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Vídeo compartilhado por Bolsonaro Não foi um ato espontâneo nem excessos de Carnaval

A cena exibida em vídeo compartilhado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, na noite de terça-feira (5), era uma performance de um artista e ativista que se dedica a discutir “sexualidades não normativas”.
A pessoa de cabelos compridos se identifica como Paulx Castello e/ou Sofia Lacre não se identifica nem como homem nem como mulher, mas fala de si no gênero feminino, segundo a Época.
Artista formada pela Universidad Nacional de las Artes (UNA), na Argentina, foi uma das realizadoras do Kuceta (póspornografias): festival de cultura e política sexodissidente realizado em junho do ano passado em São Paulo que, conforme descrição, pretende “exibir algo do que tem sido produzido em relação a sexualidades não normativas”, ou seja, as sexualidades que estejam fora dos padrões usuais de gênero e orientação sexual.

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A demagogia de Bolsonaro

(...) usa caneta de hum real e esbanja com cartão de crédito pago pela população
Se o combate à corrupção e à ineficiência administrativa já tinha sido desmoralizado como marcas do governo Bolsonaro, outra bandeira dele vai ao chão: o da austeridade.
Os gastos públicos com ele e com família, realizados com cartões corporativos, aumentaram 16% em relação à média dos últimos quatro anos, que incluem o governo de Dilma Rousseff.
Foram 1,1 milhão de reais nos dois primeiros meses do ano.
No que a família Bolsonaro gastou? O Palácio do Planalto não informa.
O aumento das despesas com cartão corporativo contrasta com a farsa do homem simples que chegou à presidência.
Só com a verba desses cartões  ele poderia comprar 1,1 milhão de canetas iguais à que usou para assinar o termo de posse.
Caneta que ficou famosa como marca de que um novo tempo de austeridade viria por aí.

Tudo mentirinha para agradar bolsominion.
Outro teatrinho: O chefe da Casa Civil dele, Onyx Lorenzoni, já tinha prometido abandonar os cartões corporativos.
“No primeiro dia, eu vou abrir mão do cartão corporativo. Porque vem um novo tempo. A gente está ministro. A gente tem consciência de que, para mudar o Brasil, ou o governo federal dá o exemplo ou não há nenhum sentido”, disse.
“A decisão é pessoal. Mas vou estimular todo mundo, no dia 8 de janeiro, a adotar a mesma medida”, acrescentou, em referência à data da primeira reunião ministerial do futuro governo.
Como se vê, não foi atendido.
Na prática, o discurso de Bolsonaro e seus auxiliares é outro.
Quando era deputado, Bolsonaro bateu nos gastos com cartões corporativos.
Numa discussão com Orlando Silva, do PCdoB, que foi ministro dos Esportes no governo de Lula, atacou.
“Ele inclusive assaltava com cartão corporativo até para comprar tapioca”, disse, tentando transformar em algo negativo o que, a rigor, era positivo.
A tapioca do ministro custou R$ 8,30, muito menos do que os R$ 500 reais gastos com cartão corporativo por um funcionário do Ministério da Defesa, já na era Bolsonaro, em uma churrascaria do Rio de Janeiro.
O cartão corporativo foi criado em 2001 pelo presidente Fernando Henrique.
A ideia era agilizar a administração.
Os cartões deveriam ser usados em pequenas despesas urgentes, ligadas a obras e serviços.
Não são um problema em si. Pelo contrário.
No conjunto de gastos do governo federal, representam uma gota no oceano.
Mas têm valor simbólico, facilmente compreendido pelo população, já que muita gente tem cartão de crédito e sabe da dificuldade para pagá-lo.
Por isso, a revelação de que aumentou os gastos com o cartões corporativos representa um risco para Bolsonaro.
É aplaudido por usar caneta “Bic”, mas pode ser vaiado quando vem a público a informação de que ele e a família estão gastando demais no cartão, sem que tenham de se preocupar com a fatura no final do mês.
O povo paga. Mas uma hora derruba a casa, quando descobre que o inquilino é um demagogo, que faz pior o que condenava nos outros.
Como dizia Tim Maia: A demagogia é a pior das mentiras, porque é uma mentira mentirosa.
Bolsonaro é isso: “uma mentira mentirosa”.
Publicado pelo jornalista Joaquim Carvalho, em primeira mão para o DCM - Diário do Centro do Mundo -

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Belchior, obrigado por tantas coisas boas


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E então leio que artistas fizeram uma homenagem a Belchior, o gênio perdido da música brasileira.
Fico estranhamente tocado, ou não estranhamente. Belchior foi o último ídolo que eu tive na música. Eu era um adolescente quando Elis consagrou músicas de Belchior como Velha Roupa Colorida e Como Nossos Pais.
Eu simplesmente amava Belchior, com sua voz anasalada e melancólica, suas melodias tristes embaladas em letras longas e poéticas. Achava que Belchior ia durar muito, fazer muitas coisas, mas ele foi minguando, e minguando, como se uma dose excepcional de talento e inovação tivesse se comprimido em um ou dois discos apenas. (Mas que discos, Deus.)
Eu próprio acabaria por abandoná-lo, não totalmente, é verdade. Não mudo de estação quando, o que é raro, toca Belchior no rádio. E quando apanho o violão sempre existe a possibilidade de eu tocar alguma coisa de Belchior, como Todo Sujo de Batom, minha predileta. (Sempre me vi no “cara tão sentimental” da música.)
A homenagem a Belchior, idealizada pelo jornalista Jorge Wagner, está disponível na internet, e então fico ouvindo as canções.
Gosto muito da versão de Todo Sujo de Batom, com guitarra pesada, meio punk, da banda The Baggios. Uma interpretação original, mas que ao mesmo tempo preservou a alma da pequena obra prima de Belchior.
Mas é em Paralelas que meu coração dispara. Porque nela me encontro com minha mãe. Mamãe gostava que eu tocasse e cantasse para ela. Acho que foi minha única fã como músico, a única pessoa que se interessava genuinamente por me ouvir. Ah, os ouvidos generosos das mães. Algumas de minhas melhores lembranças de mamãe estão ligadas às músicas que cantávamos juntos.
Mesmo em Londres, quando mamãe já estava em seus últimos dias, com enormes dificuldades em falar ao telefone, eu cantava para ela a 10 mil km de distância, mas por algum milagre no mesmo espaço naqueles momentos que duravam as músicas. Paralelas era a favorita de mamãe. Sua passagem preferida era a que dizia: “No Corcovado quem abre os braços sou eu.” É, de fato, uma passagem linda, lírica, um instante de absoluta inspiração de Belchior.
Numa pergunta que fiz numa entrevista com Paul McCartney em Londres, abri com o seguinte introito: “Primeiro de tudo, muito obrigado por tantas coisas boas que você me trouxe.”
(Depois perguntei qual música sua ele gostaria que John cantasse, e ele respondeu Maybe I’m Amazed.)
Se um dia eu entrevistar Belchior, vou abrir com a mesma frase. Um agradecimento. Ele preencheu meu mundo jovem com um punhado de canções que me fizeram refletir, rir, chorar. E principalmente ajudou numa conexão que me é tão cara, com minha mãe, a quem neste momento eu pediria colo caso ela estivesse por perto.
por Paulo Nogueira - Diário do Centro do Mundo

"Quem não luta pelos seus direitos, não é digno deles", Rui Barbosa

A "Casa de pedra" e seu papel na lista de furnas


A "Casa de Pedra", em BH, onde teria sido entregue propinapor Joaquim Carvalho

A casa de número 50 da avenida Eurico Dutra, no Belvedere, um bairro de classe média alta da capital mineira, onde Aécio Neves teve 90% dos votos válidos da última eleição, é o que se poderia chamar de uma fortaleza.



Ela pertence à prima de Aécio, Tânia Guimarães Campos, que mora ali com o marido, um construtor de obras públicas. Nesta casa, o ex-policial federal Jayme Alves, conhecido como Careca, teria entregue R$ 1 milhão de reais, dinheiro de propina, a um homem muito parecido com o senador Antônio Anastasia, ex-governador de Minas Gerais.
A denúncia da propina já era conhecida desde que a Polícia Federal ouviu em depoimento o ex-policial Jayme, mas a história perdeu força quando o procurador-geral Rodrigo Janot determinou o arquivamento da investigação contra Anastasia, por considerar os indícios insuficientes para a abertura de um processo.
Há dias, vazou a informação de que a PF pediu ao ministro do STF Teori Zavaski que mantenha a investigação, contrariando a manifestação do procurador-geral, pois teriam surgido fatos novos. Que fatos novos são estes? A casa de Tânia Guimarães é um deles. Mas isso basta para reabrir a investigação?
O PSDB já divulgou nota na mesma linha de defesa usada em situações em que se viu em apuros. É tudo armação, Aécio é vítima. No caso da Lista de Furnas, o partido divulgou a versão de que a Lista era falsa. O tempo e a perícia da Polícia Federal provaram que não. A lista era autêntica.
E o que tem a casa da prima de Aécio que pode complicar a vida de seu grupo político? Há na sua fachada muitas câmeras que registram a entrada e saída de qualquer pessoa. Um ex-aliado de Aécio, que já freqüentou o local, diz que o problema não são as câmeras externas, mas as internas.
“A casa é um Big Brother, tem câmera para todo lado, até no quarto do casal, mas essas câmeras são voltadas para a porta e para o banheiro, não para a cama”, conta.
Há câmeras nas salas, nos corredores e no escritório. Uma central, que funciona fora do imóvel, pode gravar tudo o que se passa ali. Isso é fato. O ex-aliado de Aécio, que hoje não priva da intimidade da família, diz que a fonte da informação da Polícia Federal é uma mulher que trabalhava na segurança do imóvel.
Ela teria o registro do encontro de Anastasia com o ex-policial na casa de Tânia e teria tomado a iniciativa de enviar diretamente ao Palácio do Planalto um email com a reprodução de alguns alguns quadros da imagem gravados pelo circuito interno. É esse email que teria sido enviado ao Ministério da Justiça e daí à Polícia Federal.
Fato também é que, além das câmeras, a casa é conhecida pelas festas. Um vizinho contou que já viu ali, além de Aécio, Ronaldo Fenômeno, Luciano, da dupla Zezé di Camargo, Luciano Huck (sem Angélica), e ex-jogadores como Palhinha, Piazza e até Rivelino. “É uma casa freqüentada por celebridades”, diz o vizinho.
Tentei conversar com Tânia Guimarães Campos. Apertei a campainha e cães começaram a latir. Deu para ver por uma fresta do portão de madeira que eram buldogues brancos. Logo depois, uma mulher apareceu no muro para dizer que Tânia e o marido viajaram e só voltam depois do feriado.
No trabalho de apuração da Lista de Furnas, a casa da prima de Aécio pode voltar a aparecer, porque, tanto naquele caso quanto no de Anastasia, o doleiro Alberto Youssef é a assombração que tira o sossego do grupo político que fincou raízes no estado e esparramou-se pelo Brasil.
no Diário do Centro do Mundo

Paulo Nogueira: a Info é a Veja amanhã

A Veja terá o mesmo destino da Info

Não é uma frase de efeito. É uma realidade doída. Quer dizer: doída para os leitores da Veja.
O que aconteceu com a Info – desativar a edição regular e manter-se na internet — é o caminho inevitável para as revistas impressas.
Chega uma hora em que o custo – papel, mais gráfica, distribuição etc – supera a receita.
Isso se deve a duas coisas. A primeira é a perda de receita publicitária. Os anunciantes estão debandando das demais mídias para se ajustar à Era Digital.
Seus consumidores não lêem jornais e revistas de papel. Eles se informam em sites de notícias e redes sociais.
É virtualmente impossível encontrar algum jovem com um jornal ou uma revista. Antes símbolo de status intelectual, agora ler revistas ou jornais é sinal de atraso.
Pouco tempo atrás, a L’Oreal, um dos maiores anunciantes por muitos anos do mundo em publicações femininas, comunicou que estava deixando a mídia revista.
Não foi um caso isolado. Foi um episódio a mais numa tendência inexorável.
No exterior, casos como o da Info são muitos. A Newsweek, por décadas a segunda maior revista do mundo depois da Time, hoje existe apenas como site.
Também a Business Week, um colosso entre as publicações de negócios na era do ouro do papel, sobrevive na internet.
Não é o que as editoras de revistas gostariam, mas é a vida como ela é. A internet é disruptora. Ela não se acomoda entre outras mídias, conforme aconteceu sempre. Ela vai matando-as.
Mesmo a televisão, que se imaginava até recentemente a salvo da internet, já está sob ataque.
É a próxima vítima.
Revistas tradicionais podem sobreviver como sites, uma vez que as despesas são infinitamente menores que as habituais.
Esta é a boa notícia.
A má notícia é que a pujança que tiveram no papel não se reproduz na internet.
A experiência já demonstrou que os casos de sucesso no jornalismo digital são de nativos da internet, e não de imigrantes.
Nos Estados Unidos, o fenômeno jornalístico dos últimos anos é o Huff Post, o site de Ariana Huffington.
Nativos se movimentam com muito mais facilidade. Já surgem com custos menores, adequados ao novo meio, e têm uma vantagem competitiva adicional: todo o conhecimento relativo ao papel não vale nada na internet.
A Abril acumulou, em meio século, um extraordinário expertise em fazer revistas de papel. Como fazê-las, como conseguir publicidade, como montar uma carteira de assinantes e renová-la, como conseguir o melhor lugar numa banca etc.
Tudo isso vale nada na Era Digital.




Fora isso, há um vasto contingente de internautas que não acreditam nos bons propósitos do jornalismo das grandes empresas de mídia, seja em que plataforma for.
À medida que o jornalismo digital vai-se tornando dominante, as revistas de papel vão enfrentar uma escolha complicada.
Uma saída é simplesmente fechar. A Abril fez isso com vários títulos. A outra é sobreviver na internet, mas em bases inteiramente diversas.
No longo prazo, é difícil imaginar que qualquer uma das grandes companhias jornalísticas brasileiras – Globo incluída – seja parecida com o que foram até recentemente.
A melhor imagem é a das carroças quando surgiram os carros. Passado algum tempo, não sobrou nenhum fabricante de carroça.

Eu disse longo prazo. Mas longo prazo, na era da internet, costuma ser muito mais rápido do que o habitual.
no Diário do Centro do Mundo