Explicando a Felicidade

Felicidade não é um verbo, mas se fosse, bem poucos saberiam conjugá-lo na sua essência. Felicidade é o estado de quem é feliz, não o Estado e se fosse, seria um Estado pequeno e não teria capital. Felicidade não se explica, é preciso senti-la. Qualquer um pode ser feliz e não precisa, necessariamente, ser rico, ter poder, não. Felicidade vem do latim, felicitate,e pode ter, como sinônimo, bem-estar, contentamento, que são estados de espírito que não são localizados por GPS nem por bússola, são estado íntimos. Bem poucos são aqueles que se viciam em felicidade, mas existem parasitas que nunca desistem quando sentem a presença de alguém feliz. Faz tempo, que tenho prometido a mim mesmo, ser feliz, desde o caminhar cedo pela avenida à beira da praia, durante os encontros contumazes com os filhos a quem me dá prazer dizer ´eu te amo´, às companhias sinceras que aprendi a querer bem com raízes profundas e amigos com quem divido as minhas gargalhadas em volta das molecagens que faço à borda de uma boa taça de vinho. ´Vou ser sempre assim!´ — tenho prometido a mim mesmo, repetidamente, reiteradas vezes, principalmente quando tropeço na idiotice irritante dos radicais ou sinto na pele a alergia por conta do mofo dos invejosos, mas logo fico bom e volto a reformular a minha promessa. Ser feliz é fácil, mas é, ao mesmo tempo, uma empreitada complicada. Aprendi que não é conveniente alardear que se é feliz. A felicidade incomoda. E muito. A felicidade de uns é o prato cheio para o olho gordo do que se alimenta de tristeza, de mágoa, de desamor, de desconfiança. ´Este ano, que começou quinta-feira, vai ser diferente. Vou ser mais feliz. Vou me preocupar menos com os irresponsáveis do trânsito, com os xiitas das uniões que defendem ratos, baratas e lagartixas; vou cuidar dos meus gzerbos uranianos, baixar a ripa neles, deixá-los com fome, porque é exatemente assim que eles são felizes e não deixar que filho da mãe algum venha pensar que os estão protegendo, quando os estariam condenando à morte. Retomando... Vou passar mais tempo no Abalaikisthan, onde a felicidade não conhece fronteiras nem limites, onde tudo é possível, onde tudo é maravilhoso. Vou morar algum tempo em Marte, onde as leis não me alcançarão, onde espécies parecidas, vejam bem, apenas parecidas com galináceos, podem pintar suas penas com as cores que bem entenderem e ninguém irá incomodá-las com as bandeiras radicais dos xiitas amargos. A felicidade está em poder viajar nas asas da imaginação, desbravar o universo, ser deus numa linha e na outra escolher ser o demônio que atormenta a irmandade dos imbecis quem pensam ser os donos da verdade. O ano está apenas começando e entre escolher tentar explicar o que é a felicidade, eu prefiro ser apenas feliz. E muito, sem me importar com o ladrar dos cães enquanto a minha caravana passa. 
Feliz 2009, o ano das galinhas full color!

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