Prá desopilar

Se for bebê não dirija

Perdoar não significa esquecer

[...] Perdoar é apenas um gesto oportuno que beira o simbólico para demonstrar superioridade e alguma compreensão. Perdoar fica para passagens bíblicas, para a frase de efeito de "perdoai, Pai, pois eles não sabem o que fazem". Conversa! Quem faz maldade, perversidade, sacanagem, comete violência gratuita sabe muito bem o que faz e faz de ruim, pela índole, pelo caráter, pela falta de escrúpulos. Há muito tempo, fui atingido pelas consequências de uma frustração alheia e senti a dor da picada traiçoeira que doeu fundo por muito tempo.

A dor já passou e o tempo ajudou a fazer adormecer a vontade de vingança, de retaliação, tudo dentro de um contexto de ódio puro, de ira santa. Deixei a infeliz pra lá. O destino se encarregaria de apresentar alguma cobrança por mim. E apresentou, e bateu nela, mas não aquietou a minha cicatriz, o "esquecer" passou longe. Pior que ela existem muitos, os que se aproveitam de um momento de fragilidade alheia e se armam de oportunismo barato para tirar uma vantagem pobre e se esquecem que o mundo gira, que a Terra é redonda e não adianta apressar o dia porque ele só nasce na hora certa e o sol se põe apenas quando a tarde acaba.

Meu limite vai até "desculpar" quando aceito os argumentos de uma ignorância pura ou a infelicidade de uma casualidade que machucou. A covardia embasada na velhacaria de uma atitude ou um gesto proposital, com intuito de prejudicar e ferir gratuitamente não encontra compreensão no meu coração.

Falso é aquele que diz que nunca teve vontade de esganar um assassino perverso (como se existisse um assassino sem ser perverso), de sangue frio, que atira covardemente, mesmo que a vítima não reaja, que demonstre medo ou subserviência diante das suas ameaças. Agora mesmo (quinta-feira), leio no jornal que um animal que atende pelo nome de Francisco Antonio da Silva Souza, agrediu e abusou sexualmente de uma senhora de noventa anos.

Não tenho conhecimento do tipo de assistência que alguma autoridade tenha prestado a essa senhora quase centenária, mas os direitos desse dejeto humano estão assegurados. Devo ter alguma herança genética distante que me liga a Talião, aquele do "olho por olho, dente por dente".

Por mais devoto que sejam os familiares dessa senhora, por mais alienados que possam ser por conta das lavagens cerebrais que lhe fazem alguns pastores oportunistas, não acredito que tenham, nem que seja por um breve momento, vontade de esganar esse "coisa". Para essa senhora eu não sei, mas para esse bandido não faltara um advogado com fome de aparecer ou buscar alguma atenuante por conta de um possível momento de embriagues ou coisa que o valha. Já fiz coisas das quais me arrependo... bem poucas, a bem da verdade, mas nunca pedi ou esperei que me perdoassem. Preferi confessar, com humildade, que me sentia profundamente arrependido. Nunca me ajoelhei diante de homem nenhum para pedir perdão e procurei conforto numa penitência regada a dezenas de "ave-Maria".

Não! Fiz, ficou feito, é preciso arcar com as consequências e não posso fugir do preço que se me cobrem. "Errar é humano, mas perdoar é sublime..." - fico apenas com a primeira frase. Errar faz parte da vida porque ninguém detém o conhecimento da Pedra Filosofal, mas aceitar essa coisa de perdoar assassinos frios, bandidos sedentos de violência, deixei procuração para os que se acham bons demais. Esta foi uma semana confusa, cheia de notícias ruins e de ameaças veladas de policiais oportunos que farejam brechas para ameaçar justo a população que deveria encontrar nelas um mínimo de segurança. Foi o que se ouviu nas gravações dos bandidos fardados da PM baiana. Como se não bastasse tudo isso, morre Wando, cercado de milhares de calcinhas perfumadas de seu público cativo, mesmo chamado de brega.

Wando viveu bem, aproveitou bem a vida, principalmente porque já sabia que as suas fãs mais ardorosas, ao lhe entregar a peça tão íntima já lhe dava o recado explícito de que estava pronta para o que desse e viesse. "Que foi isso, romântico? E as estrelas? Apagaram como o Wando?" Não, não é que no meio de toda essa confusão eu vi de longe o rosto feio de uma bruxa ruim. Moça, me espere amanhã..."


por A. Capibaribe Neto

Poesia do dia

O dia em que Whitney Houston morreu 


Eu assiste uns pouco gritos...

Histéricos e matutando sobre nada.

O que ela queria dizer, o que ela fez?

Eu ouvi alguns dizerem:

"Quem?"... Eles foram jogados dos penhascos. 
Corpos queimados e consumidos. Almas sacrificados, os Deuses da Música.

Eu digo:

 "Você vai chorar, quem ensinou a amar?

 Você vai chorar, quem lhe ensinou a lutar? 

Você vai chorar, quem te ensinou a viver? 

Não. Você não vai.

O oceano é muito vasto. 

Nomes de ir e vir.

A tempestade se aproxima


Sei que vem uma tempestade porque posso olhar à distância, ver o que está acontecendo no horizonte. Claro, a luz ajuda um pouco - é o final do entardecer, o que reforça o contorno das nuvens. Vejo também o clarão dos raios.

Nenhum ruído. O vento não está soprando nem mais forte, nem mais fraco do que antes. Mas sei que vem uma tempestade, porque costumo olhar o horizonte.

Paro de caminhar - nada mais excitante ou aterrorizante do que olhar uma tempestade que se aproxima. O primeiro pensamento que me ocorre é procurar abrigo - mas isso pode ser perigoso. O abrigo pode ser uma espécie de armadilha - daqui a pouco o vento começará a soprar, e deve ser forte o suficiente para arrancar telhados, quebrar galhos, destruir fios de alta tensão.

Lembro-me de um velho amigo, que quando criança vivia na Normandia, e pôde presenciar o desembarque das tropas aliadas na França ocupada pelos nazistas. Não me esqueço de suas palavras:

"Acordei, e o horizonte estava repleto de navios de guerra. Na praia ao lado de minha casa, os soldados alemães contemplavam a mesma cena que eu. Mas a coisa que mais me aterrorizava era o silêncio. Um silêncio total, que precede um combate de vida ou morte".

É esse mesmo silêncio que me cerca. E que pouco a pouco é substituído pelo barulho - muito suave - da brisa nos campos de milho a minha volta. A pressão atmosférica está mudando. A tempestade está cada vez mais próxima, e o silêncio começa a ser substituído pelo farfalhar suave das folhas.

Já presenciei muitas tempestades em minha vida. A maior parte das tormentas me pegou de surpresa, de modo que precisei aprender - e muito rápido - a olhar mais longe, entender que não sou capaz de controlar o tempo, a exercitar a arte da paciência, e a respeitar a fúria da natureza. Nem sempre as coisas acontecem do jeito que eu desejava, e é melhor me acostumar com isso.

Muitos anos atrás compus uma música que dizia "eu perdi o meu medo da chuva/ pois a chuva, voltando para a terra, traz coisas do ar". Melhor dominar o medo. Ser digno daquilo que escrevi, e entender que, por pior que seja o vendaval, em algum momento ele passará.

O vento aumentou de velocidade. Estou em um campo aberto, existem árvores no horizonte que, pelo menos teoricamente, irão atrair os raios. Minha pele é impermeável, mesmo que as minhas roupas fiquem encharcadas. Portanto, melhor desfrutar desta visão, ao invés de sair correndo em busca de segurança.

Outra meia hora se passa. Meu avô, engenheiro, gostava de me ensinar as leis da física enquanto nos divertíamos: "depois de ver o raio, conte os segundos e multiplique por 340 metros, que é a velocidade do som. Assim, você sempre saberá a distância dos trovões". Um pouco complicado, mas me acostumei a fazer isso desde criança: neste momento a tempestade está a dois quilômetros de distância.

Ainda há claridade suficiente para que eu possa ver o contorno das nuvens que os pilotos de avião chamam de CB - cumulus nimbus. O formato de bigorna, como se um ferreiro estivesse martelando os céus, forjando espadas para deuses enfurecidos, que neste momento devem estar sobre a cidade de Tarbes.

Vejo a tempestade que se aproxima. Como toda e qualquer tempestade, ela traz destruição - mas ao mesmo tempo molha os campos, e a sabedoria do céu desce junto com a sua chuva. Como toda e qualquer tempestade, ela deve passar. Quanto mais violenta, mais rápida. Graças a Deus, aprendi a enfrentar tempestades.
                                                                                                                               Paulo Coelho

O cúmulo do chutzpah


por Luis Fernando Verissimo
Um exemplo extremo do que os judeus chamam de “chutzpah” é o cara que mata o pai e a mãe e no tribunal pede clemência para um pobre órfão.
“Chutzpah” é algo que ultrapassa o cinismo e provoca até uma certa admiração pela audácia. Se houvesse um prêmio para a “Chutzpah do Ano” de 2012 o vencedor já estaria decidido, pois ninguém poderia concebivelmente igualar o primeiro-ministro britânico David Cameron este ano.
Quando Cameron chamou de “colonialista” a pretensão da Argentina de incorporar as Ilhas Malvinas, Falklands para os ingleses, ao seu território, estabeleceu um novo parâmetro para o “chutzpah” que humilha até o do órfão que pede clemência.
As Ilhas Falklands são os últimos farelos do maior sistema colonial que o mundo já conheceu. Um sistema que levou a espoliação comercial, a prepotência e a morte — junto com o parlamentarismo, o críquete e o chá com bolinhos — a todos os limites da Terra, e ainda se apegava aos seus domínios, muitas vezes por puro orgulho imperial, quando outras potências coloniais já tinham desistido.
Se há alguém que não pode xingar ninguém de colonialista é um inglês. Pelo menos não sem corar.
Você não precisa torcer pela Argentina para lamentar os ingleses no caso das Malvinas/Falklands. Ou vice-versa.
As barbaridades de lado a lado se equivalem. A tentativa de tomada das ilhas pelo governo militar argentino de 1982 — decidida, segundo o folclore, durante uma bebedeira do general Galtieri — foi uma aventura desastrada, tornada ainda mais trágica pela desproporção de forças.
As consequências da aventura também se equilibram. A derrota humilhante decretou o fim do regime militar argentino. A vitória fácil decretou a reeleição da Margaret Thatcher na Inglaterra.
Entre os quase mil mortos argentinos e ingleses na rápida guerra, as razões geopolíticas e eleitorais para o seu sacrifício não fizeram nenhum sentido.
Num plebiscito, a população das ilhas certamente escolheria continuar fazendo parte do Reino Unido. Este é o principal argumento inglês para continuar lá. Tudo bem. Mas o David Cameron poderia ter ao menos corado um pouco.

Dando nome aos bois

A grande mídia fica a fazer jogo de palavras para noticiar a execução de dezenas de pessoas durante a greve da PM bahiana. Pois muito bem, comigo tem essa não. O que aconteceu foi o seguinte: 

Bandidos, criminosos, assassinos sem nenhum escrúpulos executaram dezenas de moradores de rua, viciados e  ladrões de galinhas. 

O que a sociedade e as autoridades  devem fazer é investigar, julgar e punir exemplarmente estes animais assassinos infiltrados nas policias de todo o Brasil

Punição já!

Lula: O mito renovado

A nova fase de Lula


Depois de um duro tratamento médico, o ex-presidente vence o câncer e se prepara para encarar desafios que devem renovar sua imagem de mito da política. Conheça os planos de Lula para 2012

Mário Simas Filho
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BOA NOTÍCIA
Lula foi informado pelo médico que o câncer está reduzido a zero
Na manhã da segunda-feira 6, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou irritado ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Estava cansado, nauseado e com uma forte dor na garganta – efeitos colaterais do duro tratamento médico a que vem se submetendo há cerca de três meses. Lula recebeu mais uma sessão de radioterapia e, como em outras vezes, foi andando com calma até uma ala de dez metros quadrados no setor de recuperação, onde costuma receber políticos que o visitam. Mas não naquele dia. O ex-presidente tinha preferido a presença de apenas um amigo de longa data. E foi ao lado dele que recebeu a informação que mudaria seu ânimo: o câncer detectado em outubro estava vencido pela intensa medicação. Segundo a definição de um de seus médicos, o tumor maligno de quase três centímetros “foi reduzido a zero”. 

Era a notícia que Lula esperava e, de certa forma, havia antecipado em 1º de novembro, quando, apenas quatro dias após receber o diagnóstico de um câncer na laringe, fez sua primeira manifestação pública sobre a doença. Num vídeo divulgado pela internet, ao lado da esposa, Marisa Letícia, ele se empenhava em mostrar confiança: “Estou preparado para enfrentar mais uma batalha e acho que nós vamos conseguir tirar de letra.”

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TRATAMENTO
Com apoio de dona Marisa e do médico Roberto Kalil Filho
Mesmo sabendo que ainda tem pela frente a fase final das aplicações, que seguem até o dia 17 de fevereiro, o ex-presidente se empolgou. Mal chegou ao Instituto Lula na terça-feira 7, para onde segue quase todos os dias depois de deixar o hospital, disparou telefonemas. Comunicava a amigos e lideranças de diversos partidos o que tinha escutado do médico, sempre pedindo total discrição. Com os mais próximos, se animou até a discutir detalhadamente a ambiciosa agenda que projetou para 2012. Confiante por constatar que, afinal, está superando mais uma provação, ele planeja uma nova fase. Lula quer daqui para a frente dedicar seus dias a quatro missões: preparar o PT para as eleições municipais em todo o País, cravar uma vitória histórica em São Paulo, ampliar o Instituto Lula e angariar fundos para a construção do Memorial da Democracia. Mas Lula terá que esperar mais algumas semanas para entrar de cabeça nessas tarefas. Apesar de aliviado com a primeira vitória contra o câncer, o ex-presidente não passou bem o resto da semana. Em razão de uma enorme inflamação na garganta, mal conseguia comer, embora siga à risca o regime de dieta pastosa recomendado pelos médicos. Cansado, chegou a interromper por mais de duas vezes reuniões com a equipe do seu instituto. De acordo com pessoas próximas, Lula perdeu cerca de três quilos desde o começo do mês.
A equipe médica responsável pelos cuidados do ex-presidente não confirma o desaparecimento do tumor, preferindo referir-se apenas à fase concluída do tratamento; antes, portanto, das aplicações de radioterapia. “Sem dúvida, o prognóstico é muito bom porque o ex-presidente respondeu muito bem ao tratamento com quimioterapia, quando houve uma redução de 75% do tumor”, disse o oncologista Paulo Hoff, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Ele vai aguardar os exames conclusivos, em março. Os médicos também orientaram Lula a não comparecer ao desfile da escola de samba Gaviões da Fiel no sábado 18, que terá como tema “Verás que um filho fiel não foge à luta: Lula, o retrato de uma nação”, em razão de sua ainda baixa imunidade. A última sessão de radioterapia acontecerá um dia antes da apresentação da Gaviões.
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PLANOS
Paulo Okamoto, o encarregado de dar novo peso ao Instituto Lula
A partir de março, Lula terá vida normal. Passará apenas por exames periódicos (um câncer só é considerado realmente “curado” depois de cinco anos) e será acompanhado por uma fonoterapeuta para melhorar a fala e a deglutição na laringe. Nos últimos dias ele definiu com seus principais assessores o que chamou de “espinha dorsal” de sua agenda em 2012. Ficou definido que até o final de março ou no máximo até a primeira quinzena de abril, ele deverá permanecer a maior parte do tempo despachando no instituto. Sua atenção estará voltada prioritariamente às campanhas petistas em cerca de 120 cidades com mais de 150 mil habitantes pré-definidas e assinaladas em um mapa sobre a mesa de sua sala. Na avaliação do ex-presidente, em cerca de 30 desses municípios, incluindo Curitiba e Belo Horizonte, o PT deve abrir mão da cabeça de chapa para apoiar candidatos do PSB, do PMDB e do PDT. Um dos primeiros a ser chamado para uma conversa será o deputado federal Dr. Rosinha. Ele quer que o petista abandone a ideia de se candidatar ao Executivo da capital paranaense e apoie Gustavo Fruet (PDT). Especialista em montar palanques e solucionar conflitos entre as alas internas do PT, Lula pretende convocar as lideranças de sua legenda e convencê-las da importância de construir alianças amplas o mais rápido possível. 

Entre abril e o fim de julho, Lula pretende dedicar seu tempo ao instituto que leva seu nome. Considerando que até lá estará livre dos efeitos colaterais da luta contra o câncer, priorizará visitas ao Exterior. Durante o tempo em que permaneceu sob tratamento, ele deixou de fazer cerca de 30 viagens internacionais para dar palestras que reforçariam o caixa da instituição. O ex-presidente tem insistido junto a seus assessores, principalmente Paulo Vanucchi e Paulo Okamoto, para que o Instituto Lula seja mais amplo que o PT, do ponto de vista ideológico. Ele pretende transformar a entidade numa referência mundial em formulação e implantação de políticas de inclusão social em desenvolvimento e consolidação de democracias. Para essa nova fase, o Instituto Lula planeja ampliar em 40% o número de funcionários e trocar a atual sede, um pequeno sobrado no bairro do Ipiranga, na capital paulista, por uma sala comercial com cerca de mil metros quadrados.

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ESCOLHIDO
A vitória de Haddad na eleição para a Prefeitura de São Paulo
é encarada como prioridade política pelo ex-presidente
A partir de agosto, na reta final das eleições municipais, o ex-presidente dedicará o seu tempo ao que tem chamado de “mergulho nas campanhas”. Subirá em palanques em todos os municípios com mais de 150 mil habitantes para pedir votos aos candidatos do PT e aliados. Dará atenção especial, no entanto, à capital paulista, onde Fernando Haddad, seu ministro da Educação, será o candidato petista. Lula está empenhado em tirar proveito do índice de popularidade, que nunca esteve tão favorável entre os eleitores da maior cidade do País. Enquanto no pleito presidencial de 2006, o ex-presidente conseguiu apenas 35,7% dos votos paulistanos no primeiro turno na disputa por Palácio do Planalto, agora pesquisas, como o Datafolha, indicam que 48% dos eleitores da capital paulista dizem que podem escolher o candidato indicado pelo ele. Antes da doença, esse número de seguidores não passava de 16%. O cenário político, na opinião de Lula, também não poderia ser melhor: as forças que derrotaram a então prefeita Marta Suplicy, em 2000, estão divididas. Com a recusa de José Serra em concorrer, os tucanos ainda não acharam um nome para a disputa. De seu apartamento em São Bernardo, na noite da quarta-feira 8, Lula telefonou para um dos líderes petistas mais próximos a ele. Com a voz muito rouca, disse que a aliança com Kassab em São Paulo passou a ser vital ao seu projeto e explicou: “Não se trata apenas de ganhar a eleição em São Paulo, mas de quebrar a espinha dorsal da parceria PSDB com os liberais, representados ora pelo DEM, ora pelo PSD.” 

Dois meses atrás, quando Kassab passou a se insinuar para o PT, Lula estava disposto a refutar o apoio, evitando entrar em rota de colisão com a senadora Marta Suplicy, que rejeita a possibilidade de dividir palanque com o atual prefeito. Há duas semanas, no entanto, a posição de Lula mudou. Até o fim de janeiro, o ex-presidente nutria a esperança de conseguir afastar da disputa paulistana o deputado federal Gabriel Chalita e compor uma chapa com o PMDB em São Paulo. Do hospital, manteve diversas conversas com o vice-presidente, Michel Temer, e com o próprio candidato peemedebista. “O Lula tentou de todas as formas convencer o PMDB e o Chalita a estar conosco ainda no primeiro-turno”, disse um dos principais confidentes de Lula. “Desde o início de fevereiro, no entanto, partiu para outra.” Para convencer os resistentes petistas a uma parceria eleitoral com o PSD de Kassab, Lula tem uma carta na manga. Na semana passada, durante conversa com o prefeito, o ex-presidente desenhou o que chamou de a “chapa dos sonhos”: Haddad, prefeito; Henrique Meirelles, vice. Na opinião do ex-presidente, até os petistas mais radicais de São Paulo não teriam problemas para subir em um palanque ao lado de Meirelles, tido no próprio partido como um dos pilares do sucesso do governo de Lula. Kassab prometeu se empenhar em convencer o ex-presidente do Banco Central a encarar o desafio. A ideia de Lula era ele mesmo ligar para Meirelles na quarta-feira 8. O seu estado físico, porém, não permitiu. 

Outra missão encarada como primordial pelo ex-presidente está diretamente ligada à aproximação entre Lula e Kassab: a construção do Memorial da Democracia pelo Instituto Lula. Um museu que, além de contar com o acervo do período do ex-presidente na Presidência da República, apresentará temas que contribuíram para a evolução política do País, como a Anistia e a Constituinte. Cerca de 20 profissionais trabalham no projeto arquitetônico e na curadoria. Entre eles, Gringo Cardia, que participou também do desenvolvimento e da implementação do Memorial Minas Vale, do Museu das Telecomunicações e do Museu da Cruz Vermelha, na Suíça. “Tudo é muito preliminar, pois estamos nos reunindo ainda. Mas posso adiantar que será um espaço multimídia, no qual o público vai interagir com as obras”, conta Cardia. Certo mesmo é que o espaço será erguido em um terreno cedido recentemente pela Prefeitura de São Paulo na região da Cracolândia, área degradada no centro da capital paulista marcada pela presença de dependentes químicos e traficantes. 

A doação da área em um período pré-eleitoral, no momento em que PT e PSD ensaiam uma aliança na capital paulista, foi fruto de negociações que começaram no primeiro semestre de 2011, conforme apurou ISTOÉ. Por meio de emissários, Lula tinha enviado a proposta de montar o Memorial da Democracia aos governantes da cidade de São Paulo e São Bernardo do Campo e do Estado do Rio de Janeiro. Kassab tomou a frente e passou a reunir-se com Paulo Okamoto, comandante do instituto, depois de regularizar a criação do PSD e se mostrar próximo ao governo em reunião da bancada da nova legenda com a presidenta Dilma. O prefeito também se reuniu com o próprio Lula para discutir o assunto. “Nessas negociações, Lula e Kassab começaram a criar uma afinidade”, diz um parlamentar do PSD. Em uma das visitas ao petista no Hospital Sírio-Libanês, Kassab comunicou a Lula a doação da área. Agora o desafio da entidade do ex-presidente é obter na iniciativa privada os recursos para viabilizar os custos. Uma das alternativas é oferecer a cada patrocinador o nome de uma das salas de exposição.

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PARCERIA
Kassab se aproxima de Lula: desconforto no PT paulista
Lula pretende atrair para o Memorial da Democracia acervos de todos os presidentes que governaram o País após o fim da ditadura e, para isso, já mandou sinais a José Sarney e Fernando Henrique Cardoso. Atividades como essa, acima dos partidos em conflito, o encantam. E a força para realizá-las não deve lhe faltar. Afinal, o Lula que sai do calvário da luta contra o câncer é, inevitavelmente, um mito revigorado, sem paralelos na história política brasileira. A vitória sobre a doença, segundo especialistas em comunicação política ouvidos por ISTOÉ, ampliam a sua imagem de vencedor junto à população. Para a pesquisadora da Universidade Federal do Paraná e autora do livro “Lula, do Sindicalismo à Reeleição, um Caso de Comunicação, Política e Discurso”, Luciana Panke, o petista se projeta como poucos líderes na figura pública do herói descrita há mais de meio século pelo americano Joseph Campbell, um dos maiores estudiosos de mitologia e religiões do mundo. Segundo ele, a façanha da formação de um mito heroico começa com alguém a quem foi usurpada alguma coisa ou que sente estar faltando algo entre as experiências normais permitidas aos membros da sociedade. Essa pessoa, então, passa a empreender uma série de aventuras que ultrapassam o usual – com a intenção de recuperar o que tinha sido perdido ou para descobrir a essência da vida. “Lula faz questão de ressaltar em seus discursos as dificuldades pelas quais passou e as formas como deu a volta por cima. Cria, ao mesmo tempo, identificação e admiração entre o público”, explica Panke. “Provavelmente, esse caso da doença reforçará ainda mais essa trajetória acompanhada durante seus mais de 30 anos de vida pública.”
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 Colaborou Pedro Marcondes de Moura

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Camarão à chinesa light


Ingredientes
  • 1 kilo de camarão 
  • 1 colher [sobremesa] de óleo de canola
  • 1 pimentão amarelo em tiras
  • 1 pimentão vermelho em tiras
  • 1 pimentão verde em tiras
  • 2 xícaras [café] de saquê
  • 2 xícaras [chá] de ervilhas
  • Sal, alho, shoyu e pimenta-do-reino à gosto
Como fazer
Numa frigideira frite os pimentões e o alho no óleo por uns 3 minutos. Acrescente os camarões e continue a cozinhar, por mais 3 ou 4 minutos. Junte o shoyu, o saquê e as ervilhas. Deixe cozinhar, mexendo sempre até que os camarões estejam cozidos (mais ou menos 5 minutos).


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Camarão light à chinesa

Ingredientes
  • 1 kilo de camarão 
  • 1 colher [sobremesa] de óleo de canola
  • 1 pimentão amarelo em tiras
  • 1 pimentão vermelho em tiras
  • 1 pimentão verde em tiras
  • 2 xícaras [café] de saquê
  • 2 xícaras [chá] de ervilhas
  • Sal, alho, shoyu e pimenta-do-reino à gosto
Como fazer
Numa frigideira frite os pimentões e o alho no óleo por uns 3 minutos. Acrescente os camarões e continue a cozinhar, por mais 3 ou 4 minutos. Junte o shoyu, o saquê e as ervilhas. Deixe cozinhar, mexendo sempre até que os camarões estejam cozidos (mais ou menos 5 minutos).


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