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O anão, Lya Luft

...Apesar de tudo eu tenho meus poderes.
Durmo muito pouco, e ando pela casa à noite quando todos dormem.

Vago pelo corredor
Abro uma fresta nas portas
Espio e espreito as pessoas.

...Todos dormem
Só eu não durmo.

...Pego um livro e entro na história
Escapo sem que ninguém perceba
Ou crio minhas aventuras.

Eu não sou um anaozinho mau...

Miruna Genoino será candidata

Prego batido, ponta virada, Miruna Genoino será candidata a deputada federal (PT-SP).

O partido dará todo apoio necessário para que ela seja uma das candidatas mais votada.

O mais entusiasmado com a candidatura é José Dirceu. Que afirmou:

"Faremos tudo que for possível para ela ser a deputada Federal campeã de votos em 2014."

Clóvis Rossi - risível achar que o PT quer acabar com a liberdade de imprensa

Passei a noite de 31 de março de 1964 para 1º de abril pulando, no DKW azul de meu pai, da sede do governo paulista, então no Palácio dos Campos Elíseos, para o QG do Exército, à época na rua Conselheiro Crispiniano, no centrão, cobrindo para o jornal carioca "Correio da Manhã" o que mal sabia que viria a ser o golpe que faz 50 anos logo mais.

Após 50 anos, só um fanático negaria o quanto o país mudou para melhor em termos institucionais, por muito que falte para chegar a ser plenamente civilizado.

Para a grande maioria dos brasileiros, que não viveu aquela madrugada nem as trevas densas que a ela se seguiram, é difícil compreender o avanço que é os jornalistas já não precisarmos mais fazer plantão às portas dos quartéis. Ou ser obrigado a decodificar o Almanaque do Exército para tentar entender se a promoção a general de fulano ou beltrano podia significar mais fechamento ou alguma abertura.

Por falar em "Correio da Manhã", meu primeiro emprego, acabou sufocado pela ditadura, mesmo tendo publicado dois dos três editoriais mais notórios de todos os tempos ("Basta" e "Fora"), cobrando a deposição do presidente João Goulart.

Depois se arrependeu e passou a ser crítico do novo regime, o que levou a uma implacável perseguição, incluída forte pressão sobre os anunciantes, até quebrar.

Um caso como esse, apenas uma entre as milhares de arbitrariedades e violências praticadas no período 1964/1985, torna até risível, hoje, achar que os governos do PT pretendem acabar com a liberdade de imprensa. Que gostariam de ter uma mídia domesticada, gostariam, como todos os governos, de qualquer signo.

Mas, na democracia, não dá para fazer o que a ditadura pôde fazer com o "Correio da Manhã".

Na democracia, quem quer grita "onde está Amarildo" –e os policiais responsáveis por seu desaparecimento acabam descobertos e punidos. Na ditadura, milhares de gritos similares foram silenciados e, mesmo depois de encerrado o ciclo, ainda não se chegou à verdade, do que dá prova a existências das "Comissões da Verdade".

O golpe que faz 50 anos em 2014 inaugurou um ciclo nefando na América Latina. Primeiro, caiu a Argentina (1966, com uma recaída 10 anos depois), depois o Uruguai, o Chile –até que todos os países sul-americanos e a maioria dos latino-americanos se transformassem em ditaduras, exceção feita a Venezuela, Colômbia, México e Costa Rica.

Cinquenta anos depois, caiu na rotina a realização de eleições presidenciais. Serão sete só este ano (El Salvador, Costa Rica, Colômbia, Panamá, Bolívia, Uruguai e o próprio Brasil).

No Brasil, aliás, será a sétima consecutiva, santa rotina que marca um recorde, como lembrou ontem Fernando Rodrigues.

É tal a rotina que posso ter a certeza de que jamais voltarei a fazer plantão à porta dos quartéis, mas nem por isso dá para esquecer que levou 35 anos para que um presidente legitimamente eleito passasse a faixa para outro presidente eleito nas mesmas condições.

21 dias de bondade

Pesquisadores estimam ser esse o tempo necessário para o ser humano adquirir um novo hábito.

O mexicano Nicko Nogues  decidiu adotar esse parâmetro, e colocou na internet - grátis - um manual para a prática do bem.

Aulas:
1-) Escolha algo legal para fazer
2-) Pense como vai ser bacana
3-) Coloque sua idéia em prática

Leia mais em: 21diasdebondad.tumblr.com

21 dias de bondade

Pesquisadores estimam ser esse o tempo necessário para o ser humano adquirir um novo hábito.

O mexicano Nicko Nogues  decidiu adotar esse parâmetro, e colocou na internet - grátis - um manual para a prática do bem.

Aulas:
1-) Escolha algo legal para fazer
2-) Pense como vai ser bacana
3-) Coloque sua idéia em prática

Leia mais em: 21diasdebondad.tumblr.com

João - o amigo navegante e as contradições de Eduardo Campos

Estava eu a navegar pela rede (a internet, não o partido da Blablablárina, que nem existe pois o registro do mesmo não foi aceito, pois não foram competentes para cumprir a legislação para obter o  registro).

Pois bem, eis que me deparo com a notícia do Estadão de que o PSDB entrou no Governo do PSB em Pernambuco, e que essa aliança deve se repetir em outros estados (nunca é demais lembrar: aqui no Paraná o PSB tem sido há tempos linha auxiliar do desgoverno do Beto Richa*).

A matéria do Estadão on-line tem a seguinte chamada "PSDB entra para o governo de Campos e fala em fortalecer parceria com o PSB" (pobre Miguel Arraes, deve estar se revirando no túmulo).
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,psdb-entra-para-o-governo-de-campos-e-fala-em-fortalecer-parceria-com-psb-,1113661,0.htm

Mas, diante dessa notícia fui dar uma pesquisada em vídeos da internet. Sim, porque poderia ter acontecido de eu ter tido uma alucinação, e não ter ouvido o que ouvi da boca do próprio Eduardo Campos. Frases  como "nós desejamos construir uma nova política no Brasil", "só há um caminho para fazer essa mudança de verdade, é fazer a mudança na politica, é enterrar a velha política, é construir novas práticas políticas" poderiam ter sido sonhadas por mim.

Eis que encontro esse vídeo no qual o Eduardo Campos fala, de própria boca, as frase descritas, e outras. O vídeo está disponível em http://www.youtube.com/watch?v=S3mzIniTeAM

MAS, caro Paulo, é muita contradição para pouco candidato!! Como construir uma nova política no Brasil se aliando ao atraso que representa o PSDB? Como construir novas práticas políticas quando o PSDB é investigado por escândalos como o da Alston/Siemens??

Ainda fica uma pergunta: será que a Marina Silva concordou com esse acordo PSDB/PSB? Está de "inocente útil" nessa situação toda, ou  tudo foi combinado???

Fico por aqui. Que 2014 seja mais um ano da construção de um Brasil para todos, e não apenas para a casa grande (como era até 12 anos).

Social Good Brasil - Rede de Ideias

Todo dia aparecem dúzias de iniciativas que pretendem, usando TI - tecnologia da informação - para fazer o bem à sociedade. Para reunir essas ideias num único lugar - e interessados em viabiliza-las -, surgiu o Social Good Brasil de Tecnologia.
A rede conecta ações, pessoas e entidades para troca de experiências e apoios, além de promover seminários temáticos.

por Vanessa Guedes
socialgoodbrasil.com.br

Governo Dilema derruba último pilar da "guerra psicológica" patrocinada pela midiasmatica


A notícia será dada ao País pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega: sim, o Brasil cumpriu sua meta fiscal em 2013; o número de dezembro, que ainda está sendo fechado, permitirá que o superávit acumulado supere a meta de R$ 73 bilhões; notícia é importante num ano em que setores da sociedade tentaram instilar pessimismo infundado sobre apagão, inflação do tomate, disparada do câmbio e, finalmente, descontrole das contas públicas

Vamos fazer em pé?

E quando na penumbra, se abraçaram
Logo começaram a gemer
A se esfregar
A se procurar...

Ela sentiu entre envergonhado e feliz que seus grandes lábios se abriam.

O amante ainda mais ousou
Mais apertou-se a ela, dizendo:

Vem comigo, vem comigo, vem...

Voaram...

Poemutando Lya Luft

Para desopilar

A última rodada da pesquisa Dataprado, mostra Serra disparado na frente, e Marina já encostando em Aécio, Dilma continua na lanterna e deve cair mais ainda. Eduardo Campos ainda não emplacou mas deve roubar votos de Dilma, enquanto Marina pode passar Aécio nas próximas pesquisas mas a tendência é que ela perca votos para Serra, que pelas projeções do Instituto deve levar em primeiro turno o certame, pois mais uma vez lidera em todos os cenários. A pesquisa caiu como uma bomba no Planalto e Dilma já pensa em desistir da disputa à reeleição, podendo até mesmo renunciar ao atual mandato. Os próximos lances serão decisivos, aguardemos.

Por Hariovaldo Prado

Para desopilar

A última rodada da pesquisa Dataprado, mostra Serra disparado na frente, e Marina já encostando em Aécio, Dilma continua na lanterna e deve cair mais ainda. Eduardo Campos ainda não emplacou mas deve roubar votos de Dilma, enquanto Marina pode passar Aécio nas próximas pesquisas mas a tendência é que ela perca votos para Serra, que pelas projeções do Instituto deve levar em primeiro turno o certame, pois mais uma vez lidera em todos os cenários. A pesquisa caiu como uma bomba no Planalto e Dilma já pensa em desistir da disputa à reeleição, podendo até mesmo renunciar ao atual mandato. Os próximos lances serão decisivos, aguardemos.

Por Hariovaldo Prado

Twittaço nota mil

Meu pai dizia uma coisa que só mais tarde fui entender:

"Não quero saber a opinião do jornalista. Quero a notícia. A opinião é minha".

@fernandocabral

Aconselho

Não faça promessa em momento de euforia.
Não discuta quando tiver zangado.
Não decida quando tiver triste.

Dilma mantém favoritismo à reeleição

Da Agência Efe - A presidente Dilma Rousseff inicia o último dos quatro anos de seu primeiro mandato e aparece como favorita para vencer as eleições presidenciais que serão realizadas em outubro, apesar de ainda não ter confirmado oficialmente sua aspiração à reeleição.

Após três anos de intenso trabalho e diversos desafios, tanto econômicos como sociais, Dilma encara a última etapa de seu primeiro mandato com o respaldo de mais da metade dos brasileiros (56%), segundo uma pesquisa publicada pelo Ibope em dezembro.

A governante manteve uma elevada aprovação desde sua posse, mas sua avaliação pessoal desabou por conta da onda de protestos sociais que sacudiram o Brasil em junho, embora meses depois e após dar resposta a algumas das reivindicações, recuperou parte de sua popularidade.

Com relação à gestão de seu Governo, Dilma conta com um apoio popular maior que tinham tanto seu antecessor e mentor político, Luiz Inácio Lula da Silva, como Fernando Henrique Cardoso no último de seus primeiro quatro anos de mandato, no qual ambos foram reeleitos.

Enquanto 41% dos brasileiros consideram "excelente" ou "bom" o Governo de Dilma na última pesquisa realizada pela Datafolha em 2013, essa porcentagem era apenas de 28% para Lula em dezembro de 2005 segundo a mesma empresa e de 37% para FHC em dezembro de 1997.

Embora ainda não tenha se pronunciado sobre se voltará a ser candidata do PT nas eleições presidenciais de outubro, as pesquisas apontam que caso concorra ao cargo, a chefe de Estado contaria com intenções de voto que permitiriam ser reeleita sem necessidade de disputar um segundo turno.

As enquetes dão à Dilma intenções de voto próximas de 50%, enquanto nenhum de seus possíveis rivais superaria 20%, exceto a ecologista Marina Silva, que caso seja candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), formação à qual filiou-se recentemente, alcançaria cerca de 25%.

Apesar de seu silêncio, tanto o PT e como seu líder máximo, Lula, defenderam em mais de uma ocasião a candidatura de sua afilhada política.

"Temos uma responsabilidade e é reeleger esta companheira como presidente da República", declarou Lula em dezembro durante a inauguração do Congresso Nacional do PT.

Caso aspire finalmente à reeleição e ganhe de novo as eleições, como apontam as pesquisas, a chefe do Estado tem pela frente vários desafios, sobretudo o de impulsionar uma economia que cresce a um ritmo menor do que o esperado.

Após registrar uma expansão de 7,5% em 2010, no último ano de Lula no poder, o crescimento econômico brasileiro com Dilma foi do 2,7% em 2011 e de 1% em 2012, enquanto os analistas calculam que o de 2013 não passará de 2,3% e que essa taxa se repetirá em 2014.

O próximo chefe do Estado deverá, além disso, lidar com uma alta inflação, que nos últimos três anos se manteve em torno dos 5%, assim como com uma elevada taxa de juros, que fecha o ano em 10%.

Além disso, após um 2013 marcado pelo programa de licitações ao setor privado, o Brasil deixou no papel a concessão do trem de alta velocidade entre Rio de Janeiro e São Paulo, um projeto cuja viabilidade dependerá do vencedor das eleições presidenciais.

A concessão do projeto, defendido pela presidente brasileira e considerado por alguns de seus possíveis rivais como custoso e desnecessário, foi adiada em setembro pela quarta vez desde 2010, por isso que em caso de vitória Dilma, a presidente terá a incumbência de colocá-lo em andamento.

Escola de idiomas abrirá mais filiais no Ceará

A You Can Idiomas, escola especializada em cursos de Inglês e Espanhol, pretende ampliar o número dos seus laboratórios de línguas no Interior. Com a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas, falar outra língua, principalmente o inglês e o espanhol, tornará uma obrigação para quem pretende crescer profissionalmente.

A unidade escolar está há quatro anos em Quixeramobim, Canindé, Itatira, Madalena, Itapiúna, Mombaça, Boa Viagem e Morada Nova, e agora pretende expandir as fronteiras nos cursos de inglês e espanhol.

Mais outras seis cidades contarão com os cursos da You Can a partir de 2014.

Conforme o assessor de marketing da You Can Idiomas, Ronaldo Oliveira, na maioria das profissões o domínio de um idioma estrangeiro conta pontos no currículo. Isso tem facilitado o interesse pelo aprendizado e o sucesso da empresa nos últimos quatro anos. Outra razão é justificada pelo parceiro e coordenador regional de Itapiúna, professor Robério Carvalho.

"Graças ao apoio do município, conseguimos oferecer o cursos a preços acessíveis, além disso, a qualidade dos professores e da metodologia são diferenciais que cativam os alunos".

Para a escola, na maioria das profissões o domínio de um idioma estrangeiro conta pontos no currículo

Parcerias

Nas parcerias, as prefeituras colaboram cedendo espaço apropriado para realização dos cursos, além de subsídios para recepção de professores de fora do município. Tal colaboração é fundamental tendo em vista a importância do aprendizado de uma nova língua e as dificuldades algumas vezes encontradas na identificação de profissionais qualificados nos municípios do interior do Estado. Isso explica, inclusive, a grande aceitação do curso entre educadores.

A aluna Mirela Martins teve a oportunidade de aproveitar o seu aprendizado ainda este ano. Ela participou da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, no mês de julho. Foi fácil se comunicar com pessoas de outros países sem nenhum problema. Além de abrir portas para o conhecimento, o curso lhe abriu portas para novas amizades. "Ter aprendido inglês na You Can foi muito importante, pude comprovar isso na prática" destacou a adolescente.

Além das parcerias e da satisfação dos alunos, segundo o assessor, o sucesso da You Can reside em alto investimento em qualidade por meio de professores qualificados, material importado, aulas com foco na conversação e mensalidades acessíveis. Além disso, a escola investe constantemente em inovação, procurando aproximar os alunos da cultura inglesa através de projetos como o The Voice You Can, American Day e palestras e aulas com professores estrangeiros.

Além das parcerias e da satisfação dos alunos, o sucesso reside em itens como professores qualificados

"Em Janeiro, só para citar um exemplo, as aulas de Quixeramobim, terão início com palestra de James Johnson, missionário e professor dos EUA", acrescentou Ronaldo Oliveira.

Dessa forma, preenchendo todos os requisitos juntos ao Ministério da Educação (MEC), na área de ensino de Idiomas e com certificação válida nacionalmente a You Can Idiomas se consolida como uma escola referência para crianças, a partir dos 5 anos, jovens e adultos que desejam aprender o Inglês e o espanhol, as duas línguas mais faladas no mundo.

Durante os cursos há inclusive momentos de descontração com o Projeto The Voice, onde os alunos aprendem inglês cantando", completa.

Mais informações:

You Can Idiomas
Rua Monteiro filho, Centro
Quixeramobim
Telefone: (88) 3441.1044

ALEX PIMENTEL

Grande mídia - aqui como na China, tudo igual

por Venício Lima, na Carta Maior

A filial brasileira da Thomson Reuters – "a maior agência internacional de notícias e multimídia do mundo", com sede em New York, Estados Unidos – divulgou recentemente uma matéria sob o título "China orienta imprensa contra "pontos de vista errados".

O texto foi reproduzido no Estadão e, posteriormente, em dezenas de jornais, portais e blogs Brasil afora [basta colocar o título da matéria no Google para verificar].

Trata-se de diretriz do Partido Comunista Chinês, sob orientação do novo presidente Xi Jinping, que determinou "à imprensa estatal que pare de noticiar 'pontos de vista errados', e que em vez disso cubra histórias positivas, que promovam 'valores socialistas'."

De acordo com as novas diretrizes, comenta a Reuters, busca-se reforçar "os valores socialistas centrais" e os meios de comunicação devem "manter resolutamente a correta orientação da opinião pública".

A matéria informa ainda que, segundo as recomendações, "os órgãos noticiosos e editoriais e quem trabalha no setor devem fortalecer a autorregulamentação e aumentar com seriedade seu senso de responsabilidade e a capacidade de promover os valores socialistas centrais".



Parágrafos omitidos



Curiosamente a Reuters Brasil, o Estadão e todos os demais, sem qualquer explicação para o leitor brasileiro, reproduziram apenas seis (6) dos onze (11) parágrafos da matéria original, divulgada pela própria Reuters.

Nos parágrafos omitidos as diretrizes do Partido Comunista Chinês, divulgadas pela agencia oficial Xinhua, explicitam que "os valores socialistas centrais" incluem "ideais sublimes como democracia, igualdade e estado de direito, mas também as posições orientadoras marxistas na China de hoje".



China vs. Brasil



Sem entrar na questão sobre a natureza do regime chinês – socialismo ou país de economia mista, dirigido por um partido único? – o mais interessante, todavia, é comparar as orientações para a imprensa "estatal" na China com o comportamento padrão da imprensa privada em países capitalistas, como o Brasil.

Evidentemente não existe aqui um Partido Capitalista Brasileiro distribuindo orientações para que a imprensa "pare de noticiar 'pontos de vista errados', e que em vez disso cubra histórias positivas, que promovam 'valores capitalistas'.

Ou lembrando que os meios de comunicação devem "manter resolutamente a correta orientação da opinião pública".

Menos ainda, estabelecendo diretrizes para que "os órgãos noticiosos e editoriais e quem trabalha no setor (fortaleça) a autorregulamentação e (aumente) com seriedade seu senso de responsabilidade e a capacidade de promover os valores capitalistas centrais".

Ou, explicando que "os valores capitalistas centrais" incluem "ideais sublimes como democracia, igualdade e estado de direito, mas também as posições orientadoras capitalistas no Brasil de hoje".

Na verdade, a grande imprensa brasileira já faz tudo isso, dia após dia, sem que seja necessária qualquer orientação centralizada em um partido institucionalizado formalmente.

Somos mais práticos.

Aqui, simplesmente funciona assim.

Bernardo Kucinski e eu já argumentamos que apesar das eventuais divergências existentes na disputa de mercados, no Brasil, a grande mídia trabalha dentro de uma mesma lógica, como se existisse um único editor, um supra editor [cf. Diálogos da Perplexidade; Editora Perseu Abramo, 2009; pp. 97 segs].

No Prefácio para o meu Regulação das Comunicações (Paulus, 2011), Kucinski escreveu: "a mídia brasileira forma hoje um compacto político-ideológico em defesa dos fundamentos do modelo econômico chamado neoliberal: privatizações, terceirizações, flexibilização das leis trabalhistas e desregulação do movimento de capitais. Também combate em uníssono as principais políticas públicas dos governos Lula-Dilma, como o Bolsa Família, o Plano Nacional de Direitos Humanos, as cotas nas universidades e a política externa" [cf. p. 12].

Judith e Antonio



É verdade: as entidades empresariais que congregam os principais meios de comunicação no Brasil – a ANJ, a ABERT e a ANER – também orientam seus associados em defesa dos princípios "da livre iniciativa" que conduzem as operações desse tipo de empresa comercial no capitalismo.

Todavia, embora dirigentes dessas entidades já tenham reconhecido publicamente que a grande imprensa funciona como um partido político, não é necessário que se constitua e se registre no TSE um partido político formal que emita orientações para a imprensa brasileira.

Como se sabe, a ex-militante petista Judith Brito, à época presidente da ANJ, hoje diretora-superintendente do Grupo Folha e coloboradora do Instituto Millenium, declarou em março de 2010:

"A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses  meios de comunicação estão fazendo, de fato, a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo" [cf. "Ações contra tentativa de cercear a imprensa", O Globo, 19/3/2010, pág. 10].

Neste ponto Judith Brito e Antonio Gramsci (1891-1937) não poderiam concordar mais.

Na sua famosa passagem sobre os partidos políticos nos Cadernos de Cárcere [1929-1935], o filósofo sardenho afirma:

"Será necessária a ação política (no sentido estrito) para que se possa falar de "partido político"? (…) o Estado-Maior intelectual do partido orgânico não pertence a nenhuma das frações, mas opera como se fosse uma força dirigente superior aos  partidos e às vezes reconhecida como tal pelo público. Essa função pode ser estudada com maior precisão se se parte do ponto de vista de que um jornal (ou um grupo de jornais), uma revista (ou um grupo de revistas) são também eles "partidos", "frações de partido" ou "funções de um determinado partido". Veja-se a função do Times na Inglaterra, a que teve o Corriere della Sera na Itália e também a função da chamada "imprensa de informação", supostamente "apolítica", e até a função da imprensa esportiva e da imprensa técnica" [cf. Maquiavel, a Política e o Estado Moderno; Civilização Brasileira, 1976, pp. 22-23).

No Brasil, tudo isso é tão comum, faz de tal maneira parte do cotidiano da grande imprensa, que nenhum partido político precisou orientar agência de notícias, jornal, portais e blogs para omitir que entre as novas diretrizes recomendados pelo Partido Comunista Chinês estão incluídos "ideais sublimes como democracia, igualdade e estado de direito, mas também as posições orientadores marxista".

Todos simplesmente fizeram. Tão rotineiramente que nem merece uma nova matéria da agência Reuters.



(*) Venício A. de Lima é jornalista e sociólogo, professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado), pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros (Cerbras) da UFMG e organizador/autor com Juarez Guimarães de Liberdade de Expressão: as várias faces de um desafio, Paulus, 2013, entre outros livros.

Concessão dá ALL pode ser cassada

A Folha de S. Paulo fala hoje, com apenas parte de todas as letras, de um assunto que já vem sendo comentado nos meios empresariais: a possibilidade de cassação das concessões da ALL – América Latina Logística – que controla uma fatia enorme de nossa malha ferroviária.
Por incrível que pareça, é o ministro César Borges – do PR e ex-PFL – um dos que mais tem colocado a faca no pescoço da empresa para que cumpra suas obrigações contratuais A Casa Civil negociava uma solução acordada, com a devolução de trechos ferroviários sob controle da ALL, mas parece que as coisas caminham para uma medida mais extremada,  com a perda das concessões e de um inventário e encontro de contas entre os bens recebidos , obrigações e direitos da empresa.
A  concesssionária recebeu boa parte do patrimônio da malha Sul da Rede Ferroviária Federal por algo em torno de R$ 300 milhões. Junto com a concessão, foi para a ALL o que ainda prestava de material rodante da RFFSA nos estados da região Sul para operar 7 mil km de trilhos.
A ALL é uma destas jabuticabas privatizantes paridas no Governo Fernando Henrique. O estado brasileiro fica com boa parte do capital, direta e indiretamente,  e entrega o controle da empresa a privados, mais ou menos como ocorreu com a Vale e a Telemar-Oi. BNDES, Previ e Funcef têm perto de 29% do capital, seguidos da neozelandesa Global Markets Investments Limited Partnership, com 21.6%.
A propriedade da ALL é um imbroglio, no qual o participante mais conhecido é o grupo Cosan, império de açúcar e etanol do empresário Rubens Ometto. A Cosan tentou fazer uma "sinergia de negócios" levando a ALL a adquirir a Fepasa e se tornar a operadora de mais 5 mil quilômetros de linhas que cruzam o filé da produção sucroalcooleira de São Paulo.
Claro que não deu certo, como não deu certo que a Vale fosse a operadora das linhas férreas de Minas, porque quando um cliente se torna dono dos meios de transporte, é evidente que os opere apenas de acordo com as suas conveniências, não dentro de um quadro de equilíbrio concorrencial.
Deu "zebra" e conflito entre a Cosan e os demais acionistas da ALL, e não podia dar outra coisa.
E o país pagou a conta da briga, que desmantelou a já pequena capacidade da empresa de logística.
Vamos ver como o caso se desdobra. Dilma parece ter optado pela pulverização do controle, subdividindo os trechos a serem concedidos em 2014. Se houver um mecanismo de arbitramento entre diversos operadores, com obrigações de conexão muito definidas, pode funcionar.
Mas se continuarmos a ter uma operação ferroviária  desconectada das necessidades de transporte intermodal, de uso múltiplo da rede férrea e, sobretudo, sem dar capacidade para o poder público regular, controlar e – até – oferecer a opção de transporte ferroviário a produtores e passageiros, o transporte ferroviário continuará a desaparecer da matriz logística brasileira.
O Estado investe pesadamente, estabelece fisicamente as linhas e, depois, elas viram um cartório do operador, que as administra com uma "sinergia de negócios", que é a ineficiência e o monopólio do uso de um bem e serviço público concedido, que tal como os ônibus, têm de transportar a todos com as mesmas regras, disponibilidades e preços.
A obra de FHC nas ferrovias é pior que a de Jânio e as centenas de cidades fantasma que criou, em 61, com a desativação  dos chamados "ramais deficitários".
Porque, ao contrário dela, não atinge apenas regiões já decadentes economicamente, por mais cruel que isso tenha sido.
Toca no coração do Brasil produtivo, nas áreas de expansão agrícola .
E, de quebra, ainda leva ao comprometimento dos recursos públicos, obrigando a uma expansão rodoviária cara e urgente,  maior do que deveria.

Por Fernando Brito

Meia tonelada de motivos para o fracasso da grande mídia

Se você me pergunta qual foi o maior papelão da mídia brasileira em 2013 respondo com meia tonelada de motivos que foi o caso do helicóptero dos Perrelas.

Só no Brasil 500 quilos de cocaína não são notícia.

Na Indonésia, uma senhora britânica de 56 anos foi condenada à morte, por fuzilamento, por ser presa com cinco quilos de cocaína. Cem vezes menos, portanto.

Na mídia de Londres, ela é chamada de "Vovó Inglesa', por ter netos. Sua defesa ainda luta para transformar a pena de morte em prisão perpétua.

Na Indonésia, como na China, a lei é extraordinariamente severa com o tráfico de drogas em consequência dos traumas sofridos no século 19, quando os britânicos impuseram, na base dos canhões, aos asiáticos o consumo de ópio. Essa página obscena do império britânico passaria à história como as Guerras do Ópio, sobre as quais escrevi algumas vezes no DCM.

Longe de mim sugerir rigor asiático no combate ao tráfico.

Mas, jornalisticamente, 500 quilos de cocaína não são nada? Pelo comportamento da mídia brasileira, não são nada.

Ninguém se esforçou, então, para trazer luz para o escândalo. Ao contrário, todo mundo tentou esconder a notícia, provavelmente para preservar Aécio Neves, amigos dos Perrelas e conhecido festeiro.

Todos sabem o que teria ocorrido caso os donos do helicóptero fossem amigos não de Aécio, mas de Lula, ou Dirceu.

Na ausência de qualquer esforço investigativo, o assunto foi minguando e hoje é quase nada.

O helicóptero foi, simplesmente, engavetado.

No futuro próximo, a internet terá recursos suficientes para bancar investigações que a mídia corporativa não quer fazer. Ou o crowdfunding – o financiamento da comunidade de leitores – ou a publicidade trará dinheiro que hoje é escasso.

Até lá, as pessoas interessadas em jornalismo independente e informação isenta terão que conviver com coisas estapafúrdias como este caso.

Notícia, para a mídia 'livre', é aquilo que é favorável a ela ou a seu grupo de amigos e parceiros, e desfavorável para seus desafetos.

Compare a cobertura dada ao helicóptero com a cobertura dada a uma oferta de emprego para Dirceu, e você vai entender o que move a mídia.

Por isso ela é tão desacreditada.

E por ser tão revelador do espírito bipolar das grandes companhias jornalísticas, o caso do helicóptero é o Fracasso do Ano da mídia brasileira.

Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.