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Japão

[...] prevê crise nuclear até janeiro de 2012

Empresa que administra usina de Fukushima quer estabilizar vazamento de radiação em 2 etapas; para moradores, prazo é muito longo

A Tepco - Tokyo Eletric Power -, empresa que administra a usina de Fukushima, prevê até 9 meses para controlar a crise nuclear provocada pelo acidente no complexo. 

A companhia pretende reduzir o vazamento de radiação e estabilizar os 6 reatores afetados pelo terremoto seguido de tsunami de 11 de março, que deixou 28 mil mortos e desaparecidos. 

A notícia frustrou as mais de 80 mil pessoas que moram em um raio de 20 km e tiveram de deixar suas casas. 

Os reparos serão feitos em duas fases. 

A primeira, de três meses consiste no resfriamento dos reatores e das piscinas onde é armazenado o combustível. 

Na segunda etapa de até seis meses, técnicos controlarão a liberação de material radioativo e desligarão os reatores.

Fukushima

[...] DUAS GRANDES QUESTÕES NO USO DA ENERGIA NUCLEAR
O grande nó do uso da energia atômica é a contaminação radioativa. Parece óbvio, mas há mais a considerar. É claro que a produção de energia é enorme na indústria nuclear e que nossa civilização precisa de fontes abundantes de energia: não poderá haver desenvolvimento sem isso. Mas o passivo ambiental em casos de desastres é tão grande, que mesmo eventos de baixa probabilidade deveriam ser levados em conta.
E a outra grande questão em Fukushima é a irresponsabilidade com que todas as autoridades envolvidas, governo e iniciativa privada japoneses, lidaram com a emergência. Precisaram de desmentidos externos, de outros países, para admitirem que a situação saíra realmente de controle. E foi do mesmo jeito também em Chernobyl. É assim que a questão nuclear vai ser tratada nos países quando 'o bicho pegar'?
Ficamos então com dois enormes problemas para aceitar o uso da energia nuclear: o grande estrago que eventos de baixíssima probabilidade podem trazer, quando eles finalmente acontecerem (e no longo prazo eles sempre acontecem), e o grande estrago sobreposto ao acidente por si mesmo, pelo manejo irresponsável dos que deveriam saber lidar com a catástrofe, o que acrescenta mais calamidade à uma situação já aterrorizante.
Não tenho resposta para o enigma da necessidade energética contraposto ao perigo de certas fontes de energia, mas acredito que soluções vão acontecer, de uma maneira ou de outra. Só espero que a 'solução' do nosso tempo não seja como a da civilização maia, com suas cidades abandonadas no meio da selva na época em que os espanhóis chegaram, onde construções vazias testemunhavam que existira vida, conhecimento e desenvolvimento, mas que tudo se perdera. E não acho que nossas cidades poderão ficar vazias por que alegremente e ecologicamente reverteremos à natureza (seja lá o que isso for). Mas por que elas, as cidades, poderão ficar inabitáveis.

Fukushima

[...]um acidente pior que Chernobyl
Cadê os otimistas com a energia nuclear que estavam aqui?
O acidente nuclear de Fukushima é pior do que o de Chernobyl, foi o que alertou o pesquisador Edmund Lengfelder, do Instituto Otto Hug de Munique. Há mais de 20 anos ele pesquisa os efeitos de Chernobyl, chamava a atenção para o fato de que a área próxima a Fukushima tem uma densidade populacional, muito maior do que a da usina na Ucrânia.(http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/03/16/parte-do-japao-pode-ficar-i... )
Em 17 de março, a embaixada americana recomendou aos seus cidadãos que evacuassem de uma área distante de 50 milhas (80 km) da usina, quatro vezes o raio de evacuação inicial estabelecido pelo governo japonês, 20 km, depois ampliado para 30 km.

Mais de dois milhões de pessoas vivem na área de evacuação recomendada pelas autoridades americanas. É muita gente para ser retirada, mesmo para uma economia cheia de recursos como a japonesa.
Agora o governo japonês amplia a área de evacuação para metade do que os americanos recomendam, apenas 40 km:
"Nesta segunda-feira, o principal órgão regulador da energia nuclear nos EUA afirmou que a crise japonesa encontra-se em situação "estática, mas não estável", e ressaltou que não vai mudar a recomendação para que cidadãos americanos mantenham um raio de cerca de 80 quilômetros da área do acidente, ocorrido após o terremoto e a tsunami de 11 de março no nordeste do Japão.
Autoridades japonesas decidiram ampliar o raio de segurança da usina para 40 quilômetros". ( http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/04/11/japao-eleva-gravidade-da-cr... )
Desde 23 de março se tinha conhecimento que o acidente de Fukushima alcançava nível 7:
Uma entrevista esclarecedora:
Yuli Andreyev: "Na indústria nuclear não há organismos independentes"
"O reator mais perigoso de Fukushima é o 3, porque emprega combustível de urânio e plutônio", assegura.
Ele passou cinco anos em Chernobyl. Foi vicediretor do Spetsatom, organismo soviético de combate à acidentes nucleares e conhece a fundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Veja apresentações de multimídia para entender os fatos:

Greenpeace

Olá, ciberativista
No começo desta semana, uma equipe de ativistas e cientistas do Greenpeace foi à região próxima a Fukushima, no Japão, para investigar os reais níveis de radiação decorrentes do acidente nuclear. O resultado não é nada bom. Jacob Namminga, um dos integrantes de nossa equipe, mandou seu relato via Skype no dia 26 de março:

“Estamos em Yonezawa, 45 km a noroeste de Fukushima. Trouxemos bastante comida de Osaka para evitar os alimentos produzidos por aqui, especialmente o leite, por conta do alto teor de contaminação. Ontem estivemos em um abrigo onde estão 500 pessoas, 300 delas refugiadas da radiação. Durante o dia os aparelhos de medição de radiação ficam ligados e o alarme soa o tempo todo avisando de níveis altos de radiação. As paisagens montanhosas deste lado do Japão são muito bonitas, pena que o olhar sempre se desvia para o medidor de contaminação”.

Dias depois, nossa equipe trouxe os primeiros resultados do trabalho. Na cidade de Iitate, a 40 km da usina, eles detectaram níveis de radiação acima do que é considerado seguro para seres humanos. O alerta foi confirmado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no dia 31 de março, porém o governo mantém a área de evacuação somente a 20 km da usina, colocando a saúde de seus cidadãos em risco grave. O Greenpeace continuará na área avaliando os impactos do acidente.

Aparentemente o descaso com a população é comum na realidade japonesa tanto quanto é na brasileira. Aqui, o governo se recusa a repensar o programa nuclear brasileiro e mantém comunidades próximas das usinas Angra 1 e 2 sob ameaça – além de continuar o plano de construir ali uma terceira usina e outras no Nordeste. Isso no país com um dos maiores potenciais de geração de energia renovável do mundo.

Mais de 18 mil pessoas já assinaram a petição pedindo à presidente Dilma que pare o investimento em energia nuclear e opte por fontes renováveis, como vento e sol. Precisamos fortalecer nossa mensagem e dizer a ela que nós, brasileiros, não precisamos de nuclear. Assine a petição.

Ricardo Baitelo

Abraços,
Ricardo Baitelo
Coordenador de campanha de energia
Greenpeace Brasil