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Pedagagia do "sim Senhor"

Enquanto os filhos da elite estudam em escolas que usam métodos pedagógicos de Maria Montessori, Jean Piage, Waldorft, Demerval Saviani, Célestin Freinet, Rudolfo Steiner, Paulo Freire etecetera, os filhos dos pobres estudarão em escolas com métodos militares. 

Enquanto os filhos dos ricos irão aprender a usar a criatividade, a liberdade, a desenvolver o pensamento crítico e liderança, os filhos dos pobres vão aprender como funciona a hierarquia, a calar, a obedecer e dizer sim Senhor.

Tudo para que os ricos continuem em posições superiores e os pobres em posições inferiores, subalternas.

Como disse o Grande Darcy Ribeiro: " A crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto".

Pinçado do Feici (não corrija redator) de Paulo José Costa

Vida que segue>>>

Pedagogia do oprimido


***A imagem pode conter: atividades ao ar livre

"Os oprimidos, contudo, acomodados e adaptados, “imersos” na própria engrenagem da estrutura dominadora, temem a liberdade, enquanto não se sentem capazes de correr o risco de assumi-la. E a temem, também, na medida em que lutar por ela significa uma ameaça, não só aos que a usam para oprimir, como seus “proprietários” exclusivos, mas aos companheiros oprimidos, que se assustam com maiores repressões."
by Paulo Freire

    A MUSICA COM INSTRUMENTO DIDÁTICO.
     Sugestões didáticas para se implementar em uma sala de aula sempre são importantes; a musica é uma, pois pode ser um importante instrumento para o alcance de uma leitura prazerosa e reflexiva.  Ao estabelecer a musica como recurso didático, o educador deve respeitar as diferenças culturais, trabalhar todos os tipos de musicas e levar os alunos á reflexão crítica. Assim, buscamos uma base teórica sobre a importância da musica numa ótica educacional; além de ser uma grande terapia, a musica traz contribuições no desenvolvimento cognitivo humano,permitindo estabelecer relações cotidianas. Nesse sentido, a musica quando retrata a realidade do aluno, pode levá-lo a tornar-se um agente transformador na sociedade. Essa experiencia foi realizada numa instituição municipal com crianças das séries iniciais do ensino fundamental, objetivando realizar uma atividade diversificada e inovadora. Constrói-se novas perspectivas sociais, sentimentais e cognitivas para a criança, pois a musica vai ser assimilada e produzir resultados de uma forma sensível, artística, com uma mensagem mais penetrável e enfatizadora de mudanças, que conduzem o aluno a novas descobertas. Assim a musica pode ser um instrumento importante metodológico a ser aplicado no espaço da sala de aula; tendo que o profissional da educação refletir sobre a sua importância e utiliza-lo de forma mais frequente em no ambiente da sala de aula.  
wwwsabereducar.blogspot.com

Um computador por aluno



Luciana Alvarez – O Estado de S.Paulo

Começam a ser entregues na próxima semana os últimos computadores do projeto-piloto Um Computador por Aluno (UCA), realizado pelo Ministério da Educação em parceria com Estados e municípios. Serão distribuídas 150 mil máquinas em 300 escolas de todo o País. Em seis municípios, 100% das escolas serão beneficiadas pelo programa.
A experiência tem como base a proposta da ONG One Laptop Per Child (OLPC), que desde 2005 defende a distribuição de computadores para crianças como forma de melhorar a educação e reduzir as diferenças sociais em países pobres e em desenvolvimento.
No Brasil, desde 2007, antes de o MEC criar o programa, cinco escolas haviam conseguido parcerias para dar computadores portáteis de baixo custo a seus alunos. “Sozinha, a tecnologia não resolve problemas. Mas colocar esses equipamentos na escola induzem mudanças”, afirmou Roseli Lopes, que coordenou uma das experiências iniciais no colégio paulistano Ernani Silva Bruno, durante o 3.º Encontro sobre Laptops na Educação, ontem, em São Paulo.
“Nosso objetivo era que os alunos criassem curiosidade, autonomia e condição para fazer análises críticas. E eles conseguiram”, disse Léa Fagundes, uma das coordenadoras da primeira experiência em Porto Alegre.
As iniciativas no País e no mundo demonstram que a introdução dos laptops na rotina das crianças muda a relação entre professores e alunos. “Os docentes deixam de ser os donos da verdade e passam a ser facilitadores. O computador privilegia o trabalho em equipe”, diz Rodrigo Arboleda, presidente da OLPC. Em locais onde a introdução foi massiva, há relatos de alterações sociais. “A família e a comunidade ganham. Os pais redescobrem o estudo, os professores se empenham mais, cai o abandono escolar e cresce o número de horas que as crianças passam estudando”, diz.
Até agora, o único país que conseguiu dar um laptop para cada criança foi o Uruguai. “Foi uma revolução tecnológica, social e educacional”, diz Guillermo Spiller, representante do Ministério da Educação. “O custo de US$ 248 por criança é viável e os impactos são imensos.”

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Atualizar a pedagogia face ao mundo mudado


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Leonardo Boff

Séculos de guerras, de confrontos, de lutas entre povos e de conflitos de classe nos estão deixando uma amarga lição. Este método primário e reducionista não nos fez mais humanos, nem nos aproximou mais uns dos outros e muito menos nos trouxe a tão ansiada paz. Vivemos em permanente estado de sítio e cheios de medo. Alcançamos um patamar histórico que, nas palavras da Carta da Terra, “nos conclama a um novo começo”. Isto requer uma pedagogia, fundada numa nova consciência e numa visão includente dos problemas econômicos, sociais, culturais e espirituais que nos desafiam.

Esta nova consciência, fruto da mundialização, das ciências da Terra e da vida e também da ecologia nos está mostrando um caminho a seguir: entender que todas as coisas são interdependentes e que mesmo as oposições não estão fora de um Todo dinâmico e aberto. Por isso, não cabe separar mas compor, incluir ao invés de excluir, reconhecer, sim, as diferenças mas também buscar as convergências e no lugar do ganha-perde, buscar o ganha-ganha.

Tal perspectiva holística vem infuenciando os processos educativos. Temos um mestre inolvidável, Paulo Freire, que nos ensinou a dialética da inclusão e a colocar o “e” onde antes púnhamos o “ou”.  Devemos aprender a dizer “sim” a tudo aquilo que nos faz crescer no pequeno e no grande.  

Frei Clodovis Boff acumulou muita experiência trabalhando com os pobres no Acre e no Rio de Janeiro. Na esteira de Paulo Freire, entregou-nos um livrinho que se tornou um clássico: “Como trabalhar com o povo”. E agora face aos desafios da nova situação do mundo, elaborou um pequeno decálogo daquilo que poderia ser uma pedagogia renovada. Vale a pena transcrevê-lo e considerá-lo pois nos pode ajudar e muito.

1.”Sim ao processo de conscientização, ao despertar da consciência crítica e ao uso da razão analítica (cabeça). Mas sim também à  razão sensível (coração) onde se enraizam os valores e de onde se alimentam o imaginário e todas as utopias.

2. Sim ao “sujeito coletivo” ou social, ao “nós” criador de história (“ninguém liberta ninguém, nos libertamos juntos”). Mas também sim à subjetividade de cada um, ao “eu biográfico”, ao “sujeito individual” com suas referências e sonhos.

3. Sim à “praxis política”, transformadora das estruturas e geradora de novas relações sociais, de um novo “sistema”. Mas sim também à “prática cultural” (simbólica, artística e religiosa), “transfiguradora” do mundo e criadora de novos sentidos ou, simplesmente, de um novo “mundo vital”.

4. Sim à ação “macro” ou societária (em particular à “ação revolucionária”), aquela que age sobre as estruturas. Mas sim também  à ação “micro”, local e comunitária (“revolução molecular”) como base e ponto de partida do processo estrutural.

5. Sim à articulação das forças sociais sob a forma de “estruturas unificadoras” e centralizadas. Mas sim também à articulação em “rede”, na qual por uma ação decentralizada, cada nó se torna centro de criação, de iniciativas e de intervenções.

6. Sim à “crítica” dos mecanismos de opressão, à denúncia das injustiças e ao “trabalho do negativo”. Mas sim também às propostas “alternativas”, às ações positivas que instauram o “novo” e anunciam um futuro diferente.

7. Sim ao “projeto histórico”, ao “programa político” concreto que aponta para uma “nova sociedade”. Mas sim também às “utopias”, aos sonhos da “fantasia criadora”, à busca de uma vida diferente, em fim, de “um mundo novo”.

8. Sim à “luta”, ao trabalho, ao esforço para progredir, sim à seriedade do engajamento. Mas sim também à “gratuidade” assim como se manifesta no jogo, no tempo livre, ou simplesmente, na alegria de viver.

9. Sim ao ideal de ser “cidadão”, de ser “militante” e “lutador”, sim a quem se entrega, cheio de entusiasmo e coragem, à causa da humanização do mundo. Mas também sim à figura do “animador”, do “companheiro”, do “amigo”, em palavras pobres, sim a quem é rico de humanidade, de liberdade e de amor.

10. Sim a uma concepção “analítica” e científica da sociedade e de suas estruturas econômicas e políticas. Mas sim também à visão “sistêmica” e “holística”da realidade, vista como totalidade viva, integrada dialeticamente em suas várias dimensões: pessoal, de gênero, social, ecológica, planetária, cósmica e transcendente.”

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A humanidade precisa de confiança

O que é confiança? É uma força que se entrega. Pergunte à criança pequena; ela nos ensina o que é entregar-se. A criança é toda confiança ao nascer.  Ela se entrega inteiramente aos nossos cuidados.  Ela confia em nós, sendo totalmente dependente do carinho e da atenção que se dê a todas as suas necessidades.  Ela vive, cresce, anda, fala, pensa e se torna um ser humano, conforme os cuidados e exemplos das pessoas ao seu redor.
Esta confiança infantil é intensa, espontânea.  Conforme as experiências e à medida que cresce, ela também desenvolve a força oposta: a desconfiança. Com a experiência do eu, de ser diferente dos outros e com o despertar do intelecto, que tudo analisa e questiona, perde-se, aos poucos, a confiança instintiva, a "confiança cega".
Ocorre ainda um processo interessante, quando a criança entra na idade escolar.  Ela já sabe falar e recordar, usa suas pernas e braços com autonomia, mas a sua alma se entrega com toda a confiança aos professores, para aprender o que os "grandes"...
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