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Cassino do Chacrinha - A Banana do Chico Anisyo

Esse vídeo abaixo é de 1982, ninguém achava que havia racismo em fazer isso, todos viam, compreendiam e levavam como uma brincadeira, só isso. Caso fosse hoje e o Chacrinha oferecesse a banana do Vini Junior para platéia seria massacrado nas redes sociais e quiça não fosse preso em flagrante. A pergunta que devemos fazer é: Será que a sociedade não está exagerando nessa onde de racismo? Um caso a pensar com a devida seriedade que a questão impõe.

Artes marciais

Mais um espetáculo de humor com Aldemar Vigário (Lúcio Mauro) e Chico Anysio na Escolinha do Professor Raimundo:


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Leia uma das mais belas crônicas já escrita

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Nascer velho, morrer criança
Uma das muitas obras-prima do genial Chico Anysio, caricaturado pelo excelente artista Claúdio Teixeira
Nós temos o direito de sonhar ! E o meu sonho é o de ter o poder de ser o videocassete de mim mesmo !…. Ter um controle remoto que me permitisse adiantar ou atrasar a vida, eu poderia adiantar e entrar na percepção do futuro ou poderia recuar e parar no momento que me tivesse sido maravilhoso, talvez até eternizar um orgasmo !…. Eu faria, assim, uma edição e teria uma fita só com os melhores momentos da minha vida !…. Mas uma fita só não bastaria. Teria de haver várias, por que eu sou um cara de poucas queixas. O importante seria mesmo esse controle remoto, pois eu poderia recuar a fita e me emocionar outra vez com o nascimento de meus filhos; depois eu a adiantaria e veria todos eles crescidos e eu, preocupado…O que serão na vida ? O que terão ? O que farão ?…Não ! Então eu volto, volto, volto, volto, volto, e me vejo outra vez em Maranguape, empinando pipa, jogando pião, escanchado num cavalo de pau naquela rua de terra batida, onde eu era Tom Mix, eu era Buck Jones, eu era Palonge Cassidi…Eu nú, tomando banho no açude, paquerando calcinhas e sutiãs pendurados nos varais, imaginado seus recheios….Não ! Com este controle remoto eu seria um super-herói: “Eu sou Ulisses, eu tenho poderes!” Mas eu só queria mesmo um poder. O poder de fazer a vida como acho que a vida deveria ser….
Acho que o homem deveria nascer com oitenta anos. Nasceria com oitenta anos, iria ficando mais novo, mais novo,mais novo, mais novo, mais novo até…. morrer de infância !
Chego inclusive a imaginar uma mãe comunicando o nascimento do filho :
- Menina, meu filho nasceu ! Pensei que não fosse nascer mais, tava encruado !
- Nasceu com oitenta e quatro anos ! Mas perfeitinho : um metro e setenta e seis, setenta e dois quilos. Eu ia botar o nome de Luis Cláudio, mas ele próprio foi ao cartório e se registrou como Haroldo!
E nos berçários aquela fila de cadeiras de balanço, com os velhinhos todos sentados…. tossindo, pigarreando. Todos assistidos por geriátras, já que padecendo eles todos os males comuns aos recém-nascidos : gota, artritismo, lumbago, reumatismo…. O homem nasceria com oitenta anos, aos sessenta casaria com uma mulher de cinquenta e nove, mas com uma vantagem : a cada dia, a cada semana, a cada mês, ela ficaria mais e mais jovem, até se transformar numa gata de vinte ! Com oitenta anos nasceria rico, sábio e…. aposentado ! A partir de então, passaria a ganhar menos, menos; entraria para a faculdade, desaprenderia tudo !…. Voltaria áquele estágio de ingenuidade, de burrice, de pureza ! Depois a bicicleta, o velocípede, desaprenderia a andar, esqueceria como engatinhar. Então, o voador; do voador para o chiqueirinho, do chiqueirinho para o berço, as trocas de fraudas, aquelas três gotas de remedinho no ouvido, o chá de erva-doce para dorzinha de barriga, a chuca, o peito da mãe…. e pararia de chorar !
Mas a vida, então teria que ser recriada, o mundo teria que regredir séculos…. Cabral e Colombo desdescobririam o novo mundo, o homem desinventaria a roda, atingiria o desconhecimento da pólvora e do fogo, até chegar a Adão, o último homem. O último-primeiro a quem Deus, colocando-o sobre a sua mão, em vez de lhe soprar a vida, o inspiraria novamente para dentro de sí mesmo…. “

Nascer velho, morrer criança

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do Gênio Chico Anysio
Nós temos o direito de sonhar ! E o meu sonho é o de ter o poder de ser o videocassete de mim mesmo !…. Ter um controle remoto que me permitisse adiantar ou atrasar a vida, eu poderia adiantar e entrar na percepção do futuro ou poderia recuar e parar no momento que me tivesse sido maravilhoso, talvez até eternizar um orgasmo !…. Eu faria, assim, uma edição e teria uma fita só com os melhores momentos da minha vida !…. Mas uma fita só não bastaria. Teria de haver várias, por que eu sou um cara de poucas queixas. O importante seria mesmo esse controle remoto, pois eu poderia recuar a fita e me emocionar outra vez com o nascimento de meus filhos; depois eu a adiantaria e veria todos eles crescidos e eu, preocupado…O que serão na vida ? O que terão ? O que farão ?…Não ! Então eu volto, volto, volto, volto, volto, e me vejo outra vez em Maranguape, empinando pipa, jogando pião, escanchado num cavalo de pau naquela rua de terra batida, onde eu era Tom Mix, eu era Buck Jones, eu era Palonge Cassidi…Eu nú, tomando banho no açude, paquerando calcinhas e sutiãs pendurados nos varais, imaginado seus recheios….Não ! Com este controle remoto eu seria um super-herói: “Eu sou Ulisses, eu tenho poderes!” Mas eu só queria mesmo um poder. O poder de fazer a vida como acho que a vida deveria ser….
Acho que o homem deveria nascer com oitenta anos. Nasceria com oitenta anos, iria ficando mais novo, mais novo,mais novo, mais novo, mais novo até…. morrer de infância !
Chego inclusive a imaginar uma mãe comunicando o nascimento do filho :
- Menina, meu filho nasceu ! Pensei que não fosse nascer mais, tava encruado !
- Nasceu com oitenta e quatro anos ! Mas perfeitinho : um metro e setenta e seis, setenta e dois quilos. Eu ia botar o nome de Luis Cláudio, mas ele próprio foi ao cartório e se registrou como Haroldo!
E nos berçários aquela fila de cadeiras de balanço, com os velhinhos todos sentados…. tossindo, pigarreando. Todos assistidos por geriátras, já que padecendo eles todos os males comuns aos recém-nascidos : gota, artritismo, lumbago, reumatismo…. O homem nasceria com oitenta anos, aos sessenta casaria com uma mulher de cinquenta e nove, mas com uma vantagem : a cada dia, a cada semana, a cada mês, ela ficaria mais e mais jovem, até se transformar numa gata de vinte ! Com oitenta anos nasceria rico, sábio e…. aposentado ! A partir de então, passaria a ganhar menos, menos; entraria para a faculdade, desaprenderia tudo !…. Voltaria áquele estágio de ingenuidade, de burrice, de pureza ! Depois a bicicleta, o velocípede, desaprenderia a andar, esqueceria como engatinhar. Então, o voador; do voador para o chiqueirinho, do chiqueirinho para o berço, as trocas de fraudas, aquelas três gotas de remedinho no ouvido, o chá de erva-doce para dorzinha de barriga, a chuca, o peito da mãe…. e pararia de chorar !
Mas a vida, então teria que ser recriada, o mundo teria que regredir séculos…. Cabral e Colombo desdescobririam o novo mundo, o homem desinventaria a roda, atingiria o desconhecimento da pólvora e do fogo, até chegar a Adão, o último homem. O último-primeiro a quem Deus, colocando-o sobre a sua mão, em vez de lhe soprar a vida, o inspiraria novamente para dentro de sí mesmo…. “

Pedro Bó

No início dos anos 70Chico Anysio interpretava um personagem chamado Pantaleão, que tinha óculos com uma lente incolor e outra preta. Ele vivia contando "causos" mirabolantes, que ocorriam sempre no ano de 1927. Havia também a sua esposa Terta, a qual era solicitada para confirmar a veracidade de suas histórias mentirosas. Ele perguntava : "É mentira, Terta?" E ela respondia: "Verdade". O Pedro Bó era interpretado por um ator rechonchudo, quase velho, mas que fazia papel de garoto. Vez ou outra interrompia Pantaleão com uma pergunta tola. Por exemplo, Pantaleão contava uma história de pescaria:
  • Pantaleão: - Daí eu joguei a mesa pro tubarão e ele engoliu inteira!
  • Pedro Bó: - Engoliu inteirinha?
  • Pantaleão: - Inteirinha não... ele deixou os prego no canto do prato pra tua vó comer, Pedro Bó!
Ele era interpreado pelo artista de circo Joe Lester, que era secretário do comediante Jararaca, que fazia parte do elenco de Chico City. Pedro Bó seria feito pelo comediante Agildo Ribeiro que, por algum motivo, não pôde interpretar o papel. Lester que estava na gravação acompanhando Jararaca, por indicação de Chico Anysio, pegou o papel, que foi um dos maiores sucessos da época, fazendo muitos shows e gravando discos, sempre para o público infantil.
O bordão "Não, Pedro Bó", foi um sucesso nacional, sendo inclusive o nome da seção da revista cômica MAD que trazia "Respostas Cretinas para Perguntas Imbecis"
Joe Lester criou ainda o grupo "Pedro Bó e os Bobonautas" cuja a atração principal era Tia Pepita interpretada por Gilberto Fonseca, um dos grandes amigos de Joe.

Sobremesa do Neno

Ex-"Pasquim" e "PQP" e hoje colaborando com a seção Picles da coluna, Wellington Malta escreveu lamentando a partida do grande Max Nunes, a quem foi apresentado pelo Reinaldo, que na época era cartunista do Pasquim, depois fundou o Casseta.
Disse W. Malta: "Max era cardiologista, porém dizia sempre que resolveu curar o coração das pessoas com humor e não com a medicina. Na sua casa em Laranjeiras no Rio, tinha uma placa daquelas que os médicos colocavam em frente ao consultório, que dizia : DR. MAX NUNES - humorista . Esse País está ficando muito chato, Neno. Sem Chico, sem Millôr e agora sem Max..."
Neno Cavalcante na Coluna É no Diário do Nordeste

Chico Anysio, o compositor


Chico Anysio na gravação do programa Ensaio, em 2003. Ao lado, a capa do LP estreia do “Baiano e Os Novos Caetanos”.

 O Brasil lamentou profundamente a partida do multifacetado artista Chico Anysio, ocorrida em 23 de março de 2012, no Rio de Janeiro. Chico encantou o país com seus mais de duzentos personagens, tornando-se um ícone do humor e da comédia. Mas o Chico Anysio, cantor e compositor, também encantou.
No início de sua carreira artística na Radio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, em meados dos anos 1950, Chico Anysio escreveu músicas como “Dona saudade”, composta com Hianto de Almeida.

Ouça abaixo, clicando no nome da música.

Dona saudade” (Chico Anysio / Hianto de Almeida) # Orlando Silva. Disco Odeon (14.006A), 1955.
  
Na década de 70, ao lado de Arnaud Rodrigues e Renato Piau, Chico Anysio criou o grupo “Baiano e os Novos Caetanos”, uma paródia de Caetano Veloso e dos Novos Baianos. Foram 4 LPs, lançados entre 1974 e 1985. O grande hit foi a divertida música - “Vô bate pá tu” - (Arnaud Rodrigues / Orlandino).
  

 Nascida nos anos 70 como uma sátira ao tropicalismo, a dupla formada por Baiano e Paulinho Boca de Profeta (personagens de Chico Anísio e Arnauld Rodrigues, respectivamente, no humorístico Chico City) trazia em suas canções letras divertidas e engajadas e um instrumental de primeira, com belos arranjos de violões, sanfonas e cavaquinhos, entre outros instrumentos.

 Neste post queremos homenagear Chico Anysio destacando sua faceta de compositor.

Não se avexe não” (Chico Anysio / Haydée Paula) # Dolores Duran.


A fia de Chico Brito” (Chico Anysio) # Dolores Duran.

De quem é essa morena” (Chico Anysio / Benito di Paula) # Benito di Paula.
Nicanor Belas Artes” (Chico Anysio / João Nogueira) # João Nogueira.


Rio antigo” (Chico Anysio / Renato Buzar) # Alcione.
  

Eu gosto da vida” (Chico Anysio / Hianto de Almeida) # Pery Ribeiro
  

Rancho da Praça Onze” (Chico Anysio / João Roberto Kelly) # Dalva de Oliveira



A música sempre está junto comigo”, Chico Anysio em entrevista ao programa Ensaio, em 2003.

Nova crônica de Luiz Fernando Verrissimo



Ele tinha cara e corpo de toureiro. Ou então não de toureiro, que mata o touro. De bandarilheiro, que o irrita. Afinal, o Millor era só meio espanhol. O touro dele era qualquer coisa grande ou metida a grande, qualquer coisa com chifres que assustavam os outros mas não ele, qualquer coisa pomposa e ridícula, qualquer coisa prepotente. Mas acima de tudo, o touro dele era a burrice.

No lombo da burrice ele espetava suas bandarilhas coloridas, seus epigramas pontudos, suas parábolas incisivas, suas frases marcantes, sua inteligência afiada, esquivando-se dos chifres da besta. No fim ele só não conseguiu driblar a coisa mais burra que existe: a morte.
Especulação dolorosa: o que teria passado pelo seu cérebro nestes últimos dias, preso a um corpo inutilizado? Que memórias, que imagens ocuparam sua mente antes do fim? Ele na sua última arena, diante do seu último touro. Arena vazia, só os dois, num cara a cara final. Ele sem seus instrumentos: sem lápis, sem teclado, sem defesa. E na sua frente a burrice na sua forma definitiva.
A burrice total, a burrice imune a argumento ou súplica, a burrice irreversível, a burrice triunfante. Não adianta ele sugerir que ao menos dancem uma valsa, a burrice não tem senso de humor. Nem se pode chamá-la de vingativa — ela sabe que no fim, depois das bandarilhas coloridas e de todas as piruetas, a vitória será dela. Por mais ridicularizada que ela seja, a vitória é sempre dela. E depois vem a burrice eterna.
No seu sonho terminal, o touro começa sua carga. E o bandarilheiro não consegue sair do lugar.
BOZÓ E COALHADA
Cada um tinha seu personagem do Chico Anisio favorito. Os meus eram o Bozó e o Coalhada. O Chico era, antes de mais nada, um grande ator e cada personagem que ele criava vinha completo, não só com trejeitos e personalidades meticulosamente observados mas com biografia e destino claramente subentendidos.
Você adivinhava toda a vida do Bozó, sonhando eternamente com o status de ser da Globo, e do Coalhada, lembrando uma carreira no futebol que tinha pouco a ver com a realidade. Uma dentadura falsa bastava para fazer o tipo do Bozó, mas o Coalhada requeria um estrabismo meio desvairado que não podia ser simulado, era recurso do grande ator.
CHEGA!
Chico Anisio e Millor, um depois do outro. Ninguém está achando graça.