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Um Crime não justifica o outro

Já escrevi isto centenas de vezes aqui no Blog.

Tenho convicção disto, como tenho convicção de que uma guerra é uma estupidez e uma perda de vidas inocentes inaceitável.

Dito isto, não posso aceitar a posição da esquerda festiva brasileira com relação ao conflito na Palestina.

Primeiro, aparentemente, os lulopetistas não têm conhecimento da história de Israel e as causas do conflito que lá se desenrola, onde não há um só culpado.

No ano 70 Depois de Cristo, os Romanos, que naquela época dominavam a Palestina, resolveram que a melhor forma de se combater a resistência do povo que ali vivia, os judeus, era espalha-los pelo mundo. Este fato é conhecido na história como diáspora.

O templo em Jerusalem foi destruido e o povo espalhado pelas demais provincias romanas.

No entanto, com a finalidade de manter sua identidade e como forma de resistência contra o imperialismo Romano, os judeus se conservaram unidos e conservaram sua religião. Muitos retornaram a Palestina após a queda do Império Romano e a Palestina passou a ser dominada por outros estrangeiros.

O povo judeu foi vítima de perseguição por onde quer que fossem, devido a sua religião diferente, seus costumes diferentes, e sua atividade econômica, o comércio, já que não tinham pátria.

O movimento sionista, ou seja a volta do povo expulso da Palestina pelos Romanos sempre foi um sonho dos judeus. Desde o anoo 70 há a expressão entre eles "Até o ano que vem em Jerusalém".

Na história moderna, a Palestina foi ocupada pela Inglaterra. A perseguição imposta por Hitler aos judeus deu força ao movimento sionista. Os sobreviventes so holocausto, tendo perdido tudo, resolveram voltar e re-estabelecer sua antiga pátria.

Começaram então uma luta contra os Ingleses, para a libertação da Palestina e o re-estabelecimento da nação Israel.

Finalmente em 1949, foi acertado um acordo de paz em que era criado o estado de Israel e o estado Palestino.

Inconformados com a decisão, vinte nações Árabes marcharam com seus exércitos contra o recém criado estado de Israel assim que o último soldado inglês deixou a região.

Apesar disto Israel conseguiu se estabelecer como nação, ficando a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e metade da cidade de Jerusalém com os Palestinos.

Em 1967, o Egito, a Jordânia, o Líbano e a Síria invadiram Israel numa nova tentativa de destruir o estado de Israel. Foi a guerra dos sete dias, que culminou com Israel tomando o deserto do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golan.

Hoje, apesar de existir um sentimento generalizado de que deve haver duas nações, uma Palestina e outra Israel, este fato não é aceito por radicais muçulmanos, como o Irã e o Hamas e como muitos radicais israelitas.

Com isto, os radicais do Hamas têm constantemente lançado foguetes e perpetrado ações terroristas contra cidadãos israelitas.

Não devemos nos esquecer que apesar da diáspora, judeus sempre continuram vivendo na Palestina.

Daí esta luta idiota entre dois povos de mesma origem, semitas.

Como o Alon mesmo disse em seu artigo, qual seria a nossa reação, como brasileiros, se paraguaios e bolivianos começassem a lançar foguetes contra cidades brasileiras no afã de reconquistar território perdido durante a guerra do Paraguai ou outras guerras?

E se a Espanha viesse a reclamar que Portugal não obedeceu o Tratado de Tordesilhas e iniciasse uma disputa militar para retomar o território perdido?

O que se deve propor agora é que em vez de continuar nesta burrice de se apoiar um lado ou outro, radicalizando opiniões, devemos todos trabalhar para que tanto Palestinos como Judeus, os dois povos descendentes de Abrahão, aprendam a viver juntos em paz e harmonia. Esta é a única solução. Paz e harmonia.

A mais sanguinária ditadura das Américas

Com relação ao meu post sobre Cuba um anônimo escreveu:

Anônimo disse...
Se a maioria do povo cubano apoia o regime lá porque então não é uma democracia?


Democracia não é o regime que representa a vontade da maioria?
5 de Janeiro de 2009 21:48


O Anônimo tem razão sobre o que diz com respeito a democracia, mas demonstra total desconhecimento sobre o regime cubano.

Só para esclarecer, há mais de 50 anos não há eleições livres em Cuba.

As ditas eleições em Cuba só tem um candidato por vaga, e todos do partido Comunista. Não existe oposição organizada em partidos políticos em Cuba, e todos os opositores de Fidel Castro ou estão na cadeia ou exilados no exterior.

Democracia é o regime que representa a vontade da maioria e que respeita as opiniões das minorias.

Democracia é o regime em que a oposição pode livremente se organizar em partidos políticos e disputar o poder com a situação, como no Brasil de hoje.

Democracia é o que podemos fazer aqui hoje. Falo mal do governo Lula sem ter medo de ser preso ou de viver no exilio ou escondido.

Até na ditadura militar brasileira havia mais oposição do que em Cuba. Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, JK, Carlos Lacerda (já no final) e tantos outros se opuseram ao regime militar. Havia a Última Hora, o Pasquim e outros jornais, que apesar da censura, volta e meia criticavam o governo.

Em Cuba só há um jornal do Partido Comunista. Que se atrever a criticar o regime ou vai para o Paredon ou para a cadeia?

É isto que a esquerda brasileira entende por democracia?

Estadão entrevista Zé Dirceu


Recomendo a leitura da entrevista que José Dirceu deu ao Estadão.
Leia a íntegra aqui. 

Es la hora de la politica

Escribo estas notas en Roma, horas antes de partir para Washington, donde el día 15 de noviembre voy a participar en la reunión de líderes mundiales, mientras la comunidad internacional está evaluando aún los daños provocados por la más grave crisis financiera desde 1929.

Las respuestas a los desafíos actuales no pueden provenir de los especialistas, que durante tres décadas han aplicado las recetas que nos han llevado al actual colapso de la economía mundial. Lo que necesitamos son otros consejos, provenientes de hombres y mujeres con acusada sensibilidad social, preocupados por la producción, por el empleo y por un orden global más equilibrado y democrático. Como dije en mi reciente discurso ante la Asamblea General de la ONU, ha llegado la hora de la política.

El pensamiento neoconservador y recetas como las del Consenso de Washington consagraron la autorregulación de los mercados, la hegemonía del capital especulativo y la práctica inutilidad del Estado. El predominio de semejantes ideas encubría en realidad una actividad especulativa sin precedentes, que provocó una separación prácticamente total entre las esferas productiva y financiera. La economía global se transformó poco a poco en un enorme casino.

La crisis financiera ha obligado a los fundamentalistas del liberalismo a rendirse a la evidencia de su propio fracaso y a implorar la acción del Estado para evitar un posible agravamiento. De repente, la intervención estatal dejó de ser abominable y pasó a ser indispensable para los defensores de la tesis falaz –y durante mucho tiempo, poco cuestionada– de que el mercado es virtuoso por definición y capaz de regularse a sí mismo.

El electorado de Estados Unidos –epicentro de la crisis– se ha manifestado a favor del cambio en las recientes elecciones. El capital político de Barack Obama refleja el apoyo popular a una propuesta de variación de rumbo que sea dictado esencialmente por la política, y no por los mercados. Representa también la condena de una práctica y de un discurso que en los últimos tiempos fueron dominantes, hasta el extremo de impedir que las adecuadas medidas correctoras pudieran ser tomadas por los Gobiernos de los países involucrados, a pesar de las múltiples señales de descontrol del sistema financiero. Esperemos que el nuevo equipo gubernamental sepa escuchar el mensaje de las urnas.

La cuenta que hemos de pagar a causa del descontrol especulativo es muy elevada, y los trabajos de reconstrucción serán arduos. La participación de los líderes políticos en esta tarea resultará crucial. Nuestra actuación ha de estar a la altura de la gravedad de las circunstancias y de la magnitud del desafío que supone edificar un nuevo orden financiero internacional. Tal arquitectura ha de ser capaz de evitar que vuelvan a producirse los desmanes que nos han conducido hasta aquí, y cuyo impacto en la economía real amenaza el empleo, el poder adquisitivo, los ahorros y el sueño de una casa propia y de una jubilación tranquila para centenares de millones de personas en todo el mundo.

El cambio del sistema financiero internacional exige una coordinación de los sistemas reguladores nacionales, y pasa necesariamente por el aumento de la participación de los países en desarrollo en los procesos decisorios de gobierno global y en instituciones como el FMI y el Banco Mundial. Estos dos organismos deben ser reformados (o refundados) como parte de un profundo cambio de los mecanismos de gobierno del sistema económico-financiero internacional, que durante mucho tiempo se ha dedicado a velar por un orden mundial asimétrico. De esta manera se imponían recetas de austeridad, de impacto social negativo, a los países en desarrollo, que no eran seguidas por los países desarrollados en situaciones semejantes. Ya no podrá ser posible que ciudadanos, países e instituciones internacionales tengan que obedecer leyes y reglas, mientras que el sistema financiero está mal regulado o, lo que es peor, no está regulado en absoluto.

En Brasil ya dábamos antes de la crisis, y seguimos dándosela ahora, una atención prioritaria a la promoción del desarrollo con vistas a la disminución de las desigualdades sociales y regionales, basado en la responsabilidad fiscal y en bases económicas sólidas, que ponen a nuestro país en condiciones de atravesar la actual turbulencia sin comprometer la evolución económica positiva de los últimos años. En casi seis años de gestión se han creado más de diez millones de empleos estables y, sólo entre enero y septiembre de este año, dos millones noventa y siete mil. A lo largo de ese periodo, veinte millones de personas han logrado superar el umbral de la pobreza absoluta. Nuestra vitalidad económica se sustenta también en una fuerte política de inclusión social por medio de inversiones estatales en educación y en salud, así como mediante programas de redistribución de la renta como el Fome Zero (Hambre Cero), liderado por la Bolsa Família, que atiende actualmente a once millones de familias, el equivalente a cuarenta y cuatro millones de personas.

A escala regional, la democratización de los países latinoamericanos abre espacios para la ampliación del diálogo político y para la concreción de proyectos conjuntos en materia de integración económica y de infraestructuras. América del Sur no quiere soluciones aisladas para la crisis. Quiere más integración. La visión política común que orienta tales opciones ha ofrecido resultados concretos a los agentes económicos y a los ciudadanos en lo que se refiere al aumento significativo, a lo largo de las últimas décadas, del intercambio comercial, de la construcción de cadenas productivas que atañen a países vecinos y de la ampliación de las infraestructuras viarias y energéticas, por citar algunos ejemplos. En este sentido, nos sirven de estímulo los éxitos del proyecto de integración europea, una obra de construcción de la paz de las más duraderas y de mayor alcance social. La historia ofrece múltiples ejemplos de liderazgo y de osadía políticos capaces de inspirarnos para esa tarea de reconstrucción a la que tenemos que enfrentarnos sin demora. Con la voluntad política y una racional generosidad por parte de los líderes políticos mundiales, podremos llegar a la conclusión de la Ronda de Doha, un paso importante en las medidas anticrisis que han de ser adoptadas. 

Con todo, lo fundamental es llevar adelante, como en otros momentos históricos, un cambio radical de la arquitectura financiera del mundo. Nos es necesaria una previsibilidad económica para reconstruir la economía mundial sobre nuevas bases, de manera que el mundo de las finanzas esté al servicio de la producción agrícola, industrial, científico-tecnológica y cultural, y no al contrario, como hasta ahora ha venido ocurriendo. Los países en desarrollo, como Brasil, están dispuestos y en condiciones de asumir sus responsabilidades en este esfuerzo colectivo.

Luiz Inácio Lula da Silva

A roseirinha torta

Era uma vez um homem que possuía um grande jardim, onde foram cultivadas as mais variadas flores. Perto desse jardim morava um menino que amava muito as plantas. Muitas vezes ele abandonava os brinquedos e encostava o rosto na cerca para olhar o jardim e admirar o colorido das flores. O garoto também tinha o seu canteirinho na frente da casa. Possuía uma pá, um regador mas não tinha ainda nenhuma muda de flor para plantar. 


O dono desse grande jardim é muito estranho - pensou o menino. Ele não tem o menor cuidado com as suas plantas. Não limpa os canteiros, não afofa a terra e nem a rega com freqüência. 

Um dia, quando o homem visitava o seu jardim, parou em frente a uma pequena roseira torta com apenas umas poucas folhinhas verdes. Chamando o empregado, disse-lhe: 
- Arranque esta roseirinha. Ela nunca produzirá flores. Atire-a para fora da cerca. 

E o empregado fez exatamente como ele mandou. Naquele dia, quando o garoto voltava da escola, viu a roseirinha arrancada na beira da cerca e monologou: 
- Pobre roseirinha! Como ele teve coragem de arrancá-la... Aí onde a jogaram, você nunca dará rosas. Vou colocá-la no meu canteiro e cuidar de você. 

Chegando em casa, trocou a roupa e, juntando a pá e o regador com água, cavou bem no centro do seu canteirinho, revirou a terra e ali depositou a roseirinha torta, deixando-a na melhor posição possível. Não se descuidou da planta. O calor do sol a aquecia, ele a regava e algumas vezes a chuva a refrescava. Um dia, ele reparou que nela surgia um botãozinho verde. A mãe lhe explicou que dali certamente sairia uma bonita rosa. De fato, na semana seguinte ele olhou da janela e, radiante, chamou sua mãe. Nem podia esperar se vestir... Desabrochava uma linda rosa branca da roseirinha torta. 

Cada pessoa que por ali passava, naquele dia, parava para admirar a pequena roseira com a sua única rosa branca. À tardinha, o garoto ouviu uma voz do outro lado da cerca. Era o dono do grande jardim que dizia: 
- Que rosa lindíssima tem aí no seu canteirinho, meu filho. É mais rara e mais bonita do que qualquer uma das minhas. Como foi que você a conseguiu? 
- O senhor não se lembra daquela roseirinha torta que mandou arrancar e jogar fora? Pois é ela. Eu a apanhei murcha, ressecada e a plantei. Colaborei com o Pai do céu no cuidado com a planta e ela cresceu e produziu já esta bonita rosa - respondeu o menino. 

O dono do grande jardim compreendeu a lição e saiu repetindo para si mesmo a expressão do menino: 
- Colaborei com o Pai do céu no cuidado com a planta e ela cresceu... 

A roseirinha torta

Era uma vez um homem que possuía um grande jardim, onde foram cultivadas as mais variadas flores. Perto desse jardim morava um menino que amava muito as plantas. Muitas vezes ele abandonava os brinquedos e encostava o rosto na cerca para olhar o jardim e admirar o colorido das flores. O garoto também tinha o seu canteirinho na frente da casa. Possuía uma pá, um regador mas não tinha ainda nenhuma muda de flor para plantar. 


O dono desse grande jardim é muito estranho - pensou o menino. Ele não tem o menor cuidado com as suas plantas. Não limpa os canteiros, não afofa a terra e nem a rega com freqüência. 

Um dia, quando o homem visitava o seu jardim, parou em frente a uma pequena roseira torta com apenas umas poucas folhinhas verdes. Chamando o empregado, disse-lhe: 
- Arranque esta roseirinha. Ela nunca produzirá flores. Atire-a para fora da cerca. 

E o empregado fez exatamente como ele mandou. Naquele dia, quando o garoto voltava da escola, viu a roseirinha arrancada na beira da cerca e monologou: 
- Pobre roseirinha! Como ele teve coragem de arrancá-la... Aí onde a jogaram, você nunca dará rosas. Vou colocá-la no meu canteiro e cuidar de você. 

Chegando em casa, trocou a roupa e, juntando a pá e o regador com água, cavou bem no centro do seu canteirinho, revirou a terra e ali depositou a roseirinha torta, deixando-a na melhor posição possível. Não se descuidou da planta. O calor do sol a aquecia, ele a regava e algumas vezes a chuva a refrescava. Um dia, ele reparou que nela surgia um botãozinho verde. A mãe lhe explicou que dali certamente sairia uma bonita rosa. De fato, na semana seguinte ele olhou da janela e, radiante, chamou sua mãe. Nem podia esperar se vestir... Desabrochava uma linda rosa branca da roseirinha torta. 

Cada pessoa que por ali passava, naquele dia, parava para admirar a pequena roseira com a sua única rosa branca. À tardinha, o garoto ouviu uma voz do outro lado da cerca. Era o dono do grande jardim que dizia: 
- Que rosa lindíssima tem aí no seu canteirinho, meu filho. É mais rara e mais bonita do que qualquer uma das minhas. Como foi que você a conseguiu? 
- O senhor não se lembra daquela roseirinha torta que mandou arrancar e jogar fora? Pois é ela. Eu a apanhei murcha, ressecada e a plantei. Colaborei com o Pai do céu no cuidado com a planta e ela cresceu e já produziu esta bonita rosa - respondeu o menino. 

O dono do grande jardim compreendeu a lição e saiu repetindo para si mesmo a expressão do menino: 
- Colaborei com o Pai do céu no cuidado com a planta e ela cresceu... 

Explicando a Felicidade

Felicidade não é um verbo, mas se fosse, bem poucos saberiam conjugá-lo na sua essência. Felicidade é o estado de quem é feliz, não o Estado e se fosse, seria um Estado pequeno e não teria capital. Felicidade não se explica, é preciso senti-la. Qualquer um pode ser feliz e não precisa, necessariamente, ser rico, ter poder, não. Felicidade vem do latim, felicitate,e pode ter, como sinônimo, bem-estar, contentamento, que são estados de espírito que não são localizados por GPS nem por bússola, são estado íntimos. Bem poucos são aqueles que se viciam em felicidade, mas existem parasitas que nunca desistem quando sentem a presença de alguém feliz. Faz tempo, que tenho prometido a mim mesmo, ser feliz, desde o caminhar cedo pela avenida à beira da praia, durante os encontros contumazes com os filhos a quem me dá prazer dizer ´eu te amo´, às companhias sinceras que aprendi a querer bem com raízes profundas e amigos com quem divido as minhas gargalhadas em volta das molecagens que faço à borda de uma boa taça de vinho. ´Vou ser sempre assim!´ — tenho prometido a mim mesmo, repetidamente, reiteradas vezes, principalmente quando tropeço na idiotice irritante dos radicais ou sinto na pele a alergia por conta do mofo dos invejosos, mas logo fico bom e volto a reformular a minha promessa. Ser feliz é fácil, mas é, ao mesmo tempo, uma empreitada complicada. Aprendi que não é conveniente alardear que se é feliz. A felicidade incomoda. E muito. A felicidade de uns é o prato cheio para o olho gordo do que se alimenta de tristeza, de mágoa, de desamor, de desconfiança. ´Este ano, que começou quinta-feira, vai ser diferente. Vou ser mais feliz. Vou me preocupar menos com os irresponsáveis do trânsito, com os xiitas das uniões que defendem ratos, baratas e lagartixas; vou cuidar dos meus gzerbos uranianos, baixar a ripa neles, deixá-los com fome, porque é exatemente assim que eles são felizes e não deixar que filho da mãe algum venha pensar que os estão protegendo, quando os estariam condenando à morte. Retomando... Vou passar mais tempo no Abalaikisthan, onde a felicidade não conhece fronteiras nem limites, onde tudo é possível, onde tudo é maravilhoso. Vou morar algum tempo em Marte, onde as leis não me alcançarão, onde espécies parecidas, vejam bem, apenas parecidas com galináceos, podem pintar suas penas com as cores que bem entenderem e ninguém irá incomodá-las com as bandeiras radicais dos xiitas amargos. A felicidade está em poder viajar nas asas da imaginação, desbravar o universo, ser deus numa linha e na outra escolher ser o demônio que atormenta a irmandade dos imbecis quem pensam ser os donos da verdade. O ano está apenas começando e entre escolher tentar explicar o que é a felicidade, eu prefiro ser apenas feliz. E muito, sem me importar com o ladrar dos cães enquanto a minha caravana passa. 
Feliz 2009, o ano das galinhas full color!

Do Blog do Alon

Unilateralismo nos olhos dos outros (04/01)

De volta à ativa, após uns dias de férias (em que postei algumas sugestões de leitura).
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A Folha de S.Paulo publicou dias atrás um texto traduzido do britânico The Independent com o título Guerra [entre Israel e o Hamas] é movida puramente por razões políticas. O artigo é ruim. O título, um sintoma da sua baixa qualidade. Mostrem-me uma guerra que não seja politicamente motivada. Ou uma que não tenha sido. Sabe-se disso desde pelo menos Clausewitz.
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A guerra é a continuação da política por outros meios.
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A situação das relações entre Israel e seus vizinhos parece complicada, mas vista de um ângulo político é relativamente simples. Existe Israel. Existem também as nações árabes que já admitem a existência de Israel. E há os países e grupos políticos que mantêm o projeto de destruir Israel. Há três atores que assumem o projeto sem rodeios: a atual cúpula iraniana, o Hamas e o Hezbollah.
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Então, naturalmente, o conflito atual na Faixa de Gaza é político, contrapõe estratégias políticas distintos para a região e estourou porque esses projetos antagônicos entraram numa etapa de desequilíbrio, dado que o equilíbrio entre eles é necessariamente instável, por causa do antagonismo. E a guerra acontece não apenas devido a políticos insensíveis, de olho nas eleições ou na popularidade. Isso é reducionismo e indigência intelectual.
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Por que o Hamas interrompeu o cessar-fogo? Porque vinha perdendo apoio popular, principalmente devido às dificuldades econômicas decorrentes, também, do bloqueio israelense a Gaza. E por que Israel bloqueia Gaza? Para enfraquecer o Hamas e para tentar conter o fornecimento de armas ao grupo, para evitar que ele adquira um poder militar semelhante, por exemplo, ao do Hezbollah.
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Por que Israel não bloqueia a Cisjordânia? Porque a Fatah não se alinha ao Hamas, ao Hezbollah e ao Irã no projeto de destruir Israel. A Autoridade Palestina, controlada pela Fatah, aceita discutir a solução de dois estados lado a lado em segurança. Que é a única solução possível. Será alcançada? Não se sabe. Nem se, muito menos quando.
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Há muitos obstáculos no caminho. Anos atrás havia uma tese de que o melhor projeto para a Palestina seria um estado laico democrático em todo o território. Uma tese irrealista, que na prática desapareceu, derrotada pela vida e pelos fatos. Até porque nem o Hamas e a Fatah, ambos palestinos, conseguem conviver pacificamente num mesmo estado palestino, já que um não admite ser governado pelo outro. Estado laico e democrático estável no Oriente Médio é peça de ficção.
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Nos últimos tempos parece ter surgido um relativo consenso em torno da ideia dos dois estados, coisa que eu defendo faz uns trinta anos. Ideia que enfrenta, porém, a oposição feroz de quem ainda deseja destruir Israel. É gente que está relativamente isolada, apesar de as aparências poderem indicar que não. A Síria, por exemplo, balança em direção a um acordo de paz com Israel nos moldes do pacto feito por Jerusalém com o Egito. Mas os rejeicionistas estão isolados, não estão derrotados. O Irã, por exemplo, acredita que poderá atingir seus objetivos (destruir Israel) quando possuir mísseis com ogivas nucleares.
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Esse é o substrato da guerra em Gaza. Uma guerra política. Como todas as outras. A diplomacia brasileira tem deplorado o uso da força em Gaza e recomendado o recurso das partes a instâncias internacionais.
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Curioso. Quando o Equador recorreu a uma instância internacional para dirimir uma pendenga comercial dele com uma empresa brasileira Luiz Inácio Lula da Silva não achou bom, não viu graça nenhuma e mandou retirar o embaixador brasileiro de Quito. E ameaçou o Equador com um boicote comercial e financeiro. Um bloqueio à brasileira. Foi um ato de força, de uma potência regional contra um pequeno país da sua órbita. Uma recado para, entre outros, o Paraguai, que pede a revisão do acordo de Itaipu.
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Se Lula fez isso por causa de uma arenga negocial, o que faria, por exemplo, se o Paraguai lançasse foguetes sobre Campo Grande (MS) para tentar retomar o que pegamos deles na guerra de século e meio atrás? Lula iria choramingar na ONU ou adotaria outro tipo de providência? Pelo comportamento do Brasil no caso equatoriano, conclui-se que os organismos multilateriais podem até ter a sua utilidade para um governo brasileiro sedento de protagonismo, como é o governo do PT.
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Mas fica nítido que isso não vale quando se trata de assuntos no nosso quintal. Aqui, pelo menos, somos iguaizinhos a todos os outros países. Quando dá, resolvemos no braço. Quando não dá, amaciamos a voz e fazemos juras de amor à diplomacia.
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Unilateralismo nos olhos dos outros, como se sabe, é um suave refresco.