No nosso amado Brasil - país da jabuticabas - a história real é o avesso da lenda. Aqui os *três porquinhos são vilões e o "**Lobo Mau" é o mocinho. Vamos aos fatos:
Era uma vez três porquinhos. Roberto, João e José Marinho. Um dia herdaram o Grupo Globo. Para continuarem a exercer o poder ilegítimo conquistado por seu pai - Roberto Pisani Marinho - com a ajuda inestimável dos ditadores de plantão, durante a ditadura militar.
Decidiram que unidos continuaríam poderosos e cada vez mais ricos. As custas de chantagens para que setores do mercado produtor continuassem anunciando nos seus jornais, rádios, revistas e tvs. Cobrando mais caro, mesmo tendo dia após dia menos audiência.
Mas, eis que o Lobo Mau aparece na história. E após quatro vitórias eleitorais na eleição presidencial fica provado que os porquinhos não tem mais o poder de eleger presidentes. Pior, não nomeiam nem demitem mais ministros ou presidentes de estatais - Graça Foster é o símbolo mor da decadência da hoje vênus enferrujada -.
Eis que é chegada a hora de enfraquecer ainda mais os bacurins e seus parceiros midiáticos.
Vai demorar (ainda) um pouco.
Porém, podem ter certeza:
Os três porquinhos não são mais "aqueles".
E o Lobo Mau continua e será ainda mais forte.
*Os filhos de Roberto Marinho
*** Lula, Dilma e o PT
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Democratização dos meios de comunicação
por Paulo Moreira Leite - Brasil 247
Reação sintomática
Menos de 72 horas depois da posse de Ricardo Berzoini no ministério das Comunicações, o esforço do governo Dilma para colocar o debate sobre a democratização da mídia na ordem do dia começa a dar os primeiros frutos.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), candidato a vice presidente na chapa derrotada de Aécio Neves, foi obrigado a entrar na briga. O eleitor aplaude e o país agradece. Poderá comparar opiniões e projetos diferentes e até opostos.
Verdade que, sem sacrificar o espírito combativo que é sua marca o senador poderia ser mais preciso em suas palavras.
Aloysio Nunes chama o debate sobre a democratização da mídia de “tentativa criminosa” de controlar o trabalho dos jornalistas. Diz que é uma ameaça a “liberdade de expressão,” cuja defesa define com a “prioridade das prioridades.”
A verdade é que todo mundo tem o direito de pensar como quiser mas é difícil entender o que pode haver de criminoso no esforço de cumprir, por exemplo, o artigo 220 da Constituição federal. Ali se diz, em seu parágrafo segundo, que é “vedada toda censura política, artística ou religiosa.” No mesmo artigo, apenas dois parágrafos adiante, se afirma que os meios de comunicação “não podem ser objeto de monopólio ou de oligopólio?”
O que pode haver de criminoso nesse debate?
Com estes artigos, os constituintes de 1988 apenas definiram uma verdade fundamental para o destino do país: sem pluralidade, sem expressar o debate de ideias das várias camadas da sociedade, não se consegue cumprir o parágrafo que proíbe a censura.
Esta é o ponto — e daí vem a importância de uma discussão que não começou ontem.
Há menos de um mês o jornalista João Paulo Cunha foi forçado a pedir demissão do jornal Estado de Minas. Seu crime? Escrever um artigo crítico sobre a postura de Aécio Neves após a derrota na eleição presidencial. O caso é lamentável, mas está longe de constituir uma novidade.
Em 1982, o genial Millor Fernandes deixou a revista VEJA porque não abria mão de fazer imagens favoráveis a Leonel Brizola, um velho inimigo da casa. Pouco depois, o mesmo aconteceu com outro gênio, Henfil, esvaziado na ISTOÉ depois que passou a defender o boicote ao Colégio Eleitoral que iria escolher — por via indireta — o governador Tancredo Neves para presidente da Republica. A lista de censurados e excluídos é longa — basta consultar os arquivos.
E olhe que estamos falando de casos simbólicos, que ajudam a ter uma ideia de um fenômeno geral.
O foco no debate sobre a democratização da mídia nem envolve jornais nem revistas — mas emissoras de rádio, TV e demais concessões públicas, onde o controle de opinião e da informação é ainda mais rigoroso, o acesso mais exclusivo e fechado.
Ninguém quer retirar a liberdade de expressão de quem já tem. O que se quer é que os excluídos tenham um lugar para se expressar. Isso porque a liberdade não é um discurso — mas uma prioridade, mesmo. Na dúvida, cabe perguntar se é inaceitável viver num país onde, conforme o levantamento do Manchetômetro, a candidata Dilma Rousseff recebeu, na campanha de 2014, 25 notícias negativas para 1 positiva.
Isso é liberdade? Democracia?
O debate envolve ampliar a liberdade — ou manter um regime para os privilegiados e seus amigos de sempre.
Reação sintomática
Menos de 72 horas depois da posse de Ricardo Berzoini no ministério das Comunicações, o esforço do governo Dilma para colocar o debate sobre a democratização da mídia na ordem do dia começa a dar os primeiros frutos.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), candidato a vice presidente na chapa derrotada de Aécio Neves, foi obrigado a entrar na briga. O eleitor aplaude e o país agradece. Poderá comparar opiniões e projetos diferentes e até opostos.
Verdade que, sem sacrificar o espírito combativo que é sua marca o senador poderia ser mais preciso em suas palavras.
Aloysio Nunes chama o debate sobre a democratização da mídia de “tentativa criminosa” de controlar o trabalho dos jornalistas. Diz que é uma ameaça a “liberdade de expressão,” cuja defesa define com a “prioridade das prioridades.”
A verdade é que todo mundo tem o direito de pensar como quiser mas é difícil entender o que pode haver de criminoso no esforço de cumprir, por exemplo, o artigo 220 da Constituição federal. Ali se diz, em seu parágrafo segundo, que é “vedada toda censura política, artística ou religiosa.” No mesmo artigo, apenas dois parágrafos adiante, se afirma que os meios de comunicação “não podem ser objeto de monopólio ou de oligopólio?”
O que pode haver de criminoso nesse debate?
Com estes artigos, os constituintes de 1988 apenas definiram uma verdade fundamental para o destino do país: sem pluralidade, sem expressar o debate de ideias das várias camadas da sociedade, não se consegue cumprir o parágrafo que proíbe a censura.
Esta é o ponto — e daí vem a importância de uma discussão que não começou ontem.
Há menos de um mês o jornalista João Paulo Cunha foi forçado a pedir demissão do jornal Estado de Minas. Seu crime? Escrever um artigo crítico sobre a postura de Aécio Neves após a derrota na eleição presidencial. O caso é lamentável, mas está longe de constituir uma novidade.
Em 1982, o genial Millor Fernandes deixou a revista VEJA porque não abria mão de fazer imagens favoráveis a Leonel Brizola, um velho inimigo da casa. Pouco depois, o mesmo aconteceu com outro gênio, Henfil, esvaziado na ISTOÉ depois que passou a defender o boicote ao Colégio Eleitoral que iria escolher — por via indireta — o governador Tancredo Neves para presidente da Republica. A lista de censurados e excluídos é longa — basta consultar os arquivos.
E olhe que estamos falando de casos simbólicos, que ajudam a ter uma ideia de um fenômeno geral.
O foco no debate sobre a democratização da mídia nem envolve jornais nem revistas — mas emissoras de rádio, TV e demais concessões públicas, onde o controle de opinião e da informação é ainda mais rigoroso, o acesso mais exclusivo e fechado.
Ninguém quer retirar a liberdade de expressão de quem já tem. O que se quer é que os excluídos tenham um lugar para se expressar. Isso porque a liberdade não é um discurso — mas uma prioridade, mesmo. Na dúvida, cabe perguntar se é inaceitável viver num país onde, conforme o levantamento do Manchetômetro, a candidata Dilma Rousseff recebeu, na campanha de 2014, 25 notícias negativas para 1 positiva.
Isso é liberdade? Democracia?
O debate envolve ampliar a liberdade — ou manter um regime para os privilegiados e seus amigos de sempre.
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