frente empreendimentos que o comum dos cidadãos jamais fariam. O comum das pessoas quer apenas uma vida confortável e tranquila sem grandes sobressaltos. São poucos, muito poucos aqueles que portam essa chama interior, essa inquietação que faz vibrar a vontade, dispensa o sono e a tranquilidade,tem
perfil pessoal, ambição, gosto pelo risco, se lançam a grandes jogadas onde podem perder tudo, ser preso, ser processado, execrado, passar da fortuna à miseria, ter que começar tudo de novo sem perder a vontade, quantos são assim na humanidade, em um Pais, em uma época?
São aventureiros de carater e alma, que entram em negocios arriscados sem muitas informações, se metem em confusões, trombam com adversarios, são ameaçados e ameaçam, são chamados de bandidos e picaretas.
Mas sem esses individuos pouca coisa se faz em um Pais. Alguem precisa iniciar os projetos, muitos falham, poucos vencem mas mesmo projetos que fracassam são sementes para outros, no caminho empregam gente e movem a economia
O pior que pode acontecer em um Pais é eliminar todas as condições para que surjam aventureiros dispostos a tudo.
Sem esse polinizador a planta não é fertilizada e não brota. Sem esse elemento nem grama nasce na terra.
Na foto o ator Tony Ramos representando o mega aventureiro Percival Farquhar que construiu grande parte do que existia de infra estrutura no Brasil antes de 1914. Energia eletrica em S.Paulo, Rio, Bahia e Pernambuco, o porto de Belem, a
telefonia  (Cia.Telefonica Brasileira), o gas do Rio de Janeiro e S.Paulo, as ferrovias do Sudeste do Brasil, a Vale do Rio Doce (Itabira Iron), a Acesita, o resort do Guarujá. Farquhar tinha como aliado Assis Chateaubriand a quem financiou em larga escala,  lidava diretamente com os Presidentes do Brasil, tinha tambem ferrovias em Cuba e na America Central, na Russia Imperial, nos EUA a linha de Pittsburgh a New York. Farquhar operava com capital de terceiros que captava em bolsas da Europa, Canada e EUA, dependendo do momento, porisso a Light era canadense, a Societé du Gaz de Rio de Janeiro era francesa, a Itabira Iron britânica, a Port du Para belga, os bondes da Bahia eram americanos.
Com a Grande Guerra de 1914 foi a falência, depois da Guerra se recuperou e quebrou de novo na crise de 1929, Sua grande realização histórica foi a ferrovia Madeira Mamoré, tema da novela MAD MARIA onde Tony Ramos representa Farquhar, a ferrovia era parte do Tratado de Petropólis pelo qual o Brasil anexou o Estado do Acre, que era boliviano. No processo da ferrovia Farquhar criou a cidade de Porto Velho, hoje capital do Acre.


O Brasil teve muitos Farquhar, homens que do nada construíram grandes empreendimentos, todos, 100% tiveram momentos e situações que hoje os levariam aos calabouços de forças-tarefas.  A onda de repressão a supostos crimes empresariais hoje na moda no Brasil como subproduto de uma campanha contra o espirito empreendedor vinda de movimentos sociais nascidos no mundo anglo-americano mas ausente na Índia e na China que por isso crescem a altas taxas, lá o empreendedor é estimulado e festejado e não vilependiado como no Brasil, Argentina e Venezuela. Essa campanha sem trégua que se apresenta disfarçada em leis anti-corrupção, contra lavagem de dinheiro, conseguiram aquilo que Marx e Lenine não conseguiram, acabar com o capitalismo por sua desmoralização e criminalização,  atingem o
o aventureiro no berço, ele nem nasce. Com isso faltam empreendedores e o Pais afunda na mediocridade, na
paz dos cemiterios, nada se faz e nada se projeta, os cartórios de fóruns vão criar a riqueza que fará o Pais se desenvolver, é o que muita gente bem intencionada pensa porque sonham com empreendedores celestiais que só existem
na imaginação dos puros no Reino dos Ceus.
Sem soldados não se faz guerra, sem aventureiros a economia não se desenvolve, que o digam os Estados Unidos quando estavam em construção, sem sabios não se faz ciencia, sem pensadores não se faz literatura.
A vida tem certas verdades que mulhares de anos de Historia ensinaram mas muitos teimam achar que não é assim.
por André Araújo



Empreender é o negócio


A nova classe média satisfez boa parte de suas necessidades de consumo. Agora, 51% dos jovens querem ser donos de empresas
» VERA BATISTA
» GABRIEL CAPRIOLI


Luiz Henrique Bonvini, 14 anos, ainda está longe de entrar na universidade, mas já tem na ponta da língua o caminho que deseja seguir. Amante da gastronomia, faz planos de se especializar na área e ganhar muito dinheiro. No primeiro teste, ele já passou com louvor. Em parceria com os primos Laura, 13, e Vitor, 10, o jovem fabricou brigadeiros em casa para vender. O retorno foi tamanho que os três vão usar o lucro para bancar parte de uma viagem à Disney, com a família, programada para este ano. Com tino empreendedor, Luiz é o retrato fiel da nova classe média, que, depois de incluir na sua cesta de alimentos itens a que antes não tinha acesso, comprar a casa própria e eletrodomésticos e fazer as suas primeiras viagens ao exterior, será senhora quase absoluta dos micro e pequenos negócios no Brasil dentro de uma década.

Dados do Instituto Data Popular mostram que 51% dos jovens entre 18 e 35 anos da classe C querem abrir o próprio negócio. Desse total, 91% definiram que 2020 é o prazo máximo para concretizar o sonho. Não por acaso, a nova classe média — que ganhou 40 milhões de brasileiros na última década e, somente no ano passado, injetou de R$ 1,03 trilhão na economia em consumo de bens e serviços — é uma das armas mais poderosas da presidente Dilma Rousseff para aquecer a atividade econômica e proteger o país da crise que assola a Europa.

No caso de Luiz, o estímulo veio da mãe, a microempresária Ursula Bonvini, 37, que auxiliou os jovens em todos os preparativos da empreitada, desde o cálculo dos gastos com o chocolate até o transporte. "Fomos para a rua e vendemos tudo", comemora o jovem. Herdeiros da transição econômica vivida pelos pais, Luiz e os primos reconhecem que a sua realidade é bem diferente da vivida pela geração anterior. Sem desgrudar dos iPods, símbolos dessa mudança, eles querem se qualificar para fazer frente a um mercado cada vez mais competitivo. Luiz, que, além de gastronomia, quer cursar direito, também planeja ir para a Suíça com Laura para realizar um intercâmbio. "Será muito bom conhecer outras culturas, conviver com pessoas que falam outras línguas", aposta Laura.

Especialistas reconhecem que a nova classe média conquistou seu espaço após a estabilização da economia, o aumento da formalização do mercado de trabalho e o incremento na renda da população. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil está muito próximo do que se pode chamar de pleno emprego, quando praticamente todas as pessoas que querem trabalhar estão contratadas. Em janeiro deste ano, a taxa de desocupação ficou em 5,5%, a menor para o mês desde o início da série histórica, em março de 2002. O salário médio ficou em R$ 1.672, também um recorde para o mês.

Apesar de tantos números positivos, manter esse contingente em condições tão boas é um dos desafios que o país terá que enfrentar nos próximos anos. Embora tenham se rendido ao consumo e sorvam até a última gota a possibilidade de levar para casa bens até antes impensáveis, os 56% da população ou 106,4 milhões de pessoas que estão na classe C — número quase igual ao de habitantes do México e duas vezes o da Colômbia — reconhecem que a conquista está apenas no começo. "Nós procuramos deixar claro para os nossos filhos que eles podem ter um futuro confortável, mas que é preciso batalhar", destaca Ursula.

Reformas
Na avaliação do economista José Márcio Camargo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), uma série de fatores fez com que a classe média se tornasse tão importante para o país, mas ainda faltam reformas para que todo o seu potencial seja aproveitado. Entre elas, destaca-se uma profunda transformação no sistema público de educação, um dos principais entraves para o crescimento do país. Outro problema é a enrijecida legislação trabalhista brasileira. Um conjunto de nada menos que 2,4 mil regras compõe o emaranhado de leis na área. "São necessárias mudanças que induzam ganhos de produtividade", diz Camargo.

Para Rossano Oltramari, economista-chefe da XP Investimentos, a classe média vai transformar a economia brasileira e exigir contrapartidas, seja da iniciativa privada, seja do Estado. Uma das principais preocupações, diz ele, é garantir uma renda para a velhice. Hoje, o Brasil tem 20,5 milhões de idosos. Em 2050, eles serão 60 milhões e os problemas de agora, caso não sejam corrigidos, poderão fazer a terceira idade assistir ao colapso da Previdência Social, que amargou deficit de R$ 36,5 bilhões em 2011. "O Brasil passou, nos últimos anos, por várias fases. Tivemos um "boom" do frango, do iougurte, das passagens aéreas. O próximo será o dos produtos financeiros", afirma.

Oltramari não está isolado em sua avaliação. Economistas são unânimes em dizer que, se não começar a poupar logo, a classe média comprometerá, na velhice, a qualidade de vida conquistada com tanto suor. "A classe C tem noção diferente da elite. O foco é construir carreira do filho, abrir um negócio, comprar a casa própria. Aplicar recursos em aposentadoria exigiria reduzir o consumo imediato. Para parte dessa população, guardar esse dinheiro ainda é visto como luxo", explica Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular. A antropóloga Luciana Aguiar, diretora do Instituto de Pesquisa Plano C, D e E, observa que a necessidade de comprar tanto é uma maneira de ser aceito na sociedade. "O consumo, antes de tudo, é uma forma de comunicação. É mostrar que é igual", analisa. (Colaborou Cristiane Bonfanti)