Reaproximação histórica acontece após 53 anos. Embaixadas serão reabertas e Obama pressionará por fim do embargo
WASHINGTON – Após 53 anos de rompimento, Estados Unidos e Cuba normalizarão integralmente as relações diplomáticas, com abertura de embaixadas em Havana e Washington e recomposição de canais de cooperação e negociação, informaram os governos das duas nações. Para concretizarem o passo histórico, os presidentes Barack Obama e Raúl Castro autorizaram no primeiro semestre de 2013 conversas secretas de alto nível — que começaram em junho daquele ano, tiveram a bênção do Papa Francisco e foram concluídas ontem, com chamada telefônica de uma hora e meia entre os dois mandatários — e alinhavaram a liberação de prisioneiros cubanos e americanos, o que ocorreu esta manhã. Os EUA decidiram ainda rever a inclusão de Cuba na lista de Estados que apoiam o terrorismo; relaxar ainda mais viagens e remessas de americanos à Ilha; e liberar várias transações financeiras e tipos de exportações.
Obama e Raúl anunciaram as medidas simultaneamente, em Washington e Havana. Segundo o governo americano, Cuba também fez concessões. Vai liberar 53 prisioneiros que Washington considera políticos (alguns dos quais já começaram a ser soltos), vai facilitar o acesso à internet à população e abrirá espaço para visitas adicionais de avaliação da ONU e da Cruz Vermelha.
— Começamos um novo capítulo nas histórias dessas duas nações das Américas — disse Obama. — Ninguém está bem servido por políticas desenhadas quando a maioria de nós nem éra nascida. Através dessas mudanças, tentamos criar mais oportunidades para os povos americano e cubano e iniciar um novo capítulo.